Olá, caro(a) estudante do Novo Ensino Médio Técnico do Paraná! Seja muito bem-vindo(a) a mais uma lição da disciplina de Empreendedorismo. Pois bem, já chegamos à lição de número 14, ou seja, já passamos por mais da metade da disciplina, mais da metade do ano e, consequentemente, mais da metade do curso ou do seu próprio Ensino Médio Técnico.
Digo-lhe que, muito em breve, estaremos juntos comemorando mais uma vitória: a conclusão de mais um nível, o Ensino Médio. E digo mais: no que depender de mim e dos demais professores e responsáveis pelo projeto, você estará apto(a) para atuar em sua área de formação de maneira tranquila e natural.
Dito isso, queria lhe dizer que, nesta lição, nosso objetivo será que você consiga reunir os conhecimentos que tem até aqui sobre abertura de um negócio e de pré-requisitos necessários para o processo de empreender. Ao final da lição, faremos uma lista de coisas que você deve saber ou fazer ao decidir empreender em alguma atividade. Vamos comigo?!
Quando decidimos empreender em alguma coisa precisamos realizar uma série de tarefas, como, por exemplo, saber em qual ramo ou atividade seria melhor empreender naquela região ou período.
Imagine se você não entendesse nada sobre o mundo dos negócios, não tivesse os conhecimentos que está recebendo nesta disciplina e, simplesmente, decidisse empreender em algo, porque se viu desempregado(a) e precisa de uma remuneração — acredite, isso acontece com muitas pessoas. Você pode se dar bem, correr atrás do prejuízo e estudar ao mesmo tempo em que inicia seu empreendimento, mas não é isso que deve ser feito — se você é um(a) aluno(a) dedicado(a), sabe o quanto é importante realizar uma análise de mercado antes de empreender.
Como você já deve imaginar, pelo título desta lição, estudar sobre gestão e negócios, com certeza, seria um dos pré-requisitos para iniciar um empreendimento. Vejamos quais são os outros!
No case de hoje, traremos novamente nosso personagem que, esporadicamente, aparece em nossas lições: nosso querido Seu Arnaldo. Imagino que, se você utilizou um pouco de sua imaginação, já deve ter traçado como seria seu visual, seu perfil empreendedor ao menos, não é mesmo?! E essa é a ideia mesmo desses cases: trazer uma maior proximidade da realidade, seja ela baseada em casos verídicos, seja em casos fictícios, mas que poderiam muito bem ser situações reais de seu dia a dia.
Imaginemos que Seu Arnaldo perdeu o emprego que possuía e decidiu começar a vender frutas em um ponto de movimento em seu vilarejo. No entanto, como não esperava que isso acontecesse — afinal, ninguém espera isso, não é mesmo?! —, não tinha pensamentos de empreender em algo e, consequentemente, não estava estudando nada sobre o assunto também.
A sorte do Seu Arnaldo foi que seu(sua) neto(a) estava no Ensino Médio e fazia o curso Técnico em Agronegócio. Como ele(a) sempre compartilhava as coisas novas que aprendia, ele se lembrou de que o(a) neto(a) já teve conteúdos sobre empreendedorismo e decidiu pedir ajuda. Embora não esperasse utilizar o que aprendeu no curso tão cedo, viu uma enorme oportunidade de aplicar os seus conhecimentos e, ao mesmo tempo, ajudar seu avô nesse processo.
Com isso, esse processo se tornou, ao mesmo tempo, um sucesso, pois mudou a vida da família toda, sem trazer os prejuízos de uma má gestão pelo empreendedorismo por necessidade sem conhecimentos de seu avô, e, também, um caso de satisfação pessoal e profissional para você, por poder contribuir nesse processo e já aplicar os conhecimentos adquiridos em suas aulas técnicas. Pense que sonho seria esse caso se tornando realidade em sua vida, não é mesmo?!
Bom, na verdade, já lhe falo, desde o início desta disciplina, sobre vários pontos que se mostram essenciais para se iniciar um projeto ou empreendimento, porém cabe, aqui, padronizar esses conceitos apresentados em um único local e seguindo alguma literatura especializada no assunto. E é isso mesmo que faremos na lição de hoje. Os pontos que trago foram retirados tanto das ideias de Alencar (2004) quanto, principalmente, das ideias apresentadas por Hashimoto e Borges (2019).
A primeira coisa que se deve pensar ao iniciar um empreendimento é o que seria uma boa oportunidade, em qual ramo se deveria empreender ou se existe uma coincidência de desejos entre o que eu quero e o que existe de oportunidade no momento ou na localidade em que eu pretendo empreender. E isso já seria assunto suficiente para descrever uma lição, apenas falando sobre as intenções e suas possibilidades de execução, mas como prometi, farei uma espécie de checklist baseada na literatura encontrada.
Antes de qualquer coisa, Alencar (2004) diz que precisamos desenvolver a capacidade criativa e nos mostra algumas formas de desenvolvê-la em seu livro. Segundo o autor, o fato de exercitar a capacidade criativa se torna o princípio básico para a geração de ideias. Pois acredite: por mais que pareça, a criatividade não é algo com o qual já se nasce, mas algo que se treina e se desenvolve ao longo de sua vida. No entanto, não existe uma fórmula mágica ou uma receita de bolo aqui, o que existe é uma ideia de tentativa de agrupamento das principais teorias abordadas.
Hashimoto e Borges (2019) dividem esse processo de criação de um empreendimento em 10 etapas, nas quais se baseiam boa parte de nossa seção de conceitualização de hoje. Cada etapa possui determinadas tarefas. Ao segui-las, enquanto empreendedor, seja no meio rural, seja em qualquer área ou setor, poder-se-á encontrar um caminho mais tranquilo e de assertividade maior.
pode ser algo de sua preferência, que desperte a sua curiosidade e algo que o(a) motive. Para ficar mais fácil, pode definir algumas áreas para concentrar suas ideias.
depois de definida uma área de atuação, pesquise tudo o que encontrar sobre ela. Aprenda o máximo que puder, obtenha a maior quantidade de informações possíveis sobre o assunto, conheça negócios semelhantes que obtiveram sucesso, realize cursos e treinamentos.
nesta fase, o que se deve fazer é não fazer nada, ou seja, descansar a mente e pausar as ideias e deixá-las fluírem naturalmente. Apenas sonhe com seu empreendimento, divirta-se, viaje, realize outros tipos de atividade que você não possui o costume de realizar e busque novos ares. Deixe suas ideias madurarem em sua mente.
network, procure pessoas que estão interligadas ao mundo dos negócios, diversifique a rede de contatos que você possui. Ouse novas perspectivas a partir de conversas com essas pessoas, que, provavelmente, terão pontos de vista diferentes do seu. Quanto mais variadas forem sua roda de colegas e as suas opiniões, mais criatividade você desenvolverá e mais chance de assertividade seu empreendimento terá.
tente observar novas atividades e frequentar locais diferentes. Sair da rotina pode possibilitar ter ideias de negócios diferentes e visualizar oportunidades ou necessidades a serem supridas que você não encontraria estando em sua zona de conforto.
lembra-se de quando falamos sobre brainstorming, tempestade de ideias ou, ainda, “toró de palpite”? Bom, neste item, os autores Hashimoto e Borges (2019) dizem algo parecido com esse conceito. Dizem que, nesse momento, você estará com muitas ideias em sua mente e não deve desperdiçar nenhuma delas. Mesmo as que não fazem o menor sentido no momento, podem se tornar grandes e boas ideias depois de lapidadas. Esteja pronto(a) para anotar todas elas, pois podem surgir a qualquer momento do dia e em qualquer lugar que você esteja.
bom, para definir paradigmas, eu diria que são espécies de barreiras que criamos em nossa mente que bloqueiam nosso pensamento ou os definem enquanto juízo de valor. Ou seja, atribuímos às coisas o senso de certo e errado e, em se tratando de abrir a mente para novas oportunidades de negócios, talvez, seja necessário que enxerguemos que não existe apenas uma maneira correta de se fazer as coisas ou não existe uma maneira única de se desenvolver uma atividade ou produto.
nessa hora, digo que é a hora mais difícil do processo de criação de ideias ou de geração de novos negócios, pois se trata da habilidade de se desaprender alguma coisa que, porventura, já foi ultrapassada pelos novos conhecimentos adquiridos. Principalmente, ao empreendedor que trabalha em constante busca pela inovação. Nessa metáfora, é como se nossa mente fosse uma xícara que precisa ser esvaziada de velhos pensamentos para que se possa absorver os novos.
ouse pensar fora da caixa, olhando por outro lado. Veja a mesma situação de acordo com diferentes pontos de vista. Isso o(a) auxiliará a desenvolver suas ideias e perceber como seu empreendimento ajudará as pessoas ou lhes poderá ser útil.
depois de todos esses processos é hora de refinar todas as ideias e filtrar apenas as que continuam fazendo sentido após todo esse período de tempo. Para tanto, você deve rever suas anotações, selecionando as melhores dentre elas.
Lembre-se de que essa é apenas uma teoria que apresentei aqui, e não uma regra de bolso em que você pode seguir cegamente. É uma tentativa de padronização das mais diversas ações que você pode ter ao decidir empreender ou, ainda, antes de iniciar um empreendimento.
Para finalizar essa seção, deixo algumas dicas de minha percepção sobre tudo que aprendemos até agora. Se você deseja iniciar um empreendimento, faça, no mínimo, as seguintes tarefas antes:
Escolha uma área de atuação.
Estude sobre ela até se sentir seguro.
Ouse ser diferente, pois a inovação é a chave para o sucesso.
Busque o máximo de ajuda que puder.
Persista firme em seu propósito. Mesmo que, no início, tudo pareça não fazer muito sentido, melhorará.
Não espere muito, pois a oportunidade pode passar e você a perderá.
Bom, espero que você visualize melhor o processo e algumas das principais atividades que se mostram extremamente relevantes para se fazer antes de iniciar um empreendimento, além de que você sempre encontre nas lições a respostas para suas dúvidas.
Com os conhecimentos adquiridos nesta lição e, em geral, em todas as outras durante o curso, minha intenção é que você já esteja decidido(a) a empreender em algo, então, a minha sugestão é exatamente a seguinte: se você realmente fosse o(a) neto(a) do Seu Arnaldo, mencionado em nosso case de hoje, e tivesse a experiência de estar nesse exato período do curso e se ver na situação apresentada — ter que auxiliá-lo quanto à melhor maneira de empreender na venda de frutas em seu vilarejo —, quais seriam as primeiras coisas que você faria?
Vamos lá: pegue uma folha e uma caneta e anote as perguntas que você faria a ele para que pudesse ajudá-lo a se dar bem nessa situação. Responda as perguntas considerando os conhecimentos que possui até agora. Claro, se você, porventura, ainda se sente um tanto inseguro(a) em relação a isso, estou aqui para tranquilizá-lo(a). Não se preocupe! Além de termos ainda esse “restinho de ano” para aprender mais sobre o assunto, teremos mais um ano inteiro aprendendo sobre plano de negócios. Então, com certeza, quando você finalizar a disciplina e o seu curso, você se encontrará bem mais preparado(a) para encarar esse processo.
Por hoje, é só! Nos vemos na próxima lição. Até breve!
ALENCAR, E. Como Desenvolver o Potencial Criador: um guia para a liberação da criatividade em sala de aula. 10. ed. Petrópolis: Vozes, 2004.
HASHIMOTO, M.; BORGES, C. Empreendedorismo: plano de negócios em 40 lições. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2019. E-book. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788571440494/. Acesso em: 27 fev. 2023.