"Eu sou um anfibio, um centauro [...]. E me parece que a ambiguidade da ficção científica reflita meu destino atual [1966]. Estou dividido em duas metades. Uma é a da fábrica como técnico e químico, a outra metade é totalmente diferente da primeira, é aquela na qual escrevo, sou entrevistado, trabalho com minhas experiências passadas e presentes. Sou um cérebro divido em dois, uma ruptura paranoica".
Primo Levi
Entrevista concedida a Edoardo FadiniPrimo Levi escreve de maneira clara e objetiva, faz comparações e analogias da química com a realidade, fazendo associações entre corpos macroscópicos e submicroscópicos que na verdade não ocorrem. Isso é um recurso dos textos literários e da divulgação científica para envolver o leitor.
71 contos de Primo Levi (2005)
"O problema é que dou a alma em todos os trabalhos, o senhor sabe, até nos mais estúpidos: aliás, quanto mais estúpidos, mais eu me entrego. Para mim, cada trabalho que começo é como um primeiro amor."
Primo LeviRomance de guerra sobre um bando de judeus que se desgarra do Exército russo e segue rumo à Itália. Embora os personagens estejam sempre rodeados pelo medo e pela morte, Primo Levi faz uso de um humor sutil para caracterizá-los.
"Quarenta anos depois minha tatuagem se tornou parte de meu corpo. Não me vanglorio dela nem me envergonho, não a exibo nem a escondo. Mostro-a de má vontade a quem me pede por pura curiosidade; prontamente e com ira, a quem se declara incrédulo. Muitas vezes os jovens me perguntam porque não a retiro, e isto me espante: por que deveria? Não somos muitos no mundo a trazer esse testemunho."
Primo Levi1977-1987
1964-1984
1955-1987
1946-1987
"É preciso distinguir entre a poesia e a prosa. Sou um poeta bissexto: no fim das contas, escrevi pouco mais de um poema por ano em minha vida, embora haja períodos em que me venha espontaneamente escrever em versos. Mas se trata de uma atividade que não tem nada a ver com nenhuma outra atividade mental que eu conheça. É algo completamente diferente: é como um cogumelo que cresce numa noite, acorda-se de manhã com uma poesia na mente, ou pelo menos com seu núcleo. Depois é um trabalho de longas variantes e correções contínuas: e o computador é um instrumento perfeito para isso, para a tristeza de futuros filólogos que não acharão os manuscritos com as sucessivas aproximações."
Primo Levi