A proposta da habitação de interesse social parte de soluções existentes e técnicas corriqueiras, explorando suas potencialidades e os elementos que estão arraigados na cultura de morar, mas as amplia de forma criativa e dinâmica. Assim, explora os lotes longos presentes desde as cidades coloniais, como forma de gerar a intimidade dos quintais tão presentes em nossa cultura.
Explora o uso da cor como elemento de identidade, identificação e individualização, que em nossas cidades históricas permitem a diversidade conviver em um ambiente urbano harmônico arquitetonicamente. Nossas antigas casas de porta-e-janela se transformam em novas casas de porta-janela-varanda. Explora a varanda como elemento forte da cultura goiana de morar, mas da forma flexível e dinâmica tão cara ao mundo contemporâneo.
Explora o desejo da moradia não como um símbolo de ostentação ou genialidade de um arquiteto-artista, mas pelo sonho de pertencer, sonho de se incluir num novo contexto, incluir-se como cidadão, como digno do direito à cidade, afirma o habitar como cidadania de inclusão, estar junto, minha casa nossa vida (em comum).
Explora o programa proposto não como uma amarra, mas como um desejo estabelecido nos sonhos das pessoas, otimizando e dinamizando o programa da habitação unifamiliar em uma tipologia transformada, que atende à norma da ABNT NBR 9050 de acessibilidade não só no banheiro, mas também na cozinha e nos outros ambientes, ao redistribuir as proporções de área convencionais.
Explora os materiais e técnicas correntes, que garantem economia e constroem uma estética de pureza e simplicidade, que mimetizam a clareza e a austeridade da arquitetura colonial. Uma estética de sinceridade dos materiais aparentes, presentes em nossa herança arquitetônica e magistralmente exploradas por arquitetos como Juan Villá.
Explora um sistema construtivo de blocos cerâmicos estruturais, tradicionais em seu processo produtivo e de confirmada viabilidade em nossa indústria da construção civil. Mas o transformando em um sistema que é racionalizado, organizado, dinâmico e flexível, elementos tão difíceis de unir. O uso de módulos, de proporção, de valorização dos espaços nucleares e tecnicamente mais importantes (banheiro e cozinha), associados a valores culturais como formas de vida, meios de inclusão, harmonização com o meio ambiente, conforto térmico, tornam a compreensão (crítica) da herança passada um meio de construir as alternativas do futuro.
Professor responsável: Professor Dr. Camilo Vladimir de Lima Amaral
Colaboradores:
Frederico André Rabelo - docente, PUC/GO
Guilherme de Andrade Bento - PUC/GO
Halina Veloso e Zarate - PUC/GO
Higor da Silva Nobre - UFG
Léia Vieira Dias - UEG
Letícia Hermano Jayme - PUC/GO
Pedro Gil da Silva Carto - UFG
Rangel Brandão - PUC/GO
Renan Campos da Costa - PUC/GO
Simone Bueno Barcelos - PUC/GO