Grécia Antiga
Na Grécia Antiga foram criadas várias teorias sobre a menstruação. O médico grego Hipócrates (460 – 377 a.C.) foi responsável por criar a teoria dos quatro humores, que relaciona a manutenção da saúde com o equilíbrio entre quatro fluidos corporais (sangue, bile amarela, bile negra e fleuma). Desta forma, o fluxo menstrual seria constituído de fluidos prejudiciais*, expelidos após a fermentação do sangue. A menstruação, portanto, seria um fluido sujo, resultado de um processo de purificação corporal. O filósofo Aristóteles (384 - 322 a.C.) afirmava que o reflexo de uma mulher menstruada em um espelho poderia enfeitiçar qualquer pessoa que o olhasse em seguida.
O sangue da menstruação era parte central de grandes festas chamadas Tesmofórias. Mulheres se isolavam de homens durante nove dias em um ritual de purificação, comendo alho para repelir os indivíduos do gênero oposto. Quando menstruavam, elas ofertavam o sangue para fertilizar a terra. Era uma espécie de troca entre duas procriadoras: a mulher e a Mãe Terra. Esta relação entre o sangue menstrual e a fertilidade influencia algumas tribos até os tempos atuais.
*Para saber mais ver: FERREIRA, AF. Sangue menstrual e magia amatória: concepções e práticas históricas. Aedos, Porto Alegre, v. 9, n. 21, p. 514-531, Dez. 2017.
Império Romano
Plínio, um naturalista do Império Romano, descreve o sangue da menstruação como um veneno fatal que mata os insetos, definha as plantas, murcha as flores, apodrece as frutas e cega as navalhas. Em seus escritos, ele afirma que caso a menstruação coincida com um eclipse da lua ou do sol, os males serão irremediáveis. Relações sexuais com uma mulher menstruada podem ser fatais para o homem.
O médico Sorano de Éfeso, em seu Tratado das Doenças das Mulheres, recomendava que as relações sexuais não deveriam ocorrer antes da menstruação “pois assim como o estômago cheio de alimento fica disposto a rejeitar aquilo que o sobrecarrega, a vomitar e a rejeitar qualquer tipo de alimento, assim também o útero cheio de sangue.