O vídeo-corpo PORTAIS 3.1 parte do desejo de entender as relações entre as dimensões física, mental, emocional e energético-espiritual, que se alinham a todo momento nas produções em arte e educação. Tal interesse tem acompanhado André Rosa (responsável pela concepção da videodança) não apenas na esfera artístico-educacional, mas nos seus trabalhos com atendimentos espirituais e orientação energética. Neles, são investigados na prática os conceitos de materialização, ancoramento e canalização das dimensões. 

O corpo, ao canalizar as referidas dimensões, pode produzir determinadas movimentações que criam portais energéticos. Como exemplo dessa canalização, pode-se citar as posturas do yoga e os mudras. Partindo desse entendimento, PORTAIS 3.1 se assume enquanto poesia-corpo-encantamento, corpo-feitiço, como algo capaz de produzir possibilidades de mapeamento e reprogramação. Por isso, o trabalho é dividido em dois movimentos. O primeiro, mapear, diz respeito à possibilidade de construir percursos, de perceber os caminhos que as diferentes dimensões percorrem em cada pessoa e constituem suas egrégoras. Assim, são suscitadas as perguntas “como acessamos nossos campos energéticos?” e “como mapeamos os seus contornos?”. É apenas por meio do mapeamento que podemos nos engajar em uma limpeza que, por sua vez, conduz ao segundo movimento: reprogramar. Nesse movimento, assume-se a ideia de que nada se dá naturalmente e, portanto, tudo pode ser reprogramado. Logo, propõe-se a tomada de consciência de si para que novas configurações possam ganhar espaço. Essa mudança articulada com a expansão da consciência é uma força que todas as pessoas têm. No entanto, elas são privadas disso durante o processo educacional e cultural, nas diversas socializações que as compõem, fazendo com elas duvidem de sua capacidade de reconstruir narrativas e existências para além do mundo visível. Há uma cobrança social que impõe a coerência e o equilíbrio como padrões de consciência e de ação a serem seguidos. Esses “valores” retiram a potência disruptiva que habita os corpos, que constitui o fluxo espiralado da própria vida. Desse modo, “PORTAIS 3.1” contrapõe a noção de vida como linearidade. Por meio de portais de autoconhecimento, abrem-se inúmeras facetas de si, infinitas possibilidades de existência e de  posicionamento perante o mundo. 

Currículo

Bastidores


Crédito das fotos: Julia Bicudo

Ficha técnica

Artista dos movimentos: André Luís Rosa

Criação sonora: Leon Bucaretchi

Captação de imagem: Tatiane Meller e Guilherme Laina 

Edição e montagem: André Rosa, Guilherme Laina e Milena Plahtyn

Light Designer e Operação de Luz: Julia Bicudo

Direção de Produção: Milena Plahtyn

Agradecimentos: TV UEM, Teatro Barracão, Luiz Carlos Locatelli

Realização: NEC - Núcleo de Estudos e Criação Cênico-Visual