HUGO BARATA
22.01.09/21.02.09
HUGO BARATA
22.01.09/21.02.09
"PODIA TER SIDO DIFERENTE..."
Esta proposta explora conceitos de "real" e "ficcional", "realidade" vs. "ficção", partindo de um conceito filosófico e psicanalista do esloveno Slavoj Zizek, na esteira de uma linguagem proto-cinematográfica, mas não sendo esta última o seu factor de impulsionamento exegético e primordial, antes um factor que procura desencadear reflexões acerca da natureza subliminal da questão psiquiátrica. Nesta exposição, a dicotomia entre o espaço "instituição" e o espaço "doméstico/social" coexiste mas não se cristaliza nesta faceta, antes prefigura-se na senda da proposta de Zizek de que o "Real" não é apenas aquilo que se opõe ao imaginário, mas também aquilo que se coloca para lá do "Simbólico"; ou seja, sendo "Simbólico" uma estrutura de significantes diferenciados, organizadores da nossa realidade aparente ( à "realidade real" ), o "Real" é, ele próprio, indiferenciado, exterior à linguagem, logo impossível de integrar e de conceptualizar.
partindo do universo hitchcockiano que em Psico se debruça na assepsia pós-crime, e onde a sala de banho tem em si mesmo um carácter auto-significante, interligam-se dois momentos distintos: o momento em que em 1913 Malevich pinta Black Square ( e a sua relação com o minimalismo ) e a visão da loiça do WC como "ecrã negro", lugar da representação inatingível.