PEDRO FALCÃO
20.10.05/20.11.05
PEDRO FALCÃO
20.10.05/20.11.05
Da manipulação do signo à elaboração de um discurso visual depurado, assente na reinvenção e dexcontextualização de formas que remetem para a representação de (im)possíveis alfabetos, Pedro Falcão convoca para o seu trabalho as múltiplas paisagens da escrita. Ao aliar à pesquisa plástica realizada no campo da pintura a sua experiência como designer gráfico, o artista explora a simplicidade de um conjunto de composições rigorosas que assentam no diálogo estabelecido entre um fundo monocromático e as representações sobre ele traçadas. Numa leitura contínua, em que as interferências são sugeridas no interior de cada imagem, as formas recortam-se, repetem-se e agenciam-se em pautas dissonantes que se reformulam de tela para tela, guiando o espectador através de um universo codificado de que este se torna o único leitor.
(…) Com Pedro Falcão recuperamos a disciplina da abstracção a partir de fontes historicamente ancoradas na abstracção construtivista, neo-plasticista, minimalista ou Op, mas geradas a partir da velocidade absolutamente contemporânea permitida pela investigação gráfica e pelas plataformas de trabalho do computador. Grelhas geométricas ortogonais ou malhas curvilíneas surgem como pormenores de uma realidade maior mas não pretendem já mapear toda a realidade visual ou ontológica, porque o artista recusa estabelecer um sistema e explicita a sua constante mutação; são assim puros fragmentos de um alfabeto com os quais somos incapazes de compor palavras ou sequer de preencher com cor. (…)
in Brochura Escala de Cores, 2004, João Pinharanda