José Mariano Ribas
(Barcelona-1771, Porto-15/1/1835)- Clarinetista - Mestre de música Regimental
Uma Dinastia de músicos no Porto do século XIX
1.1 - José Maria Ribas
1.2 - João António Ribas
1.3 - Ramon Gil Ribas
1.4 - Antonio L de Ribas
1.2.1 - João Vitor Medina Ribas
1.2.2 - Eduardo Medina Ribas
1.2.3 - Hipólito Medina Ribas
1.2.4 - Teófilo Medina Ribas
1.2.5 - Florêncio Medina Ribas
1.2.6 - Carolina Medina Ribas
1.2.7 - Nicolau Medina Ribas
1.2.8 - Judite Riche Ribas
Natural de Barcelona, Espanha, onde nasceu na freguesia del Pi, filho de António Ribas e de Rosa Camlong, muito jovem aprendeu musica, não para ser Musico, pois o pai dele seria Alfaiate e pretendia que aprendesse o oficio de “Bordador de Veludo”.
Mas dado o génio e a propensão para a musica serem mais fortes nele, cedo “desertou” da casa paterna, indo de seguida para a “Campanha do Rossilhão” (1793,1795), como músico militar.
Terminada a Campanha foi para Madrid já como Mestre de musica, integrado no Regimento os “Blanquillos”, á frente de uma banda composta por 2 Clarinetes de 3 chaves, 2 Oboés de 4 chaves, 2 fagotes, 1 Serpentão, 1 Clarim, 2 Flautins, 2 Pandeiretas, 2 caixas fortes, pratos e bombos.
Por volta de 1795 casou em Palencia, com Maria Crespo.
A 16 de Julho de 1796 teve um primeiro filho, em Burgos, Espanha, José Maria Ribas.
A 17 de Janeiro de 1799 estaria em Ferrol, onde teve um segundo filho, Juan António Ribas, cerca de 1803 teve em Valladolid a Romão Gil Ribas e a 14 de Janeiro de 1814, em Madrid teve a António Lorenzo Ribas. Estes são os filhos conhecidos e todos foram músicos.
Ensinou o Flautim aos seus filhos que o acompanhavam sempre até que, em 22 de Abril de 1807, partiu para a Alemanha como mestre de musica do Regimento de Linha “La Princesa - 1866”, composto por 2.286 homens, integrados na “Division del Norte”, que totalizava 14.905 homens, comandada pelo Tenente-general D. Pedro Caro y Sureda, Marquês de La Romana (2/10/1761-1811), para se integrarem no exercito Francês de Napoleão comandado pelo Marechal J. B. Bernadotte, Aí chegaram em Julho de 1807.
Em Agosto de 1807 encontravam-se em Hamburgo donde foram enviados para a Dinamarca, para a ilha de Fiona, para um melhor controle, por parte de Napoleão, desta Divisão.
Tenente-general D. Pedro Caro y Sureda, Marquês de La Romana
Tomando conhecimento dos acontecimentos de 2 de Maio de 1808, em Madrid, são apoiados pelos Ingleses no transporte de regresso a Espanha para combater Napoleão, conseguindo voltar juntamente com 9.000 homens, partindo a 13 de Agosto de 1808 para Gotemburgo, na Suécia, onde ficaram até 12 de Setembro.Chegaram a Santander a 10 de Outubro incorporando-se no Exercito de “La Izquierda”, comandado pelo General Blake. A 10 de Novembro entraram em combate, na Batalha de Espinosa de los Monteros, onde terão sido feitos prisioneiros foram incorporados pelo Regimento de infantaria de Linha francês nº120, formado em 1808 a partir do 17º e 18º. Terão então acompanhado estes até junto da fronteira Portuguesa e em inicio de 1809 terão desertado perto de Valença do Minho e alistam-se nas Milícias de Monção para combater Napoleão.
Durante o período das invasões Francesas terão feito parte das Milícias da Feira e do Porto.
Passadas as Guerras Peninsulares, ficou a residir no Porto onde se manteve como mestre de musica militar e Professor até falecer a 15 de Janeiro de 1835, com 64 anos de idade.
Tocava bem Clarinete e compôs alguma musica militar. Dele se dizia que era de génio bondoso e amigo do seu amigo, e adepto da causa Liberal.