João Vítor Medina Ribas
(Porto-1820, Rio de Janeiro-1856)- Violinista
Uma Dinastia de músicos no Porto do século XIX
1.1 - José Maria Ribas
1.2 - João António Ribas
1.3 - Ramon Gil Ribas
1.4 - Antonio L de Ribas
1.2.1 - João Vitor Medina Ribas
1.2.2 - Eduardo Medina Ribas
1.2.3 - Hipólito Medina Ribas
1.2.4 - Teófilo Medina Ribas
1.2.5 - Florêncio Medina Ribas
1.2.6 - Carolina Medina Ribas
1.2.7 - Nicolau Medina Ribas
1.2.8 - Judite Riche Ribas
João Vítor Medina Ribas
Nasceu a 25 de Dezembro de 1820, na freguesia de Stº Ildefonso, Porto, onde foi baptizado em 3 de Fevereiro de 1821.
Aprende a tocar Violino em Madrid, durante o período em que a família aí residiu (1830/1835).
Em finais de 1840 parte para o Rio de Janeiro, Brasil, apresentando-se como concertista, durante dois anos tocou na Capela Imperial, tornando-se músico efectivo da mesma em 1843. Desse ano até 1846 foi violino regente do Teatro Lírico de S. Pedro de Alcântara onde dirigiu a estreia da peça “Norma” de Bellini a 17/1/1844.
A 6 de maio de 1845, subiu ao palco do Teatro São Pedro de Alcântara a "peça alegórica" entitulada “O templo da gloria”, ou “O novo Pigmalião”. Esta peça envolvia uma elaborada coreografia de Luiz Montani, várias peças de dança apresentadas pelo corpo de baile e música escrita pelo director da orquestra, João Victor Ribas. A parte cantada incluía um coro feminino representando "As Musas", um coro masculino representando "Os Génios", e 3 solistas: a famosa soprano Augusta Candiani(1820/1890) representando "A Gloria", o tenor Arcângelo Fiorito (Napoles 1813/Rio 1887) representando "O Templo" e o tenor Angiolo Graziani, fazendo um personagem chamado "O Génio Braziliense".
Em 1846 passou a dividir o cargo com o maestro Gioacchino Giannini(Lucca1817/Rio1860).
A 21 de Novembro de 1850 casou com Henriqueta Carolina Edolo, filha de Henrique do Carmo Edolo e de Teresa Carlota Nicolini, que era viúva de Joaquim Aulio de Carvalho e de quem tinha uma filha, Amélia Carvalho, que viria a ser avó paterna da poetisa Cecilia Meireles.
Em 1851 ocupava o mesmo cargo no Teatro de São Januário e no ano seguinte no Teatro Provisório.
Por aí residiu, pelo menos até 1853. Tudo corria bem até que se meteu em Empresário de Operas Líricas onde perdeu toda a fortuna. Desgostoso, decide viajar para Buenos Aires, Argentina, e outras "Províncias", dando concertos, até que se envolve novamente como empresário de uma companhia de declamação espanhola. Voltou a correr-lhe mal a empresa, e doente de uma enfermidade crónica, regressa ao Rio de Janeiro, onde falece pouco depois, a 26 de Janeiro de 1856, com 35 anos, precisamente no dia em que pela terceira vez ardeu o Teatro Lírico de S. Pedro de Alcântara.
O seu último concerto terá sido em Buenos Aires, Argentina, a 7/12/1855, a quase um mês do seu falecimento, conforme notícia gentilmente transcrita por Eva Lopszyc (Compositora Argentina) e retirada do livro "Vicente Gesualdo, Historia de la Música en la Argentina- 1852-1900, Tomo II, ( pag.635) Temporadas Líricas de Bs. As. de 1852-56":
João Víctor Ribas
"Director de Orquesta y Compositor portugués, nació en Oporto en 1820 y murió en Río de Janeiro en 1856.
Actuó en Buenos Aires desde 1853 hasta 1855, como Director de Orquesta del Teatro de la Victoria. El 7 de Diciembre de 1855. con motivo de la toma de Sebastopol en la guerra de Crimea, dirigió la orquesta en la ejecución de los himnos de Francia, Inglaterra y Cerdeña, que cantaron Sofía Vera Lorini y Carolina Merea. Compuso para la ocasión un Himno a los Aliados que fue muy aplaudido. En los diarios porteños de la época encontramos palabras muy elogiosas para Ribas :" La orquesta ejecutó con precisión y gusto que reflejan un alto crédito sobre su director, el Maestro Ribas...Jamás antes de ahora han resonado en nuestros teatros instrumentos más acordes...
El Director de Orquesta, el Señor Ribas, no es solamente un maestro excepcional sino que además, es un instrumentista distinguido. Tuvo que repetir el solo de "Melofón" que toca admirablemente, arrancando sonidos dulcísimos y quejumbrosos. ( El Nacional ,19 de Septiembre de 1854).
Entre las composiciones del Maestro Ribas figuran: O templo da Gloria (1846); Vals Burlesco, dedicado a Carlos Wynen en 1846, etc.
Sus hermanos Nicolás Medina Ribas (1833-1900) fue violinista y compositor, Judith fue cantante y Eduardo, pianista y profesor de canto (1830-1884).-"
Partituras existentes:
Il Nuovo Pigmalione, cantata allegorica
262p. + 2 partes
Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro
Guanabara
5p. Romance musicado. Poesia de Pires Ferrão
Edição Mercês & Cia 1852
Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro
Estrella do Lavradio
2p. Canto e piano: modinha com palavras de E. Mattos
Edição Imperial Imprensa de Musica de Filippone & Cia. 1853
Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro
Teatro São Pedro de Alcântara