A morte é um evento tão importante quanto o nascimento.
O abandono do mundo com tudo o que é agradável e desagradável, a separação da alma e do corpo, o novo mundo da eternidade, o processo de transição do mundo material para o mundo dos espíritos, a separação dos entes queridos, uma crise interna para o moribundo, que ele não pode e não deve enfrentar sozinho. Na verdade, os últimos momentos estão cobertos por um mistério, no qual as religiões e as tradições deram muitas interpretações. Depois de lutar com a ideia da morte e se reconciliar com ela, a alma abre seus horizontes e está pronta para aceitar sobriamente a comunicação com Deus e com as pessoas, cujo amor se torna um bálsamo de alívio.
Nesse momento crítico, o apoio da família do paciente e do ambiente amigável é considerado valioso. Estar com discrição e carinho ao lado do doente, entrar em sua mente e coração, servi-lo com amor e sacrifício, cuidar-lhe dos últimos cuidados para uma morte serena e pacífica, permanecer em seu encosto de cabeça até o último momento em que ele vai fechar os olhos.
"Bem-aventurados os mortos que morrem no Senhor. Sim, diz o Espírito, para que descansem de seus labores."(22)
São Makarios, o egípcio, escreve: "Quando sua alma se afasta do corpo, os demónios perversos 'possuem sua alma' e não a deixam subir aos céus."
São João Crisóstomo escreve que "A alma na hora da morte muitas vezes sobe à superfície e depois retorna às profundezas e tem medo e treme quando está prestes a deixar o corpo."
Depois de tudo isso, quem se encarregará de interromper este mistério que está operando na alma que sai e de encerrar um processo que contém a esperança de arrependimento e salvação?
Se vemos o homem como um ser biológico inanimado, então tudo é permitido. Mas se acreditamos na existência da alma, como podemos defender o rompimento violento desse vínculo sagrado mesmo no último segundo de sua união?