Dia 22: Jaci Paraná - Vilhena
Data de postagem: 13/12/2013 12:02:01
Regra número 1: assim que chegar na cidade de destino, abasteça para o dia seguinte.
Regra número 2: se a regra 1 não for satisfeita, abasteça sempre antes de pegar a estrada.
As longas horas em cima da moto me deixaram relapso com minhas regras. Como dormi em um hotel na beira da estrada, comecei meu dia na rodovia. A luz da reserva acendeu, normal, só ando assim. A diferença agora é que estou na região norte, e posto de gasolina por aqui não é tão frequente. Você está naquele retão mão-dupla, não vê nenhuma moto indo ou vindo, somente as carretas. Placa com distância das cidades não se vê a um bom tempo. Claro, não vai ter posto aqui no meio desse mato. A pilotagem muda e você começa a acelerar como se só houvesse vapor de gasolina dentro do tanque. Mas como sou um cara de muita sorte, tive princípio de pane seca a alguns metros do posto de gasolina. (não foi a primeira e espero também não ser a última se estiver na frente do posto rs). A moto morreu seca. Inclinei a moto para a esquerda, liguei com as últimas gotas e entrei no posto. Taí uma coisa que sempre quis saber ao certo:
(Pane seca - Acre - Brasil)
Cabem 19,15 litros de gasolina no tanque da Softail! Antes eu rodava contando com 17 litros, agora ganhei mais 2. Algo me diz que era melhor não saber disso.
Aqui em Rondônia a paisagem começa a mudar, as muitas árvores dão lugar a hidrelétricas e linhas de alta voltagem. O que sobrou da selva parece não resistir:
(BR 364 - Rondônia - Brasil)
E a pecuária tomando o seu espaço:
(BR 364 - Rondônia - Brasil)
Vim me esquivando das diversas carretas que realizam ultrapassagem sem respeitar o motociclista na mão contrária. São uns retardados pois aqui não tem acostamento! Bom, eu também fazia minhas ultrapassagens. A diferença é que estou de moto, e ganho velocidade muito mais rapidamente para uma ultrapassagem segura:
(BR 364 - Rondônia - Brasil)
Enrolei o cabo até chegar em Cacoal, capital do café, onde tive uma surpresa:
(Cacoal - Rondônia - Brasil)
Sim meus punhos saíram nas minhas mãos. Que merda! Acho que enrolei o cabo demais ou a grande variação de temperatura dos dias anteriores. Ou o calor infernal que estava fazendo, descolou e só sobrou o cano suporte dos cabos de acelerador e retorno. Fazer o que, o jeito é continuar assim mesmo.
Atravessei o que faltava do estado de Rondônia sem os punhos, acelerando no cotoco de plástico. Pelo menos o por-do-sol foi magnífico, e muitas araras sobrevoavam a rodovia:
(BR 364 - Rondônia - Brasil)
Dentre elas um casal de Arara Azul. Já tinha visto algumas em Bonito - MS, mas foi a primeira vez assim sobrevoando uma estrada. A natureza ainda resiste.
Parada em Vilhena, quase divisa com Mato Grosso. Se continuar atravessando um estado por dia consigo realizar o planejado.