Imigração no Brasil

A imigração consiste no processo de mudança de país como local de residência. Pode ser voluntária, ligada a aspirações de melhoria das condições econômicas ou de oportunidades de ascensão social, ou coercitiva, como a que ocorreu durante o Brasil colonial, com os negros escravizados.A imigração, no sentido moderno, teve início em 1808, quando D. João VI permitiu aos estrangeiros a posse da terra. O maior afluxo ocorreu entre 1891 e 1900, quando o aumento demográfico do país foi de 41%. No sul do país ocorreram correntes imigratórias incentivadas pelo Império, para a ocupação de terras devolutas, que deveriam ser ocupadas para garantir as fronteiras do país.A presença de imigrantes gerou mudanças na vida do país pela introdução de novos produtos e novas técnicas de trabalho da terra, bem como de nova forma de partilhá-la (pequena propriedade) e de usá-la (economia de consumo). Foram também instaladas pequenas indústrias domésticas na área têxtil, de cerâmica e do couro. Foi significativa a vinda de alemães, austríacos, eslavos, espanhóis e italianos, sírios e libaneses além de japoneses.

Em 1818 chegaram colonos suíços, fundando a cidade de Nova Friburgo, no Rio de Janeiro.

Alemães e italianos

Em 1824, problemas políticos e econômicos, na Alemanha, causaram a vinda dos primeiros imigrantes alemães que se fixaram no Rio Grande do Sul e depois em Santa Catarina e no Espírito Santo. O fluxo migratório foi interrompido a partir de 1870, com a unificação da Alemanha.

Ao longo da segunda metade do século XIX e no século XX imigrantes italianos deslocaram-se para São Paulo para o trabalho na lavoura do café. Chegaram ao Brasil a partir de 1875, vindos principalmente do norte, estabelecendo-se, primeiramente, no Rio Grande do Sul, na região serrana e, posteriormente, em Santa Catarina. Com a introdução de novas técnicas originaram centros industriais metalúrgicos, têxteis, vinícolas e de couro que até hoje caracterizam a região.

Em São Paulo a origem da imigração foi iniciativa dos cafeicultores necessitados de mão-de-obra, no momento em que foi deflagrado o processo cafeeiro no oeste paulista (sistema de colonato). Iniciado o processo de industrialização, na terceira década do século, os italianos procuraram as cidades, participando desse processo como mão-de-obra e como investidores.

Japoneses

Imigrantes japoneses, também, vieram entre 1920 e 1940 para a economia cafeeira por iniciativa do governo brasileiro e do governo japonês. Hoje a maior concentração japonesa é na cidade de São Paulo.

A presença japonesa ainda é significativa nas atividades agrícolas, principalmente, na periferia das cidades, no vale do Ribeira e na Alta Paulista (batatas, tomates, chá, frutas). Presentes na Amazônia desde 1928, ali introduziram a juta.

Outros imigrantes

Sírios e libaneses caracterizaram sua atividade econômica como mascates em todo o país. Na Amazônia dominaram o comércio da borracha na primeira metade do século. A presença holandesa no Brasil data de 1940 com a fundação em São Paulo da colônia Holambra e no Rio Grande do Sul da colônia Não-me-toque. Tchecos, poloneses, russos e ucranianos, pouco numerosos, instalaram-se, principalmente, no Paraná.

Na década de 60 começou a entrada dos coreanos e na de 70 dos latino-americanos fugidos das intolerâncias políticas nos seus países de origem geralmente causadas por governos militares.

Informações numéricas

As décadas em que entrou maior número de pessoas foram: 1804-1813 (1.006.617), 1884-1893 (883.668) e 1894-1903 (862.100). Em 1934 o Estado Novo limitou a imigração, fixando quotas anuais. Entre 1934-1943 entraram apenas 197.238 imigrantes e, entre 1974-1983 o Brasil recebeu 62.302 pessoas.

Não obstante, na década de 80, com o agravamento da crise econômica brasileira, o fluxo imigratório inverteu-se, o país deixou de receber imigrantes e deu início à emigração, principalmente para os Estados Unidos, Portugal e Japão.(1)

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(1) "Imigração no Brasil", Enciclopédia® Microsoft® Encarta 99. © 1993-1998 Microsoft Corporation. Todos os direitos reservados.