No seu primeiro dia de aula, provavelmente na segunda fase do ensino fundamental, um professor de História entrou em sala para discutir a importância do estudo dessa matéria. Tal discussão, sem dúvida, é importante. Afinal, as questões e modos de se investigar o passado nessa nova fase do ensino passam a ser mais complexas e você, enquanto indivíduo em formação, já se mostra tentado a levantar algumas questões mais profundas sobre o que aconteceu no passado.
Sabemos que muitos por aí aprenderam que a História é importante para que não cometamos os mesmos erros do passado, para que tenhamos a oportunidade de organizar o agora e o porvir de modo mais seguro. Sob tal perspectiva, o estudo dos fatos consumados teria um valor estratégico. Em outras palavras, essa ideia sugere que a análise e a crítica do passado determinam o alcance de um futuro livre das mazelas que um dia nos afligiu.
De fato, ao observar esse tipo de uso para o passado, somos tentados a romantizar a História como ferramenta indispensável ao progresso. Contudo, seria mesmo correto dizer que a compreensão do passado garante verdadeiramente uma sociedade ou uma civilização mais aprimorada? Se assim fosse, toda a mazela que a Primeira Guerra Mundial trouxe para a Europa incutiria a “lição” de que uma Segunda Guerra Mundial não deveria acontecer. Mas não foi bem assim que as coisas se deram, não é?
Percebendo esse tipo de incoerência é que temos a chance de intuir que a História não tem essa missão salvadora de alertar ao homem sobre os erros que ele não pode cometer novamente. Na verdade, antes de acreditar que as sociedades e civilizações já cometeram um mesmo equívoco duas vezes, devemos entender que esses homens que são objetos de estudo do passado não pensam, sentem, acreditam ou sonham da mesma forma através dos dias, anos, décadas, séculos e milênios.
Sendo assim, a noção de progresso atribuída à História deve ser abandonada em favor de uma investigação dos valores, das relações sociais, conflitos e outros vestígios que nos mostram a transitoriedade e a mutação dos contextos em que os fatos históricos são consumados. É desse justo modo que passamos a entender que o homem e as sociedades que lutaram e sofreram na Primeira Guerra Mundial não são exatamente os mesmos que surgiram no cenário da Segunda Guerra Mundial.
Feita essa reflexão, não devemos chegar ao ponto de pensar que os contextos e períodos em que a História decorre são radicalmente distintos entre si. De uma época para outra, podemos notar que as sociedades não abandonam seu antigo modo de agir para incorporar uma postura completamente inovadora. Em cada período é necessário reconhecer as continuidades e descontinuidades que mostram a força que o passado possuiu enquanto referencial importante na formação dos indivíduos e das coletividades.
Ao realizar esses apontamentos, não devemos acreditar que o passado não passa de um jogo caótico controlado por jogadores (no caso, os homens) que não sabem definir suas próprias regras. Antes disso, é muito mais interessante notar que esse jogo tem feições múltiplas e que as formas de reconhecer a natureza de suas regras podem se transformar de acordo com a forma que olhamos para o passado.
Sendo assim, a investigação do passado se transforma em um grande debate em que cada interessado tem a oportunidade de mostrar uma riqueza inédita sobre um mesmo tema. Na medida em que isso acontece, não só temos a chance de pensar sobre aquilo que o homem já fez, mas também temos uma maneira curiosa, mesmo que seja pela completa diferença, de debater os nossos valores e questionar o agora com os “olhos” de nossos antepassados.
Por Rainer Sousa
Mestre em História
SOUSA, Rainer Gonçalves. "Afinal, para que serve a História?"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/historia/afinal-para-que-serve-historia.htm. Acesso em 07 de fevereiro de 2021.
Renascimento Comercial e Urbano e Formação da Monarquias Nacionais
Renascimento Comercial e Urbano
O auge do feudalismo aconteceu durante a Alta Idade Média. A partir do século XI, tudo mudou. O comércio ganhou novo impulso e as cidades cresceram. Do século XI ao XIII, a Europa Ocidental viveu um período de relativa paz. Entre os fatores que contribuíram para isso, destacam-se:
•O desenvolvimento agrícola: com a ocupação de novas áreas, surgimento de novas culturas e o aperfeiçoamento das técnicas agrícolas que aumentaram a produtividade;
•O crescimento populacional: devido a uma época de relativa paz, já que os ataques de um reino a outro haviam diminuído bastante. Essa queda no número de conflitos foi responsável por um considerável aumento populacional. Em 300 anos a população da Europa cresceu de 8 milhões para 26 milhões de habitantes. Isso gerou um excedente populacional, que começou a necessitar de mais espaço e a expandir-se para fora dos feudos;
•Surgimento de uma nova classe social: comerciantes, negociantes e artesãos que viviam constantemente de um lugar a outro, fixaram residências em volta dos feudos onde surgiram vilas cercadas por muralhas chamadas de burgos. Os habitantes dos burgos passaram a ser conhecidos como burgueses e ao longo dos séculos, essa denominação passou a denominar os comerciantes e os homens ricos (burguesia);
•Renascimento das cidades: com o aumento demográfico na Europa, a população dos burgos foi crescendo também. Isso se dava porque muitos servos acabavam por fugir dos feudos para escapar das imposições da relação servil. Ou ainda, porque aqueles servos que mais causavam problemas aos seus senhores eram expulsos de suas terras, indo engrossar a população das vilas. Assim, essas pequenas localidades começaram a crescer e se tornar importantes concentrações de trabalhadores livres e comerciantes, onde passaram a ser organizadas feiras permanentes, como as feiras de Champagne (França), Flandres (Bélgica), Gênova e Veneza (Itália) e Colônia e Frankfurt (Alemanha);
•As Corporações de Ofício: o aumento da liberdade política e econômica foi propiciando o aprimoramento do trabalho urbano. Os artesãos, que faziam os produtos consumidos pelos europeus, passaram a ser organizar em entidades para além de suas cidades. Para isso, formaram as guildas e as corporações de ofício. As corporações tinham como objetivo defender os interesses dos artesãos, regulamentar o exercício da profissão e controlar o fornecimento do produto. Elas também dirigiam o ensino artesanal, que se dividia em três estágios: aprendiz, oficial e mestre;
•Cruzadas: com a justificativa de expulsar os muçulmanos da Terra Santa onde havia perseguição aos cristãos que visitavam o lugar onde Jesus Cristo viveu, a Igreja Católica convocou os cristãos europeus a formar expedições militares para combater os “infiéis”. Entre os séculos XI e XIII, graças ao apoio de nobres, desejosos de formar reinos aumentando seus lucros e uma grande massa de desocupados urbanos que se formavam, foram realizadas 8 cruzadas quase todas elas se constituindo em um enorme fracasso e perda de milhares de vidas. No entanto essas expedições que atravessaram o continente europeu cruzaram os mares e chagaram a outros continentes, possibilitando também a abertura de novas rotas comerciais e contato com outros povos e culturas.
O término das Cruzadas contra os muçulmanos coincidiu com o início de uma série de crises, que indicavam o esgotamento do feudalismo. Essas crises dos séculos da depressão (XIV e XV) foram a crise econômica com a queda da produção agrícola gerando fome, a peste negra que matou um terço da população europeia, a crise religiosa dentro da igreja Católica que chegou a ter dois papas e a crise política com conflitos internos entre os senhores feudais, causando grande insegurança que prejudicava as atividades comerciais e também guerras entre nações como a guerra dos cem anos entre a Inglaterra e a França.
Formação das Monarquias Nacionais
As crises do fim da era Medieval (econômica, política e religiosa) provocaram a dissolução do sistema feudal. A terra deixou de ser a única fonte de riqueza.
O comércio se expandia a burguesia, que era a classe social ligada ao comércio, tornou-se cada vez mais rica e poderosa, com isso ela precisava de uma nova organização política que fosse capaz de acabar com as intermináveis guerras da nobreza feudal, que diminuísse a quantidade de impostos sobre as mercadorias cobrados pelos senhores feudais e que reduzisse o grande número de moedas que atrapalhavam seus negócios.
Por isso, a burguesia passou a contribuir para o fortalecimento da autoridade dos reis, contribuindo financeiramente na construção de monarquias nacionais capazes de formar governos estáveis e ordeiros.
O elemento cultural que mais influenciou o sentimento nacionalista foi o idioma. Falado pelo mesmo povo, o idioma servia para identificar as origens, tradições e costumes comuns de uma nação.
Cada estado foi definido suas fronteiras políticas, estabelecendo os limites territoriais de cada governo nacional, surgindo a noção de soberania, pela qual o soberano (governante) tinha o direito de fazer valer as decisões do Estado perante os súditos.
Para garantir as decisões do governo soberano, foi preciso a formação de exércitos permanentes, controlados pelos reis (soberano).
Com a formação moderna, diversos reis passaram a exercer autoridade nos mais variados setores: organizavam os exércitos, que ficava sobre o seu comando, distribuíam a justiça entre seus súditos, decretavam leis e arrecadavam tributos. Toda essa concentração de poder passou a ser denominado Absolutismo Monárquico.
Estados Absolutistas europeus foram: Os principais
•Portugal: surgiu como um reino independente em 1139. Seu primeiro rei foi D. Afonso Henrique, da dinastia de Borgonha. Por muito tempo, os portugueses viveram envolvidos na luta pela expulsão dos mouros, que só aconteceu em 1249 com a conquista de Algarves (sul de Portugal);
•Inglaterra: o absolutismo inglês teve início após a Guerra das Duas Rosas entre as famílias York e Lancaster onde o Lancaster Henrique Tudor com o apoio da burguesia venceu e tomou o poder. Fundador da dinastia Tudor, Henrique VII (1485-1509) inaugurou a era dos reis absolutistas ingleses. Seu filho Henrique VIII foi o que exerceu o poder mais absoluto entre todos os monarcas ingleses. Já sua neta Elisabete I, foi a última rainha soberana incontestável;
•Espanha: em 1469 aconteceu o casamento da rainha Isabel de Castela com o rei Fernando de Aragão. Unificado, o reino espanhol reuniu forças para completar a expulsão dos mouros e, com a ajuda da burguesia, lançar-se às grandes navegações marítimas. O absolutismo espanhol atingiu seu apogeu com a dinastia Habsburgo e o rei Felipe II;
•França: o processo de centralização política francesa iniciou-se com o rei Felipe II no século XII. Usando os conflitos contra os ingleses pelo controle do norte da França, este monarca conseguiu formar um grande exército sustentado pelos impostos cobrados ao longo do território nacional. Durante o governo do rei Luís IX, o poderio real foi ampliado com a criação de instituições jurídicas subordinadas às leis nacionais e a economia comercial se fortaleceu com a instituição de uma única moeda nacional. No governo de Felipe IV o belo, foi criada a Assembleia dos Estados Gerais para reafirmar o poder político real. Mas a guerra dos Cem Anos com a Inglaterra enfraqueceu o poder real e somente a partir de 1453, o rei Carlos VII concluiu o processo de expulsão dos britânicos do território francês e passou a comandar com amplos poderes. Com o apoio dos grandes burgueses, centralizou o governo nacional, criou novos impostos e financiou a instituição de um exército permanente. A partir de então, a França tornou-se o exemplo máximo do absolutismo real europeu.
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Renascimento: Características e Contexto Histórico
O Renascimento foi um movimento cultural, econômico e político, surgido na Itália no século XIV e se estendeu até o século XVII por toda a Europa.
Inspirado nos valores da Antiguidade Clássica e gerado pelas modificações econômicas, o Renascimento reformulou a vida medieval, e deu início à Idade Moderna.
Origem do Renascimento
O termo Renascimento foi criado no séc. XVI para descrever o movimento artístico que surgiu um século antes. Posteriormente acabou designando as mudanças econômicas e políticas do período também e é muito contestado hoje em dia.
Afinal, as cidades nunca desapareceram totalmente e os povos não deixaram de comercializar entre si, nem de usar moeda. Houve, sim, uma diminuição dessas atividades durante a Idade Média.
Observamos, porém, que na Península Itálica várias cidades como Veneza, Gênova, Florença, Roma, dentre outras, se beneficiaram do comércio com o Oriente.
Estas regiões se enriqueceram com o desenvolvimento do comércio no Mar Mediterrâneo dando origem a uma rica burguesia mercantil. A fim de se afirmarem socialmente, estes comerciantes patrocinavam artistas e escritores, que inauguraram uma nova forma de fazer arte.
A Igreja e nobreza também foram mecenas de artistas como Michelangelo, Domenico Ghirlandaio, Pietro della Francesa, entre muitos outros.
Cultura renascentista
Destacamos cinco características marcantes da cultura renascentista:
Racionalismo - a razão era o único caminho para se chegar ao conhecimento, e que tudo podia ser explicado pela razão e pela ciência.
Cientificismo - para eles, todo conhecimento deveria ser demonstrado através da experiência científica.
Individualismo – o ser humano buscava afirmar a sua própria personalidade, mostrar seus talentos, atingir a fama e satisfazer suas ambições, através da concepção de que o direito individual estava acima do direito coletivo.
Antropocentrismo - colocando o homem como a suprema criação de Deus e como centro do universo.
Classicismo – os artistas buscam sua inspiração na Antiguidade Clássica greco-romana para fazer suas obras.
Uso da perspectiva: tridimensionalidade, criação de planos e cenários na composição da obra;
Uso da geometria: referência a formas geométricas para distribuir as figuras na cena retratada;
Contraste entre luz e sombra: criação de pontos luminosos e obscuros na cena retratada, a serviço da tridimensionalidade e, também, do percurso do olhar de quem aprecia;
Ponto de fuga: ponto central de onde parte a composição. Elenca o principal elemento da pintura e direciona o olhar. Cria planos.
O Humanismo renascentista
O humanismo foi um movimento de glorificação do homem e da natureza humana, que surgiu na nas cidades da Península Itálica em meados do século XIV.
O homem, a obra mais perfeita do Criador, era capaz de compreender, modificar e até dominar a natureza. Por isso, os humanistas buscavam interpretar o cristianismo, utilizando escritos de autores da Antiguidade, como Platão.
A religião não perdeu importância, mas foi questionada e daí surgiram novas correntes cristãs como o protestantismo.
O estudo dos textos antigos, igualmente, despertou o gosto pela pesquisa histórica e pelo conhecimento das línguas clássicas como o latim e o grego.
Desta forma, o humanismo se tornou referência para muitos pensadores nos séculos seguintes, como os filósofos iluministas do século XVII.
Renascimento literário
O Renascimento deu origem a grandes gênios da literatura, entre eles:
Dante Alighieri: escritor italiano autor do grande poema "Divina Comédia".
Maquiavel: autor de "O Príncipe", obra precursora da ciência política onde o autor dá conselhos aos governadores da época.
Shakespeare: considerado um dos maiores dramaturgos de todos os tempos. Abordou em sua obra os conflitos humanos nas mais diversas dimensões: pessoais, sociais, políticas. Escreveu comédias e tragédias, como "Romeu e Julieta", "Macbeth", "A Megera Domada", "Otelo" e várias outras.
Miguel de Cervantes: autor espanhol da obra "Dom Quixote", uma crítica contundente da cavalaria medieval.
Luís de Camões: teve destaque na literatura renascentista em Portugal, sendo autor do grande poema épico "Os Lusíadas".
Renascimento artístico
Os principais artistas do renascimento foram:
Leonardo da Vinci: Matemático, físico, anatomista, inventor, arquiteto, escultor e pintor, ele foi o esteriótipo do homem renascentista que domina várias ciências. Por isso, é considerado um gênio absoluto. A Mona Lisa e A Última Ceia são suas obras primas.
Rafael Sanzio: foi um mestre da pintura e famoso por saber transmitir sentimentos delicados através de suas imagens de Nossa Senhora. Uma de suas obras mais perfeitas é a Madona do Prado.
Michelangelo: artista italiano cuja obra foi marcada pelo humanismo. Além de pintor foi um dos maiores escultores do Renascimento. Entre suas obras destacam-se a Pietá, David, A Criação de Adão e O Juízo Final. Também foi o responsável por pintar o teto da Capela Sistina.
Renascimento científico
O Renascimento foi marcado por importantes descobertas científicas, notadamente nos campos da astronomia, da física, da medicina, da matemática e da geografia.
O polonês Nicolau Copérnico, que negou a teoria geocêntrica defendida pela Igreja, ao afirmar que "a Terra não é o centro do universo, mas simplesmente um planeta que gira em torno do Sol".
Galileu Galilei descobriu os anéis de Saturno, as manchas solares, os satélites de Júpiter. Perseguido e ameaçado pela Igreja, Galileu foi obrigado a negar publicamente suas ideias e descobertas.
Na medicina os conhecimentos avançaram com trabalhos e experiências sobre circulação sanguínea, métodos de cauterização e princípios gerais de anatomia.
Renascimento comercial
Todas essas inovações só foram possíveis graças ao crescimento comercial que houve na Idade Média.
Quando as colheitas eram boas e sobravam alimentos estes eram vendidos em feiras itinerantes. Com o incremento comercial, os vendedores passaram a se fixar em determinados locais que ficou conhecido como burgo. Assim, quem morava no burgo foi chamado de burguês.
Nas feiras era mais fácil usar moedas do que o sistema de trocas. No entanto, como cada feudo tinha sua própria moeda ficava difícil saber qual seria o valor correto. Dessa forma, surgiram pessoas especializadas na troca de moeda (câmbio), outras em fazer empréstimos e garantir pagamentos e que é a origem dos bancos.
O dinheiro, então, passou a ser mais valorizado do que a terra e isso inaugurou uma nova forma de pensar e se relacionar em sociedade onde tudo seria medido pela quantidade de dinheiro que custava.
https://www.todamateria.com.br/renascimento-caracteristicas-e-contexto-historico/
Centro de Mídias - Aula de História 2º ano - 03/03 - O Renascimento: contexto e suas manifestações nas ciências
Renascimento nas artes - Desenvolvimento cultural na Idade Moderna
Sob a influência das ideias humanistas, o Renascimento floresceu na Europa ocidental. O desenvolvimento renascentista não foi homogêneo em todas as regiões. Variou de um lugar para o outro, mas seu maior esplendor aconteceu na Itália, em especial na cidade de Florença, mas também na região de Flandres e na Alemanha. De modo geral, eram localidades em que o comércio fez surgir uma burguesia rica, que se dispôs a financiar a produção artística e intelectual da época.
Famílias de mercadores-banqueiros, os próprios reis, ou então a Igreja, contratavam os melhores artistas para fazerem em suas cidades suntuosos edifícios, palácios, igrejas, estátuas, pinturas ou até mesmo para produzirem obras de arte em suas residências. Conhecidos como mecenas (referência a um patrocinador das artes na Roma antiga), essas pessoas tornaram-se protetoras da produção cultural renascentista, garantindo o sustento desses artistas.
Em Florença, por exemplo, os Médici eram a família mais rica da cidade. A fortuna deles iniciara-se graças à atividade do banqueiro Cosimo di Médici (1389-1464). Ele fundou uma academia dedicada aos estudos da filosofia de Platão e foi responsável pelo sustento de escultores, pintores e arquitetos que transformaram Florença em uma verdadeira obra de arte a céu aberto.
De modo geral, pode-se dizer que o Renascimento ocasionou uma imensa renovação nos mais variados campos do conhecimento e produziu artistas, pensadores, cientistas cujos trabalhos influenciaram toda a produção intelectual dos séculos seguintes.
Segunda fase do Renascimento.
O século 15, os anos Quatrocentos, compreende a segunda fase do Renascimento. Trata-se de um período marcado por um maior desenvolvimento das artes em geral e do comércio. Nesse século, por exemplo, aconteceram as grandes navegações, devido às necessidades de se encontrarem rotas marítimas fora do Mediterrâneo. Num ímpeto comercial extraordinário, portugueses e espanhóis conquistaram o Atlântico, abrindo caminho para a Índia e para o Novo Mundo.
A arquitetura, a literatura e as artes plásticas se irradiaram da Itália para os outros países europeus. Ao norte, em Flandres, destacaram-se pintores que retrataram o cotidiano da alta burguesia. O exemplo mais famoso é o quadro que mostra o casal Arnolfini, de autoria de Jan Van Eyck (1395?-144l), um dos precursores da pintura a óleo, que substituiu muitas das técnicas anteriores e se tornou uma das formas de pintura mais sofisticadas, até nossos dias. Também na Alemanha surgiram nomes de destaque, como Albrecht Duhrer (1471-1528), que retratou em sua obra o declínio do feudalismo.
Expansão do movimento renascentista.
Maquiavel, em sua obra "O Príncipe", descreveu o modelo do governante perfeito, lançando as bases da ciência política. Também foi autor do livro "História de Florença", no qual, juntando informações históricas com reflexões políticas, aborda alguns dos acontecimentos mais marcantes da cidade que se transformou em símbolo do Renascimento.
Thomas Morus escreveu "Utopia", obra na qual idealizou uma cidade perfeita em que vivem harmoniosamente governantes e governados. Com essa idealização, o autor inglês, na verdade, estava fazendo uma profunda crítica à sociedade de seu tempo, principalmente contra os detentores do poder.
Rabelais (1494-1533) foi um dos escritores mais populares do período. Com as divertidas histórias dos gigantes Gargântua e Pantagruel, o autor satirizou com muita ironia e argúcia a igreja, a superstição e a represd são que dela se originavam. Outro romancista que se consagrou nesse período foi o espanhol Miguel de Cervantes (1547-1616). Em sua obra mais importante, "Dom Quixote dela Mancha", escrita entre 1605 e 1616, o autor não apenas satirizou os romances de cavalaria, que faziam grande sucesso na época, como também discutiu as agruras da alma humana.
Evolução filosófica.
No campo da filosofia, Montaigne (1533-1592) propunha o ceticismo como método, afirmando que a dúvida é uma atitude necessária diante de tudo, pois impede o fanatismo e desenvolve a tolerância, mostrando que ninguém é dono da verdade. Em termos, formais, sua obra também traz inovações: o "ensaio", um gênero que rompe com o rigor lógico das dissertações filosóficas.
Também no plano filosófico, deve-se destacar o nome de Erasmo de Roterdã (1466-1536), humanista holandês que conciliou os novos valores com o cristianismo e criticou a postura retrógrada da igreja no livro "Elogio da Loucura". Suas formulações teóricas, no entanto, acabaram desagradando tanto aos católicos quanto aos adeptos da Reforma religiosa.
Em Portugal o Renascimento daria provas de sua fertilidade. Com Gil Vicente (c. 1465-1537) seriam lançadas as bases da dramaturgia em língua portuguesa. O autor escreveu diversos autos, entre os quais se destacam "O Auto das Barcas" e "A Farsa de Inês Pereira". O poeta Sá de Miranda (1481-1558), voltando da Itália, introduziu em seu país o novo estilo que foi brilhantemente manejado por Luís de Camões (1527-1580), em especial em sua monumental epopeia "Os Lusíadas", que reflete o esplendor e a miséria da expansão portuguesa, ao mesmo tempo que narra toda a história do país, mesclando mito e realidade.
Na Inglaterra, William Shakespeare (1564-1616), adotando as medidas poéticas italianas e adaptando o soneto ao seu idioma, também se imortalizou como dramaturgo genial, produzindo tragédias, refletindo a miséria e a grandeza da condição humana. Entre suas principais obras sobressaem "Hamlet" e "Macbeth", embora ele tenha ficado mais popular com a tragédia "Romeu e Julieta".
Declínio do período renascentista
Em fins do século 16, entretanto, as obras artísticas ou filosóficas já revelavam certas diferenças estilísticas em relação àquelas que se convencionou chamar de renascentistas, e refletiam mudanças em curso no plano sociopolítico. O Renascimento começava então a desaparecer.
Entre as principais causas desse desaparecimento está o fato de que parte da Igreja, acomodando-se ao modo de vida capitalista, rompeu com o retrógrado clero romano, promovendo diversas reformas religiosas que originaram novas igrejas cristãs. A partir daí, a Europa dividida entre católicos e protestantes tornou-se um continente em crise, onde predominam o obscurantismo, o fanatismo, as guerras religiosas e as fogueiras da Santa lnquisição. Nesse terreno árido, de medo e de incerteza, o Renascimento perdeu o equilíbrio e a harmonia que o fizeram florescer.
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Não esqueçam das questões no aplicativo do Centro de Mídias ( para validar a presença )
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2º bimestre
Reforma Religiosa e Contrarreforma
Você sabia que a Igreja Católica já foi muito maior e mais poderosa do que é hoje? Pois é, ainda seria não fossem os processos de Reforma e Contrarreforma, ocorridos durante e após o Renascimento.
Vamos com calma porque neste texto vamos explicar tudo direitinho, para que você possa arrebentar no Enem, passando pelos seguintes tópicos:
O que foi a Reforma e Contrarreforma;
Saiba o que foi a Reforma Protestante;
O que foi a Contrarreforma;
Contrarreforma: inquisição.
Pronto para mais esta jornada? Então, vamos lá que temos muito que aprender.
O que foi a Reforma e Contrarreforma?
A Reforma foi um movimento europeu de criação de novas igrejas e credos religiosos, em oposição aos dogmas católicos.
Já a Contrarreforma foi a resposta da Igreja Católica contra estes movimentos, que ameaçavam diminuir seu número de fiéis, sua influência política e, principalmente, sua riqueza.
Em cada país, a disputa entre Reforma e Contrarreforma aconteceu de forma diferente e em algumas regiões, como em Roma, sede da Igreja Católica Apostólica, sequer houve um movimento importante de Reforma.
Enquanto em lugares como Inglaterra, Suíça, e, principalmente, no Sacro Império Romano-Germânico (a Alemanha como conhecemos hoje, não existia ainda), tivemos os principais movimentos reformistas.
Sendo assim, precisamos separar os acontecimentos nestas três regiões, para que tudo fique claro sobre as principais reformas religiosas.
Saiba o que foi a Reforma Protestante
Os primeiros pontos que precisamos destacar são os motivos para que tantos religiosos europeus quisessem reformar a Igreja, porque é isso que explica o que foi a Reforma Protestante.
Por volta do século XV (anos 1400), com o desenvolvimento das grandes navegações e o renascimento comercial, começou a se estabelecer uma nova classe social, que enriquecia nestas novas atividades.
Esta classe, chamada de burguesia, incluía banqueiros e grandes comerciantes. Ao enriquecer, se colocavam contra a Igreja Católica por alguns motivos principais:
Pecado da usura: para o catolicismo, o enriquecimento era pecado, mas a própria Igreja possuía terras e, principalmente, enriquecia cobrando indulgências (doações como forma de se redimir dos pecados).
O crescimento do pensamento científico: conforme o conhecimento científico se desenvolvia, as sociedades europeias passavam a discutir os fundamentos da própria fé, procurando novas formas de se relacionar com a ideia de Deus.
A influência política da Igreja Católica: o catolicismo dominou a Europa durante toda a Idade Média, tendo muita influência sobre a organização política e social das nações. As reformas religiosas pretendiam alterar este quadro.
Por outro lado, cada um dos Estados principais teve particularidades em seu movimento de reforma. Vejamos quais foram.
Luteranismo
No início do século XVI (anos 1500), no antigo Sacro Império Romano-Germânico, Martinho Lutero desenvolveu suas famosas 95 teses contra a Igreja Católica. Entre elas, duas são mais importantes para o nosso conhecimento:
Condenação da prática das indulgências;
Condenação da veneração de imagens e figuras sagradas que não fossem o próprio Deus.
As indulgências eram uma das principais fontes de renda da Igreja e, pior, se a humanidade deveria venerar apenas a Deus, o próprio Papa perdia seu caráter sagrado.
Por isso, Lutero foi convocado, em 1521, a se retratar perante a Igreja, desmentindo suas teses. No entanto, ele se manteve firme e, pouco depois, ajudou a disseminar o protestantismo pela Europa, ao demonstrar que era possível se opor ao poder do papado.
Calvinismo
Com o luteranismo crescendo no norte da Europa, vários teólogos europeus começaram a propagar ideias reformistas mais ou menos baseadas nas teses de Lutero.
Um destes teólogos foi o francês João Calvino, que pregando na Suíça, propôs a chamada tese da predestinação.
Para ele, os homens já nasciam destinados a serem salvos ou não, ou seja, eram escolhidos por Deus. O enriquecimento, através do trabalho honesto e justo, servia como prova desta predestinação.
Em outras palavras, não havia porque pagar indulgências para a Igreja Católica e, assim, as ideias de Calvino em conjunto com outros teólogos deram origem ao calvinismo, que se espalhou por vários países europeus, incluindo França, Escócia, Países Baixos, Portugal e Espanha, além da própria Inglaterra.
Anglicanismo
O anglicanismo foi um movimento um pouco diferente das demais reformas religiosas, porque se tratava de um movimento do Estado inglês.
No século XVI, o rei Henrique VIII solicitou a permissão do Papa para anular seu casamento. Como o pedido foi negado, o rei iniciou a reforma inglesa, contando com características singulares:
Aliança da nobreza contra a Igreja Católica;
Desapropriação das terras da Igreja Católica, com a posse passando para o Estado e a nobreza;
A nova Igreja Anglicana fundada pelo próprio Estado inglês.
A base teológica do anglicanismo é similar ao luteranismo e ao calvinismo, mas o fato de ser uma reforma patrocinada pelo Estado, conferiu a esta corrente religiosa um grande poder.
Porém, como estamos falando de Reforma e Contrarreforma, precisamos ver qual foi a resposta da Igreja Católica contra estes movimentos que ameaçavam sua existência.
O que foi a Contrarreforma
Com tantas reformas ocorrendo, era natural que houvesse uma Contrarreforma Católica, mas como seria esta nova reforma?
Como a história já mostrou, toda vez que ocorre uma disputa pelo poder, mesmo no campo religioso, raramente o desenvolvimento é pacífico.
Quem está sendo ameaçado, tende a lutar com unhas e dentes para manter sua posição, assim como quem tenta mudar as coisas, também não desiste.
Por isso, o movimento de Reforma e Contrarreforma gerou uma série de conflitos armados e massacres por toda a Europa, agravados a partir do momento em que a Igreja Católica resolveu perseguir os reformistas.
Para resumir as medidas da Contrarreforma Católica ao longo do século XVI, podemos destacar:
Criação dos jesuítas, considerados os “soldados da Igreja”: tinham a função de arrebanhar novos fiéis ao redor do mundo, como forma de compensar a perda de influência na Europa;
Concílio de Trento (1545 a 1563): reafirmação dos dogmas católicos, contra todos os movimentos reformistas;
Restauração da Inquisição: um tribunal permanente para julgamento dos reformistas. Um ponto importante que precisamos tratar separadamente.
Contrarreforma: Inquisição
A Inquisição teve seu grande momento no século XIII (anos 1200), mas durante a Contrarreforma Católica, os tribunais eclesiásticos voltaram a perseguir hereges e infiéis, conforme as disputas ocorriam por toda a Europa.
No entanto, é preciso lembrar que a Igreja já não tinha mais o mesmo poder de antes e, assim, as possibilidades da Inquisição estavam restritas, principalmente:
A proposta de excomunhão daqueles considerados hereges;
A criação de listas de livros proibidos.
Para encerrar, basta dizer que até hoje, passados séculos destes eventos, ainda vemos efeitos distantes, diluídos na sociedade moderna, em países como a Irlanda, por exemplo, onde católicos e protestantes mantém a disputa pela hegemonia social e política até hoje.
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Expansão Marítima Europeia
Juliana Bezerra
Professora de História
A expansão marítima europeia foi o período compreendido entre os séculos XV e XVIII quando alguns povos europeus partiram para explorar o oceano que os rodeava.
Estas viagens deram início ao processo da Revolução Comercial, ao encontro de culturas diferentes e da exploração do novo mundo, possibilitando a interligação dos continentes.
Expansão Ultramarina
As primeiras grandes navegações permitiram a superação das barreiras comerciais da Idade Média, o desenvolvimento da economia mercantil e o fortalecimento da burguesia.
A necessidade do europeu lançar-se ao mar resultou de uma série de fatores sociais, políticos, econômicos e tecnológicos.
A Europa saía da crise do século XIV e as monarquias nacionais eram levadas a novos desafios que resultariam na expansão para outros territórios.
Expansão Marítima Europeia
Rota das viagens
A Europa atravessava um momento de crise, pois comprava mais que vendia. No continente europeu, a oferta era de madeira, pedras, cobre, ferro, estanho, chumbo, lã, linho, frutas, trigo, peixe, carne.
Os países do Oriente, por sua vez, dispunham de açúcar, ouro, cânfora, sândalo, porcelanas, pedras preciosas, cravo, canela, pimenta, noz-moscada, gengibre, unguentos, óleos aromáticos, drogas medicinais e perfumes.
Cabia aos árabes o transporte dos produtos até a Europa em caravanas realizadas por rotas terrestres. O destino eram as cidades italianas de Gênova e Veneza que serviam como intermediárias para a venda das mercadorias ao restante do continente.
Outra rota disponível era pelo Mar Mediterrâneo monopolizada por Veneza. Por isso, era necessário encontrar um caminho alternativo, mais rápido, seguro e, principalmente, econômico.
Paralela à necessidade de uma nova passagem, era preciso solucionar a crise dos metais na Europa, onde as minas já davam sinais de esgotamento.
Uma reorganização social e política também impulsionava à busca de mais rotas. Eram as alianças entre reis e burguesia que formaram as monarquias nacionais.
O capital burguês financiaria a infraestrutura cara e necessária para o feito ao mar. Afinal, era preciso navios, armas, navegadores e mantimentos.
Os burgueses pagavam e recebiam em troca a participação nos lucros das viagens. Este foi um modo de fortalecer os Estados nacionais e submeter à sociedade a um governo centralizado.
No campo da tecnologia foi necessário o aperfeiçoamento da cartografia, da astronomia e da engenharia náutica.
Os portugueses tomaram a dianteira deste processo através da chamada da Escola de Sagres. Ainda que não fosse uma instituição do modo que conhecemos hoje, serviu para reunir navegadores e estudiosos sob patrocínio do Infante Dom Henrique (1394-1460).
Portugal
A expansão marítima portuguesa começou através das conquistas na costa da África e se expandiram para os arquipélagos próximos. Experientes pescadores, eles utilizaram pequenos barcos, o barinel, para explorar o entorno.
Mais tarde, desenvolveriam e construiriam as caravelas e naus a fim de poderem ir mais longe com mais segurança
A precisão náutica foi favorecida pela bússola e o astrolábio, vindos da China. A bússola já era utilizada pelos muçulmanos no século XII e tem como finalidade apontar para o norte (ou para o sul). Por sua vez, o astrolábio é utilizado para calcular as distâncias tomando como medida a posição dos corpos celestes.
Com tecnologia desenvolvida e a necessidade econômica de explorar o Oceano, os portugueses ainda somaram a vontade de levar a fé católica para outros povos.
As condições políticas eram bastante favoráveis. Portugal foi a primeira nação a criar um Estado-nacional associado aos interesses mercantis através da Revolução de Avis.
Em paz, enquanto outras nações guerreavam, houve uma coordenação central para as estimular e organizar as incursões marítimas. Estas seriam essenciais para suprir a falta de mão de obra, de produtos agrícolas e metais preciosos.
O primeiro sucesso português nos mares foi a Conquista de Ceuta, em 1415. Sob o pretexto de conquista religiosa contra os muçulmanos, os portugueses dominaram o porto que era o destino de várias expedições comerciais árabes.
Assim, Portugal estabeleceu-se na África, mas não foi possível interceptar as caravanas carregadas de escravos, ouro, pimenta, marfim, que paravam em Ceuta. Os árabes procuraram outras rotas e os portugueses foram obrigados a procurar novos caminhos para obter as mercadorias que tanto aspiravam.
Na tentativa de chegar à Índia, os navegadores portugueses foram contornando a África e se estabelecendo na costa deste continente. Criaram feitorias, fortes, portos e pontos para negociação com os nativos.
A essas incursões deu-se o nome de périplo africano e tinham o objetivo de obter lucro através do comércio. Não havia o interesse em colonizar ou organizar a produção de algum produto nos locais explorados.
Em 1431, os navegadores portugueses chegavam às ilhas dos Açores, e mais tarde, ocupariam a Madeira e Cabo Verde. O Cabo do Bojador foi atingido em 1434, numa expedição comandada por Gil Eanes. O comércio de escravos africanos já era uma realidade em 1460, com retirada de pessoas do Senegal até Serra Leoa.
Foi em 1488 que os portugueses chegaram ao Cabo da Boa Esperança sob o comando de Bartolomeu Dias (1450-1500). Esse feito constitui entre as importantes marcas das conquistas marítimas de Portugal, pois desta maneira se encontrou uma rota para o Oceano Índico em alternativa ao Mar Mediterrâneo.
Entre 1498, o navegador Vasco da Gama (1469-1524) conseguiu chegar a Calicute, nas Índias, e aí estabelecer negociações com os chefes locais.
Dentro deste contexto, a esquadra de Pedro Álvares Cabral (1467-1520), se afasta da costa da África a fim de confirmar se havia terras por ali. Desta maneira, chega nas terras onde seria o Brasil, em 1500.
Espanha
A Espanha unificou grande parte do seu território com a queda de Granada, em 1492, com a derrota do último reino árabe. A primeira incursão espanhola ao mar resultou na descoberta da América, pelo navegador italiano Cristóvão Colombo (1452-1516).
Apoiado pelos reis Fernando de Aragão e Isabel de Castela, Colombo partiu em agosto de 1492 com as caravelas Nina e Pinta e com a nau Santa Maria rumo a oeste, chegando à América em outubro do mesmo ano.
Dois anos depois, o Papa Alexandre VI aprovou o Tratado de Tordesilhas, que dividia as terras descobertas e por descobrir entre espanhóis e portugueses.
França
Através de uma crítica ao Tratado de Tordesilhas feita pelo rei Francisco I, os franceses se lançaram em busca de territórios ultramarinos. A França saía da Guerra dos Cem Anos (1337-1453), das lutas do rei Luís XI (1461-1483) contra os senhores feudais.
A partir de 1520, os franceses passaram a fazer expedições, chegando ao Rio de Janeiro e Maranhão, de onde foram expulsos. Na América do Norte, chegaram à região hoje ocupada pelo Canadá e o estado da Louisiana, nos Estados Unidos.
No Caribe, se estabeleceram no Haiti e na América do Sul, na Guiana.
Inglaterra
Os ingleses, que também estavam envolvidos na Guerra dos Cem Anos, Guerra das Duas Rosas (1455-1485) e conflitos com senhores feudais, também queriam buscar uma nova rota para as Índias passando pela América do Norte.
Assim, ocuparam o que hoje seria os Estados Unidos e o Canadá. Igualmente, ocuparam ilhas no Caribe como a Jamaica e Bahamas. Na América do Sul, se estabeleceram na atual Guiana.
Os métodos empregados pelo país eram bastante agressivos e incluía o estímulo à pirataria contra a Espanha, com a anuência rainha Elizabeth I (1558-1603).
Os ingleses dominaram o tráfico de escravos para a América Espanhola e também ocuparam várias ilhas no Pacífico, colonizando as atuais Austrália e Nova Zelândia.
Holanda
A Holanda se lançou na conquista por novos territórios a fim de melhorar o próspero comércio que dominavam. Conseguiram ocupar vários territórios na América estabelecendo-se no atual Suriname e em ilhas no Caribe, como Curaçao.
Na América do Norte, chegaram a fundar a cidade de Nova Amsterdã, mas foram expulsos pelos ingleses que a rebatizaram de Nova Iorque.
Igualmente, tentaram arrebatar o nordeste do Brasil durante a União Ibérica, mas foram repelidos pelos espanhóis e portugueses. No Pacífico, ocuparam o arquipélago da Indonésia e ali permaneceriam por três séculos e meio.
Consequências
As Grandes navegações contribuíram para uma radical transformação da visão da história da humanidade. Houve uma ampliação do conhecimento humano sobre a geografia da Terra e uma verdadeira Revolução Comercial, a partir da unificação dos mercados europeus, asiáticos, africanos e americanos.
A seguir, algumas das principais mudanças:
Decadência das cidades italianas.
Mudança do eixo econômico Âdo mar Mediterrâneo para o oceano Atlântico.
Formação do Sistema Colonial.
Enorme afluxo de metais para a Europa proveniente da América.
Retorno do escravismo em moldes capitalistas
Eurocentrismo, ou a hegemonia europeia sobre o mundo.
Processo de acumulação primitiva de capitais resultado na organização da formação social do capitalismo.
https://www.todamateria.com.br/expansao-maritima-europeia/
Juliana Bezerra
Bacharelada e Licenciada em História, pela PUC-RJ. Especialista em Relações Internacionais, pelo Unilasalle-RJ. Mestre em História da América Latina e União Europeia pela Universidade de Alcalá, Espanha.
Fonte: https://www.mundovestibular.com.br/estudos/historia/a-expansao-maritima-europeia/
Pioneirismo de Portugal nas Grandes Navegações
Veja abaixo as causas principais do pioneirismo de Portugal nas Grandes Navegações.
Introdução - período histórico
Portugal foi o pioneiro nas grandes navegações e descobrimentos marítimos dos séculos XV e XVI. Existem vários fatores políticos, econômicos, geográficos e tecnológicos capazes de explicar este fato. Este pioneirismo possibilitou a Portugal conquistar novas terras além-mar (exemplo: Brasil) e fazer uma nova rota marítima rumo às Índias, transformando este país numa grande potência econômica e marítima no século XVI.
Causas e fatores principais do pioneirismo português:
- A monarquia portuguesa, caracterizada pela centralização do poder, garantiu uma estabilidade política favorável ao desenvolvimento dos negócios da burguesia comercial. Este fator foi muito favorável ao desenvolvimento dos empreendimentos marítimo-comerciais em Portugal.
- Apoio da nobreza portuguesa às atividades náuticas a partir, principalmente, do início do século XV.
- Criação em Portugal da Escola de Sagres. Esta foi um centro de estudos náuticos de grande importância para o desenvolvimento das navegações portuguesas.
- Domínio português de técnicas de construção de caravelas e instrumentos de orientação náutica.
- Localização geográfica privilegiada de Portugal, com presença de litoral atlântico que favoreceu a navegação.
- Investimentos da burguesia portuguesa na navegação marítima, pois esta tinha interesses comerciais, principalmente voltados para o negócio lucrativo das especiarias.
- Ausência de conflitos internos e externos.
Por Jefferson Evandro Machado Ramos
Graduado em História pela Universidade de São Paulo - USP (1994).
O mercantilismo foi o conjunto de práticas econômicas adotado pelas nações europeias entre o século XV e o século XVIII. Essas práticas econômicas são consideradas pelos historiadores como o estágio de transição do modo de produção feudal para o modo de produção capitalista. Nesse sentido, é incorreto afirmar que o mercantilismo foi um sistema econômico, uma vez que não consistiu em um modo de produção, como o feudalismo e o capitalismo.
Um conjunto de práticas e ideias econômicas baseadas em princípios protecionistas.
Foi adotado pelas nações europeias durante o período das Grandes Navegações e da montagem do sistema colonial no continente americano. Por conta disso, muitas das práticas mercantilistas foram aplicadas pelos portugueses durante o período de colonização do Brasil. É importante considerar que o mercantilismo adotou características distintas de acordo com a realidade e a necessidade de cada país europeu.
O surgimento do mercantilismo, enquanto conjunto de práticas econômicas, está diretamente ligado ao fim do feudalismo e à formação dos Estados Nacionais Modernos. Por Estado Nacional Moderno, entende-se o conjunto de nações surgidas durante o processo de centralização do poder na figura do rei.
Alguns exemplos clássicos de Estados Nacionais Modernos foram Inglaterra, França, Espanha e Portugal, que surgiram com o poder centralizado na figura do rei. Junto do rei, surgiu todo um aparato burocrático responsável pela administração, em questões políticas, sociais, econômicas, da nação. O surgimento dos Estados Modernos apoiou-se diretamente no poder da burguesia na luta para pôr fim aos privilégios de parte da nobreza feudal.
O apoio à burguesia permitiu que essa classe investisse no desenvolvimento comercial e manufatureiro. Esse processo de desenvolvimento do comércio e da manufatura (embrião da indústria) apoiou-se também na intensa exploração colonial que aconteceu no continente americano. Por fim, o Estado Moderno que surgiu nesse período com o poder centralizado no rei assumiu o controle de questões relativas à economia como forma de garantir seus interesses e resolver entraves que impediam o fortalecimento do poder real.
Foi nesse contexto de forte intervenção do Estado na economia, de expansão do comércio mediante a exploração colonial e de crescimento das manufaturas que se consolidou uma série de práticas econômicas que recebeu o nome de mercantilismo. Como essas práticas econômicas são consideradas embrionárias ao capitalismo, alguns historiadores chamam o mercantilismo de capitalismo comercial.
O mercantilismo foi um conjunto de práticas aplicado pelas nações europeias de diferentes maneiras. Essa variação nas formas de se praticar o mercantilismo ocorreu de acordo com os interesses e com a realidade de cada país. De toda forma, as principais características que definiram o mercantilismo foram:
Metalismo: também conhecido como bulionismo, esse princípio consistia em defender a acumulação de metais preciosos como principal forma de obtenção de riquezas. Esse conceito foi utilizado principalmente na Espanha, durante o reinado dos reis católicos Fernando de Aragão e Isabel de Castela. Essa prática coincidiu exatamente com o período em que os espanhóis traziam enorme quantidade de metais preciosos de suas colônias da América.
Colbertismo: é visto, em partes, como o oposto do metalismo praticado pelos espanhóis. Essa prática foi adotada pelos franceses por influência de Jean-Baptiste Colbert e ficou caracterizada pelo incentivo ao desenvolvimento manufatureiro como forma de atrair moeda estrangeira e, consequentemente, riqueza. Defendia também uma política de limitação de gastos internos.
Balança comercial favorável: essa teoria defendia que a soma das transições comerciais de um Estado deveria ser positiva, ou seja, o volume de mercadorias vendidas deveria ser superior ao volume de mercadorias compradas.
Outros pontos importantes a serem considerados sobre o mercantilismo: incentivo ao desenvolvimento manufatureiro, incentivo à construção de embarcações (base para a expansão comercial na época), protecionismo alfandegário (imposição de impostos sobre mercadorias estrangeiras).
Por Daniel Neves
Graduado em História
Jean-Baptiste Colbert (1619-1683) foi um político francês, e suas práticas para a economia da França ficaram conhecidas como Colbertismo.
SILVA, Daniel Neves. "O que é mercantilismo?"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/o-que-e/historia/o-que-e-mercantilismo.htm. Acesso em 05 de maio de 2021.
Encontro dos europeus com povos da América, Ásia e África.
Nos séculos XV, XVI E XVII ocorreu a grande expansão marítima comercial dos países europeus. Através das Grandes Navegações, pela primeira vez na história, o mundo seria totalmente interligado. Muitos povos da América, África e Ásia foram conquistados e colonizados. Esse contato entre os europeus e os povos nativos teve profundas transformações para sempre na vida de ambos.
ÁSIA
A descoberta de um caminho marítimo para a Ásia intensificou os contatos entre os europeus e alguns povos asiáticos. Ao conhecer essas sociedades, muitas vezes os europeus se surpreendiam. Em 1510, os portugueses conquistaram a cidade de Goa, na costa oeste da Índia, e aí instalaram uma feitoria (fortificação primitiva onde eram armazenadas e comercializadas mercadorias). “Estamos convencidos de que somos os homens mais astutos que se pode encontrar, e o povo aqui nos ultrapassa em tudo […] Fazem melhores contas de memória do que nós, e parece que nos são superiores em inúmeras coisas, exceto com a espada na mão, a que eles não conseguem resistir.”
Essa declaração demonstra o sentimento de superioridade dos europeus sendo desfeito pela realidade que encontraram na Ásia do século XVI. Naquela época, as sociedades asiáticas dominavam muito mais conhecimentos e se organizavam de forma muito mais complexa do que os europeus imaginavam.
Segundo o relato, os Polo ali chegaram por volta de 1274 e permaneceram na China por dezessete anos, onde descobriram, entre outras coisas o espaguete e a pólvora. De volta a Veneza em 1295, Marco foi capturado por genoveses e preso junto com um escritor que o ajudou a escrever o livro, que fez sucesso, mas que muitos consideraram uma história fictícia e não um relato verdadeiro.
ÁFRICA
A expansão portuguesa começou em 1415, com a tomada de Ceuta, importante centro comercial dominado pelos muçulmanos no norte da África.
Em seguida, Portugal ocupou as ilhas de Madeira, Açores e Cabo Verde, no oceano Atlântico, onde foi realizado com sucesso, uma experiência de colonização, implantando o cultivo de cana-de-açúcar.
Essa experiência serviria mais tarde de modelo para a ocupação das terras americanas. A expansão estendeu-se ao longo do litoral africano, onde os portugueses obtinham produtos como pimenta, ouro e marfim.
Mesmo antes das Grandes Navegações europeias, o continente africano já era conhecido pelos europeus, principalmente a parte que hoje chamamos de "África Branca". Os primeiros contatos entre cristãos e negros ocorreram por intermédio dos muçulmanos, que realizavam trocas de mercancia entre os dois "povos".
Com as navegações, que têm Portugal como o seu pioneiro, a África Negra que até então mantinha contato com o resto do mundo por meio dos muçulmanos, tem seu isolamento rompido e passa a constituir uma importante praça de trocas, onde o principal produto exportado eram os escravos africanos. É importante lembrar que essas trocas que consistiam principalmente em ferro, pano, aguardente, cavalos e armas acabaram se tornando de extrema importância para o continente africano.
Desde 1440, o comércio de escravos já era visto como bem lucrativo para os portugueses, sendo que em 1448 se estabelece em Arguin um "comércio regular" que consistia na troca de bens contra humanos. Em 1474, Portugal tem o monopólio sobre o tráfico de escravos.
Como podemos observar antes mesmo da descoberta do Novo Mundo a escravidão africana já era muito conhecida e utilizada na Europa, bem como já se encontrava vinculada à expectativa de se obter uma produção em larga escala de certas colheitas úteis.
AMÉRICA
Segundo algumas pesquisas de demografia histórica, viviam no continente americano uma população de aproximadamente 88 milhões de habitantes, divididas em mais de três mil nações indígenas por volta do final do século XV. Entre elas destacam-se na América do Norte (apaches, sioux e astecas), na América Central (maias e chibchas) e na América do Sul (incas, tupis e nuaruaques).
Durante muito tempo, vários historiadores destacavam uma visão heroica dos feitos do conquistador, o que tornou corrente o uso da expressão descobrimento da América e do Brasil. Mas recentemente, os historiadores tem analisado a questão sob outros pontos de vista, ressaltando o impacto da presença dos europeus na destruição dos modos de vida e na dizimação (mortes) dos povos que viviam na América. Desta forma o termo mais correto a se utilizar é a invasão e conquista.
Foram variadas as formas de violência usadas contra os povos nativos americanos. Teve a violência física já que as armas dos conquistadores europeus eram superiores às dos índios (nome dado aos nativos do continente). Essa superioridade deve-se ao uso de armas feitas de aço (espadas, lanças, punhais, escudos), ao uso de armas de fogo (mosquete, canhão) e ao cavalo, animal desconhecido pelos nativos.
Outro elemento foram as doenças contagiosas trazidas pelos europeus como o sarampo, tifo, varíola, malária e gripe que não existiam no continente. Não havendo anticorpos para combatê-las, elas se espalharam rapidamente, provocando epidemias matando milhares deles.
Houve ainda a violência cultural quando os europeus impuseram aos povos americanos costumes que afetaram profundamente a sobrevivência das suas comunidades. A obrigatoriedade do ensino religioso e da língua dos povos europeus aliada à remoção de populações inteiras para trabalhar como escravas nos aldeamentos completam esse canário terrível.
Para os europeus esse contato foi muito positivo. Os grandes comerciantes e banqueiros europeus obtiveram lucros expressivos coma conquista e colonização do continente americano. Houve um aumento na oferta de ouro, prata e pedras preciosas, o deslocamento do eixo econômico da região do Mar Mediterrâneo para os portos do Oceano Atlântico e a descoberta de grande variedade de espécies vegetais como o milho, o tomate, o cacau e a batata e ainda animais até então desconhecidos.
Além disso, a exploração da América impulsionou vários setores da cultura europeia. Novos conhecimentos e técnicas precisaram ser desenvolvidos e aperfeiçoados para se viajar grandes distâncias marítimas. Houve ainda, um processo de difusão de conhecimentos adquiridos em contatos com povos indígenas que se mostraram benéficos para os europeus.
Ocupação e exploração de terras coloniais
O colonialismo é uma prática na qual um território exerce domínio político, cultural ou religioso sobre um determinado povo. O controle é exercido por meio de uma potência ou força política militar externa que deseja explorar, manter ou expandir seu território.
Na maioria das vezes, essa prática acontece sem o consentimento de seus habitantes, que com a exploração, perdem parte de seus bens (solos, recursos naturais, moradia) ou possíveis direitos políticos que pudessem ter.
Dessa forma, a potência exploradora consegue se desenvolver às custas das riquezas encontradas nas colônias exploradas, que se tornam cada vez mais parte do Império explorador e reféns das suas ordens.
Origem do colonialismo
Inicialmente, esse termo era usado pelos romanos quando eles queriam se referir as comunidades rurais fora do seu território, porém, a expressão logo se tornou mais abrangente.
Atualmente, o colonialismo é usado para explicar a doutrina política, econômica e cultural que embasa o controle exercido por uma metrópole, através da imposição administrativa e militar, sobre uma colônia.
O termo colônia é de origem latina “colônia”, que significa “um lugar para a agricultura”. O seu objetivo pode ser comparado ao expansionismo, que é a prática de uma nação acrescentar mais territórios ao que ela já possui.
Características
Como principal característica, o colonialismo estabeleceu a complementariedade a partir do momento que a produção colonial passou a ser organizada com o intuito de satisfazer os interesses territoriais de países da Europa.
À burguesia era permitido comprar, com exclusividade, os produtos coloniais por um valor baixo e vendê-los por preços mais altos nos mercados europeus. Outra característica que marcou o processo de colonização foram a divisões coloniais, conforme as necessidades metropolitanas.
Divisão de colônias
As metrópoles usaram duas classificações para distinguir os tipos de colônias. Elas poderiam ser colônias de povoamento, na qual os colonos migravam em grande número para as colônias com a intenção de povoar e desenvolver o lugar, ou seja o interesse não era a exploração de recursos, uma vez que as riquezas produzidas permaneciam no país, mas sim dominar política e economicamente o territórios.
Essa característica foi de grande importância para que países como Estados Unidos e Canadá se tornassem grandes nações, sendo o primeiro a maior potência mundial. A segunda classificação é a colônia de exploração. Nesse tipo, a colônia fornecia para as metrópoles riquezas provenientes da natureza e ainda cultivavam produtos tropicais.
Por conta disso, muitos países latinos herdaram um grande atraso socioeconômico que reflete nos dias atuais, enquanto que as metrópoles tornaram-se grandes potências mundiais. Este tipo de colônia aconteceu com mais frequência em regiões tropicais, pois o controle metropolitano era mais rígido e a exploração mais efetiva.
Imperialismo X Colonialismo
O colonialismo refere-se a ocupação de territórios (colônias) na América e na Costa Africana por países europeus (Portugal, Espanha e França) e pela Inglaterra, durante os séculos XIV e XVII.
O imperialismo, por outro lado, está relacionado a expansão territorial, que ocorreu entre os séculos XIX e XX, de alguns países do Continente Europeu, Japão e Estados Unidos sobre os territórios da América, África e Ásia. Embora os acontecimentos apresentem características em comum, não são sinônimos. Pois, eles aconteceram em contextos, motivações e territórios diferentes.
O imperialismo ocorreu em um momento da Segunda Revolução Industrial, quando os respectivos países buscavam em outros territórios não apenas recursos para serem explorados, mas também mão de obra barata e pessoas que pudessem consumir as mercadorias excedentes. Vale ressaltar, que neste caso, o foco principal era a África e Ásia.
O colonialismo é caracterizado por uma dominação direta tanto econômica quanto política, principalmente sobre territórios da América por parte dos países europeus. Contudo, está inserido em um contexto de mercantilismo e absolutismo, com a intensão de encontrar locais para a exploração.
Impérios coloniais
Os Impérios Coloniais formaram-se a partir dos descobrimentos que ocorreram com as “corridas exploratórias “, realizadas pelas duas maiores potências do século XV: Portugal e Espanha. A partir da exploração e expansão de territórios, consequentes do processo de colonização e imperialismo, as terras ocupadas foram divididas em Império Português e Império Espanhol.
Contudo, a formação de Impérios trouxe consequências positivas e negativas. As potências imperialistas foram beneficiadas, uma vez que conseguiram atingir seus objetivos, conquistando matéria e mão-de-obra barata. Já as potências coloniais, que buscavam ocupar territórios, fez surgir uma série de conflitos que mais tarde resultaram em guerras.
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