A história tem uma relação direta com o homem em seu tempo.
A história é uma ciência que estuda a vida do homem através do tempo. Ela investiga o que os homens fizeram, pensaram e sentiram enquanto seres sociais. Nesse sentido, o conhecimento histórico ajuda na compreensão do homem enquanto ser que constrói seu tempo.
A história é feita por homens, mulheres, crianças, ricos e pobres; por governantes e governados, por dominantes e dominados, pela guerra e pela paz, por intelectuais e principalmente pelas pessoas comuns, desde os tempos mais remotos. A história está presente no cotidiano e serve de alerta à condição humana de agente transformador do mundo.
Ao estudar a história nos deparamos com o que os homens foram e fizeram, e isso nos ajuda a compreender o que podemos ser e fazer. Assim, a história é a ciência do passado e do presente, mas o estudo do passado e a compreensão do presente não acontecem de uma forma perfeita, pois não temos o poder de voltar ao passado e ele não se repete. Por isso, o passado tem que ser “recriado”, levando em consideração as mudanças ocorridas no tempo. As informações recolhidas no passado não servirão ao presente se não forem recriadas, questionadas, compreendidas e interpretadas.
A história não se resume à simples repetição dos conhecimentos acumulados. Ela deve servir como instrumento de conscientização dos homens para a tarefa de construir um mundo melhor e uma sociedade mais justa.
Por Lilian Aguiar
Graduada em História
Equipe Escola Kids
DIVISÃO DA HISTÓRIA HUMANA
Períodos marcantes do desenvolvimento social
A divisão da história da humanidade é feita em cinco grandes períodos, sendo que a primeira é denominada pré-história. Cada uma das épocas, também denominadas de Idade, foi criada a partir de critérios estabelecidos por historiadores e que está relacionada com os aspectos de maior destaque do período, com as mudanças expressivas no campo social, político e cultural.
A divisão da história foi realizada para fins didáticos de estudos e para entender o desenvolvimento da sociedade. Cada período possui peculiaridades que os diferenciam, entretanto isso não quer dizer que existe uma ruptura drástica entre uma fase histórica e outra, pois normalmente os aspectos de uma continuam existindo nas outras.
Conheça agora as divisões da história, suas subdivisões e as principais características dos períodos.
Pré-história: início da divisão da história
A pré-história é o período anterior a invenção da escrita e que durou cerca de 5 milhões de anos. Os primeiros registros de humanos marcam o inicio desta época e se estende até 4.000 a.C., aproximadamente. O termo Pré-história foi criado em 1851, mas alguns não usam essa nomenclatura, pois consideram que as sociedades construíram suas histórias mesmo não possuindo escrita. Assim, denominam a fase como povos pré-letrados ou povos ágrafos.
Como ainda não tinham desenvolvido a escrita, esses povos não deixaram documentos e isso torna difícil o conhecimento do período. Todo o conhecimento construído sobre a pré-história é resultado de pesquisas realizadas em diversas áreas do conhecimento, como antropologia, paleontologia, arqueologia, genética. Os especialistas destas áreas têm como fonte de estudo os fósseis ou objetos primitivos encontrados em diferentes áreas do mundo e os analisam no intuito de entender a cultura, costumes, organização social da época.
Pinturas rupestres, vestígios de utensílios e outras evidências deixadas nas cavernas permitiram que os pesquisadores entendessem as habilidades desenvolvidas e subdividisse a pré-história em: Paleolítico (Período da Pedra Lascada), Neolítico (Período da Pedra Polida) e Idade dos Metais.
• Período Paleolítico: na divisão da história esse é o período em que os primeiros hominídeos surgiram no planeta terra. Durou cerca de 3 milhões de anos e terminou em 10.000 a.C., com a fase Neolítica. Foi a fase em que os primeiros representantes de humanos começaram a se diferenciar dos outros animais e a desenvolver os primeiros utensílios em pedra lascada, madeira e osso. Nessa época os hominídeos eram, em sua maioria, nômades que vivam da caça e coleta, deslocando-se para buscar alimentos;
• Período Neolítico: iniciado a cerca de 10.000 a.C., nesta época surgem as primeiras civilizações. O homem dominou o fogo e começou a domesticação de plantas e animais, criando a agricultura;
• Idade dos Metais:
Principais características
O uso de metais para fabricar ferramentas permitiu uma série de transformações sociais. Nesse momento, surgiu uma espécie de metalurgia, ou seja, foi possível desenvolver habilidades para derreter o metal no fogo e moldá-lo conforme o instrumento que se desejasse produzir.
O progresso na aquisição dessas habilidades metalúrgicas permitiu, ainda, misturar os metais e criar outros. O bronze, por exemplo, surge da fusão entre o cobre e o estanho; ou o próprio latão, que é feito a partir da ligação entre cobre e zinco. A partir disso, foi possível criar a moeda, um material resistente e pequeno para intermediar as transações comerciais.
É notável também que a metalurgia nascente fez com que se desenvolvessem as técnicas de produção de armas e as ferramentas de caça e de luta. Isso acabou favorecendo o expansionismo de alguns povos, além de ajudar no progresso da agricultura.
O metal passou a fazer parte dos mais variados aspectos da vida, incluindo a alimentação. Para a humanidade que já havia desenvolvido a agricultura e nem sempre tinha a caça disponível, utilizar instrumentos metálicos ajudou a aprimorar as formas de cozimento e ser mais eficiente na caça.
A Idade dos Metais é dividia em três períodos, e cada uma delas permitiu um desenvolvimento tecnológico que marcou a sua época.
Idade do cobre
Esse período marca uma transição da Idade da Pedra para a Idade dos Metais. É chamado também de período Calcolítico, e a descoberta do cobre como um material a ser utilizado para fabricação de ferramentas é a marca desse momento.
É possível que esse período de transição tenha ocorrido antes do ponto que marca o início da Idade dos Metais, por volta de 5.000 a.C. A Idade do cobre é uma divisão recente feita na história humana, pois ela era considerada como parte da Idade do bronze, que vem em seguida.
Idade do bronze
Por meio da mistura do cobre com outros metais, como o estanho, foi possível produzir o metal que ficou conhecido como bronze. A época que essa técnica foi desenvolvida e aplicada mais largamente ficou conhecida como Idade do bronze, que começou por volta de 3.300 a 3.150 a.C.
Os artefatos de bronze que começaram a ser produzidos eram bastante detalhados e refinados em comparação com as produções anteriores. Dessa forma, o bronze passou a fazer parte também de um importante material para as transformações culturais e artísticas.
Idade do ferro
O início desse período é um pouco nebuloso, podendo ser datado entre 2.100 a 1.900 a.C. até 1.200 a.C. Há controvérsias sobre a data porque esse é um metal que não é difícil de ser extraído do solo, ao contrário do bronze, que é formado por uma técnica de mistura de metais complexa.
De todo modo, o ferro teria substituído uma série de ferramentas feitas de cobre e proporcionou instrumentos com maior dureza. Mas, além do ferro, já eram utilizadas nas ferramentas o ouro e a prata. Esse período marca o fim da Idade dos Metais, por volta de 586 a.C.
Portanto, a introdução dos metais e das consequentes técnicas para manejá-los proporcionou uma grande transformação cultural e econômica nas sociedades humanas. Esse é um importante aspecto da história da humanidade que ainda é objeto de estudo de disciplinas como a Arqueologia.
Divisão da história depois da pré-história
Após a Idade dos Metais, começa o período de transição denominado proto-história. As sociedades que tinham criados técnicas de agricultura passaram a acumular alguns dos principais elementos para a criação posterior da escrita.
A historiografia tradicional entende que a história propriamente dita é iniciada com a criação da escrita por alguns povos, ou seja, aproximadamente 4.000 anos a.C. A partir de então, a divisão da história estabelece que existem quatro períodos classificados conforme suas característica. São elas: Idade Antiga, Idade Média, Idade Moderna e Idade Contemporânea.
É preciso perceber que a divisão da História é um método utilizado pelos estudiosos para melhorar a compreensão do desenvolvimento histórico, político, cultural da humanidade. Essa classificação não é estática e muitos elementos de uma fase continuaram prevalecendo nos períodos posteriores. O Início de um período e término de outro é, então, considerado normalmente como fases de transição.
Idade Antiga
A Idade antiga, História Antiga ou Antiguidade é a parte da divisão da história iniciada com a invenção da escrita (4.000 a.C.) e vai até a queda do Império Romano do Ocidente (476 d.C.). Essa época ainda é subdividida em Antiguidade Clássica e Antiguidade Oriental.
A Antiguidade observou o nascimento das primeiras civilizações que estavam, em sua maioria, localizadas na área da Crescente Fértil (às margens do rio Nilo) que permitiu o desenvolvimento da agricultura. Entre as maiores civilizações da Antiguidade Oriental estavam a: egípcias, mesopotâmicas, chinesas, persas, hebraicas e fenícias. As principais sociedades da Antiguidade Clássica foram: gregas e romanas.
Idade Média
A Idade Média ou História Medieval corresponde ao período entre a queda do Império Romano do Ocidente (476 d.C) e tomada de Constantinopla pelo Império Turco Otomano (1453 d.C.). A época foi marcada pela economia rural, enfraquecimento comercial, sociedade com base na produção agrícola feudal, sociedade altamente hierarquizada e ascensão da Igreja Católica.
O período foi considerado por muitos anos como Idade das Trevas, pois o desenvolvimento artístico, científico e social foi barrado pela Igreja. Entretanto, Muitos estudiosos consideram que a época também contribuiu com o aperfeiçoamento de técnicas agrícolas, como criação de moinhos e sistemas de irrigação.
Idade Moderna
A Idade Moderna ou História Moderna é iniciada com a queda do Império Bizantino e vai até a Revolução Francesa (1789). Esse período foi marcado por grandes transformações sociais, científicas, religiosas e econômicas que deram base para o início do sistema capitalista. A Expansão Marítima, marcada pelas grandes navegações, colaborou para a conquista de territórios na África e América.
O domínio desses povos permitiu que a classe dominante da Europa acumulasse riquezas, promovesse o Mercantilismo e organizasse o mundo a partir dos seus interesses. O surgimento da burguesia, o capitalismo e a grande quantidade de mão de obra favoreceram a primeira grande Revolução Industrial.
Idade Contemporânea
O momento atual da divisão da história é a Idade Contemporânea. A Revolução Francesa marcou o fim da estrutura social que tinha como base a presença forte de um rei e inicia época do fortalecimento da burguesia. O fortalecimento da corrente Iluminista e sua defesa da razão permitiu a diminuição do poder da Igreja.
A História Contemporânea também é marcada pelo desenvolvimento científico e tecnológico, fortalecimento do sistema capitalista, grandes guerras e revoluções, exploração espaciais e até a chegada do homem à lua e outros planetas.
OKA, Mateus. Idade dos Metais. Todo Estudo. Disponível em: https://www.todoestudo.com.br/historia/idade-dos-metais. Acesso em: 12 de August de 2020.
https://www.maisbolsas.com.br/enem/historia/divisao-da-historia-humana
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PRÉ-HISTÓRIA
A Pré-História é como conhecemos o período que acompanha a evolução humana a partir do momento que os hominídeos começaram a usar ferramentas de pedra. Encerrou-se com o surgimento da escrita, que aconteceu entre 3.500 a.C. e 3.000 a.C.
A Pré-História é, basicamente, dividida entre Paleolítico, Mesolítico (período intermediário) e Neolítico. Nesses períodos, acompanhamos o desenvolvimento dos hominídeos com a elaboração de novas ferramentas, além do surgimento do homo sapiens sapiens, há cerca de 300 mil anos.
Divisão da Pré-História
A Pré-História é um período da história humana particularmente grande. A sua nomenclatura e larga duração remetem ao século XIX, quando os primeiros vestígios da vida humana pré-histórica começaram a ser encontrados. Isso porque no século XIX existia a noção de que a História só poderia ser feita por meio de documentos escritos e, assim, todos os acontecimentos anteriores ao surgimento da escrita ficaram conhecidos como “Pré-História”.
A Pré-História abrange, aproximadamente, um período que se estende de 3 milhões de anos atrás a 3.500 a.C. e é dividida da seguinte maneira:
· Paleolítico
O período Paleolítico é conhecido também como Idade da Pedra Lascada e esse nome faz referência aos objetos que eram utilizados pelo homem para sua sobrevivência, que eram produzidos exatamente de pedra lascada. Esse período estendeu-se de 3 milhões de anos atrás a 10.000 a.C. e foi subdividido em três fases que são Paleolítico Inferior, Médio e Superior.
Cada um desses períodos possui as suas particularidades e veremos um breve resumo de cada uma delas, começando pelo Paleolítico Inferior. Esse período começa a ser contado exatamente quando os hominídeos começaram a ter a habilidade de produzir as primeiras ferramentas para sua sobrevivência.
Essas ferramentas foram obra do homo habilis e do homo erectus (o primeiro hominídeo a ficar numa posição totalmente ereta). Essa fase estendeu-se de 3 milhões de anos atrás a 250 mil anos atrás.
O Paleolítico Médio compreendeu o período de 250 mil anos atrás a 40.000 a.C. e é caracterizado, principalmente, pela presença do homem de Neandertal. O homo sapiens já existia nessa época, uma vez que seu surgimento aconteceu há 300 mil anos. Os estudos arqueológicos mostram que nesse tempo o estilo de vida do homem tornou-se um pouco mais sofisticado com novas ferramentas sendo elaboradas e com o uso do fogo sendo mais difundido.
Por fim, há também o Paleolítico Superior, que foi de 50.000 a.C. a 10.000 a.C. Nesse período, as ferramentas utilizadas pelo homem passaram a ser elaboradas em grande diversidade. Eram produzidos pequenos anzóis, machados, agulhas e até mesmo a arte começou a ser concebida pelo homem. No caso da arte, o destaque vai para a pintura rupestre, realizada nas paredes das cavernas.
Abrangendo os três períodos, resumidamente, o Paleolítico é um período em que o homem sobrevivia da coleta e da caça, sendo fundamental, no caso da caça, a elaboração de ferramentas para auxiliá-lo na obtenção do alimento. Por depender da caça e coleta, o homem era nômade e mudava de lugar quando os recursos do local que estava instalado ficava escasso.
Como a temperatura geral da Terra era mais amena, sobretudo nos períodos de glaciação, o homem vivia nas cavernas para proteger-se do frio. As ferramentas utilizadas poderiam ser feitas de ossos, pedras e marfim. No fim do Paleolítico, o ser humano começou a experimentar as primeiras experiências religiosas, e o desenvolvimento do estilo de vida dos homens fez com que eles desenvolvessem rituais funerários, por exemplo.
· Mesolítico
O Mesolítico é uma fase intermediária entre o Paleolítico e o Neolítico que aconteceu em determinadas partes do mundo. Os especialistas em Pré-História destacam que o Mesolítico aconteceu, sobretudo, em locais onde houve glaciações intensas. Aconteceu na Europa e em partes da Ásia e estendeu-se, aproximadamente, entre 13.000 a.C. e 9.000 a.C.
Esse período marcou a decadência dos agrupamentos humanos que viviam exclusivamente da caça em detrimento daqueles que eram caçadores e coletores. Ficou marcado também pelo desenvolvimento da olaria (produção de cerâmica) e da técnica para produção de tecidos. Considera-se o fim desse período o momento em que a agricultura foi desenvolvida.
Neolítico
O Neolítico é a última fase do período pré-histórico e estendeu-se de 10.000 a.C. até 3.000 a.C. Essas datas (que são aproximativas) assinalam dois marcos importantes para a história do desenvolvimento humano. Primeiro, houve o surgimento da agricultura, um importante marco para a sobrevivência do homem e, por fim, houve o desenvolvimento da escrita.
Com o desenvolvimento da agricultura, o homem conseguiu mudar radicalmente o seu estilo de vida, uma vez que a agricultura permitia o homem fixar-se em um só local (sedentarização do homem), sobrevivendo de tudo o que ele produzia. O domínio da agricultura também levou o homem a desmatar a floresta e desenvolver campos de plantio.
Junto do desenvolvimento da agricultura veio também a domesticação dos animais, que auxiliava o homem no transporte de carga, na agricultura, como animal de tração, servia de alimento e até mesmo como meio de transporte. Todas essas novidades, que possibilitaram a sedentarização humana, resultaram na formação de enormes agrupamentos humanos que, com o tempo e conforme cresciam, tornaram-se as primeiras cidades do mundo.
O Neolítico também ficou marcado pelo desenvolvimento da arquitetura, o que permitia o homem construir casas de pedra e construções megalíticas. Essas últimas, até hoje, não tiveram sua finalidade muito bem esclarecidas pela arqueologia. A olaria surgiu em muitos lugares e foi aprimorada em outros.
Ao passo que os agrupamentos humanos cresciam, as sociedades que se formavam tornavam-se mais complexas e mais desiguais, uma vez que as pessoas que estavam diretamente envolvidas com o gerenciamento dos recursos tornavam-se mais importantes e mais influentes.
O fim do período Neolítico ficou marcado pelo desenvolvimento da metalurgia, isto é, a capacidade de produzir ferramentas a partir da fundição de metal e pelo desenvolvimento da primeira forma de escrita da humanidade, a escrita cuneiforme.
Divisão do trabalho na Pré-História
A divisão do trabalho na Pré-História foi acontecendo conforme o estilo de vida dos agrupamentos humanos foi ficando mais sofisticado. Sendo assim, os homens foram sendo responsáveis pela caça de animais, enquanto que as mulheres foram tornando-se responsáveis pela coleta de alimentos para alimentarem-se e alimentarem seus filhos. À medida que a agricultura foi desenvolvida, essa atividade também passou a ser responsabilidade, em geral, das mulheres.
A professora e socióloga alemã Maria Mies sugere que a sobrevivência dos agrupamentos humanos, durante parte da Pré-História, foi possível, sobretudo, a partir do papel desempenhado pelas mulheres, uma vez que grande parte do alimento consumido era oriundo da coleta e da agricultura, e uma parte diminuta era resultado da caça, função masculina|1|.
Arte na Pré-História
A arte na Pré-História assumiu características distintas. Os especialistas não sabem ao certo os motivos pelos quais os seres humanos produziam tais objetos artísticos, mas especulam que podem ser um registro artístico apenas como um registro do cotidiano. no sentido da “arte pela arte”. Outros sugerem que poderiam ter uma função ritualística, com o objetivo de integrar o homem com a natureza.
Do período Paleolítico, destacam-se, principalmente, as pinturas rupestres, que eram feitas nas paredes das cavernas que são encontradas em diversos locais do mundo, inclusive no Brasil. As pinturas rupestres representavam o homem em meio a grandes grupos de animais, simbolizando as caçadas, e representavam também outras cenas do cotidiano humano.
No Paleolítico, também eram feitas pequenas esculturas das quais destacam-se as estatuetas de Vênus, datadas do período entre 40.000 a.C. e 10.000 a.C. Essas estatuetas foram encontradas em diferentes partes do mundo e representavam um corpo feminino nu com formas voluptuosas, podendo estar associadas ao culto da Deusa-mãe.
No Neolítico, destacam-se as construções megalíticas, construções realizadas com grandes rochas. Os especialistas ainda não sabem o real objetivo dessas construções, mas especulam-se que poderiam funcionar como marcadores de tempo ou poderiam ter relação com a observação dos astros. A construção megalítica mais famosa é Stonehenge, localizada na Inglaterra.
Curiosidades sobre a Pré-História
O estudo da Pré-História é um ofício realizado, principalmente, por arqueólogos, paleontólogos e geólogos.
O estudo da vida dos seres humanos pré-históricos (e também dos animais desse período) inclui a análise de coprólitos, isto é, fezes fossilizadas.
No Brasil, o principal sítio arqueológico localiza-se na Serra da Capivara, que fica no estado do Piauí.
A estatueta de Vênus mais famosa é a Vênus de Willendorf, localizada na Áustria e que tem cerca de 25 mil anos.
Por Daniel Neves Silva
https://www.historiadomundo.com.br/pre-historia
Pré-História da América
Pode-se afirmar que o conjunto do continente americano estava em plena pré-história (com diferentes graus de evolução cultural) quando se iniciou a conquista europeia, uma vez que, afora os maias e os astecas, nenhum outro povo ameríndio tinha então elaborado uma história escrita. Mas os especialistas fazem distinção entre as fases pré-históricas propriamente ditas (paleolítico e começo do neolítico) e o desenvolvimento de culturas com formas políticas e artísticas avançadas.
Em muitos aspectos paralela à de outras partes do planeta (o que confirma a hipótese da homogeneidade intelectual dos vários ramos da espécie humana), a pré-história americana apresenta algumas importantes peculiaridades, em geral derivadas das condições naturais e climáticas.
Povoamento do continente
Embora não haja unanimidade a respeito da questão, pesquisas arqueológicas, geológicas, paleontológicas e linguísticas parecem indicar que o continente americano começou a ser povoado entre 40000 e 20000 a.C., por grupos humanos de raça mongoloide ou pré-mongoloide, procedentes da Ásia oriental.
Esses imigrantes, caçadores e coletores, entraram na América pela zona do estreito de Bering, emersa em consequência da diminuição do nível marinho produzida pela última glaciação (Wisconsin ou Wurm). Devem ter chegado, em ondas sucessivas, até 10000 a.C., ao lado das possíveis migrações esporádicas pelo Pacífico ou pelo Atlântico (elementos australoides e melanoides), o que explicaria a significativa diversidade etnográfica entre os povos ameríndios.
O paleolítico ou paleoindígena
Na periodização da pré-história americana, cabe identificar inicialmente um paleolítico inferior, localizado em partes distintas do continente e configurado pelo emprego de instrumentos de pedra (principalmente obsidiana) muito toscos e utensílios de osso associados à fauna pleistocênica desaparecida (mastodontes, mamutes, camelídeos, cavalos, bisões).
Embora não estejam datados com precisão satisfatória, os artefatos líticos desse período apresentam certa analogia com os primitivos artefatos de seixos (pebble cultures) do sudeste asiático, o que confirmaria a emigração de povos asiáticos para a América. Esses artefatos — pedras talhadas com uma só face (choppers) ou duas (bifaces) ou ainda uma espécie de raspadeira — se caracterizam por serem peças toscas.
Entre 15000 e 14000 a.C., uma nova onda de imigrantes asiáticos viria contribuir para o desenvolvimento cultural dos povos ameríndios. A caça continuou a ser a atividade econômica fundamental, mas os instrumentos de pedra começaram a ser fabricados em tamanho menor e com técnica mais aperfeiçoada de lascamento por pressão. Esse período, correspondente ao paleolítico superior, caracteriza-se pelo aparecimento de pontas de flecha bifaciais e facas de pedra, cujas peculiaridades permitiram estabelecer uma evolução tipológica claramente diferenciada.
Em primeiro lugar encontram-se as pontas Sandía, estudadas principalmente no Novo México, que aparecem associadas a restos de mamute e apresentam um talho num dos lados. Essas pontas, cuja técnica é semelhante à dos utensílios do solutrense europeu, foram substituídas entre 10000 e 9000 a.C. — coincidindo com o fim da última glaciação e o consequente desaparecimento do mamute — pelo tipo Clóvis, de forma lanceolada e com uma estria central em uma ou nas duas faces, tipo que chegou a difundir-se por todo o continente.
O tipo Folsom, também localizado em toda a América e principalmente nos vales fluviais do sudeste dos Estados Unidos, é de tamanho menor. Caracteriza-se pela forma foliácea, com base côncava e estria central dos dois lados. Assim como as anteriores, essas pontas aparecem associadas na América do Norte com a caça do bisão e, no resto do continente, com a perseguição de outros animais, como cavalos e camelos, posteriormente extintos.
Entre 8000 e 6000 a.C., o tipo Folsom evoluiu, em todo o continente, para formas triangulares sem pedúnculo e, por último, para pontas com pedúnculo que se mantiveram em muitos lugares até a chegada dos europeus.
Deve-se lembrar que, em diversas zonas do continente, por isolamento ou por adaptação ao meio, vários povos se mantiveram num estágio cultural muito primitivo. É o caso dos índios do planalto brasileiro ou das selvas amazônicas, cujas armas eram fabricadas com bambu, espinhos ou madeira. Outros povos desenvolveram formas de vida baseadas na pesca e na caça (fueguinos, esquimós) ou na coleta de moluscos, como atestam os depósitos de conchas (sambaquis) encontrados em diversas zonas litorâneas.
Por último, cabe destacar o desenvolvimento de uma cultura original no oeste dos Estados Unidos e no México, a tradição do deserto, da qual deriva a cultura cochise; esta última, desenvolvida a partir de 6000 a.C., e fundamentada na caça menor e na coleta, apresenta vestígios do paleolítico inferior (artefatos líticos muito toscos).
Revolução neolítica
Em algumas zonas do México, da América Central e dos Andes centrais e setentrionais, começou, entre 5000 e 4000 a.C., um processo de neolitização semelhante ao do Velho Mundo, embora cronologicamente posterior. Caracterizou-se pelo aparecimento sequencial de várias fases: formas sistemáticas de coleta de vegetais; sedentarização e urbanismo incipiente; cerâmica, cestaria, tecidos e, finalmente, artefatos de pedra do tipo microlítico e adaptados à economia agrícola (almofarizes, mãos de pilão).
A revolução neolítica americana, consolidada entre 3000 a 1500 a.C., caracteriza-se basicamente pelo aproveitamento das espécies vegetais autóctones (milho, batata, abóbora, cacau, mandioca, girassol etc.), para o que se empregavam diversas técnicas agrícolas (irrigação, cultivo em terraços escalonados, fertilização), e pelo pequeno desenvolvimento da criação de gado, já que só era possível a domesticação de alguns animais pouco produtivos, como o cão, a lhama ou a alpaca.
A zona meso-americana (México e América Central) parece ter sido o primeiro núcleo de desenvolvimento da agricultura, segundo mostram as escavações realizadas em Tamaulipas e no vale de Tehuacán (México), onde foi possível estabelecer uma sucessão cronológica a partir do conjunto de utensílios e da evolução e seleção das plantas cultivadas (fases de Coxcatlán, Abejas, Purrón, Coatepec).
Na zona andina (do Equador ao centro do Chile, incluindo parte do Peru e da Bolívia), a evolução foi mais lenta por causa do isolamento entre os vales e entre o litoral e a cordilheira; mas, assim como na área mesoamericana, o desenvolvimento da agricultura e da sociedade urbana constituiu o ponto de partida para o florescimento das grandes culturas e civilizações que se sucederam do segundo milênio antes da era cristã até a conquista espanhola.
Em comparação com o neolítico do Velho Mundo, deve-se assinalar como fato diferenciador o desconhecimento, por parte do homem americano, de algumas importantes invenções e conquistas intelectuais; a roda, o arco e a abóbada (na arquitetura), a metalurgia desenvolvida ou a escrita alfabética foram algumas das mais gritantes carências culturais das grandes civilizações americanas. Mesmo em suas fases de maior progresso, essas civilizações não chegaram a superar a categorização de neolítico avançado, embora, pela complexidade social e pelo nível de conhecimentos em campos como a arquitetura ou a astronomia, se situem fora da pré-história, numa fase cultural conhecida como proto-história.
Além das importantes regiões culturais da Mesoamérica e dos Andes, outras zonas do continente também conheceram certo desenvolvimento de tipo neolítico, em parte como consequência da influência das primeiras. Desta forma, a partir de 3000 a.C., desenvolveram-se no sudoeste norte-americano, como continuação da tradição do deserto e da cultura cochise, as culturas hohokan, mogollon e anasazi (pueblo), que substituíram progressivamente a atividade caçadora e coletora por uma economia de tipo agrícola, com cerâmica e construções arquitetônicas. A partir dessa zona, a agricultura se estendeu para o leste, onde se destacam as culturas old copper (nos Grandes Lagos) e Adena (Ohio), conhecedoras de uma metalurgia rústica do cobre, e mais tarde a Hopewell (Illinois), com grandes povoados.
A neolitização se estendeu também pelo continente sul-americano, embora com maior atraso e sempre em associação com a antiga economia caçadora e coletora. Entre outros, destacam-se os povos caraíbas, tupis e guaranis, dos planaltos e planícies do Amazonas e do Orinoco (com grandes ocas comunitárias), além dos araucanos do Chile (norte e centro) e dos pampas norte-ocidentais da Argentina, cuja cultura se beneficiou do contato com a área andina.
Autoria: Celso Eduardo Wassmansdorf
https://www.coladaweb.com/historia/pre-historia-da-america
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Civilização Mesopotâmica
A civilização mesopotâmica se desenvolveu no vale dos rios Tigre e Eufrates e é considerada o berço da cultura ocidental.
Daqueles povos vêm os cálculos astronômicos, a escrita, o primeiro código, as cidades-estados e muito mais.
A Mesopotâmia era uma região fértil que facilitava a fixação de populações. Em épocas sucessivas, sumérios, acádios e assírios, dentre outros povos, dominaram esta zona.
Origem da Civilização Mesopotâmica
crescente fértil
A região entre os rios Tigre e Eufrates era denominada "crescente fértil"
A palavra "mesopotâmia" vem do grego e significa "entre dois rios". Com a abundância de águas e terras férteis, os primeiros seres humanos resolveram se fixar ali, entre os rios Tigres e Eufrates, num fenômeno conhecido por Revolução Urbana.
As cidades eram protegidas por muralhas e suas construções mais altas eram os templos, chamados de zigurates. Estes eram administrados por sacerdotes que detinham o poder administrativo da cidade.
Com o tempo, essas cidades foram crescendo e despertando a cobiça nas vizinhas. Houve a necessidade de separar o poder religioso do administrativo e surgem os primeiros comandantes militares.
Nem tudo, entretanto, era resolvido com lutas. As cidades também começaram a comercializar aquilo que não necessitavam (excedentes) e isso gerou as primeiras trocas comerciais que se têm notícia.
Povos da Mesopotâmia: sumérios e acádios
Sumérios
A primeira civilização que se desenvolveu na Mesopotâmia foi a dos sumérios, povo oriundo do vizinho planalto do Irã.
Quish teria sido a primeira cidade dessa civilização, depois surgiram Ur, Uruk, Nipur, Lagash, Eridu e Nipur.
Cada cidade era independente, governadas por um patesis, mistura de chefe militar e sacerdote. Eles controlavam a população, cobrando impostos e administrando as obras para armazenar a água e que seria usada nos períodos de seca.
As terras eram consideradas propriedade dos deuses, cabendo ao homem servi-los, não só com o trabalho agrícola, mas também com a edificação dos zigurates.
Os sumérios desenvolveram um sistema de leis baseado nos costumes e eram habilidosos nas práticas comerciais Por isso, elaboraram a escrita cuneiforme, assim chamada porque eram feitas com um estilete em forma de cunha que gravavam em placas de argila.
Acádios
Depois de longo tempo de autonomia, as cidades sumerianas se enfraqueceram, devido às lutas pela hegemonia política.
O enfraquecimento possibilitou a invasão de vários povos semitas - povos do sudeste da Ásia que falavam línguas semíticas, tais como hebreus, árabes, etíopes, babilônicos, assírios, arameus, cananeus e fenícios.
Sua cidade mais importante foi Acad, que deu origem ao termo acádios. Por volta de 2330 a.C., o rei acádio Sargão I unificou as cidades sumérias, criando o primeiro império que se tem registro na História, o Império Acádio.
Porém, contínuas invasões estrangeiras inviabilizaram a permanência deste domínios, que acabou desaparecendo por volta de 2100 a.C.
Primeiro Império Babilônico (1800-1600 a.C.)
Cidade da Babilônia
Entre os invasores da Mesopotâmia, que derrubaram os acádios, estavam os amoritas, provenientes do deserto árabe. Os amoritas se estabeleceram na cidade de Babilônia, na Média Mesopotâmia.
Por volta do século XVIII a.C., Hamurábi, rei da Babilônia, conseguiu unificar toda a região fundando o Primeiro Império Babilônico.
A cidade transformou-se num dos maiores centros urbanos da Antiguidade, onde se erguiam importantes monumentos arquitetônicos.
É o caso do zigurate de Babel, citado na Bíblia como a torre construída para se chegar ao céu.
Código de Hamurabi e a Civilização Mesopotâmica
Hamurábi, o mais importante rei da Babilônia, organizou o primeiro código de leis escritas - Código de Hamurabi. Para o soberano, se as leis estivessem gravadas, todos poderiam obedecê-las em qualquer lugar do reino.
Deste modo, o Código apresentava uma série de penas para delitos em todos os âmbitos da vida, seja doméstico ou profissional, em relação à propriedade de imóveis e escravos. As punições previstas variavam de acordo com a condição social da vítima e do infrator.
O Código de Hamurabi pode nos parecer cruel nos dias atuais, mas tinha como objetivo regularizar a vingança. Dele se extraiu a Lei de talião, que pregava o princípio do "olho por olho, dente por dente".
No entanto, devemos entender que a sociedade para o qual foi criado não havia a noção de um Direito constituído e, em teoria, qualquer pessoa poderia fazer justiça com as próprias mãos.
Características dos Povos da Mesopotâmia
Apesar da grande diversidade cultural, algumas características eram comuns às diferentes sociedades que se desenvolveram na Mesopotâmia.
Economia
A base da economia era a agricultura, que dependia das cheias dos rios Tigres e Eufrates. O sistema monetário era pouco desenvolvido, mas a cevada e os metais eram utilizados como referência de valor.
Sociedade
Na região predominavam as pessoas livres. Os escravos surgiram durante as guerras e pertenciam à comunidade. Eram utilizados nos trabalhos mais duros, como o das minas.
Religião
Os povos mesopotâmicos eram politeístas.
Cada povo cultuava com mais intensidade uma divindade: os babilônios, Marduk; os assírios, Assur. Uma deusa bastantes popular era Ishtar, protetora da fertilidade, vida, beleza e do amor.
Ciência e Cultura
Os povos mesopotâmicos destacaram-se na ciência, arquitetura e literatura. Observando o céu, os sacerdotes desenvolveram os princípios da astronomia e da astrologia.
Os zigurates, templos que abrigavam celeiros e oficinas, eram também verdadeiras torres de observação dos céus. Descreveram cálculos do movimento de planetas e estrelas e a elaboração de sofisticados calendários.
Foram os mesopotâmios que elaboraram o calendário dividindo o ano em 12 meses e a semana em sete dias, cada um em períodos de 12 horas.
Desenvolveram ainda cálculos algébricos, dividiram o círculos em 360 graus e calcularam as raízes quadrada e cúbica. Na arquitetura, introduziram o uso de arcos e decoração em baixo relevo.
Na literatura, criaram poemas e narrativas épicas, como a Epopeia de Gilgamesh, inspiradora da descrição do dilúvio bíblico.
Curiosidades
Na Babilônia estava situada uma das Sete Maravilhas do Mundo Antigo, os Jardins Suspensos.
A maior parte do território da antiga Mesopotâmia, atualmente, se encontra situado no Iraque e no Irã.
Egito antigo
A Civilização Egípcia foi uma das mais importantes civilizações que se desenvolveram na região do Crescente Fértil.
Instalada no extremo nordeste da África, numa região caracterizada pela existência de desertos e pela vasta planície do rio Nilo.
A Civilização Egípcia formou-se a partir da mistura de diversos povos, entre eles, os hamíticos, os semitas e os núbios, que surgiram no Período Paleolítico.
Os primeiros núcleos populacionais só começaram a se formar durante o Período Neolítico, onde as comunidades passaram a se dedicar mais à agricultura do que a caça ou a pesca.
Por volta de 4000 a.C., os antigos núcleos deram lugar a pequenas unidades políticas, os nomos, governados por nomarcas, que se reuniram em dois reinos, um do Baixo Egito, ao norte e outro do Alto Egito, ao sul.
Por volta de 3200 a.C., Menés, o governante do Alto Nilo, unificou os dois reinos e tornou-se o primeiro faraó, dando origem ao período dinástico, que pode ser dividido em três momentos distintos: Antigo Império, Médio Império e Novo Império.
Antigo Império (3200 – 2300 a.C.) – época em que foi concluída a unificação do Egito. A capital egípcia passou a ser Tínis e depois transferida para Mênfis, na Região do Cairo (capital atual do Egito).
O faraó, considerado uma divindade, governava com poder absoluto. Entre 2700 e 2600 a.C., foram construídas as pirâmides de Guizé, atribuídas aos faraós Quéopes, Quéfren e Miquerinos.
Médio Império (2000 – 1580 a.C.) - nessa fase os faraós reconquistaram o poder que estava enfraquecido por ação dos nomarcas. Na Palestina conquistada, foi encontrada mina de cobre, e na Núbia, mina de ouro.
Entre 1800 e 1700 a.C.), os hebreus retirando-se da Palestina, chegaram ao Egito. Os hicsos, povo nômade, de origem asiática, invadem o pais, permanecendo na região até 1580 a.C.)
Novo Império (1580 – 525 a.C.) – foi marcado pela expulsão dos hicsos, pelo grande desenvolvimento militar e pela conquista de um vasto território. Os hebreus foram escravizados e por volta de 1250 a.C., sob a liderança de Moisés, os hebreus conseguiram fugir do Egito, no episódio que ficou conhecido como Êxodo e está registrado no Antigo Testamento da Bíblia.
O auge da civilização egípcia foi atingido durante o longo governo do faraó Ramsés II (1292 – 1225 a.C.), que derrotou vários povos asiáticos.
Após seu reinado, as lutas entre os sacerdotes e os faraós enfraquecem o Estado, o que estimulou novas invasões. Em 525 a.C., os persas comandados por Cambires, derrotaram os egípcios na Batalha de Pelusa e conquistaram definitivamente a região.
A partir de então, o Egito deixaria de ser independente por pelo menos 2500 anos, período em que se tornaria sucessivamente, província dos persas, território ocupado por macedônios, romanos, árabes, turcos e finalmente ingleses.
As invasões constantes exerceram grande influência na cultura egípcia, sobretudo o domínio macedônico que permitiu a penetração das ideias gregas.
Esse domínio instaurou uma dinastia de origem macedônica, chamada ptolomaica ou lágida, à qual Cleópatra pertenceu.
Seu filho com o imperador romano Júlio César foi o último rei ptolomaico. Em seguida, a região caiu sob o domínio romano e mais tarde árabe Nesse período foram introduzidos elementos culturais cristãos e muçulmanos sucessivamente.
Religião na Civilização Egípcia
A sociedade egípcia era marcada por uma profunda religiosidade. Politeístas, adoravam diversos deuses: Amon-Ra, protetor dos faraós; Ptah, protetor dos artesãos; Thot, deus da ciência e protetor dos escribas; Ambis, protetor dos embalsamentos; Maat, deusa da justiça, entre outros.
Acreditavam em vida após a morte e no retorno da alma ao corpo, cultuavam os mortos e desenvolviam técnicas de mumificação, para conservar os corpos.
Ciências na Civilização Egípcia
Os egípcios desenvolveram o estudo da matemática e da geometria, voltada principalmente para a construção civil. Usaram a raiz quadrada e as frações; calculavam também a área do círculo e do trapézio.
A preocupação com as cheias e vazantes do Nilo estimulou o desenvolvimento da astronomia. Observando os astros, localizaram planetas e constelações.
O dia era dividido em 24 horas. A semana tinha dez dias e o mês, três semanas. O ano de 365 dias era dividido em estações agrárias: cheia, inverno e verão.
O desenvolvimento da prática da mumificação permitiu o maior conhecimento da anatomia humana, tornando possível a realização de cirurgias no crânio. Tratavam de doenças do estômago, coração e de fraturas.
A escrita desenvolveu-se de três formas:
Hieroglífica – a escrita sagrada dos túmulos e templos; a mais antiga, anterior a 3000 a.C., composta por mais de 600 caracteres.
Hierática – uma simplificação da hieroglífica. Seu uso estava ligado à religião e ao poder;
Demótica – era a escrita popular, formada por cerca de 350 sinais, usada nos contratos redigidos pelos escribas.
Juliana Bezerra
Bacharelada e Licenciada em História, pela PUC-RJ. Especialista em Relações Internacionais, pelo Unilasalle-RJ. Mestre em História da América Latina e União Europeia pela Universidade de Alcalá, Espanha.
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POVOS DA ANTIGUIDADE : FENÍCIOS – HEBREUS E PERSAS
Fenícios
Os fenícios fazem parte de uma das mais importantes civilizações da Antiguidade – a civilização fenícia.
Viviam no Norte da Palestina, entre o Mar Mediterrâneo e o território que hoje corresponde ao Líbano, Síria e Israel.
Os fenícios são conhecidos como o povo do mar. Isso porque eles foram grandes mercadores marítimos e contribuíram para o desenvolvimento da Astronomia.
Destacam-se, também, na civilização antiga, os persas e hebreus.
Hebreus, Fenícios e Persas
Os fenícios conviveram e comerciaram com vários povos. Tiveram como vizinhos os hebreus que também viviam na região onde está o atual Estado de Israel.
Com os persas, além do comércio, os fenícios ainda tiveram que enfrentá-los como inimigos devido à expansão do Império Persa.
Religião
A religião da Fenícia era o Politeísmo onde praticavam rituais de sacrifício de animais.
Os fenícios cultuavam, principalmente, três deuses, que são conhecidos por nomes diferentes:
El - era o deus máximo – aquele que havia criado o mundo, mas não necessariamente os deuses. Nada acontecia sem seu consentimento e por isso, ele sabe de tudo. El é representado como um homem velho, sentado no alto da montanha, distante da humanidade. Para alcançar suas graças, os fiéis devem se dirigir a sua esposa, Astarte.
Asherah - esposa de El – deusa-mãe, do mar, dos rebanhos e das colheitas. Um dos seus símbolos é a palmeira, árvore que se destaca no deserto por sua resistência, assim como ela se destaca entre os deuses.
Baal - filho de El e Astarte – era o deus das tempestades e montanhas, encarregado da fertilidade. É conhecido por vários títulos como Cavaleiro das nuvens ou Mestre das Terras, um guerreiro que combate as forças da morte. Como filho de El também atua como regente na ausência do pai.
Economia
Os fenícios dedicavam-se ao artesanato chegando a inventar o vidro transparente. Na agricultura, cultivavam olivas e vinhas, e se dedicaram especialmente à pesca e ao comércio marítimo.
Não desenvolveram grandes atividades agropecuárias tendo em conta que a região que habitavam era montanhosa e pouco extensa.
Ampliaram as técnicas de tingimento de tecidos. Destaca-se o tingimento com a tonalidade púrpura, feito a partir de um molusco e que era muito procurado pela elite. Dessa cor vem a palavra "fenício".
Construíram grandes e imponentes navios que permitiram expandir seu comércio. Ergueram portos e viajavam longas distâncias realizando trocas de mercadorias como madeira de cedro, o vidro, o marfim e corantes.
Política
É importante ressaltar que nunca houve um país unificado chamado “Fenícia” tal como entendemos hoje.
A Fenícia era formada por várias cidades-estados, tais como Arad, Biblos, Tiro, Sídon e Ugarit. Cada uma dessas cidades era governada de forma independente que tanto podiam ser aliadas como guerrear entre si.
O poder político se baseava nas rotas marítimas e estava nas mãos dos homens que dominavam o mar, constituindo a Talassocracia.
Esta palavra vem do grego e significa “thálassa”- mar e “kratía”- força, poder.
Cultura
A cultura fenícia recebeu influências dos povos que eles comercializavam a ponto de muitos estudiosos identificarem poucos elementos originais.
No entanto, destacaram-se na cunhagem de moedas e imprimiram ali os desenhos de seus barcos e mitos.
Utilizavam a música e a dança para louvar os deuses em rituais realizados no campo ou no centro das cidades.
Alfabeto
A maior herança dos fenícios que chegou aos nossos dias é o alfabeto.
Ao contrário de outros povos como os egípcios ou os babilônicos que elaboraram uma escrita baseada em símbolos, o alfabeto fenício representava os fonemas. Este alfabeto seria a origem da escrita ocidental.
Possuía 22 consoantes e, posteriormente, os gregos acrescentariam as vogais.
Foi criado com o objetivo de facilitar as relações comerciais.
O Fim dos Fenícios
Quando Ciro II, rei da Pérsia, conquistou a Fenícia, os fenícios fugiram e fundaram Cartago.
Ao fim de três conflitos pelo domínio do Mar Mediterrâneo, durante as Guerras Púnicas, Roma destrói Cartago e passa a dominar o comércio do Mediterrâneo.
Curiosidade
Alguns estudiosos acreditam que os fenícios estiveram no Brasil deixando marcas, tais como materiais com inscrições fenícias e semelhanças com a cultura indígena.
Entretanto, não há provas da veracidade dessa teoria.
Hebreus
O povo hebreu, ou hebraico, também conhecidos como israelitas ou judeus, faz parte de uma das mais importantes civilizações da Antiguidade – a civilização hebraica.
Esse povo que inicialmente vivia na Mesopotâmia, era um povo nômade e vivia em busca de solo favorável para a criação do seu gado.
Por volta de 2000 a.C. foram para a Palestina, atual Israel, por orientação de Abraão, em busca da Terra prometida – Canaã.
Anos depois, em decorrência da seca que atingiu a Palestina, os hebreus foram para o Egito, onde, passado algum tempo, começaram a ser escravizados, sendo libertados da escravidão por Moisés no conhecido episódio bíblico da travessia do Mar Vermelho em que se Moisés abre uma passagem e divide o mar para que os hebreus fujam de regresso à Palestina.
No Antigo Testamento da Bíblia, há muitos relatos sobre esse povo da Antiguidade, de origem semita. Veja o trecho do Livro de Êxodo sobre a travessia:
“Então Moisés estendeu a sua mão sobre o mar, e o Senhor fez retirar o mar por um forte vento oriental toda aquela noite; e o mar tornou-se em seco, e as águas foram partidas.
E os filhos de Israel entraram pelo meio do mar em seco; e as águas foram-lhes como muro à sua direita e à sua esquerda.
E os egípcios os seguiram, e entraram atrás deles todos os cavalos de Faraó, os seus carros e os seus cavaleiros, até ao meio do mar.” (Êxodo 14:21-23)
Economia
Enquanto dedicavam-se à pecuária, o povo hebreu era um povo nômade, mas de regresso à Palestina passou a se dedicar à agricultura, ao artesanato e ao comércio, se tornando, assim, um povo sedentário.
Religião
Judaísmo é o nome da religião desse povo. Os hebreus eram monoteístas e cultuavam a Javé. A sua religião estava baseada nos Dez Mandamentos, escritos por Deus nas Tábuas da Lei e entregues a Moisés, no Monte Sinai.
Sociedade
A governação do povo hebreu passou por três períodos: patriarcas, seguidamente, juízes e, finalmente, reis.
Patriarcas: Abraão, Isaac e Jacó
Juízes: Sansão, Otoniel, Gideão e Samuel
Reis: Saul, Davi e Salomão
Após a morte do rei Salomão, e na sequência da revolta do povo contra a desigualdade social oriunda do pagamento de altos impostos, a Palestina foi dividida em dois reinos, formadas por 10 tribos de Israel e por 2 tribos de Judá.
Anos mais tarde, os reinos foram conquistados pelos assírios e pelos babilônios, respetivamente. Data dessa altura o Cativeiro da Babilônia. Séculos depois Jerusalém é destruída e os judeus são obrigados a dispersar-se. É a conhecida Diáspora Judaica.
Herança cultural
Visto que o cristianismo tem origem na religião judaica, a civilização hebraica influenciou largamente a civilização contemporânea.
Os hebreus construíram grandes palácios e templos, o maior deles foi o Templo de Jerusalém, que foi destruído pelos romanos, dele sobrando apenas um muro, o qual atualmente é conhecido como o Muro das Lamentações que compõe o Patrimônio Mundial da Humanidade.
Persas
Os persas constituíram uma das mais importantes civilizações da Antiguidade.
A Pérsia se localizava, principalmente, ao leste da Mesopotâmia, no atual território ocupado pelo Irã, que era chamado de Pérsia até 1935, quando mudou seu nome.
O Império Persa
Os persas se estenderam por um largo território. Dentre as suas conquistas destacamos: a Babilônia, o Egito, os Reinos da Lídia, Fenícia, Síria, Palestina e as regiões gregas da Ásia Menor.
Quem deu início ao Império Persa foi Ciro, o Grande (560 a.C – 529 a.C). Porém, o desenvolvimento da civilização se deve, principalmente a Dario I, o Grande.
Este foi o responsável por grandes construções, principalmente a Estrada Real, cujo objetivo era manter a hegemonia dos povos conquistados. Seguiu-se Dario I, Xerxes I, Artaxexes I até o último imperador, Dario III, derrotado por Alexandre, o Grande.
A política persa e o poder soberano
A expansão da Pérsia somente foi possível graça ao empreendedorismo dos imperadores que estiveram no seu poder.
Todos os povos conquistados pelo Império Persa tinham de pagar imposto, mas não eram obrigados a deixar de lado os seus costumes ou a sua língua.
Os persas foram um dos primeiros povos a realizar uma reforma política e administrativa. Era preciso organizar a população que havia sido conquistada. Assim, a reforma administrativa, realizada no governo de Dario deu origem às satrapias - províncias governadas pelos sátrapas. Estes eram considerados os “olhos e ouvidos do rei”, pessoas de confiança encarregadas de vigiar os sátrapas.
Desse modo, o sistema político e administrativo da civilização persa possuía um nível de complexidade maior em relação a outras sociedades do período.
Economia persa
Os persas viviam da agropecuária, da mineração, do artesanato e dos impostos cobrados aos povos subjugados.
A construção da Estrada Real propiciou o desenvolvimento do comércio, pois tornou as viagens mais rápidas e seguras. A fim de poder negociar com todos as regiões do seu vasto império, os persas instituíram uma moeda, o dárico.
Cultura, Arte e Religião persa
Os persas construíram grandes obras arquitetônicas e seus palácios, além de grandes, eram bastante luxuosos. Os mosaicos e as pinturas retratam os feitos dos imperadores assim como os deuses.
Ainda hoje, a cultura persa é famosa pelos belos tapetes persas reconhecidos em todo o mundo. Seus desenhos elaborados formam um labirinto geográfico ou com elementos da natureza.
Zoroastrismo ou Masdeísmo é o nome da antiga religião desse povo, que teve origem na fusão das crenças populares dos povos persas, feita pelo seu fundador, o profeta Zoroastro ou Zaratustra – daí a origem do nome.
Trata-se de uma religião dualista, ou seja, que acredita no princípio do Bem versus Mal (Mazda, o deus do Bem, e Arimã, o deus do Mal).
Juliana Bezerra, Bacharelada e Licenciada em História, pela PUC-RJ. Especialista em Relações Internacionais, pelo Unilasalle-RJ. Mestre em História da América Latina e União Europeia pela Universidade de Alcalá, Espanha.
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TEXTO - GRÉCIA ANTIGA
Introdução
A Grécia Antiga é considerada pelos historiadores como uma civilização de grande esplendor cultural. Os gregos desenvolveram a filosofia, as artes, a tecnologia, os esportes e muito mais. Tamanha era a importância desta cultura, que os romanos, ao invadir a Península Balcânica, não resistiram e beberam nesta esplendida fonte cultural. Vejamos os principais elementos da cultura grega
Povoamento da Grécia:
2000 AC: pastores e agricultores ocuparam a Península do Peloponeso (Aqueus, Jônios, Eólios e Dórios)
Geografia: Terreno Montanhoso
- dificultou o contato entre as cidades
- formação de cidades-estados (pólis) - surgem por volta do século VII a.C.
- muitas ilhas: favoreceu o comércio marítimo e portos
Períodos da História da Grécia Antiga
Pré-Homérico - entre 2000 e 1.100 a.C
- época de ocupação do território da Grécia. Desenvolvimento das civilizações Micênica e Cretense. Invasão dos Dórios no final deste período, provocando a dispersão dos povos da região e ruralização.
Homérico - entre 1.100 e 700 a.C
- conclusão do processo de ruralização das comunidades gentílicas. Nos genos havia a coletivização da produção e dos bens. No final deste período, com o crescimento populacional, ocorreu a desintegração dos genos.
Arcaico - entre 700 e 500 a.C
- surgimento das pólis (cidades-estados) com a formação de uma elite social, econômica e militar que passa a governar as cidades. Neste período ocorreu a divisão do trabalho e o processo de urbanização. Surge o alfabeto fonético grego e significativo desenvolvimento literário e artístico.
Clássico - entre 500 e 338 a.C
- época de grande desenvolvimento econômico, cultural, social e político da Grécia Antiga. Época de grande fortalecimento das cidades-estados gregas como, por exemplo, Esparta, Atenas, Tebas, Corinto e Siracusa. Foi também uma época marcada por conflitos externos como, por exemplo, as Guerras Médicas (entre gregos e persas no século V). Ocorreu também, neste período, a Guerra do Peloponeso (entre Atenas e Esparta).
Helenístico - entre 338 e 146 a.C
- fase marcada pelo enfraquecimento militar grego e a conquista macedônica na região. A cultura grega espalha-se pela região, fundindo-se com outras (helenismo).
Cidades-estado mais importantes:
Atenas: o berço da democracia
- democracia: governo do povo (dos cidadãos da pólis)
- as assembléias
- cidadãos: homens, nascidos na cidade, adultos e livres
- Escravidão: dívidas e guerras
- Atenas: desenvolvimento artístico, filosófico e cultural
A cidade de Atenas é considerada o berço da democracia. Os cidadãos atenienses (homens, nascidos na cidade, adultos e livres) eram aqueles que podiam participar das votações que ocorriam na Ágora (praça pública). Decidiam, de forma direta, os rumos da cidade-estado.
Esparta: a cidade guerreira
- formação de soldados para a guerra
- educação militar
- soldados: falar pouco
- mulher: deveria ser uma “boa reprodutora”
Religião:
- Politeísta : Zeus (deus dos deuses) / Poseidon (deus dos mares) / Hades (deus dos mortos) / Ares (deus da guerra)
- deuses: aparência e comportamento de humanos
A religião politeísta grega era marcada por uma forte marca humanista. Os deuses possuíam características humanas e de deuses. Os heróis gregos (semi-deuses) eram os filhos de deuses com mortais. Zeus, deus dos deuses, comandava todos os demais do topo do monte Olimpo. Podemos destacar outros deuses gregos : Atena (deusa das artes), Apolo (deus do Sol), Ártemis (deusa da caça e protetora das cidades), Afrodite (deusa do amor, do sexo e da beleza corporal), Démeter (deusa das colheitas), Hermes (mensageiro dos deuses) entre outros. Os gregos costumavam também consultar os deuses no oráculo de Delfos. Acreditavam que neste local sagrado, os deuses ficavam orientando sobre questões importantes da vida cotidiana e desvendando os fatos que poderiam acontecer no futuro.
Mitologia Grega
Através dos mitos e lendas os gregos transmitiam mensagens e ensinamentos importantes.
As estórias eram transmitidas oralmente de geração para geração. A mitologia grega era repleta de monstros, heróis, deuses e outras figuras mitológicas. Os mitos mais conhecidos são: Minotauro, Cavalo de Tróia, Medusa e Os Doze trabalhos de Hércules
Filosofia
A cidade de Atenas foi palco de grande desenvolvimento filosófico durante a o Período Clássico da Grécia (século V AC). Os filósofos gregos pensavam e criavam teorias para explicar a complexa existência humana, os comportamentos e sentimentos. Podemos destacar como principais filósofos gregos Platão e Sócrates.
Arte Grega :
- imitação da realidade (esculturas e teatro grego )
Artes Plásticas
Os gregos eram excelentes escultores, pois buscavam retratar o corpo humano em sua perfeição. Músculos, vestimentas, sentimentos e expressões eram retratados pelos escultores gregos. As artes plásticas da Grécia Antiga influenciaram profundamente a arte romana e renascentista
Teatro
Os gregos eram apaixonados pelo teatro. As peças eram apresentadas em anfiteatros ao ar livre e os atores representavam usando máscaras. As comédias, dramas e sátiras retravam, principalmente, o comportamento e os conflitos do ser humano. Ésquilo e Sófocles foram os dois mais importantes escritores de peças de teatro da Grécia Antiga.
Na arquitetura, os gregos ergueram palácios, templos e acrópoles de mármore no topo de montanhas. As decisões políticas, principalmente em Atenas, cidade onde surgiu a democracia grega, eram tomadas na Ágora (espaço público de debate político).
As Olimpíadas
- homenagem a Zeus
- esportes ao ar livre
Foram os gregos que desenvolveram os Jogos Olímpicos. Aconteciam de quatro em quatro anos na cidade grega de Olímpia. Era uma homenagem aos deuses, principalmente a Zeus (deus dos deuses). Atletas de diversas cidades gregas se reuniam para disputarem esportes como, por exemplo, natação, corrida, arremesso de disco entre outros. Os vencedores das Olimpíadas eram recebidos em suas cidades como verdadeiros heróis.
FONTE: http://www.suapesquisa.com/grecia/
http://www.tg3.com.br/grecia/historia_grecia.htm
QUER SABER MAIS SOBRE A GRÉCIA?
Veja o texto anexado aqui ou siga o link:http://educacao.uol.com.br/historia/ult1690u6.jhtm
ESPARTA E ATENAS
Esparta e Atenas foram cidades-estado da Grécia Antiga com profundas diferenças culturais, sociais e políticas.
Esparta e Atenas são os exemplos máximos da heterogeneidade da organização social que existia dentro de cada polis (cidade independente), da antiga civilização grega.
A formação das cidades-estado começou em uma fase de muito desenvolvimento cultural, político e social. Esse período foi o arcaico, datado dos séculos VIII ao VI a.C.
Inicialmente, os povos gregos organizavam-se em genos, que se tratavam de propriedades exploradas economicamente por clã ou grandes famílias.
Depois, os genos passaram a se desenvolver e tornaram-se unidades políticas maiores até tornarem-se cidades-estado ou polis
A sociedade grega compartilhava de hábitos e costumes comuns. Assim também era com a polis, que possuíam projetos arquitetônicos semelhantes.
Uma vez que existia a parte chamada de ágora, local de assembleias entre os cidadãos e de relações comerciais, era muito comum também as práticas de jogos, rituais aos deuses gregos, eventos culturais e julgamentos dos juízes gregos.
Entretanto, Esparta e Atenas eram poleis (plural de pólis ) que apresentavam a divergência do perfil sociopolítico da antiguidade grega.
Esparta: valores militares e pedagogia militarista
Esparta era uma cidade-estado situada na planície do rio Eurotas, na Lacônia, região da península do Peloponeso. Anteriormente, a região onde se formou o território espartano era de domínio dos povos dóricos. Logo, eles foram os ancestrais da população espartana.
A principal característica da sociedade espartana era a exaltação dos valores militares. Por isso, havia intensivo treinamento físico dos jovens, a fim de prepará-los para as guerras.
Até mesmo nas escolas, a educação espartana dedicava-se a uma pedagogia militarista, ou seja, o ensino da escrita estava voltado apenas para o necessário. O mais importante era a instrução de conhecimentos para formar soldados valentes e fortes.
Depois do processo de aprendizagem militar nas escolas espartanas, os jovens ingressavam no exército espartano aos 20 anos de idade e permaneciam no serviço militar com total dedicação da função até os 40 anos de idade.
Em razão dessa forte ligação militar de Esparta, as mulheres espartanas eram vistas como importantes genitoras de indivíduos fortes, com saúde e destemidos para lutar nas guerras e garantir vitórias contra dos inimigos.
Política
A organização política de Esparta e Atenas era bastante discrepante. Em Esparta o governo era uma Monarquia regida por dois reis, denominada de Diarquia. Os reis espartanos faziam parte de duas famílias abastardas – os Ágidos e os Euripôntides.
Os comandantes do exército esparto eram os próprios reis e cabia a eles também as funções relacionadas aos assuntos religiosos e militares. Existia no cenário político de Esparta o Conselho dos Anciões, que era chamado de Gerúsia. Este era presidido pelos reis espartanos e composto por vinte e oito homens com idades de 60 anos. Os conselheiros espartanos ou gerontes tinham funções políticas amplas.
A política espartana permitiu a participação de seus cidadãos a partir do século VII a. C., já que houve a criação da Assembleia dos Cidadãos chamada de Àpela. Na Assembleia era debatida e aprovada ou não as leis governamentais elaboradas pelos conselheiros da Gerúsia. E os cidadãos espartanos acima dos trinta anos de idade podiam participar das decisões políticas.
A abertura da participação política de Esparta possibilitou com que os conselheiros da Gerúsia fossem escolhidos pelos membros da Àpela.
A autoridade executiva espartana era desempenhada pelo Eforato. Seus membros eram chamados de éforos e compunha de cinco membros influentes, com mandato de um ano e responsáveis em guardar a tradição espartana. Os membros da Àpela também elegiam os éforos.
É importante destacar que embora os cidadãos da Àpela elegessem os conselheiros espartanos e os éforos, a estrutura político-social de Esparta se manteve oligárquica. Prova disso era a permanência vitalícia dos conselheiros espartanos, e os éforos que exerciam poder sem limites.
Atenas: valores culturais e pedagogia filosófica
A cidade-estado de Atenas estava situada na região Ática, no sudeste da Grécia, e foi o centro cultural da história dessa antiga civilização.
Por volta de 1600 a.C. os povos jônios dominaram o território ateniense e foram a principal etnia formadora da população. Isso porque na região habitaram outros povos, como os creto-micênicos, os aqueus, os jônios e os eólios, que também compuseram a base populacional de Atenas.
A principal atividade da economia em Atenas era o comércio marítimo, que favoreceu um perfil de uma cidade aberta aos estrangeiros.
A sociedade ateniense destacou-se pelo forte apreço aos valores culturais que fizeram da cidade um espaço de muitas instituições de ensino, discursos de grandes filósofos e do sistema de governo que seria adotado por muitos países ocidentais.
A educação ateniense priorizava o equilíbrio entre corpo e mente e tinha uma aprendizagem voltada para a arte e a filosofia.
Foi nessa cidade-estado que o filósofo Platão escreveu sobre epistemologia, metafísica, ética e política, e seus pensamentos são discutidos até os dias atuais. O filósofo fundou em 384/383 a.C a Academia de Platão, onde era ministrada uma pedagogia filosófica para alunos e seguidores.
Os cidadãos atenienses ainda foram contemplados com a escola de Filosofia , o Liceu de Aristóteles, fundado pelo discípulo de Platão, o filósofo Aristóteles, em 335 a.C.. Lá eram ministradas palestras sobre raciocínio lógico, física, metafísica, retórica, política e literatura.
Política
As reformas políticas atenienses tornaram-se modelo para o mundo ocidental. O regime político aristocrático foi disseminado e uma nova estrutura social e política passou a vigorar em Atenas.
Os governantes adotaram uma série de medidas políticas. Entre as mais importantes foram a do legislador ateniense Drácon, que escreveu as primeiras leis escritas e quis pôr fim à tirania dos poderosos.
O poeta e também legislador Sólon realizou reformas que possibilitaram a mobilidade social. Sólon eliminou a escravidão por dívida e dividiu a sociedade de acordo com a renda.
O reformulador das leis ateniense e considerado o pai da democracia foi o político grego Clístenes. Ele estabeleceu a ideia de isonomia, cujo princípio é que “todos os cidadãos são iguais perante a lei”.
Esparta e Atenas: diferentes modelos de polis gregas
Confira na tabela abaixo as principais diferenças de Esparta e Atenas no âmbito cultural, social e político:
Esparta Política aristocrática
Valorização do serviço militar
Educação militarista
Sociedade rigidamente hierarquizada
Atenas
Política democrática
Valorização da cultura
Educação da arte e da filosofia
Sociedade com possibilidade de mobilidade social
Postado por Andréa Araújo em 26/04/2019 e atualizado pela última vez em 20/07/2020
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Período Helenístico - Helenismo
O Período Helenístico (ou Helenismo) foi uma época da história compreendida entre os séculos III e II a.C. no qual os gregos estiveram sob o domínio do Império Macedônico.
Foi tão grande a influência grega que, após a queda do Império, a cultura helenística continuou predominando em todos os territórios anteriormente por eles dominados.
Entre os séculos II e I a.C., os reinos helenísticos foram aos poucos sendo conquistados pelos romanos.
Império Macedônico
Os macedônios habitavam a região situada no norte da Grécia. Durante muito tempo esses povos eram chamados de bárbaros pelos habitantes da Hélade, região entre a Grécia central e a do norte – cujos habitantes eram chamados de Helenos – ainda que, como eles, fossem de origem indo-europeia.
A conquista das cidades-Estados gregas pelo Império Macedônico, iniciando o período helenístico, ocorreu após uma guerra interna entre os gregos ter fragilizado sua defesa. A Guerra do Peloponeso opôs cidades-estados ligadas a Atenas e Esparta, enfraquecendo as defesas na região em caso de invasão estrangeira.
Em 338 a.C. os gregos foram derrotados na Batalha de Queronéia, pela forças macedônicas, que em pouco tempo dominaram toda a Grécia.
Em 336 a.C., o imperador Felipe II é assassinado, assumindo o trono, seu filho, Alexandre Magno que, durante dez anos de seu reinado (333-323 a.C.), conquistou extensa região, formando o maior império até então conhecido.
O império de Alexandre Magno se estendeu pelo Egito, Mesopotâmia, Síria, Pérsia e Índia. Essas conquistas ajudaram a formar uma nova civilização.
Adotando o grego como língua comum, iniciou-se um processo de interpenetração cultural, onde algumas instituições permaneceram próximas ao padrão grego e em outras prevaleceu elementos orientais. É com essa civilização mista que se dá início ao período helenístico.
Depois da morte de Alexandre, sem deixar herdeiros, o império foi dividido entre seus generais, formando três grandes reinos:
Ptolomeu (Egito, Fenícia e Palestina);
Cassandro (Macedônia e a Grécia);
Seleuco (Pérsia, Mesopotâmia, Síria e Ásia Menor).
Assim, surgiram dinastias de soberanos absolutistas que enfraqueceram a unidade mantida nos tempos de Alexandre e aos poucos foram caindo sob o domínio romano.
A Civilização Helenística
A civilização helenística foi o resultado da fusão de diversas sociedades, principalmente grega, persa e egípcia.
A grande obra de Alexandre Magno no plano cultural sobreviveu ao esfacelamento de seu império territorial.
O movimento expansionista promovido por Alexandre foi responsável pela difusão da cultura grega pelo Oriente, fundando cidades (várias vezes batizadas com o nome de Alexandria) que se tornaram verdadeiros centros de difusão da cultura grega no Oriente.
Cultura Helenística
Nesse contexto, elementos gregos acabaram-se fundindo com as culturas locais. Esse processo foi chamado de Helenismo e a cultura grega mesclada a elementos orientais deu origem à Cultura Helenística, numa referência ao nome como os gregos chamavam a si mesmos – Helenos.
Os Helenos desenvolveram a pintura e a escultura, onde retratavam com perfeição a natureza e o movimento dos corpos.
No Oriente Médio, os principais centros de cultura helenística foram Alexandria (no Egito), Pérgamo (Ásia Menor) e a ilha de Rodes, no mar Egeu, com seus grandes palácios de mármore, ruas amplas, escolas, bibliotecas, teatros, academias, museus e até um Instituto de Pesquisas.
Sua arquitetura impressiona pela riqueza e pelo porte, como o altar de Zeus em Pérgamo (180 a.C.), que foi reconstituído e encontra-se no Museu de Berlim.
Filosofia Helenística
O pensamento filosófico helenístico era dominado por duas correntes:
o Estoicismo: que acentuava a firmeza do espírito, a indiferença à dor, a submissão à ordem natural das coisas e a independência em relação aos bens materiais;
o Cinismo: que tinha total desprezo aos bens materiais e ao prazer;
o Epicurismo: que aconselhava a busca do prazer.
Também havia o Ceticismo que aconselhava a tudo duvidar.
Do ponto de vista cultural. Os povos que eram militarmente conquistados tomavam contato com a cultura grega, havendo uma grande interação entre elas. Alguns aspectos contribuíram para isso:
- permissão para permanência das instituições políticas e religiosas locais;
- incentivo à união, por meio de casamentos, entre vencedores e vencidos;
- integração ao exército macedônico de contingentes militares dos povos conquistados;
- governo dos territórios conquistados por gregos e macedônicos, incorporados, em grande
Medida, aspectos importantes dos governos locai.
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Monarquia Romana
A Civilização Romana surgiu com a fundação de Roma em 753 a.C. Na primeira fase da história romana, essa cidade foi governada por uma monarquia.
A história do Império Romano foi iniciada com a fundação de Roma, que aconteceu em 753 a.C. com a união das aldeias latinas da região do Lácio, na Itália. Nesse período inicial, essa cidade adotou como sistema político a monarquia, que se estendeu até 509 a.C., quando o rei Tarquínio, o Soberbo foi deposto pelo senado romano.
Fundação de Roma
No século VIII a.C., a Península Itálica, região em que a cidade de Roma foi fundada, era habitada por diferentes povos. Dessa península, os etruscos habitavam o norte, diversos italiotas habitavam a região central e os gregos habitavam o sul. Roma foi oficialmente fundada em 753 a.C., após Rômulo ter unificado as vilas latinas que existiam na região do Lácio.
A fundação de Roma, a partir da junção das grandes aldeias latinas da região, ocorreu, conforme o relato do historiador francês do século XIX, Fustel de Coulanges, em um processo ritualístico da religião tradicional dos latinos em que a escolha da cidade foi feita com a interpretação de presságios e sua fundação oficializada em um ritual com os pater, os chefes das tribos latinas|1|.
A respeito da formação dessa cidade, os romanos antigos acreditavam em uma lenda que dava à fundação de Roma um caráter mitológico. Nessa lenda, Rômulo e Remo eram filhos de Réia Sílvia com o deus Marte e foram abandonados em um cesto no Rio Tibre por um usurpador, que havia tomado o poder de Alba Longa, uma cidade lendária do Lácio.
Segundo esse mito, Rômulo e Remo teriam sido encontrados e amamentados por uma loba e, logo em seguida, foram encontrados por um pastor de ovelhas que os criou até a idade adulta. Ao tornarem-se adultos, Rômulo e Remo retornaram a Alba Longa e devolveram o trono para Numitor, de quem eram netos, partindo, em seguida, para fundar uma nova cidade.
Um desentendimento (cuja causa tem várias versões na lenda romana) levou Rômulo a assassinar Remo. Rômulo, então, nomeou de Roma a cidade e tornou-se seu primeiro rei. Essa lenda procurava associar a cidade romana com os deuses (Rômulo e Remo eram filhos de Marte) para evidenciar sua predestinação a tornar-se poderosa e afirmar que os romanos possuíam a proteção dos deuses.
Características do período
Nesse período, Roma possuía uma monarquia cujos reis eram escolhidos pelos membros do senado romano. O estudo acerca desse período da história romana é extremamente complicado pela ausência de fontes que deem maior embasamento sobre detalhes importantes. Do período monárquico, sabe-se, até então, que existiram sete reis de origens diversas, como reis latinos, sabinos e etruscos.
O rei era o chefe administrativo, militar e religioso da cidade, e sua escolha era feita por eleição do senado. Após a morte do rei, o poder retornava ao senado, que governava temporariamente até que um novo rei fosse escolhido. O senado romano foi formado pelos principais chefes das tribos latinas que haviam fundado a cidade em 753 a.C.
A sociedade romana era composta pelos seguintes grupos: patrícios, plebeus, clientes e escravos. Os patrícios eram os descendentes dos pater, os chefes tribais dos latinos que fundaram a cidade. Eles representavam a aristocracia da cidade de Roma, eram donos das terras e somente eles poderiam ter acesso aos cargos políticos. O oposto aos patrícios eram os plebeus, que não possuíam direitos políticos, tinham pouca ou nenhuma terra e sobreviviam de seu trabalho.
Os clientes eram o outro grupo que formava a sociedade romana. Eles eram formados por plebeus e estrangeiros que prestavam serviços diretamente para uma família patrícia. Isso lhes rendia uma condição financeira mais confortável e proteção. Por fim, os escravos eram a base da sociedade, porém, nesse período, não eram numerosos em Roma.
Roma sofreu grande influência de seus vizinhos, etruscos e gregos, com cada um desses povos deixando sua contribuição para o crescimento e desenvolvimento dessa cidade. Dos gregos, os romanos herdaram a base de sua cultura e religião, além de terem aprendido noções de arquitetura (a arquitetura romana tornou-se famosa em razão de suas obras de grande qualidade).
A partir da influência dos etruscos, os romanos conseguiram desenvolver o seu comércio e aprenderam técnicas de manejo do solo, como a drenagem de pântanos. Nas últimas décadas do período monárquico, inclusive, a cidade de Roma foi governada pelos etruscos. Contudo, os historiadores não sabem ao certo quando se iniciou o domínio desse povo.
Fim da monarquia
O período da monarquia romana foi finalizado em 509 a.C., quando o rei de origem etrusca Tarquínio, o Soberbo, foi deposto de sua função e expulso da cidade. A partir desse momento, uma grande alteração nos quadros políticos de Roma aconteceu, e o poder político passou a ser concentrado no senado e na figura dos cônsules. Essa mudança marcou também o início do período republicano, que se estendeu até 27 a.C.
República Romana (509 a.C. - 27 a.C.)
Daniel Zem Bernardes
Publicado por Daniel Zem Bernardes – Última atualização: 31/5/2019
Introdução
A república romana foi o período da Roma antiga que sucedeu o período da monarquia romana, tendo sido marcado por sua organização política: a república. Essa organização política consistia na forma de um governo sem a centralização do poder nas mãos de um só homem, contrário ao que ocorria antes, no período monárquico.
A Roma republicana tinha uma estrutura política que se consolidava com seus cargos magistrais, cujos representantes eram escolhidos em assembleias com forte influência do Senado, que exercia praticamente o controle do governo de Roma durante a república.
Esse período extenso, de quase 5 séculos, também é marcado pelo seu desenvolvimento rumo à grande fase do império romano. Durante a república romana, houve um grande desenvolvimento econômico e militar, além de social e cultural.
Destacam-se, assim, as guerras púnicas e o domínio sob o Mar Mediterrâneo, que foram fatores cruciais para o desenvolvimento da república de Roma.
Para entendermos como se desenrolou esse capítulo da história da Roma antiga, primeiro devemos entender como se deu a transição da monarquia para a república.
Da monarquia para a República
A cidade de Roma surgiu na península italiana, acredita-se que durante o século VII a.C., a partir da necessidade da criação de uma fortificação militar para a defesa dos povos que habitavam a região central dessa península das invasões dos povos que viviam na sua porção norte, os etruscos. Assim, às margens do Rio Tibre e no Monte Palatino, foi erguida a cidade de Roma, por Rômulo e Remo, segundo a lenda.
Rômulo se tornou o primeiro rei de Roma após matar o seu irmão, Remo, por conta da disputa pelo trono, iniciando, assim, a monarquia romana. Durante este período, foram escassos os documentos, então parte do que se sabe é baseado em relatos mitológicos. Contudo, é certo que essa monarquia existiu.
O declínio desse período inicia-se com a dominação de Roma pelos etruscos, que deu início à dinastia dos reis etruscos, que começaram a se distanciar da elite romana, os patrícios, e, por consequência, também do Senado, que começou a perder os seus privilégios.
Assim, durante o reinado de Tarquínio, o soberbo, o Senado articulou uma revolta que sufocou o monarca, estabelecendo uma nova organização política, desvinculada da concentração de poderes nas mãos de um único homem: a república.
A república romana: características e organização
Com a chegada da república romana, extingue-se a figura do rei e é estabelecido um sistema no qual o poder era dividido entre os magistrados (entre eles, destacam-se cônsules e tribunos da plebe), o Senado e, posteriormente, o conselho da plebe.
Todos possuíam funções específicas, contudo, existia uma certa concentração de poder e maior privilégio para os senadores. Vamos entender melhor a organização política da república romana:
Os cargos magistrais
Os cargos magistrais eram cargos públicos do governo. Esses cargos eram definidos através de assembléias, que eram compostas apenas pela elite romana, os patrícios, e pelo Senado.
Somente a partir das reivindicações sociais da plebe (povo comum), foi possível que esta camada da sociedade tivesse os seus próprios representantes e a sua própria assembléia.
Os cargos magistrais eram:
Consul: O cônsul era o maior cargo da magistratura romana. Os dois cônsules eram eleitos por decisão popular, na assembleia centuriata, e tinham um mandato de 1 ano. O cargo tinha como responsabilidade a administração do governo e do poder executivo. Os cônsules também detinham poder sob o exército.
Pretores: Eram cargos que também eram eleitos durante as assembleias centuriatas. Os Pretores exerciam o poder judiciário, responsável pelo exercício da justiça. Uma figura que se assemelha ao juíz dos dias de hoje.
Censores: Responsáveis pelo por realizar censos demográficos e econômicos na cidade e pela organização de eleições. Também eram responsáveis por conservar os costumes morais romanos na sociedade.
Edil e Questor: Ambos eram eleitos pela assembléia tribal, uma assembléia composta pelo povo urbano e pelo rural. O Edil era um cargo que tinha como responsabilidade a preservação dos bens públicos, do policiamento e até pela gestão de jogos e eventos. Já o Questor, era o responsável pela cobrança de impostos e atuava como uma espécie de tesoureiro.
Tribunos da plebe: Eram representantes políticos da plebe. Era uma oposição plebeia ao Senado, mas com muito menos influência e poder. Entretanto, com a crise da república, alguns tribunos se tornaram mais populares e chegaram até a se tornar cônsules.
O Senado
O Senado romano era um conselho político formado apenas por patrícios, sendo o cargo de senador vitalício. Eles eram a autoridade máxima do governo republicano, que, através dos magistrados, exerciam o controle sobre o governo e a política, tanto interna quanto externa. Tinham muitos privilégios e alto status social. Possuíam até o poder de estabelecer um ditador provisório, caso os cônsules desviassem dos seus interesses.
As assembleias romanas
As assembleias eram espaços nos quais eram debatidas e votadas as políticas e as leis da república e eram eleitos os magistrados.
Assembleia Centuriata: Era a assembleia mais importante. Nela eram escolhidos os cargos de cônsules, pretores e censores. Também nessa assembleia, eram votadas as leis. A assembleia centuriata era composta por romanos que compunham as centúrias, que eram uma divisão do exército. Participavam das centúrias os romanos que se armavam para a guerra com o sua própria riqueza e não pelo subsídio do governo. Assim, os patrícios possuíam mais centúrias na assembleia, ainda que os plebeus fossem maiores em número, por conta das suas riquezas.
Assembleia Curiata: Ligada a assuntos religiosos.
Assembleia tribal ( Tribuna ): Era composta por tribos, que eram uma divisão territorial do território romano. Essas tribos decidiam sobre a eleição dos edis e dos questores.
Conselho da plebe: Também conhecida como assembleia da plebe, era uma assembleia composta apenas por plebeus.. O conselho da plebe elegia os tribunos da plebe, que eram uma oposição plebeia ao senado, mas com muito menos influência e poder. Essa assembleia surgiu com o fortalecimento da plebe, após as suas reivindicações sociais durante o período da república. Vamos adentrar agora na história da república romana.
As revoltas sociais
Não há dúvidas de que a república romana foi um governo aristocrático, no qual o poder ficava depositado nas mãos da nobreza patrícia e do Senado romano. Contudo, vemos que a plebe teve o seu espaço político durante esse período, mas nem sempre foi assim.
Em 509 a.C. a plebe não possuía nenhum espaço político na república, ficando a mercê do interesse patrício e de suas decisões. Contudo, isso mudou em 494 a.C. com a chamada revolta do monte sagrado.
Nesse episódio da história romana, Roma se encontrava em guerra com povos vizinhos e muito do exército era composto pela plebe. Assim, os plebeus organizam uma revolta se negando a lutar a guerra e caminham em direção ao monte aventino, onde eles tinham o intuito de deixar Roma. Isso acaba abalando as estruturas da república, já que, além de uma grande força do exército, os plebeus eram a principal mão de obra na época.
Ao final dessa revolta, o Senado escutou as reivindicações dos plebeus, que passaram a ter um conselho e cargos públicos próprios de representação política, os tribunos da plebe.
A partir disso, durante os séculos da república, houveram diversas reivindicações populares. Destacam-se:
Acessibilidade às leis: em 450 a.C., foram escritas e pregadas ao fórum romano, para que todos pudessem ter acesso, 12 tábuas que continham as leis que regiam a república. Antes desta data, as leis eram manipuladas pelos patrícios ao seu favor, sendo eles os únicos com acesso às leis. Entretanto, isso mudou com a pressão da plebe.
Lei Canuleia: Escrita em 445 a.C., acabava com a proibição dos casamentos de diferentes classes, como entre plebeus e patrícios.
Lei Licínia: Uma das maiores queixas da plebe era o endividamento com os patrícios, que levava à escravização dos plebeus. Após reivindicações populares, a plebe conseguiu abolir a escravização por endividamento em 366 a.C.
Expansão romana: as guerras púnicas e o mare nostrum
A expansão romana durante a república começou, primeiramente, com a conquista total da península itálica. Necessitando de uma saída para o mar, Roma vê a Sicília como um território estratégico e, assim, passa a disputar o domínio da ilha com Cartago, que na época era uma de suas províncias.
Roma e Cartago começam uma série de conflitos que vão durar mais de um século - as guerras púnicas, nas quais Roma obteve a vitória definitiva após destruir por completo Cartago, salgando as suas terras e escravizando o seu povo.
Após as guerras púnicas, Roma assume o controle sobre o Mar Mediterrâneo, passando a se referir a ele como mare nostrum, nosso mar em latim. O controle sobre o mediterrâneo foi uma das consequências da expansão romana.
Houve, neste período, a mudança da mão de obra principal de Roma, que deixou de ser composta por plebeus e passou a ser formada por escravos, por conta da grande quantidade de povos escravizados pelos romanos vindos da guerra. Isso fez com que houvesse um aumento do poder patrício, por possibilitar a criação de latifúndios de mão de obra escrava, o que levou à marginalização da plebe e a um grande deslocamento de plebeus do campo para as cidades.
Em meio à pobreza e à miséria da plebe, surge uma nova classe social de comerciantes, que, mesmo fora da nobreza, começa a exercer influência política devido às suas riquezas.
Também por conta da expansão territorial romana, o exército se desenvolve e os generais passam a ganhar mais notoriedade e influência política.
É importante destacarmos que houve um grande aumento na desigualdade social dentro de Roma, assim como o surgimento de novas classes sociais influentes e com poder político. Esses fatores foram os primeiros indícios da crise republicana iniciada no século II a.C.
A crise e a queda da república
Com a crescente miséria e pobreza dos plebeus, cresceram as pressões populares em cima dos governantes. Aliado a isso, temos a disputa do poder político por conta das novas figuras influentes na política romana, como destacado acima. Isso levou a um enfraquecimento do Senado e a uma instabilidade política.
Nesse contexto, dois irmãos propuseram uma mudança no cenário de miséria em Roma. A partir de 133 a.C., os irmãos Graco, Tibério e Caio, que eram tribunos da plebe, sugeriram uma reforma agrária para amenizar a miséria, assim como a diminuição no preço do trigo, no intuito de amenizar a fome em Roma.
Essas propostas não foram bem recebidas pelo Senado e pelos patrícios, que assassinaram os dois irmãos. Tibério foi morto em 133 a.C. e Caio em 122 a.C. Suas mortes causaram uma insatisfação da plebe que acabou por deixar o clima mais instável politicamente.
Posteriormente a esse episódio, em 62 a.C., Júlio César foi eleito cônsul com Pompeu. Assim, formando uma aliança com Crasso e Pompeu por baixo dos panos do Senado, Júlio César forma o primeiro triunvirato, que o levou a tomar o controle da Gália, onde teve um grande sucesso militar, conseguindo muitos escravos e riquezas para Roma.
Temendo um golpe contra sua posição privilegiada, o Senado começa a se aliar com Pompeu, após a morte de Crasso, enquanto Júlio César se encontrava na Gália.
Numa tentativa de diminuir os poderes de Júlio César, o Senado nomeia Pompeu o único cônsul. Em retaliação, Júlio César invade Roma com seu exército, provocando uma guerra civil entre ele e Pompeu. Essa termina em 48 a.C. com a derrota de Pompeu e sua fuga para o Egito, onde ele é morto pelo rei Ptolomeu XIII.
Assim, em 47 a.C., Júlio César se torna o primeiro líder autocrático de Roma, com o título de ditador, centralizando os poderes em sua figura. Contudo, seu governo é breve: Júlio César é assassinado a facadas dentro do Denado por senadores, em 44 a.C., numa tentativa de recuperar os seus privilégios políticos.
A tentativa do Senado foi falha, já que Júlio César havia conquistado o apoio do povo e aproximado o exército ao poder político. Assim, após a sua morte, são membros do exército que assumem as diretrizes de Roma, dando origem ao segundo triunvirato, composto por Otávio, Lépido e Marco Antônio. Otávio era herdeiro e sobrinho de Júlio César.
O segundo triunvirato subjugou as forças do Senado, perseguindo aqueles que conspiraram contra César. Após isso, houve uma disputa pelo poder entre os três.
Neste contexto, Otávio derrotou Lépido e depois entrou em conflito com Marco Antônio, que buscou se aliar com Cleópatra no Egito, o que não foi uma atitude muito popular. Otávio se aproveitou disso e organizou um grande exército para derrotar Marco Antônio e Cleópatra. No fim, com a pressão de Otávio, Marco Antônio e Cleópatra se suicidam em 31 a.C.
A vitória na guerra fez de Otávio uma figura extremamente poderosa em Roma. Ele era dono de uma força militar expressiva e ainda contava com o apoio popular, e o resultado disso foi inevitável: o Senado foi obrigado a ceder seu poder para Otávio, fazendo com que ele se tornasse imperador romano.
Otávio foi transformado em Princeps Senatus, o primeiro dos senadores, uma posição que lhe dava grandes poderes políticos e autoridade sobre o Senado. Ele ainda foi nomeado comandante-em-chefe dos exércitos romanos, cargo conhecido como Imperator, e recebeu o título de Augusto, que o tornava uma figura sagrada (no sentido religioso mesmo) em Roma.
Otávio, então, assumiu o controle de Roma, centralizando todos os poderes em suas mãos, e se autointitulou Augusto, em 27 a.C., que significa o escolhido dos deuses, dando início à era imperial e marcando o fim da república romana.
Império Romano
Império Romano é a designação do último período da história da Civilização Romana, embora esse termo seja usado frequente e genericamente para referir-se a toda experiência histórica de Roma. Essa última fase da história romana é entendida como um império que se iniciou em 27 a.C., com a coroação de Otávio como imperador, e durou até 476 d.C., quando Rômulo Augusto foi destronado.
Tal período teve uma organização política diferente em relação ao período da república, uma vez que a característica básica no império era a centralização do poder na figura do imperador. O auge do poder romano ocorreu nesse momento, mas a crise na economia romana e as invasões germânicas levaram o império ao fim.
Início do Império Romano
Otávio Augusto foi o primeiro imperador da fase final da Civilização Romana, governando de 27 a.C. a 14 d.C.
A subida de Otávio ao trono e sua transformação em imperador de Roma aconteceram em 27 a.C. e marcaram o início da última fase da história romana: o império. Como imperador, ele concentrava o poder político em si, e o Senado era uma instituição com poder secundário. Otávio permaneceu nesse cargo até 14 d.C.
Seu reinado ficou marcado pela sua habilidade política, e ele conseguiu promover um dos governos mais prósperos da história romana. Ao invés de desafiar o Senado, preferiu governar com essa instituição ao seu lado, e, para isso, ele não atacou os privilégios dos senadores, garantindo um clima de estabilidade, embora alguns problemas tenham aparecido.
Apesar dos poderes irrestritos, ele garantiu que o funcionamento da política romana em moldes semelhantes aos que existiam na república. Além da estabilidade política, seu governo foi próspero e soube garantir a satisfação das províncias romanas, o que permitiu a manutenção do território do Império Romano.
Com a relativa estabilidade política e paz interna, Otávio pôde revitalizar Roma e garantir o desenvolvimento econômico do império. Entre as obras de revitalização promovidas na sua gestão está a melhoria da infraestrutura do império com o desenvolvimento de estradas e a construção de aquedutos.
Essas obras não aconteceram somente em Roma, mas em todo império, sobretudo nas províncias mais rebeldes. Isso foi parte de uma estratégia da Pax Romana: obras que garantiam o desenvolvimento econômico das províncias em troca de fidelidade e paz. O posicionamento de tropas em locais estratégicos, sobretudo nos limites do império, e a imposição da cultura romana foram outros mecanismos utilizados para a conquista dessa lealdade.
Considera-se então que o reinado de Otávio foi o responsável por iniciar a Pax Romana. Apesar disso, não se tratou inteiramente de um período de paz, porque os romanos seguiam travando suas guerras de conquistas e problemas internos ainda existiam, mas, em relação ao final da república, tratou-se de um período muito mais estável. Após a morte de Otávio, o trono romano foi sucedido por Tibério, seu filho adotivo.
Administração e economia
O poder dos imperadores, apesar de absoluto, era frágil, pois diversos interesses poderiam voltar-se contra eles, e, por isso, conspirações frequentemente aconteciam e imperadores morriam assassinados. Apesar então de deter o poder político, militar e religioso, o imperador deveria preocupar-se com o exército, grupo que frequentemente voltou-se contra a autoridade máxima romana, e com as províncias, sendo fundamental garantir a satisfação delas.
A administração da economia durante o reinado de Otávio foi uma das mais bem-sucedidas de Roma.
A satisfação das províncias, sua estabilidade e sua fidelidade eram fundamentais porque elas produziam o grosso do que era consumido em Roma, sobretudo o alimento. Grande parte da comida consumida em Roma vinha da Hispânia, na Península Ibérica, e do norte da África. A garantia da produtividade desses locais, por sua vez, passava pela obtenção de trabalhadores escravos, figuras fundamentais na economia romana.
Dinastias romanas
A fase imperial, como já vimos, estendeu-se de 27 a.C. a 476 d.C. Os historiadores do assunto criaram uma divisão dessa fase em quatro dinastias que existiram de 27 a.C. a 235 d.C. De 235 d.C. em diante, inicia-se a crise do século III d.C. e, portanto, é também iniciada a crise do Império Romano.
As quatro dinastias romanas foram:
Dinastia Júlio-Claudiana (27 a.C.-68 d.C)
Dinastia Flaviana (69-96 d.C.)
Dinastia Nerva-Antonina (96-192 d.C.)
Dinastia Severa (193-235 d.C.)
Crise do Império Romano
O século III d.C. é, portanto, o início da crise romana, que perdurou por mais de 200 anos, fazendo com que o final da história romana fosse de agonia. A economia foi a primeira área do império que demonstrou seu enfraquecimento, e isso estava diretamente relacionado com o sistema escravista.
Como mencionado, o trabalho dos escravos era fundamental para que a produtividade romana se mantivesse em níveis aceitáveis. Essa dependência fez com que a economia estagnasse quando o número de escravos obtidos para o trabalho começou a diminuir. Essa causa estava diretamente relacionada com a diminuição das guerras de conquista, fontes de obtenção dos escravos para Roma.
A crise da economia afetou o Império Romano em diferentes áreas, mas, principalmente, em uma área vital para a sua segurança: a manutenção das tropas. Sustentar um exército era caríssimo, e, com a economia enfraquecida, manter a quantidade de soldados não foi mais possível. Reduzir as tropas deixou zonas importantes do império desprotegidas, sobretudo as fronteiras.
Além disso, era necessário aumentar os impostos, o que prejudicava a estabilidade social do império. Muitas reformas foram realizadas, mas, com o fracasso delas, decidiu-se, durante o reinado de Teodósio, por dividir o Império Romano no ano de 395. Administrar um império do tamanho de Roma de maneira centralizada mostrava-se inviável.
A decadência romana iniciou-se no século III d.C., levando o Império Romano ao fim em 476.
A perda do poder político romano já era perceptível nesse momento porque, desde 330, a capital do império não era mais Roma e sim Constantinopla. Com a divisão, surgiu Império Romano do Ocidente e Império Romano do Oriente, cada qual com sua capital. A parte oriental, próspera e estável, sobreviveu, mas a parte ocidental, empobrecida e enfraquecida, sucumbiu.
O golpe de misericórdia sobre o Império Romano foi dado pelos povos germânicos, que habitavam além das fronteiras romanas e que, desde o século III d.C., começaram a migrar, procurando invadir o território romano: essas foram as invasões germânicas. Diferentes povos, como saxões, visigodos e vândalos, travaram guerra contra Roma.
O fim do Império Romano deu-se em 476, quando os hérulos invadiram Roma e Odoacro, líder desse povo germânico, destituiu Rômulo Augusto, o último imperador. A parte oriental seguiu existindo, mas como Império Bizantino, e sobreviveu até 1453. Caso queira aprofundar-se no derradeiro momento da Civilização Grega, leia: Crise no Império Romano.
Por Daniel Neves Silva
|1| COULANGES, Fustel de. A Cidade Antiga. São Paulo: Martin Claret, 2007, p. 146-148.
https://www.preparaenem.com/historia/monarquia-romana.htm
https://querobolsa.com.br/enem/historia-geral/republica-romana-509-a-c-27-a-c
https://www.historiadomundo.com.br/idade-antiga/imperio-romano.htm
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Feudalismo
O Feudalismo foi uma organização econômica, política, social e cultural baseada na posse da terra, que predominou na Europa Ocidental durante a Idade Média.
O Feudalismo teve origem no século V, com a crise do Império Romano, em razão da insegurança gerada pelas invasões dos povos nórdicos.
Características do Feudalismo
Sociedade Feudal
A sociedade no feudalismo era chamada de sociedade estamental porque era composta por camadas sociais estanques.
Não existia mobilidade social, ou seja, passar de um estamento social para outro era praticamente impossível.
Ilustração da pirâmide social do feudalismo onde se mostra os três estamentos sociais
A sociedade feudal baseava-se na existência de três estamentos sociais – nobreza, clero e servos.
Nobreza
No topo da hierarquia social estava o rei, que concentrava pouco poder político, que era dividido entre ele e os senhores feudais.
A nobreza era proprietária de terras e também chamada de senhores feudais. Este exercia poder absoluto em seus domínios, aplicava as leis, concedia privilégios, administrava a justiça, declarava a guerra e fazia a paz.
Clero
A Igreja se tornou a mais poderosa instituição feudal, pois era proprietária de vastas extensões de terra.
Segundo ela, cada membro da sociedade tinha uma função a cumprir em sua passagem pela terra. A função do nobre era proteger militarmente a sociedade, a do clero rezar e do servo devia trabalhar.
Igreja Medieval
A Igreja Medieval (ou a Igreja na Idade Média) teve importante papel do século V ao XV.
A influência da religião era imensa não só no plano espiritual (poder religioso) como também no domínio material, ao se transformar na maior proprietária de terras, numa época em que essa era a principal fonte de riqueza e poder político.
Durante o período medieval a economia se ruralizou, com o feudalismo. A Igreja, antes concentrada nas cidades, foi obrigada a se deslocar para o campo, onde os bispos e abades se tornaram senhores feudais.
A Igreja se tornou a mais poderosa instituição feudal, foi acumulando bens móveis e imóveis por meio de doações feitas por ricos aristocratas que se convertiam e por alguns imperadores.
Igreja medieval de Siena, Itália
No mundo feudal, em que a sociedade se organizava numa base militar, e onde as maiores qualidades para as classes dirigentes eram as virtudes guerreiras uma das grandes funções da Igreja foi lutar para preservar a ordem e a paz.
Instituiu a Trégua de Deus, ou seja, a proibição de combater durante certos dias do mês e nas principais datas religiosas.
A Igreja medieval tinha também a função da administração da justiça em uma série de casos, onde tinha jurisdição e competência exclusiva. Julgava baseada no Direito Canônico, regulando assim inúmeras relações e instituições sociais segundo suas leis.
A fé, era a força dominante na vida do homem medieval, inspirava e determinava os mínimos atos da vida cotidiana.
Os padrões éticos eram exclusivamente cristãos, e o medo do castigo depois da morte é que regulava a conduta dos pecadores.
O inferno, com seus tormentos, agia sobre a imaginação medieval e seus medos impediam o homem de pecar.
Servos
O trabalho na sociedade feudal estava fundamentado na servidão. Os trabalhadores estavam presos a terra e subordinados a uma série de obrigações desde impostos e serviços.
Além dos servos, haviam outros trabalhadores como:
os vilões, homens livres que moravam na vila, prestavam serviços ao senhor feudal e podiam trocar de propriedade;
os escravos, em geral eram empregados no serviço doméstico e praticamente não tinham direitos;
os ministeriais, ocupavam a administração da propriedade feudal e podiam ascender socialmente, chegando à condição membros da pequena nobreza.
As condições de vida nos domínios feudais eram rudes. Mesmo as camadas dos senhores não viviam luxuosamente.
A vida dos servos era miserável em todos os sentidos. Os servos e os senhores não sabiam ler nem escrever. O clero era a única classe social que tinha acesso ao estudo.
Relações de Suserania e Vassalagem no Feudalismo
As relações de suserania e vassalagem, representadas pelo compromisso de fidelidade entre nobres e que implicava direitos e obrigações recíprocas, são aquelas que ocorriam durante o período da Idade Média (século V ao século XV) marcada pelas relações feudais, ou seja, estavam inseridas no contexto do feudalismo.
Observe que o feudalismo surgiu no século V após as invasões bárbaras e o declínio do Império Romano, sendo um sistema econômico, político e social de caráter rural, baseado na propriedade de terra, posto que os nobres que possuíam terras, eram os indivíduos de maior poder.
Na sociedade medieval, a nobreza era a classe dirigente, embora o clero (papas, bispos, cardeais, monges, abades e padres), representantes da Igreja, fosse o grupo mais abastado. Os nobres podiam ser os reis, duques, marqueses, condes, viscondes e barões.
Assim, enquanto os suseranos eram os nobres que doavam as terras (até mesmo castelos), os vassalos, protegidos por eles, representavam os nobres que recebiam as terras e em troca, cuidavam e protegiam delas ao mesmo tempo que serviam os suseranos de diversas maneiras, sobretudo, para serviços militares, com o intuito de defendê-lo em tempos de guerra.
Note que um vassalo, podia tornar-se suserano no momento em que doassem parte de suas terras a outro nobre e assim, por diante, formando uma grande rede de relações entre suseranos e vassalos.
Em resumo, as relações de suserania e vassalagem possuíam um teor cooperativo, as quais representavam um pequeno e importante sistema sócio econômico da época, ou seja, eram de ordem direta e pessoal e visavam a aliança nas relações econômicas e sociais entre os nobres.
A relação de suserania e vassalagem, em grande parte, eram de caráter hereditário (ocorriam entre membros da família) e demostravam a descentralização política da época, sendo estabelecidas diante de uma cerimônia solene (juramento) denominada “Homenagem” que selava os laços de lealdade e fidelidade entre seus elementos, e a "Investidura", que marcava a transmissão do feudo para o vassalo.
Economia Feudal
A economia no feudalismo se caracterizava pela produção autossuficiente, pois se destinava ao consumo local e não às trocas comerciais. As trocas quando haviam eram feitas, na maioria das vezes com produtos, e não com moedas.
Política Feudal
A política no feudalismo estava restrita e monopolizada pelo senhor feudal. Era ele quem formava os exércitos particulares e construíam castelos fortificados, dentro e em torno do qual se desenvolvia a comunidade feudal, protegida por ele.
À medida que novos reinos foram se formando, os grandes proprietários rurais conquistaram mais autonomia. O rei lhe concedia diversas imunidades, como isenção fiscal e jurídica, o que acentuava o processo.
Como ocorriam as concessões de terra?
Iluminura francesa do séc. XV mostrando o trabalho dos servos em torno ao castelo
A Europa começou a povoar-se de castelos fortificados após a invasão dos povos nórdicos acentuando a tendência para a formação dos feudos.
O feudo era uma grande propriedade rural que abrigava o castelo fortificado, as aldeias, as terras para cultivo, os pastos e os bosques.
Os feudos podiam se obtidos da seguinte forma:
concessão do rei ou de um grande senhor feudal – para compensar os serviços de um nobre ou de um cavaleiro destacado e assim conseguir a vassalagem desta família;
casamentos – uma forma de garantir que os senhores feudais continuassem a ser fiéis entre si era casar os filhos, a fim de que a terra continuasse nas mãos da mesma família;
guerras – quando os laços de vassalagem eram rompidos, ou uma família não tinha herdeiros, ou mesmo por desejar expandir suas terras, era comum fazer guerras que implicassem na conquista de mais território.
Crise do Feudalismo
O feudalismo sofreu grandes transformações no século XI, na chamada Baixa Idade Média.
Nesta época, o desenvolvimento do comércio e das cidades ampliaram as fontes de renda. Assim, as relações de produção passaram a ser baseadas no trabalho livre assalariado e houve o surgimento de novas camadas sociais, como. a burguesia
O crescimento populacional foi um dos primeiros fatores responsáveis pelas mudanças no sistema feudal de produção.
À medida que crescia a população, aumentava a necessidade de ampliar a área de produção e desenvolver novas técnicas agrícolas.
Muitos senhores feudais, pretendendo enriquecer com a comercialização do excedente produzido no feudo, aumentaram, por meio de força e opressão, a exploração dos servos.
O excesso cometido pelos senhores feudais resultavam na fuga de servos de uma aldeia e em violentas revoltas camponesas.
O abandono dos feudos e as revoltas camponesas obrigaram a maioria dos senhores feudais a mudar seu comportamento em relação aos servos.
Alguns deles arrendaram as terras, enquanto outros passaram a vender a liberdade aos servos ou a expulsá-los da terra, colocando em seu lugar trabalhadores assalariados.
O processo de mudança do sistema feudal pelo sistema capitalista foi lento e gradual, acentuando-se com o renascimento comercial.
Juliana Bezerra, Bacharelada e Licenciada em História, pela PUC-RJ. Especialista em Relações Internacionais, pelo Unilasalle-RJ. Mestre em História da América Latina e União Europeia pela Universidade de Alcalá, Espanha.
https://www.todamateria.com.br/feudalismo/
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