Distrito: Coimbra
Distância: 25 Km a Sudeste
Concelhos vizinhos: Castanheira de Pêra, Coimbra, Condeixa, Figueiró dos Vinhos, Lousã, Penela e Vila Nova de Poiares
Área: 127,28 Km, muito montanhosa
População: cerca de 12.000 habitantes
Freguesias: Miranda do Corvo, Lamas, Semide, Rio de Vide e Vila Nova
Orago: O Salvador
Feriado Municipal: 1 de Junho
SUMULA HISTÓRICA
Miranda e o seu castelo disfrutaram de importância relevante pelo papel que desempenharam na linha de defesa de Coimbra, pela parte Sul, ao tempo da Reconquista Cristã.
Pouco se sabe acerca do burgo e do seu castelo. Mas há notícia que, em 1116, a povoação foi arrasada por uma violenta invasão que aniquilou os habitantes trespassando-os a fio do espada.
D. Afonso Henriques, empenhado na reconquista e planeando o seu avanço para Sul, preocupou-se com a organização do concelho, fazendo ressurgir a povoação e mandando reconstruir mais fortemente o castelo. Em 19 de Novembro do 1136, atendendo à importância da vila e da região circundante no fortalecimento das posições militares e no avango para Sul, tendo como objectivo o Vale do Tejo, concedeu-lhe “Carta do Foral” que D. Afonso II confirmaria por meio do carta autenticada com selo de chumbo em 1217.
O Foral de Miranda do Corvo reveste-se de importância especial na história dos forais portugueses. De facto este foral é o precursor da transformação do pagamento das penas em dinheiro, abandonando progressivamente as penas corporais.
Em 1513/14, D. Manuel concede a Miranda, Nova Carta de Foral, o designado Foral Novo de “Miranda a par de Podentes”.
O nome actual há-de surgir muito mais tarde com a referência à povoação do Corvo, local de apoio aos viajantes da estrada real que aí passava e onde existia uma estalagem.
Da evolução histórica do concelho pouco mais se sabe. Salientam-se apenas alguns acontecimentos dispersos. Entre eles a luta entre D. Sancho II e o seu irmão, o Bolonhês, durante a qual o castelo de Miranda resistiu a este.
Em 1383 as portas do castelo de Miranda cederam perante D. João I de Castela que seguia rumo ao cerco de Lisboa.
Já no século XIX, salientam-se os estragos materiais, as epidemias, a carestia dos géneros, resultantes das invasões francesas. Recorde-se, a propósito, que a 3.ª invasão fustigou fortemente o concelho porquanto a batalha de Casal Novo também atingiu a freguesia de Lamas.
MONUMENTOS
Igreja Matriz
Situada no Monte do Calvário, dedicada a S. Salvador é dos finais do século XIV;
O Edifício que chegou até nós data de 1786, de fachada de tipo neoclássico;
Retábulos de talha dourada, estilo Rocócó Coimbrão, dos séculos XVII e XVIII.
Torre Sineira
Situada no Monte Calvário, pertencia ao desaparecido Castelo Medieval, que com a perda de importância estratégica se foi deteriorando, até ao seu completo desaparecimento;
Hoje vêem-se a Torre e uma Cisterna
Capela da Senhora Piedade de Tábuas
Situada na freguesia de Vila Nova, retoma à segunda metade do século XVI.
Capela Mor, Corpo e Alpendre assente sobre Colunas Toscanas;
Retábulo do século XVIII, com Imagem de Nossa Senhora da Piedade do século XVI;
Azulejos de padrão azul de fabrico Coimbrão;
Ex-votos do século XVIII, pintados a óleo e provenientes dos Romeiros que afluíam aquele local
Mosteiro de Santa Maria de Semide
Localizado em Semide cujo topónimo de origem Árabe, significa Flor de Farinha. Foi fundado no séc. XII, pela Ordem Beneditina tendo sofrido um violento incêndio em 1664 que o danificou profundamente, obrigando a profundas alterações no ultimo quartel do séc. XVII. Este Mosteiro ficará ligado à Nabada de Semide, doce conventual de nabos, açúcar e amêndoas que as monjas davam a doentes em convalescença.
Igreja do Mosteiro de Santa Maria de Semide
Inaugurada em 1697, de estrutura simples como a maioria das Igrejas Conventuais;
Capela-Mor de tecto apainelado, de madeira, com pinturas representando S. Bento;
Retábulo de Talha dourada, com esculturas barrocas de Frei Cipriano da Cruz;
No corpo da igreja, azulejos setecentistas de fabrico Coimbrão;
Claustro quinhentista com azulejos de fabrico
Santuário do Senhor da Serra
Situado na freguesia de Semide, num lugar privilegiado, este santuário foi lugar de Romaria desde tempos remotos;
A Capela actual erigida em 1901, foi edificada no lugar da anterior, cuja construção remota 1653, a quando da reforma do Mosteiro de Semide;
Edifício Actual, é um notável exemplo da arte Revivalista portuguesa, segundo o estilo Neo-Romântico, da autoria dos artista da escola livre das artes e do Desenho de Coimbra;
Retábulo da Capela-Mor, de madeira, Flamejante inspirado no da Sé Velha de Coimbra, da autoria de João Machado;
Retábulo Neo-Gótico com Imagem do Santo Cristo, Crucifixo de Pedra, setecentista;
Púlpito seiscentista oriundo da Sé Velha;
Ex-votos de pintura ingénua
Edifícios de Interesse
Capela da Senhora da Boa Morte, de pequenas dimensões com fachada de estilo barroco. Contém três retábulos em talha dourada, dos finais de setecentos.
Capela do Calvário, de origem remota, sofreu diversas transformações ao longo dos tempos
Descrição Heráldica
Armas: De ouro, com uma torre de vermelho, aberta e iluminada do campo e carregada ao centro por um busto de carnação, vestido de prata.
A torre, acompanhada por duas estrelas de vermelho de oito raios. No contra-chefe, três faixas ondadas, duas de azul e uma de prata. Listel branco com os dizeres "Vila de Miranda do Corvo".
Selo: Circular, tendo ao centro as peças das armas sem indicação dos esmaltes. Em volta, dentro de círculos concêntricos, os dizeres "Câmara Municipal de Miranda do Corvo".
Bandeira: Vermelha, cordões e borlas de ouro e de vermelho. Lança haste dourada.