FEBRE
FEBRE
A febre consiste na subida da temperatura de, pelo menos, 1º C acima da média da temperatura habitual da pessoa. É uma resposta normal do organismo a várias condições, sendo a mais frequente a infeção por vírus ou bactérias.
A temperatura corporal normal situa-se entre os 36 e os 37º C. Contudo depende:
da pessoa e da sua idade;
da atividade desempenhada;
da altura do dia;
da parte do corpo em que está a ser avaliada a temperatura.
Existem várias opções para a medição de temperatura:
Retal (reto):
Método ideal abaixo dos 3 anos de idade;
Pode ser usada desde o nascimento;
Com a criança deitada de costas, deve introduzir-se a ponta prateada (1 a 2 cm) do termómetro no ânus, após lubrificação e sem forçar;
Método mais rigoroso, mas menos prático;
Axilar (axilas):
Método mais prático, embora não tão preciso como o retal e mais demorado;
Pode ser usado em bebés com menos que 3 meses, amparados ao colo de um adulto;
Coloca-se o termómetro ao topo da axila e encosta-se o braço ao corpo;
Timpânica (ouvido):
Método mais rápido e higiénico, e por isso mais usado a nível hospitalar;
Só se deve utilizar a partir dos 3 anos (antes desta idade é menos fiável);
Oral (boca):
Uma criança com menos de 4 a 5 anos pode ter dificuldade em manter o termómetro na boca tempo suficiente para a leitura, por isso só deve ser usado a partir desta idade;
Idealmente não deve ser usado se consumiu alimentos quentes ou frios nos últimos 30 minutos;
Coloca-se a ponta do termómetro debaixo da língua e mantém-se a boca permanentemente fechada;
A leitura deve ser feita aos 3 minutos (tanto para termómetros de vidro como digitais);
Método mais preciso que o axilar, mas menos prático.
O diagnóstico é feito por um médico que vai avaliar os consumos diários do doente e, através de exames complementares de diagnóstico tais como análises clínicas, ecografia abdominal e caso necessário biópsia do fígado vai avaliar se existem já consequências associados ao alcoolismo.
Existem vários tipos de termómetros, cuja utilização correta é essencial. Hoje em dia os termómetros mais utilizados são os digitais. Medem a febre em menos de 1 minuto e emitem um toque quando terminam a medição.
Por questões de higiene, um termómetro digital que é usado para temperatura retal, não deve ser usado para medir a temperatura oral, e vice-versa. Por isso, é importante ter os termómetros devidamente etiquetados consoante a sua utilização.
Antes e depois de utilizar um termómetro lave-o com água fria e sabão, desinfete com álcool, volte a passar água fria e seque. Não se esqueça de guardar bem o termómetro depois de o utilizar, mantendo-o fora do alcance das crianças.
Os termómetros de vidro atualmente comercializados (que já não contêm mercúrio) necessitam de 3 minutos para obter a temperatura e têm o inconveniente de poderem partir-se.
A febre geralmente é uma resposta normal do organismo a uma infeção por vírus ou bactérias.
Existem outras causas comuns de febre, como:
Exposição a temperatura ambiente alta;
Uso de roupas excessivamente grossas;
Insolação (excesso de exposição ao sol);
Queimaduras solares;
Prática de exercício físico excessivo para a condição física da pessoa.
A febre pode ainda surgir como reação a medicamentos/vacinas ou, mais raramente, ser causada por doenças não-infeciosas.
De uma forma simples, qualquer medição acima de 38º C corresponde a febre. No entanto, a temperatura corporal depende de vários fatores, nomeadamente do local de medição. Considera-se febre uma temperatura axilar ou oral superior a 37,5º C ou timpânica superior a 37,7º C. No entanto, o organismo das pessoas idosas pode não ter capacidade de elevar tanto a temperatura corporal.
Nos adultos a febre provoca:
Suores;
Arrepios;
Dor de cabeça;
Dores musculares;
Perda de apetite;
Desidratação;
Fraqueza geral.
A febre mais alta pode ainda provocar:
Alucinações;
Confusão;
Irritabilidade;
Convulsões;
Desidratação.
A febre, por si só, não é motivo para consultar o médico. Deve fazê-lo se tiver sintomas e sinais específicos, ou problemas de saúde ou tratamentos que aumentam o risco ou a gravidade de infeções.
Existem sintomas e sinais de gravidade:
Dor de cabeça que interfere com as atividades diárias;
Rigidez no pescoço e dor quando dobra a cabeça para a frente;
Sensibilidade anormal à luz intensa;
Garganta muito inchada;
Manchas na pele de aparecimento recente;
Confusão mental;
Vómitos persistentes;
Dificuldade em respirar ou dor no peito;
Apatia extrema ou irritabilidade;
Urina mais escura que o habitual;
Viagem recente ao estrangeiro.
Podem surgir problemas de saúde que aumentam o risco ou a gravidade de infeções:
Infeção por VIH;
Diabetes;
Cirurgia ao baço (esplenectomia);
Problemas no fígado;
Insuficiência renal crónica;
Insuficiência cardíaca;
Asma;
Bronquite crónica ou enfisema (doença pulmonar obstrutiva crónica);
Obesidade mórbida;
Tratamento imunossupressor (como prednisona, metotrexato, azatioprina);
Anemia falciforme;
Quimioterapia.
Mesmo na ausência destes critérios, deve consultar o médico se a febre não resolve em 3 a 5 dias.
A temperatura corporal depende de vários fatores, nomeadamente do local de medição. Considera-se febre:
Temperatura retal ≥ 38º C
Temperatura axilar ≥ 37,6º C
Temperatura timpânica ≥ 37,8º C
Temperatura oral ≥ 37,6º C
Manter a criança com roupa fresca e num ambiente não muito aquecido;
Dar líquidos com frequência;
Adequar o vestuário e a roupa da cama à sensação de frio ou de calor;
Respeitar o apetite;
Se está confortável não é preciso baixar a temperatura, mas sim vigiar se surgirem “sinais de alerta”;
Se está desconfortável deve tomar um antipirético (caso não exista alergia a esse medicamento e em dose adequada ao peso);
Se necessário, contactar o SNS 24 – 808 24 24 24;
Não se deve arrefecer a criança para baixar a temperatura (através de banhos, compressas embebidas em soluções alcoólicas ou ventoinhas) porque estas medidas não são eficazes nem aumentam a sensação de conforto.
Na presença de um ou mais destes sinais de alerta, a criança deve ser acompanhada a um serviço de saúde (centro de saúde ou urgência hospitalar):
Menos de 3 meses de idade;
Temperaturas axilares superiores a 40,0° C ou retais superiores a 41,0° C;
Febre com duração superior a 5 dias completos;
Sonolência excessiva ou incapacidade em adormecer;
Face/olhar de sofrimento;
Irritabilidade e/ou gemido mantido;
Choro inconsolável;
Não tolerância ao colo;
Dor perturbadora;
Convulsão;
Aparecimento de manchas na pele nas primeiras 24 a 48 horas de febre;
Respiração rápida com cansaço;
Tosse e expetoração esverdeada ou acastanhada;
Vómitos repetidos entre refeições;
Sede insaciável;
Lábios ou unhas roxas e/ou tremores intensos e prolongados na subida de temperatura;
Dificuldade em mobilizar um membro ou alteração na marcha;
Urina turva e/ou com mau cheiro.
Existem situações de febre na criança que exigem uma chamada para o 112:
Tosse rouca e respiração ruidosa;
Respiração asmática, com pieira e dificuldade respiratória;
Corpo invulgarmente quente ou frio;
Cansaço físico;
Choro de uma maneira ou por um período pouco usuais, com irritabilidade persistente, ou emissão de gemido.
Os medicamentos para a febre (antipiréticos) mais utilizados são o paracetamol e ibuprofeno.
Não há evidência científica de que alternar dois antipiréticos como o paracetamol e ibuprofeno seja mais eficaz ou mais seguro do que qualquer dos medicamentos isoladamente na dose adequada. A terapêutica alternada pode ser mais confusa para os pais, levando a erros de dosagem, visto que as doses de cada um são diferentes.
O paracetamol (ben-u-ron) é o antipirético (medicamento para tratamento da febre) de escolha nos lactentes e crianças, visto que a sua eficácia e segurança foram bem estabelecidas em numerosos estudos clínicos. Os anti-inflamatórios como o ibuprofeno, além de efeito antipirético, atuam ainda na inflamação e nalgumas situações pode ser-lhe aconselhado como tratamento preferencial.
O ácido acetilsalicílico (vulgarmente conhecido como aspirina) é um anti-inflamatório que não deve ser utilizado em crianças com menos de 12 anos pelo risco de causar uma doença grave que afeta o cérebro e o fígado, conhecida como síndrome de Reye.
Não. Os antibióticos não são medicamentos para reduzir a febre. Na maioria dos casos a febre é causada por infeções virais, que não correspondem ao tratamento com antibióticos.
Não. Por si só, a febre não deve ser considerada como um sinal de gravidade, tendo em conta que doenças benignas podem originar febre alta.
Não. O banho com água fria provoca desconforto e pode causar tremores, que fazem aumentar a temperatura e, por isso, podem agravar a situação.
As complicações da febre, quando existem, devem-se à doença em causa e não à febre em si.
https://www.sns24.gov.pt/tema/sintomas/febre/