CANCRO DO ESTÔMAGO
CANCRO DO ESTÔMAGO
O cancro do estômago, também chamado de cancro gástrico, pode desenvolver-se em qualquer parte do estômago, e pode "espalhar-se", ou seja, disseminar-se, através do estômago e para outros órgãos. Pode crescer ao longo da parede do estômago, para o esófago ou para o intestino delgado. Pode, ainda, atravessar a parede do estômago e "invadir" os gânglios linfáticos, órgãos como o fígado, pâncreas e cólon. O cancro do estômago pode, também, propagar-se para órgãos distantes, como os pulmões, ovários e para os gânglios linfáticos acima da clavícula.
Em 2020, o cancro gástrico foi considerado o 5º cancro mais comum e a 4ª principal causa de morte por cancro em todo o mundo.
Está estudado que há pessoas mais suscetíveis que outras para desenvolver cancro do estômago. A doença é mais comum em pessoas com mais de 55 anos. Afeta duas vezes mais os homens do que as mulheres, e é mais comum na raça negra do que na branca (caucasiana). O cancro do estômago é mais comum em algumas partes do mundo, como o Japão, a Coreia, algumas zonas da Europa Ocidental e América Latina. Nestas regiões, a alimentação é muito rica em alimentos conservados por secagem, fumeiro, salga ou vinagre. Pensa-se que a ingestão de alimentos conservados desta forma possa ter um papel fundamental no desenvolvimento do cancro do estômago. Por outro lado, os alimentos frescos, especialmente fruta e vegetais frescos, bem como alimentos frescos devidamente congelados, podem proteger desta doença.
As úlceras do estômago parecem não aumentar o risco da pessoa ter um cancro do estômago. No entanto, alguns estudos sugerem que uma bactéria, Helicobacter pylori, que pode causar inflamação e úlceras no estômago, possa ser um importante fator de risco para o cancro do estômago. Alguns estudos demonstram, também, que pessoas que fizeram uma cirurgia ao estômago, que têm anemia perniciosa, acloridria ou atrofia gástrica (que resulta, geralmente, numa diminuição das quantidades normais de sucos digestivos), apresentam risco aumentado de ter cancro do estômago.
A exposição a certos pós e fumos, no local de trabalho, foi associada a um risco aumentado de cancro do estômago. Alguns cientistas acreditam que fumar pode aumentar o risco de ter cancro do estômago.
O cancro do estômago pode ser difícil de detetar precocemente. Geralmente, não há sintomas nos estadios iniciais e, em muitos casos, antes de ser detetado, o tumor já está metastizado. Quando há sintomas, geralmente são vagos, ou seja, não específicos, e a pessoa ignora-os.
O cancro do estômago pode provocar os seguintes sintomas:
Indigestão ou sensação de ardor (azia);
Desconforto ou dor no abdómen;
Náuseas e vómitos;
Diarreia ou obstipação;
Dilatação do estômago, após as refeições;
Perda de apetite;
Fraqueza e cansaço;
Hemorragia (vómito de sangue ou sangue nas fezes).
Na maioria das vezes, estes sintomas não estão relacionados com um cancro do estômago, e podem, ainda, ser provocados por tumores benignos ou outros problemas de saúde menos graves, como um vírus no estômago ou uma úlcera. Só o médico poderá confirmar. Qualquer pessoa com estes sintomas, ou quaisquer outras alterações de saúde relevantes, deve consultar o médico.
Se apresentar quaisquer sinais ou sintomas de cancro do estômago, o médico deverá tentar perceber qual a causa dos mesmos. O médico irá fazer questões acerca dos sintomas e posteriormente irá pedir os exames complementares de diagnóstico que melhor se adequam.
O exame que permite avaliar o esófago e o estômago chama-se endoscopia. A endoscopia usa um tubo fino e iluminado, chamado de gastroscópio, que é inserido através da boca, seguindo pelo esófago até ao estômago. A garganta da pessoa é pulverizada com um anestésico local, para reduzir o desconforto e os vómitos. Podem, ainda, ser administrados medicamentos relaxantes. Através do gastroscópio, o médico pode ver diretamente para dentro do estômago. Se encontra uma área anormal, pode remover algum tecido, através do gastroscópio. Depois, um patologista examina o tecido, ao microscópio, para verificar se existem células cancerígenas. A este procedimento - remoção de tecido e exame ao microscópio - chama-se biópsia. A biópsia é o único método seguro para saber se há células cancerígenas.
Se a biópsia comprovar a existência de um cancro, o médico precisa de saber qual a extensão (estadio) da doença, para melhor planear o tratamento. O estadio da doença está relacionado com o facto de o tumor ter, ou não, invadido os tecidos vizinhos, e de se ter disseminado para outras partes do corpo. Como o cancro do estômago pode metastizar para o fígado, pâncreas, e outros órgãos perto do estômago, como os pulmões, o médico pode pedir uma TAC, uma ecografia ou outros exames, para verificar estas áreas.
Por vezes, o estadiamento não está terminado até que a pessoa faça uma cirurgia. O cirurgião remove os gânglios linfáticos que se encontram na região do tumor e pode, ainda, colher amostras de tecido de outras áreas do abdómen. Estas amostras serão examinadas por um patologista, para verificar a possível existência de células cancerígenas. A decisão, acerca do tratamento a fazer, após a cirurgia, depende destas análises.
O cancro do estômago é difícil de curar, a não ser que tenha sido detetado num estadio precoce, ou seja, antes de se disseminar (metastizar). Infelizmente, e porque o cancro do estômago, nos estadios iniciais, apresenta poucos sintomas, quando é feito o diagnóstico, geralmente a doença encontra-se já avançada. No entanto, o cancro do estômago avançado pode ser tratado, e os sintomas podem ser aliviados. O tratamento para o cancro do estômago pode incluir cirurgia, quimioterapia e/ou radioterapia. Estão a ser estudadas, nos ensaios clínicos, novas abordagens terapêuticas, tal como a imunoterapia, bem como formas melhoradas e otimizadas de usar os métodos atuais.
Uma pessoa com cancro do estômago pode fazer apenas um tipo de tratamento, ou uma combinação de tratamentos.