A Área de Relevante Interesse Ecológico do Guará (ARIEG), esta localizada no Município de Ilha Comprida, foi criada em outubro de 2008, junto com a APA Marinha do Litoral Sul e a gestão dessas duas unidades são compartilhadas.
Com aproximadamente 455 hectares, a ARIEG é uma Unidade de Conservação de Uso Sustentável, de pequena extensão, com pouca ocupação humana e características naturais extraordinárias, abrigando exemplares raros da biota regional.
O objetivo dessa categoria de unidade de conservação, é manter os ecossistemas naturais de importância regional ou local e regular os usos, com vista a compatibilizá-lo aos objetivos de conservação da natureza.
A ARIEG possui ecossistemas de restinga, manguezal, lagoa e estuário; abriga espécies ameaçadas como Guará, Piru-piru, Savacu-de-coroa, Trinta-réis-real, Trinta-réis-de-bando, Maçarico-rasteirinho e Maria-da-restinga; além de diversas aves aquáticas costeiras que utilizam o ambiente para reprodução e alimentação.
É considerada a segunda localidade de procriação dos guarás na região sudeste do Brasil e o monitoramento da espécie na região da unidade é realizado desde 2003, sendo observados ninhais entre 2003 e 2007; 2009 a 2012; 2015 e 2016, além de ninhais mistos de Guarás com garças, socós e savacu.
No ano de 2017, os Guarás não fizeram ninhal na ARIEG, sendo observada a presença de um novo sítio de nidificação no Pontal de Leste, no Parque Estadual da Ilha do Cardoso no período de 2014 a 2017.
Outra característica marcante da ARIEG, refere-se a intensa dinâmica costeira, intrínseca à formação e evolução da Ilha Comprida, que é altamente vulnerável a erosão costeira, apresentando grande probabilidade de perda significativa de terreno em decorrência da elevação do nível do mar.
O ecossistema estuarino-lagunar também é bastante sensível e marcado pelo histórico impacto ambiental da construção do Valo Grande, que alterou as características físico-químicas da água, poluiu e resultou na perda de biodiversidade, substituição da vegetação de manguezal e mudanças na pesca.
No que se refere aos usos turísticos na ARIEG, é comum a pesca amadora embarcada e desembarcada; o turismo de sol e praia; e o turismo náutico (jet sky, stand up, caiaque).
O local também é usado por pescadores artesanais, que costumam praticar as artes de pesca com tarrafa, caceio, linhada de mão, rede de fundo, puçá, gerival e cerco-fixo; além do extrativismo de caranguejo, ostra e mossorongo.
Constitui uma Câmara Temática criada no âmbito do Conselho Gestor da APAMLS e ARIEG para discutir questões relacionadas exclusivamente a ARIE. Para saber mais, clique aqui.