Objetivos de Aprendizagem

Olá, conteudista!

Você compreende a importância de definir os objetivos de aprendizagem no planejamento de uma ação de capacitação? A seguir, abordaremos um pouco mais sobre o assunto.

Os objetivos de aprendizagem são construídos para indicar o que as pessoas participantes do curso devem ser capazes de realizar ao fim de cada unidade prevista no Roteiro de Atividades de Ensino (RAE). Devem expressar, portanto, as mudanças de comportamento pretendidas com a ação de capacitação, pois essas mudanças influenciarão o desenvolvimento de competências (conhecimentos, habilidades e atitudes).

Nesse sentido, é importante destacar que os objetivos de aprendizagem devem ser construídos pensando nas pessoas, isto é, no público-alvo da ação de capacitação, e não no conteúdo que se deseja ensinar. Os objetivos de aprendizagem precisam ser claros e precisos, a fim de direcionar a seleção do conteúdo e as escolhas das atividades de ensino-aprendizagem na etapa de desenvolvimento do conteúdo. Uma boa dica para formular o objetivo de aprendizagem com foco no público-alvo é começar assim: “Ao final da unidade, você será capaz de...”.

Para construir um objetivo de aprendizagem, na etapa de elaboração do RAE, você deverá pensar emões mensuráveis e de fácil observação, tais como: identificar, listar, diferenciar, entre outras. Essas ações são expressas por meio de verbos que levam em consideração os domínios cognitivos, afetivo ou psicomotor, conforme definido na taxonomia proposta por Benjamin Bloom.

Quando você for construir o RAE, sugerimos que seja utilizado como guia o quadro a seguir, que apresenta a Taxonomia de Bloom:


Para desenhar os cursos em EAD a Enap utiliza a taxonomia de Bloom revisada, sobre esse assunto selecionamos dois materiais que vão auxiliar você no pré-preenchimento do RAE.




Selecionamos o vídeo do professor do Instituto Federal de São Paulo, José Otavio Baldinato, para você assistir. No vídeo o docente ensina como construir os objetivos de aprendizagem com base na Taxonomia de Bloom revisada.


Para ter acesso ao artigo "Taxonomia de Bloom: revisão teórica e apresentação das adequações do instrumento para definição de objetivos instrucionais "dos autores Ana Paula do Carmo Marcheti Ferraz e Renato Vairo Belhot, citado no vídeo do professor José Otávio, clique no botão a seguir.

Quando você for preencher o Roteiro de Atividades de Ensino (RAE) utilize o quadro abaixo que trata da taxonomia de Bloom revisada

Fonte: Artigo "Taxonomia de Bloom: revisão teórica e apresentação das adequações do instrumento para definição de objetivos instrucionais".

Quando o Roteiro de Atividades de Ensino (RAE) for apresentado a você durante a oficina de desenho de curso, você perceberá que, nas colunas correspondentes ao eixo 2 do RAE, existe um campo denominado “tipo de conhecimento”. É sobre esse tema que vamos conversar agora.

Os tipos de conhecimento (níveis de conhecimento) que a Enap utiliza nas produções dos cursos em EAD são baseados nos estudos publicados no livro "Como preparar conteúdos para EAD", de Andrea Filatro, publicado em 2018 pela editora Saraiva Educação, são eles:

  • Factual;

  • Conceitual;

  • Procedural; e

  • Metacognitivo

Quanto aos níveis de cognição, usamos como base os seguintes verbos para elaboração dos conteúdos:

  • Lembrar;

  • Entender;

  • Aplicar;

  • Analisar;

  • Avaliar; e

  • Criar

Cabe destacar que um conteúdo classificado em um determinado tipo de conhecimento pode ser trabalhado para alcançar diferentes níveis de cognição, esse é o grande desafio dos conteudistas, inclusive. Os cursos a distância desenvolvidos pela Enap, geralmente, são classificados nos tipos de conhecimento conceitual, factual e procedimental, e alcançam apenas os dois primeiros níveis de cognição, para os demais níveis recomendamos que sejam trabalhados em cursos presenciais, remotos e híbridos.

Qual a relação do conteúdo acima com o trabalho que você vai desenvolver?

Na tabela a seguir, você observará exemplos de verbos que podem ser utilizados na construção dos objetivos de aprendizagem e qual sua relação com os níveis de cognição e os níveis de conhecimento. Vale destacar que o Roteiro de Atividades de Ensino (RAE) indica a marcação do nível de conhecimento por Objeto Digital de Aprendizagem (ODA), ajudando na definição das mídias a serem utilizadas para a apresentação do conteúdo.


Fonte: adaptação feita a partir dos estudos de Filatro 2018 "Como preparar conteúdos para EAD"

Toda teoria é boa quando vem acompanhada da prática, veja o exemplo da construção de objetivos de aprendizagem retirado do curso "Fundamentos da transformação digital: Mapeamento e automação de processos", desenvolvido em parceria com a Secretaria de Governança Digital do Ministério da Economia.


Veja este outro exemplo retirado do curso "Governança e TIC no contexto da transformação digital", desenvolvido em parceria com a Secretaria de Governança Digital do Ministério da Economia.


Referências

FERRAZ, Ana Paula do Carmo Marcheti; BELHOT, Renato Vairo. Taxonomia de Bloom: revisão teórica e apresentação das adequações do instrumento para definição de objetivos instrucionais. Gestão & Produção, v. 17, n. 2, p. 421-431, 2010.

Você percebeu a importância da definição dos objetivos de aprendizagem no planejamento de uma ação de capacitação?

Que ótimo, agora, é só colocar a mão na massa!

Bom trabalho!