Gastronomia Faro

Bebida Alfarroba

O centro de origem situa-se provavelmente nas zonas costeiras do Médio Oriente, de onde se estendeu para Ocidente. Na Península terá sido introduzida pelos Árabes. A semente da Alfarroba, devido ao seu baixo peso e uniformidade, foi utilizada por mercadores para avaliar joias. As vagens, conhecidas na literatura anglo-saxónica por «St. John Bread», terão sido utilizadas na alimentação por S. João Baptista aquando da sua passagem pelo deserto.

Em 1841, Silva Lopes afirma que a Alfarroba é utilizada como «alimento de gente pobre, e torrada não deixa de ser saborosa» e informa que, em 1777, a Alfarroba ocupava o 5.° lugar das exportações feitas por via marítima algarvia. Há referências datadas de 1579 segundo as quais a Alfarroba já era comercializada em feiras algarvias, como a de Tavira.

Cataplana de Marisco

A cataplana é um recipiente para cozinhar alimentos típicos do Algarve, com origem do período Árabe. Também se usa o mesmo termo para designar os alimentos confecionados nesse recipiente.

É uma espécie de panela metálica formada por duas partes côncavas que se encaixam com auxílio de uma dobradiça e muitas vezes com dois fechos laterais. Originalmente de cobre ou latão, a cataplana é atualmente fabricada de alumínio, mas com um banho de cobre para lhe dar o aspecto característico. Existem cataplanas de várias dimensões, de acordo com a quantidade de comida que se pretende preparar, e ainda “cataplanas” de aço, por vezes elétricas, que fazem o mesmo trabalho, mas já não têm o formato tradicional.

Normalmente, os alimentos - geralmente mariscos, mas por vezes com diferentes formas de carne de porco, com cebola, vários temperos e, por vezes, batatas ou outros vegetais - são colocados em cru dentro da cataplana e deixados a cozinhar com ela fechada em lume brando.


Dom Rodrigos

O doce Dom Rodrigo terá provavelmente originado no Convento de Nossa Senhora do Carmo, sendo a tradição popular de que terá sido sido produzido para agradar o governador e capitão general do Algarve, D. Rodrigo de Menezes, do qual o doce tirou o nome.

Na primeira metade do Século XX, a casa Taquelim Gonçalves, que é o mais antigo estabelecimento de doces regionais em Lagos, passou a apresentar o Dom Rodrigo embrulhado em papel de alumínio, primeiro em cor de prata e depois noutros tons, de forma a tornar-se mais atraente para os compradores.

Este doce é uma das receitas tradicionais de Lagos, sendo considerado, devido à sua antiguidade, como parte do património cultural da cidade, pelo que foi alvo de um conjunto de iniciativas por parte da Câmara Municipal de Lagos para a sua preservação.