Fazer da relação escola/família um instrumento poderoso consegue-se com coisas muito simples

Data de publicação: Oct 31, 2013 9:55:26 PM

Fazer da relação escola/família um instrumento poderoso consegue-se com coisas muito simples, daquelas de que é feito o dia-a-dia. Às vezes basta apenas assumir (ou ousar) um pequeno passo na direcção do outro.

Vem isto a propósito dum episódio recente que se passou connosco. Uma mãe procurou-nos preocupada com o comportamento recente do filho na escola. A aflição era tal que para resolver o problema já equacionava a hipótese de mudar o filho de escola. A professora, dizia a mãe, quase de certeza que não estava a dar a atenção devida ao que se estava a passar; pior ainda, acrescentava, tem fama de ter um relacionamento difícil com os alunos e com os pais. De certeza que não iria compreender a sua preocupação de mãe e ajudá-la a resolver o assunto, quiçá o iria agravar, rematou a progenitora, aflita e com um sentimento de desamparo.

Perante este cenário perguntamos apenas: mas já falou com a professora? Não, disse ela prontamente. Então, retorquimos nós, a primeira coisa que se deve fazer numa situação como essa que descreve é falar com a docente no sentido de expor as suas preocupações, de buscarem ambas explicação para o que se está a passar e de encontrarem formas para ajudarem a criança a ultrapassar esta fase menos boa da sua vida. Só depois de esgotadas estas vias é que deve colocar outras alternativas na mesa.

Esta mãe, no fundo, tinha receio de falar, ou não se sentisse à vontade, com a “Sra. Professora”. Acontece. Insistimos bastante com esta mãe para vencer o seu medo e falar com a docente, pois nada tinha a perder, o pior cenário que poderia acontecer era confirmar as suspeitas e impressões da professora.

Encontramos esta mãe uns dias mais tarde. Já tinha conversado com a professora. Estava muito mais tranquila. A professora revelou-se o contrário do que pensava: mostrou-se aberta, compreensiva e com vontade de colaborar com a mãe a ajudar o seu filho.

Uma vez mais: acontece. Nesta acção simples desafiou e venceu os seus próprios receios; conheceu uma outra pessoa; ajustou as suas ideias à realidade; descobriu o poder duma relação; evitou um problema; preservou/ganhou a harmonia do desenvolvimento duma criança.

Às vezes é assim, deixamos que os nossos medos poluam o nosso pensamento com ideias erradas, ou mesmo injustas, e que condicionem as nossas acções. Não tem que ser assim. Cabe a cada um fazer a diferença: pensar com ponderação e agir em conformidade. Neste caso acreditamos que se fez a diferença, ou melhor que esta mãe soube fazer diferente.

E não temos dúvidas que a continuar a compreensão e ajuda entre mãe e professora só podem ser bem sucedidas.