Empreendedorismo social: a experiência do webcuco

Data de publicação: Oct 13, 2011 1:49:29 PM

Hoje vai falar-se de empreendedorismo no CEI, no âmbito do seu projecto de escola (Empreendendo para um Futuro Global) para este ano lectivo.

Acerca disto achamos oportuno lançar algumas reflexões, olhando um pouco para nós próprios.

Como muito bem refere a escola no programa de lançamento deste projecto: “empreender ou ser empreendedor é uma atitude que se aprende, promove e desenvolve no âmbito dos desafios com que somos confrontados todos os dias, é correr riscos, mas também saber como o fazer com criatividade e vontade de inovar, planeando, calculando oportunidades, identificando e ultrapassando problemas através da autonomia, iniciativa e arrojo tanto como responsabilidade e racionalidade. Esta inovação prende-se com a capacidade de ser capaz de sair da sua zona de conforto, de aplicar ou adquirir novas competências, numa aprendizagem constante e continuada ao longo da vida, necessárias às transformações e aos desafios que se pretendem alcançar”.

Ao lermos este pequeno excerto não podemos deixar de identificar aí algumas das premissas do projecto webcuco e das atitudes daqueles e aquelas que nele têm participado, nos seus diferentes níveis.

Decidir acompanhar regularmente as actividades do webcuco visitando regularmente o site disponível na internet (http://sites.google.com/site/webcuco/), tornar-se um “seguidor” no blogue (webcuco.blogspot.com) ou através das redes sociais, clicando no “gosto” do facebook www.facebook.com/webcuco), queiramos ou não, são formas de participar. A participação melhora quando para além de visitar regularmente alguém decide participar. Sabemos que é um momento de alguma saudável ousadia, pois a primeira vez é sempre o mais delicado de se fazer.

Quando alguém decide sair do seu conforto para estar presente numa tertúlia, nem que seja por curiosidade, é uma forma de participar. Quando o faz de forma regular a participação é diferente, mais activa.

Da mesma forma, quando alguém aceita dinamizar uma tertúlia ou conferência, aí também existe participação e é certo que esse papel exige sempre disponibilidade mental e um trabalho prévio de preparação para o evento. E temos a certeza que não é em função do que a organização oferece no final de cada evento, sempre de carácter simbólico (para esta temporada, em princípio ofereceremos, um saco com uma fogaça e dois doces de fruta), que aparece o interesse em colaborar com o webcuco.

Participar esporadicamente numa ou outro evento deste género é algo muito comum. Existem, inclusive, grupos específicos que são muito requisitados. Pensemos, por exemplo, nos pais com filhos na escola.

O que já não é comum é procurar dar a esta participação, e à vontade que lhe está subjacente, um sentido de maior participação, diríamos mesmo, duma participação activa, de forma a que essas acções esporádicas, e pouco tempo depois esquecidas, assumam um sentido que lhes dê unicidade, pertença, força, desenvolvimento e crescimento. Noutras palavras, uma expressão de realização e cidadania.

O webcuco, enquanto projecto que se insere numa filosofia de promoção do desenvolvimento do ser humano e constitui uma iniciativa de construção dum mundo melhor, é uma forma de responder a esse desafio. Muitas outras existem.

Para o tornar realidade (pois quantas vezes as nossas ideias, os nossos projectos, não passam disso mesmo: apenas ideias), o pequeno grupo de pessoas que o fundaram ousou correr os riscos que uma empreitada destas coloca; procurou criar oportunidades de o concretizar; vai aprendendo a ultrapassar obstáculos que surgem; vai aprendendo a reconhecer oportunidades de melhoria. E, acima de tudo, procura identificar naqueles que se dispõem a participar nas iniciativas do webcuco, aquela vontade de participar activamente, desta forma, para o bem comum.

Neste quase um ano de existência e vinte e alguns eventos realizados em diversos contextos e para diversos públicos, temos encontrado, para além da receptividade à iniciativa, vontade para colaborar activamente neste projecto. Diga-se, a propósito, que sem a colaboração de muitos que encontramos pelo caminho, nada disto teria sido possível.

O desafio com que o webcuco se depara actualmente prende-se com a capacidade de saber aproveitar com eficácia a contribuição que cada um dos membros desta comunidade pode trazer à comunidade webcuco e aos outros.

Temos tentado e temos consciência que muito temos a aprender. Aprender não nos assusta.

Contudo, para se avançar precisamos, antes de tudo, de muitos mais e de muitos mais activos. Pois quantos mais formos a participar activamente, melhor alimentaremos o que necessitamos para nos desenvolvermos: criatividade, inovação, ousadia, persistência, trabalho e alegria.

Dito isto, e apesar de não se ter notado grande movimento, continuamos a trabalhar para melhorar e para que mais iniciativas surjam. E esse trabalho faz-se a diferentes níveis: da própria organização; dum maior envolvimento de alguns intervenientes, que leva à constituição duma equipa de trabalho; na procura de novos assuntos; na procura de novos públicos. Esperamos que em Novembro já se consiga vislumbrar o que será o futuro próximo que tentamos construir hoje.

Uma última nota. Por tudo o que foi dito, o webcuco é um exemplo de empreendedorismo social. E “um fazer” que o empreendedorismo social ou outro, sempre exige como premissa.