Estudos Náuticos

Escolher uma profissão nem sempre é uma tarefa fácil. O momento de optar pelo curso que dará a formação profissional ao jovem carrega o peso da responsabilidade. Com a mudança tecnológica, novas necessidades de mercado e da sociedade, as instituições de Ensino Superior tem implantado novos cursos para acompanhar essa demanda. Neste domingo, a Folha de Pernambuco traz a segunda parte da série sobre vestibular. Nesta publicação, trazemos informações acerca dos novos cursos oferecidos nos vestibulares das universidades públicas, para o ano letivo de 2011. Na próxima semana, professores darão dicas para que os estudantes possam obter êxito nos processos seletivos. Além disso, uma série de questões, com os principais assuntos, serão disponibilizadas na edição dos próximos domingos.

Projetar navios, planejar o transporte do comércio marítimo, desenvolver tecnologias, plataformas e equipamentos mecânicos para embarcações são algumas das atividades que um engenheiro naval pode exercer. Para atender não só a demanda do Complexo Industrial de Suape, mas também para preencher a oferta crescente de empregos em outras partes do País, a UFPE instituiu a graduação de Engenharia Naval no vestibular deste ano.

O curso irá funcionar no campus Recife e serão ofertadas 20 vagas para a segunda entrada do processo seletivo. Apesar da existência de uma pós-graduação em Engenharia Naval e Oceânica na instituição, a demanda por mão-de-obra específica ainda é alta. A instalação do Estaleiro Atlântico Sul, em Suape, foi a mola propulsora para que o primeiro curso de graduação em Engenharia Naval no Nordeste fosse criado. Atualmente, o curso só é oferecido nos estados do Pará, São Paulo e Rio de Janeiro.

O curso da UFPE terá um ciclo básico, comum ao grupo das engenharias, e, posteriormente, na formação específica, disciplinas voltadas para a construção naval e projeção de navios. Segundo a coordenadora da graduação em Engenharia Naval, Ana Rosa Mendes, o estudante que concluir o curso estará apto a trabalhar nas mais diversas funções da área. "Eles poderão ter emprego não só no estaleiro de Suape, que irá absorver grande parte da mão-de-obra, mas também na indústria de navios, tubulações, bombas, motores, máquinas marítimas e tudo o mais que envolve a indústria naval", explica.

Com duração de cinco anos, o curso teve o currículo formulado com apoio de profissionais da área e especialistas de universidades de São Paulo e Lisboa (Portugal). "Nos dois primeiros anos, é muito parecido com o de Engenharia Mecânica, com exceção de três disciplinas: Introdução à Engenharia Naval, Computação Gráfica e Arte Naval. A partir do 5º período, as cerca de 50 disciplinas específicas englobam mecânica dos fluidos, máquinas marítimas, projetos de navio, processo de fabricação", complementa Ana Rosa.

Está prevista, ainda, a contratação de professores, com formação em Engenharia Naval, para compor o quadro docente do curso. Uma parceria com a Petrobras permitirá também o intercâmbio de informações com outros polos da engenharia Naval, além de bolsas de estudo para os alunos.

E a oferta da graduação chegou em momento oportuno para a estudante de pré-vestibular Marina Cavalcanti, 18. Ela conta que desde os 12 anos sonha em trabalhar com Engenharia Naval. A possibilidade de cursar o que sempre teve vontade, mas que por questões geográficas não lhe era possível, tem sido o estímulo para que a jovem se prepare para o vestibular.

"Estudo todos os dias, em todos os turnos. Tenho uma meta de estudar pelo menos quatro horas diariamente, mas chego a seis, sete horas. Sei que é uma área que está crescendo muito e que oferece boa remuneração", conta Marina, que afirmou sempre procurar informações sobre a área, como vagas no mercado de trabalho.

In: http://www.administradores.com.br/informe-se/artigos/engenharia-naval-e-novidade/48277/

http://pt.wikipedia.org/wiki/Marinha_Mercante_Brasileira