Tecnico de Medicina

TÉCNICOS DE MEDICINA GERAL

Técnico de Medicina é um/a profissional de saúde com formação prevalente na área clínica e saúde pública e afectação

prioritariamente a nível primário e secundário.

O curso tem a duração de dois anos e meio repartidos em 5 semestres. Cada semestre tem uma duração de 22 semanas, com total de 110 semanas. O ensino será consolidado em aulas teóricas/práticas, aulas no laboratório humanístico, estágios e sessões de discussão de estágio. Cada semestre tem horas destinadas aos estágios parciais, e o último semestre ao estágio rural integral, para a consolidação dos conhecimentos clínicos adquiridos durante a fase institucional. Cada semana lectiva tem 35 horas de aulas, cada semana de estágio parcial tem 25 horas no local do estágio e 10 horas de seminários para discussão de casos observados no estágio.

Funções e Tarefas

Os TM formados a partir deste currículo deverão integrar-se na equipa de Saúde e em equipas específicas nas quais deverão cobrir as funções e tarefas técnicas, de gestão e administração, de saúde comunitária, e de ensino.

Tarefas Técnicas

  1. Área de Enfermagem

  2. Organizar e utilizar os kits de Primeiros Socorros;

  3. Identificar incidentes passíveis de perigar a sua própria vida e a dos outros;

  4. Proteger-se a si e aos outros e tomar as necessárias medidas que preservem a vida, em caso de acidente e enquanto o socorro não chega;

  5. Avaliar, dar assistência e transportar os pacientes em situação de emergência;

  6. Facilitar a respiração, incluindo:

  7. Reconhecer asfixia/sufocação, identificar causas e tomar medidas para remover a causa e de suporte;

  8. Permeabilizar as vias respiratórias (incluindo identificar a necessidade e executar a manobra de Heimlich com adultos, crianças e bebés);

  9. Executar respiração artificial com adultos, crianças e bebés;

  10. Reconhecer sinais de uma crise asmática e gerir correctamente. (incluindo colocar numa posição para facilitar respiração);

  11. Proteger a vítima de traumas adicionais, medir o tempo da crise e tomar medidas de suporte no evento de uma crise convulsiva. Identificar causas e tratar nos casos de hiperpirexia e arrefecimento corporal;

  12. Avaliar, através do pulso carotídeo e femoral, a necessidade de uma massagem cardíaca;

  13. Executar a técnica de massagem cardíaca, em conjunto com respiração artificial (RCP) para adultos crianças e bebés (técnica de uma ou 2 pessoas);

  14. Minimizar a perda de sangue/hemorragias;

  15. Tomar medidas específicas para a hemorragia nasal e na palma da mão;

  16. Reconhecer (sem qualquer equipamento) e aprovisionar primeiros socorros para o Enfarte do Miocárdio (EM).

  17. Reconhecer o estado de choque e estabelecer medidas de suporte;

  18. Fornecer os primeiros socorros para:

  19. Picadas de abelhas, vespas e escorpiões;

  20. Mordeduras de animais, incluindo cobras;

  21. Perfurações e lacerações por várias causas;

  22. Feridas por armas de fogo;

  23. Distinguir queimaduras do 1º , 2º e 3º graus, e fornecer cuidados de socorros relevantes;

  24. Reconhecer entorses, reduzir inflamação, tratar dores e imobilizar;

  25. Identificar fracturas, tratar a dor, imobilizar e, no caso de fracturas expostas, proteger da infecção;

  26. Em relação aos choques eléctricos, proteger a si próprio da corrente eléctrica, isolar a vítima da corrente, tratar o choque e administrar RCP (se for necessário);

  27. Efectuar os primeiros socorros para envenenamento e intoxicação;

  28. Identificar as indicações e contra-indicações de indução do vómito;

  29. Identificar as indicações e contra-indicações na administração de líquidos para diluir o veneno;

  30. Tomar medidas para o tratamento de intoxicação, através da pele, dos olhos ou por inalação;

  31. Avaliar, registar e interpretar os sinais vitais nos adultos, crianças e bebés

Procedimentos Clínicos

  1. Avaliar, dar assistência e transportar os sinistrados em situações de emergência.

  2. Acalmar e orientar pacientes e as suas famílias numa emergência.

  3. Proteger a vítima de traumas adicionais, medir o tempo da crise e tomar medidas de suporte em caso de convulsões.

  4. Avaliar, registar e interpretar os sinais vitais nos adultos, crianças e bebés. Isto inclui:

  5. Temperatura axilar, bucal e rectal;

  6. Respiração-FR;

  7. Pulso-FC;

  8. Tensão Arterial-TA;

  9. Peso, altura.

  10. Facilitar a respiração que inclui:

  11. Reconhecer asfixia/sufocação, identificar causas, tomar medidas para remover a causa e tomar medidas de suporte;

  12. Identificar indicações para efectuar ressuscitação de adultos, crianças e bebés, usando equipamentos disponíveis nos serviços de urgência.

  13. Avaliar, através do pulso carotídeo e femoral a necessidade de uma massagem cardíaca.

  14. Identificar a causa e gravidade de hemorragias e tomar medidas para o controlo de hemorragia e do choque hipovolémico (pensos, suturas, hemostases, reposição da volémia (soros/transfusões), incluindo:

  15. Compressão e posição de Trendelemburg;

  16. Medidas de prevenção de choque hipovolémico;

  17. Tomar medidas específicas para hemorragia nasal e na palma da mão;

  18. Identificar casos de hiperpirexia ou arrefecimento corporal e tratar.

  19. Distinguir queimaduras do 1º grau, 2ºgrau, 3º grau e oferecer cuidados de socorros relevantes.

  20. Identificar entorses, reduzir inflamação, tratar a dor e imobilizar.

  21. Identificar fracturas, tratar a dor, imobilizar e proteger de infecção, no caso de fracturas expostas.

  22. Controlar e, se for necessário, sedar pacientes com agitação psicomotora.

  23. Identificar a necessidade de aplicação profiláctica de soros contra tétano e raiva.

  24. Identificar e tratar reacções alérgicas (incluindo anafiláticas).

  25. Executar os seguintes procedimentos de enfermagem no paciente inconsciente:

  26. Tomar medidas para prevenir a obstrução das vias aéreas e infecção pulmonar;

  27. Limpar os olhos e a pele (dar banho a um paciente inconsciente);

  28. Tomar medidas para o controlo da bexiga e intestinos (incluindo colocação dum catetervesical);

  29. Alimentar, através da sondagem naso-gástrica e manutenção do soro permanente.

  30. Prevenir escaras.

  31. Identificar a necessidade, reconhecer as precauções e executar os seguintes procedimentos:

  32. Oxigenoterapia;

  33. Fisioterapia Respiratória;

  34. Entubação Endotraqueal;

  35. Toracocentese.

  36. Administrar a terapêutica oral, anal, tópica e parentérica (intravenosa, subcutânea, e

intramuscular) em adultos, crianças e bebés. Isto inclui:

  1. Indicações e contra-indicações das vias de administração;

  2. Identificar complicações adversas ao tratamento e tomar medidas necessárias.

  3. Colher os seguintes especímenes biológicos:

  4. Sangue (incluindo para hematozoário);

  5. Urina (colheita asséptica);

  6. Fezes;

  7. Expectoração;

  8. Identificar a necessidade e executar as seguintes técnicas de enfermagem (incluindo, a organização do material necessário):

  9. Sonda naso-gástrica para alimentação ou lavagem gástrica;

  10. Algaliação;

  11. Aspiração de secreções;

  12. Clister.

  13. Administrar uma transfusão sanguínea. Isto inclui:

  14. Identificar as indicações para transfusão de sangue total, concentrado de glóbulos vermelhos,

concentrado de plaquetas e plasma fresco congelado;

  1. Seguir as normas de administração de uma transfusão sanguínea;

  2. Reconhecer e tomar providências em nos seguintes acidentes transfusionais:

  3. Incompatibilidade;

  4. Sobrecarga de volume;

iii. Transfusão de sangue mal conservado.

  1. Aplicar as normas e rotinas de biossegurança nos hospitais, incluindo:

  2. Técnicas básicas de protecção individual; (lavagem das mãos, luvas, mascaras, aventais e óculos);

  3. Técnicas de manipulação de equipamentos estéreis;

  4. Desinfecção e esterilização de equipamentos, usando desinfectantes, autoclave, e estufa;

  5. Utilização de desinfectantes para utensílios, mobiliário hospitalar e tecidos vivos;

  6. Mistura de soluções de desinfectantes nas concentrações certas.

  7. Executar pensos e ligaduras para contusões, ferimentos, escaras (úlceras de decúbito) e

queimaduras do 1º, 2º e 3º graus, de acordo com a região e técnica apropriada.

  1. Orientar os pacientes de cuidados de luxação/entorse e imobilizações com talas simples e

gessadas.

  1. Realizar as seguintes técnicas de diagnóstico/terapêuticas:

  2. Punção lombar;

  3. Paracentese;

  4. Toracocentese;

  5. Punção hepática.

  6. Exame ginecológico;

  7. Aspiração naso-traqueal;

  8. Entubação naso-gástrica;

  9. Lavagem gástrica ;

  10. Algaliação;

  11. Tratamento de condilomas.

  12. Executar a reanimação cardiorrespiratória, se necessário.

  13. Executar as seguintes técnicas e procedimentos nas crianças, quando necessário:

  14. Administração de vacinas;

  15. Medição do peso, altura, perímetro crâneo e perímetro braquial;

  16. Reanimação neonatal (incluindo aspiração);

  17. Recolha de urina e cateterização vesical;

  18. Entubação com sonda naso-gástrica e colheita de suco gástrico para pesquisa de BK;

  19. Cateterização venosa periférica;

  20. Remoção de corpos estranhos do ouvido ou nariz;

  21. Punção lombar;

  22. Algaliação;

  23. Realização do teste de Mantoux (tuberculina).

  24. Prestar cuidados básicos e essenciais ao recém-nascido, incluindo a reanimação neonatal.

  25. Diagnosticar, tratar e/ou encaminhar as patologias abaixo descritas:

  26. Obstrução das vias aéreas superiores (tratar);

  27. Corpos estranhos no nariz, ouvido e no olho (tratar e transferir casos complicados);

  28. Escoriações, equimoses e hematomas (tratar);

  29. Feridas incisas e contusas (limpas e sujas) (tratar);

  30. Queimaduras do primeiro ao terceiro grau (tratar e em casos complicados transferir);

  31. Mordeduras por insectos e animais (venenosos e não venenosos) (tratar casos simples ou

transferir casos complicados);

  1. Profilaxia antitetânica.

  2. Executar as seguintes técnicas:

  3. Sutura de feridas;

  4. Drenagem de colecções purulentas;

  5. Limpeza cirúrgica;

  6. Tamponamento nasal anterior;

  7. Cateterismo suprapúbico;

  8. Cateterismo venoso subclávio;

  9. Punção abdominal.

Clínica Médica

  1. Diagnosticar e tratar as patologias indicadas em anexo I, com atenção especial às seguintes tarefas:

  2. Elaborar possíveis hipóteses de diagnóstico com base na anamnese, no exame físico e diagnóstico diferencial

  3. Usar e interpretar resultados dos meios auxiliares de diagnóstico

  4. De acordo com a sua competência, criar um plano de tratamento / conduta, baseado no diagnóstico diferencial

  5. Criar e explicar ao paciente um plano de alta

  6. Resumo do tratamento

  7. Seguimento

iii. Prevenção e controlo da doença

  1. Reconhecer ou suspeitar emergências e executar as intervenções médicas imediatas e referir/transferir como apropriado

  2. Área de Psiquiatria

  3. Reconhecer, numa consulta, sinais e sintomas duma possível doença mental;

  4. Levantar hipótese diagnóstica e tomar as medidas apropriadas com relação aos transtornos

indicados no anexo I com atenção especial às seguintes tarefas:

  1. Realizar anamnese psiquiátrica e exame mental;

  2. Identificar emergências do fórum psiquiátrico e tomar medidas apropriadas;

  3. Fazer o diagnóstico diferencial entre alterações de comportamento referentes a queixas psíquicas e doenças orgânicas (como malária cerebral, meningite, encefalopatia por HIV, etc.);

  4. Fazer um diagnóstico sindrómico e dar encaminhamento adequado aos transtornos identificados.

  5. Acolher e orientar o utente e a família sobre a situação de saúde, tratamentos disponíveis e fontes de apoio.

  6. Área de Pediatria

  7. Monitorizar o crescimento e desenvolvimento psicomotor infantil

  8. Aconselhar pais sobre os princípios de nutrição/alimentação para o crescimento e desenvolvimento de recém-nascidos e crianças saudáveis e doentes

  9. Conhecer os pacotes de cuidado, promoção da saúde infantil e prevenção das doenças, incluindo Atenção Integrada das Doenças Infantis (AIDI) e Programa Alargado de Vacinação (PAV)

  10. Utilizar os princípios gerais da terapêutica pediátrica com fármacos

  11. Usar os meios de diagnóstico, fazendo a sua interpretação em pediatria e utilizar as técnicas adequadas em recém-nascido e crianças segundo a idade

6.Diagnosticar e tratar as patologias indicadas no anexo I na criança e recém-nascido (incluindo bebés prematuros), com atenção especial às seguintes tarefas:

  1. Elaborar uma história clínica completa (incluindo a história da mãe) e executar um exame físico completo

  2. Elaborar possíveis hipóteses de diagnóstico com base na história e no exame físico (diagnóstico diferencial)

  3. Usar e interpretar resultados dos meios auxiliares de diagnóstico

  4. Baseado no diagnóstico diferencial, criar um plano de tratamento imediato para o paciente

  5. Avaliar a condição do paciente (incluindo hospitalização e referência)

  6. Criar um plano de alta e explicar aos pais da criança

  7. Avaliar os sinais de emergência, urgência, fazer a gestão imediata (estabilizar e fazer análise apropriada) e seguir as indicações para referir o recém-nascido ou a criança com as seguintes apresentações:

  8. Obstrução das vias aéreas superiores incluindo sufocamento, asfixia, dificuldades em respirar , coma , convulsões , desidratação grave , shock (hipovolémico, anafiláctico,

séptico)), hipoglicemia , síndrome de distress respiratório , febre alta , palidez acentuada, dores fortes, irritabilidade/letargia, desnutrição aguda grave, edema dos pés, hipotermia .

  1. Área de Saúde Reprodutiva

Sistema Reprodutor Feminino:

  1. Colher uma história clínica em ginecologia incluindo a:

  2. Anamnese orientada a queixas ginecológicas;

  3. Exame físico orientado ao sistema reprodutivo. Isto inclui execução das seguintes técnicas:

  4. Toque vaginal;

  5. Palpação bimanual;

iii. Exame com espéculo;

  1. Exame visual e de palpação da mama.

  2. Recomendar métodos de Planejamento Familiar

  3. Fazer uma anamnese de uma mulher que deseja fazer o planeamento familiar;

  4. Aconselhar a mulher e/ou o casal que deseja fazer o planeamento familiar acerca dos possíveis métodos e as suas indicações, vantagens, desvantagens, normas práticas, taxa de insucessos, efeitos colaterais, utilidade para prevenção de ITS, contra-indicações e complicações possíveis. (métodos incluem: abstinência periódica, coito interrompido, preservativo masculino e feminino, amamentação prolongada, dispositivo intra-uterino (DIU), a pílula anticonceptivo, e métodos hormonais injectáveis) tendo em conta a epidemia de HIV.

  5. Executar esvaziamento da cavidade uterina:

  6. Identificar as indicações para execução da técnica

  7. Fazer uma revisão da cavidade

  8. Executar aspiração e curetagem

  9. Diagnosticar, tratar ou dar seguimento às patologias indicadas no anexo I, com atenção especial às seguintes tarefas:

  10. Elaborar possíveis hipóteses de diagnóstico, com base na anamnese, no exame físico e diagnóstico diferencial;

  11. Usar e interpretar resultados dos meios auxiliares de diagnóstico;

  12. Criar um plano de tratamento / conduta, de acordo com a sua competência, baseado no diagnóstico diferencial;

  13. Reconhecer as situações de gravidez anormal e de alto risco;

  14. Criar e explicar ao paciente um plano de alta:

  15. Resumo do tratamento;

  16. Seguimento;

iii. Prevenção e controlo da doença.

Obstetrícia:

  1. Durante primeira visita pré-natal o TM deve:

  2. Recolher uma história obstétrica completa;

  3. Executar um exame físico completo e direccionado às grávidas;

  4. Pedir e interpretar os seguintes exames:

  5. Hemograma, glicemia, urina II, HIV e CD4, RPR, grupo sanguíneo e RH, esfregaços vaginais para clamídia, gonorreia e vaginoses bacterianas, teste de Papanicolau;

  6. Preencher correctamente a ficha da consulta pré-natal, utilizar a roda da idade gestacional e determinar a data provável do parto (DPP);

  7. Aconselhar a mãe sobre os hábitos saudáveis a ter durante a gravidez: dieta, consumo de álcool, prevenção de HIV e outras ITS;

  8. Reconhecer as substâncias e os medicamentos tóxicos e teratógenos durante a gravidez;

  9. Aconselhar a mãe HIV positiva e o parceiro sobre os cuidados e tratamento a ter durante a gravidez e o aleitamento (a gestão clínica da mãe HIV positiva será abordada no módulo sobre o HIV/SIDA);

  10. Descrever o plano de seguimento durante a gravidez e o plano do parto.

  11. Nas visitas de seguimento o TM deve:

  12. Realizar uma anamnese em relação ao desenvolvimento da gestação ;

  13. Executar um exame físico especializado, incluindo:

  14. Verificação da progressão do peso da gestante e altura uterina, monitoando com a DPP para verificar o aumento normal do peso materno e o crescimento normal do feto;

  15. Avaliação dos movimentos fetais;

iii. Avaliação da situação e apresentação fetal;

  1. Avaliação do encravamento fetal;

  2. Auscultação do foco fetal;

  3. Avaliação das mucosas para detecção de anemia;

vii. Medição da tensão arterial;

viii. Avaliação de edema.

  1. Pedir e interpretar os seguintes testes:

  2. Urina II , hemograma , bioquímica , RPR e HIV.

  3. Fazer controlo periódico da mulher grávida, incluindo pesquisa de malária e infecção urinária e ITS se for indicado;

  4. Controlar a vacinação contra o tétano e administrar aos 2 meses e aos 6 meses, se necessário, com um máximo de 5 doses;

  5. Administrar os tratamentos preventivos incluindo ferro/ácido fólico, mebendazol, tratamento profiláctico para malária, cotrimoxazol, PTV;

  6. Classificar e referir, segundo as normas nacionais.

  7. Diagnosticar, tratar ou dar seguimento às patologias indicadas no anexo I, com atenção especial às seguintes tarefas:

  8. Elaborar possíveis hipóteses de diagnóstico, com base na anamnese, no exame físico e diagnóstico diferencial;

  9. Usar e interpretar resultados dos meios auxiliares de diagnóstico;

  10. Criar um plano de tratamento / conduta, de acordo com a sua competência, baseado no diagnóstico diferencial;

  11. Reconhecer as situações de gravidez anormal e de alto risco;

  12. Criar e explicar ao paciente um plano de alta:

  13. Resumo do tratamento;

  14. Seguimento;

iii. Prevenção e controlo da doença.

  1. Dar assistência durante todas as fases do parto incluindo:

  2. Diagnosticar as dores do parto normal, estágio do parto e saber a diferença entre parto verdadeiro e falso.

  3. Reconhecer e gerir ou referir um parto prematuro (ruptura precoce de membranas).

  4. Administrar os ARVs para a profilaxia ou tratamento do HIV, em caso de mãe HIV positiva, dependendo se está ou não está em TARV;

  5. Controlar a evolução do parto através das contracções, do toque vaginal se for indicado e registar correctamente no partograma;

  6. Identificar, através do partograma, um trabalho de parto normal e anormal e referir em caso de partograma com padrão anormal;

  7. Realizar um parto normal e detectar um trabalho de parto arrastado e referir;

  8. Prestar cuidados imediatos de parto à mãe e ao recém-nascido e dar seguimento em consulta de puerpério;

  9. Identificar as indicações e contra-indicações para executar amniotomia, e executá-la se necessário;

  10. Identificar as indicações e contra-indicações para executar a episiotomia e executá-la se necessário;

  11. Identificar apresentações e posições anormais do feto e referir;

  12. Executar a manipulação activa do terceiro estágio do trabalho de parto;

  13. Identificar e gerir o 4º estágio normal e anormal do parto e puerpério imediato (<24h) normal e patológico, suas causas, complicações e tratamento;

  14. Aplicar as normas de biosegurança em todos os estágios do parto.

  15. Reconhecer as situações de parto complicado e prestar cuidados imediato.

  16. Prestar os cuidados pós-operatórios a uma mulher após uma cesariana.

  17. Prestar os cuidados imediatos ao recém-nascido normal e reconhecer, tratar e referir as eventuais condições patológicas incluindo:

  18. Avaliar o recém-nascido logo após o nascimento, incluindo os sinais vitais, o índice de Apgar e prestar os cuidados de rotina ao recém-nascido normal;

  19. Realizar o exame físico completo do recém-nascido à nascença, estabelecer a idade gestacional;

  20. Identificar os sinais e sintomas de emergência no recém-nascido ;

  21. Praticar a reanimação neonatal;

  22. Planificar e organizar a transferência hospitalar de um recém-nascido;

  23. Avaliar as condições patológicas neonatais mais frequentes que se podem apresentar logo após o parto ou nas primeiras horas de vida, estabilizar e tratar ou referir tais condições.

  24. Administrar a profilaxia ARV ao recém-nascido filho de mãe HIV positiva e aconselhar a mãe sobre os cuidados de seguimento (alimentação, cotrimoxazol, diagnóstico precoce, consultas na CCR);

  25. Aconselhar uma mãe com TB pulmonar sobre a profilaxia com INH para o seu bebé e as contra-indicações da vacina BCG;

  26. Avaliar os sinais e sintomas da TB em bebé exposto a mãe com TB pulmonar.

  27. Fazer a consulta pós-parto (7 dias após o parto) incluindo:

  28. Prestar cuidados básicos pós-parto à mãe e ao recém-nascido;

  29. Verificar o estado da vacina contra a tuberculose da criança;

  30. Avaliar eventuais efeitos colaterais da profilaxia com INH, em caso do bebé de mãe com TB pulmonar e apresentando sinais e sintomas de TB;

  31. Verificar a administração da profilaxia com ARV, na mãe e no bebé, em caso de mãe HIV positiva e seus efeitos colaterais;

  32. Aconselhar a mãe HIV positiva sobre o diagnóstico precoce e os cuidados para o seu bebé, incluindo cotrimoxazol e seguimento na CCR;

  33. Aconselhar sobre os diferentes métodos de planeamento familiar e sobre o reinício da actividade sexual;

  34. Identificar sinais e sintomas e causas de complicações do puerpério;

  35. Diagnosticar e tratar ou referir as complicações do puerpério:

  36. Infecções puerperais, hematoma vulvo-vaginal, patologias da mama (mastites, abcesso mamário, ingurgitamento mamário, fissuras), tromboflebites e embolia pulmonar, psicose, fístulas vesicovaginal e rectovaginal.

  37. Conhecer o Programa de Saúde Sexual e Reprodutiva, as estratégias para melhorar a saúde materno infantil e seus indicadores.

Sistema Reprodutor Masculino:

  1. Diagnosticar e tratar as patologias indicadas no anexo I, com atenção especial às seguintes tarefas:

  2. Elaborar possíveis hipóteses de diagnóstico com base na anamnese, no exame físico e diagnóstico diferencial;

  3. Usar e interpretar resultados dos meios auxiliares de diagnóstico

  4. De acordo com a sua competência, criar um plano de tratamento / conduta, baseado no diagnóstico diferencial

  5. Criar e explicar ao paciente um plano de alta

  6. Resumo do tratamento

  7. Seguimento

iii. Prevenção e controle da doença

  1. Reconhecer ou suspeitar emergências e executar as intervenções médicas imediatas e referir/transferir como apropriado

  2. Aconselhar o paciente para as seguintes situações:

  3. Principais aspectos da prevenção do HIV/ITS;

  4. Planeamento familiar e métodos anticoncepcionais;

  5. Prevenção secundária para pacientes com ITS;

  6. Os riscos e benefícios da circuncisão e cuidados do adulto recentemente circuncidado.

  7. Área de traumatologia

  8. Diferenciar uma situação de emergência e não de emergência e entre as emergências médicas e cirúrgicas.

  9. Diagnosticar e tratar as patologias indicadas no anexo I com atenção especial às seguintes tarefas:

  10. Elaborar possíveis hipóteses de diagnóstico com base na história e no exame físico (diagnóstico diferencial);

  11. Dar assistência imediata a situações de emergências e estabilizar o paciente, incluindo os primeiros socorros (ABCD);

  12. Usar e interpretar resultados dos meios auxiliares de diagnóstico;

  13. Criar um plano de tratamento para o paciente, baseado no diagnóstico diferencial,

  14. Avaliar a condição do paciente (incluindo hospitalização e referência);

  15. Criar as condições necessárias para, no caso de estar indicada, realizar uma transferência com garantias;

  16. Criar e explicar ao paciente o plano de acompanhamento e a forma de prevenir e controlar a doença;

  17. Reconhecer uma situação de Trauma e Politrauma;

  18. Diagnosticar, estabilizar e tratar ou referir os traumas/politraumas.

  19. Efectuar primeiros socorros (ABCD) nas vítimas de traumas;

  20. Recolher uma história clínica que identifique as circunstâncias de um trauma, a gravidade e/ou o grau de risco sobre vida do doente;

  21. Recolher os sinais clínicos numa sequência lógica que o permita tomar decisões imediatas de salvamento ou para atenuar a progressão de um estado choque pós-trauma;

  22. Fazer uma abordagem sistemática do doente traumatizado/politraumatizado usando o ABCD, avaliar a sua gravidade usando o e estabelecer a conduta e cuidados imediatos de salvamento;

  23. Distinguir um trauma externo do interno e presumir o segmento ao órgão afectado e sua gravidade;

  24. Solicitar e interpretar exames laboratoriais e complementares necessários em cada caso.

  25. Tarefas do TM na Área de HIV/SIDA

  26. Demonstrar aptidão na abordagem clínica do paciente HIV positivo:

  27. Abrir um ‘processo clínico’ para um paciente recentemente diagnosticado;

  28. Colher uma anamnese e efectuar um exame físico, incluindo:

  29. Avaliação da queixa principal;

  30. História da doença actual;

iii. História clínica antecedente – Incluindo, antecedentes ginecológicos e obstétricos, data do diagnóstico para HIV, história de infecções oportunistas, antecedentes de tratamento, antecedentes de internamento, exames laboratoriais efectuados que sejam relevantes;

  1. História psicossocial, incluindo aspectos específicos relacionados com HIV/SIDA:

  2. Ambiente familiar;

  3. Detalhada história sexual e de exposição;

  4. Medidas para prevenção e redução do risco;

  5. Ambiente psicossocial, estigma, apoio social.

  6. Historia familiar;

  7. Exame Físico – com capacidade de reconhecer os sinais e sintomas específicos de:

  8. Abordagem sistemática do paciente com HIV;

  9. Infecções oportunistas (IOs);

  10. Reacções adversas ao Tratamento Anti-retroviral (TARV).

  11. Utilização e interpretação dos meios auxiliares de diagnóstico:

  12. Testes Laboratoriais;

  13. Testes Radiológicos.

  14. Executar técnicas especializadas de diagnóstico:

  15. Punção Lombar;

  16. Toracocentese;

iii. Paracentese.

  1. Desenvolver um diagnóstico diferencial;

  2. Tomar uma conduta terapêutica;

  3. Transferir adequadamente pacientes em estado grave ou de estadio IV para outros clínicos ou serviços de cuidados especializados;

  4. Registar a ficha clínica do paciente de forma apropriada e ser capaz de transmitir claramente a informação médica aos outros clínicos, no caso de transferência ou partilha de cuidados;

  5. Desenhar um plano de alta compreensivo e seguro;

  6. Determinar o acompanhamento adequado.

  7. Ser capaz de pedir os seguintes testes e interpretar os seus resultados de forma rigorosa:

  8. Testes básicos para avaliação e acompanhamento de pacientes com HIV (Teste de diagnóstico rápido HIV, ELISA, CD4, hemograma, ALT, AST, bilirubina, amilase, glicose, trigliceridos, colesterol, lactato, urinálise, tinta de china, etc.);

  9. Radiografia (torácica, abdominal, vertebral e de extremidades);

  10. Esfregaço de expectoração para tuberculose;

  11. RPR;

  12. Exame das fezes para detecção de ovos e parasitas.

  13. Demonstrar aptidão para aconselhamento, incluindo:

  14. Aconselhamento pré-teste HIV;

  15. Aconselhamento pós-teste HIV;

  16. Aconselhamento pré-TARV;

  17. Aconselhamento pós-TARV de adesão ao tratamento;

  18. Profilaxia pós-exposição;

  19. Aconselhamento preventivo geral para HIV/ITS.

  20. Cuidar do paciente HIV positivo (incluindo profilaxia e tratamento de infecções oportunistas e condições associadas):

  21. Estadios Clínicos:

  22. Paciente adulto com HIV;

  23. Mulher grávida com HIV;

iii. Criança exposta ou infectada por HIV*;

  1. Reconhecer pacientes em estadio IV, gravemente doentes, a necessitar

transferência para serviços com níveis de cuidados mais elevados.

  1. Diagnóstico presuntivo ou definitivo e tratamento de IOs nos adultos abaixo do estadio

  2. Tuberculose:

  3. Tuberculose pulmonar;

  4. Tuberculose extra pulmonar ou disseminada;

  5. Tuberculose do sistema nervoso central (meningite).

  6. Sarcoma de Kaposi:

  7. Cutâneo;

  8. Visceral;

  9. Pulmonar.

iii. Meningite por Cryptococcus ou Criptococcose extra pulmonar;

  1. Pneumonia por Pneumocystis jiroveci (Pneumocistose);

  2. Candidíase (Aftas, Esofagite);

  3. Zona, ou infecção por Varicela Zóster;

vii. Infecção pelo Vírus Herpes Simplex;

viii. Encefalopatia /demência por HIV;

  1. Leucoencefalopatia multifocal progressiva;

  2. Infecção aguda por HIV;

  3. Diagnóstico presuntivo ou definitivo e tratamento de IOs nas crianças menos estadio IV:

  4. Tuberculose;

  5. Sarcoma de Kaposi;

iii. Pneumonia por Pneumocystis jiroveci (Pneumocistose);

  1. Pneumonia intersticial linfocitica (LIP);

  2. Encefalopatia por HIV;

  3. Diagnóstico e tratamento de IOs nas mulheres grávidas abaixo do estadio IV:

  4. Diagnosticar e tratar as seguintes condições associadas:

  5. Malária;

  6. Sífilis.

  7. Prescrição de tratamento profilático para IOs em adultos;

  8. Prescrição de tratamento profilático para IOs em crianças*;

  9. Prescrição de tratamento profilático para IOs em mulheres grávidas;

  10. Iniciar correctamente a profilaxia com Cotrimoxazol, ou Dapsona:

  11. Identificar indicações e contra-indicações para a profilaxia com cotrimoxazol;

  12. Iniciar dapsona em pacientes com contra-indicações para cotrimoxazol;

iii. Diagnosticar e tratar reacções adversas (1 e 2) ao cotrimoxazol e/ou dapsona;

  1. Reconhecer as indicações para suspender cotrimoxazol ou dapsona em

pacientes com Síndrome de Reconstituição Imunitária.

  1. Prescrição de tratamento profilático para a Tuberculose c com isoniazida:

  2. Executar o despiste da TB activa para pacientes com HIV;

  3. Identificar indicações e contra-indicações para a profilaxia com isoniazida;

iii. Iniciar isoniazida nos pacientes elegíveis.

  1. Tratamento Anti-retroviral (TARV):

  2. Prescrever TARV a um paciente adulto;

  3. Prescrever TARV a um paciente pediátrico;

  4. Prescrever TARV a uma mulher grávida;

  5. Prescrever TARV a um paciente com Tuberculose;

  6. Identificar interacções entre medicamentos TB-TARV e recomendar as alterações adequadas ao tratamento;

  7. Identificar indicações e contra-indicações para TARV de primeira linha e para tratamentos de primeira linha alternativos;

  8. Iniciar uma alternativa ao tratamento de primeira linha (D4T, EFV);

  9. Referir pacientes que necessitam TARV, mas têm contra-indicações para ambos o tratamento de primeira linha e tratamento de primeira linha alternativo;

  10. Diagnosticar e tratar reacções adversas ao TARV:

  11. Gerir efeitos secundários do TARV, de 1º e 2º grau;

  12. Referir efeitos secundários do TARV, de 3º e 4º grau.

  13. Diagnosticar e tratar pacientes com Síndrome Inflamatória de Reconstituição Imunitária (SIRI);

  14. Seguimento de pacientes em TARV de segunda linha;

  15. Coordenar a atenção ao paciente sob TARV, com outra atenção medica indicada;

  16. Seguimento de pacientes em TARV (adulto, pediátrico, mulher grávida):

  17. Seguimento clínico;

  18. Seguimento laboratorial (adequada monitorização e interpretação das contagens de CD4);

iii. Monitorar a adesão ao tratamento.

  1. Seguimento de pacientes que não estão em TARV;

  2. Diagnosticar suspeita má adesão ao tratamento;

  3. Cuidar dos pacientes internados;

  4. Estabilizar pacientes em estado crítico e eventualmente os encaminhar para os serviços de cuidados adequados;

  5. Cuidar dos pacientes internados nas enfermarias de Medicina, Cirúrgia e outros.

  6. Prevenir a transmissão do HIV de mãe-para-filho e dar acompanhamento à criança exposta:

  7. Reconhecer o prognóstico correcto para bébés recém-nascidos de mães com HIV e aconselhar as mães de forma apropriada;

  8. Elaborar uma história clínica e exame físico completos de uma mulher sero-positiva grávida;

  9. Executar os testes laboratoriais adequados da mãe sero-positiva:

  10. Testagem do HIV com teste rápido;

  11. Contagem CD4;

iii. RPR.

  1. Fazer o estadiamento clínico da mulher grávida seropositiva;

  2. Determinar quais são as mulheres grávidas sero-positivas elegíveis para a terapia antiretroviral;

  3. Diagnosticar e tratar IOs nas mulheres grávidas seropositivas abaixo do estadio IV;

  4. Transferir ou referir a paciente para outros níveis de atenção (casos complexos, ou a necessitar reencaminhamento);

  5. Avaliar e acompanhar a criança exposta ao HIV*:

  6. Efectuar o diagnóstico apropriado e testar a criança exposta ao HIV;

  7. Estadiamento da criança infectada;

iii. Prescrever a profilaxia com AZT para a criança exposta;

  1. Prescrever a profilaxia com cotrimoxazol para a criança exposta;

  2. Prescrever ART para o paciente pediátrico elegível.

  3. Demonstrar aptidões administrativas e de gestão, incluindo:

  4. Executar actividades administrativas ao nível distrital e/ou provincial:

  5. Partilhar a responsabilidade entre os programas ITS/HIV/SIDA;

  6. Coordenar as actividades de cuidados domiciliários;

iii. Coordenar com o programa nacional de combate à TB (PNCT);

  1. Coordenar os programas de PTV;

  2. Ser membro do comité TARV; aconselhar o comité para a adesão ao TARV.

  3. Participar em programas de adesão ao TARV:

  4. Monitorar o envolvimento comunitário no seguimento de pacientes que abandonam o TARV;

  5. Coordenar as actividades de seguimento de pacientes com problemas de adesão;

iii. Coordenar as actividades de busca activa de faltosos e abandonos.

  1. Executar outras funções administrativas:

  2. Avaliação dos MMIAS (Mapa Mensal de Informação ARV);

  3. Convocar e liderar o Comité TARV onde não há médico;

iii. Visitar postos satélite do serviço de TARV;

  1. Controlo do stock de impressos do paciente com HIV;

  2. Coordenar e/ou elaborar um resumo mensal dos movimentos de pacientes com HIV;

  3. Coordenar os pedidos de impressos;

vii. Coordenar os pedidos de medicamentos para pacientes com HIV.

  1. Área de Medicina Legal:

  2. Confirmar os óbitos intra- e extra-hospitalares e emitir parecer sobre a causa da morte, tendo em conta os sinais, a historia clínica e a informação fornecida pelos familiares e outros acompanhantes e preenchimento de certificados de óbito.

  3. Integrar-se nas equipas da polícia de investigação criminal para observar no caso de ocorrência de óbitos extra-hospitalares e emitir parecer sobre a causa da morte (tendo em conta os sinais visíveis no óbito – não executam autópsias).

  4. Examinar vítimas de agressões físicas (incluindo agressões sexuais – violação e tentativa de violação) e emitir parecer médico ou certificação de assistência da primeira intenção.

  5. Examinar e emitir uma guia de transferência com seu parecer para o médico legista mais próximo, em caso de incapacidade permanente e doenças profissionais.

  6. Examinar pacientes e emitir atestados médicos, segundo as normas hospitalares vigentes e emitir guias de transferência, em casos de necessidade de seguro médico.

  7. Denunciar as suspeitas de más práticas médicas e condutas de enfermagem, de acordo com o seu nível de conhecimento.

  8. Fazer a avaliação e emitir parecer em caso de necessidade de interrupção da gravidez, se a lei o permitir. Sugerir a interrupção da gravidez em circunstâncias especiais.

  9. Fazer a avaliação e parecer em casos suspeitos de infanticidio, tendo em conta os sinais que o infante apresente.

  10. Fazer avaliação quando se tratar de aborto ilegal, baseando-se em sinais colhidos durante o exame visual, informação fornecida pela policia, familiares e acompanhantes, no caso de aborto ilícito.

  11. Fazer a investigação e referência aos Serviços de Acção Social de casos suspeitos de abuso ou negligência de crianças, deficientes físicos ou mentais, idosos e pessoas sofrendo de invalidez.

  12. Fazer uma revisão da organização do poder judicial em Moçambique, desde a localidade até ao centro. Saber em que situações e circunstâncias poderão abordar cada um desses sistemas.

  13. Área de administração e gestão

  14. Tramitar expedientes e correspondências, incluindo:

  15. Organizar um sistema de registo e arquivo de correspondência;

  16. Seguir a hierarquia de autorizações nas seguintes unidades sanitárias (CS tipo II, Hospital Rural, DDS, DPS).

  17. Funcionar dentro das normas, estruturas, e hierarquias da sua unidade sanitária e do sistema nacional de saúde incluindo:

  18. Tomar decisões dentro da sua competência;

  19. Solicitar aprovações/autorizações aos níveis de correctos de hierarquia;

  20. Encaminhar informações aos níveis e departamentos correctos;

  21. Encaminhar correspondências e transmitir diversas informações aos quadros indicados;

  22. Transferir pacientes aos níveis de referência, de acordo com a patologia suspeita.

  23. Planificar, organizar, coordenar, supervisionar e monitorar actividades e serviços para maximizar o desempenho, a eficiência e a eficácia:

  24. Orientar a equipa de planificação acerca do processo de planificação;

  25. Preparar e implementar um diagnóstico de necessidades;

  26. Avaliar forças e fraquezas institucionais;

  27. Elaborar um plano anual;

  28. Controlar o desempenho do plano, na base de actividades e indicadores do desempenho;

  29. Redigir relatórios sobre as actividades realizadas e as metas alcançadas.

  30. Administrar recursos humanos, incluindo:

  31. Divulgar, supervisionar e controlar o cumprimento dos deveres e direitos dos trabalhadores, conforme o REGFAE (Regulamento do Estatuto Geral dos Funcionários e Agentes do Estado);

  32. Instruir procedimentos disciplinares;

  33. Divulgar a hierarquia técnica/profissional;

  34. Orientar os novos funcionários nas rotinas básicas da US;

  35. Controlar a assiduidade conforme a lei do trabalho;

  36. Organizar e elaborar as diversas escalas de trabalho, de forma garantir um pleno funcionamento da US;

  37. Resolver de forma harmoniosa os conflitos entre colegas ou entre pacientes e funcionários (usando estilo de liderança apropriado ao contexto);

  38. Elaborar planos de licença disciplinar e controlo de efectividade;

  39. Controlar as ausências por diversas causas;

  40. Gerir queixas da comunidade e de pacientes/familiares em relação aos serviços;

  41. Motivar e fornecer suporte (moral e outro) aos colegas do serviço;

  42. Fazer a supervisão técnica dos seus subordinados;

  43. Elaborar propostas de colocação e movimentação de pessoal, de acordo com as exigências dos serviços;

  44. Elaborar os planos de formação continua dos seus subordinados;

  45. Elaborar propostas de progressão dos seus subordinados;

  46. Participar em consultas comunitárias e nos planos de melhoramento de serviços;

  47. Executar várias técnicas de resolução de conflitos entre a comunidade e a US, de forma a que todos os intervenientes sejam escutados e que as soluções sejam imparciais.

  48. Administrar instalações, materiais e equipamentos das Unidades Sanitárias incluindo:

  49. Verificar e aprovar requisições para todo o material;

  50. Controlar o preenchimento correcto atempado das fichas de controlo de stock;

  51. Verificar, resumir e aprovar os planos de necessidades de materiais consumíveis para sua US e a sua área de saúde (PAV, SMI, enfermagem, farmácia, laboratório, raio-X se, limpeza);

  52. Elaborar os planos de distribuição de produtos consumíveis para sua US e a sua área de saúde;

  53. Supervisionar e analisar a utilização do material (através do movimento de requisições e fichas de stock);

  54. Elaborar a proposta de planos de manutenção de imóveis;

  55. Elaborar propostas para manutenção/reparações/reposição de equipamentos.

  56. Desenvolver planos de gestão e administração financeira incluindo:

  57. Em conjunto com os membros do seu colectivo elaborar a proposta do orçamento e previsão de alocação e fluxo de fundos de acordo com as necessidades;

  58. Monitorar o fluxo e a aplicação correcta de fundos;

  59. Monitorar a aplicação de normas de contabilidade;

  60. Verificar e aprovar as requisições de fundos de funcionamento;

  61. Verificar e aprovar as requisições de pagamento;

  62. Verificar o preenchimento correcto de livros de escrituração obrigatória;

  63. Verificar e aprovar o processamento de salários e outras remunerações.

  64. Organizar e supervisionar serviços clínicos incluindo:

  65. Estruturar as actividades clínicas de acordo com o nível de unidade sanitária;

  66. Organizar a funcionalização do organigrama clínico;

  67. Elaborar e supervisionar as escalas clínicas;

  68. Organizar e supervisionar o sistema de controlo de medicamentos críticos incluindo níveis e qualidade de prescrição (estupefacientes, medicamentos para epidemias, etc...);

  69. Liderar a coordenação intersectorial para responder à demanda de serviços;

  70. Convocar e facilitar reuniões clínicas (discutir casos ou problemas de diferentes serviços);

  71. Fazer a revisão de processos clínicos;

  72. Fazer a análise e tomar decisões de transferência e evacuações de doentes;

  73. Fazer a divulgação e controlo de cumprimento de protocolos terapêuticos;

  74. Controlar o cumprimento de normas de biossegurança);

  75. Fazer a monitoria das taxas de:

  76. Mortalidade intra-hospitalar;

  77. Utilização de serviços (TMP, TOC, etc.).

  78. Supervisionar Unidades Sanitárias periféricas, incluindo:

  79. Supervisionar as actividades clínicas;

  80. Verificar o preenchimento correcto da documentação clínica;

  81. Verificar a qualidade das prescrições;

  82. Verificar o funcionamento dos sistemas administrativos;

  83. Resolver problemas logísticos da US;

  84. Desenvolver as relações comunitárias.

  85. Administrar o Sistema de Informações de Saúde (SIS), incluindo:

  86. Preencher registos que alimentam o “Pacote Básico” do SIS;

  87. Arquivar processos e fichas que alimentam o SIS;

  88. Preencher os impressos do “Pacote Básico” do SIS;

  89. Treinar e supervisionar os quadros de saúde no preenchimento dos livros de registo e impressos da sua área;

  90. Utilizar o Pacote Básico do SIS para lançar dados e produzir os relatórios relevantes;

  91. Interpretar e explicar os relatórios e gráficos do pacote básico aos colegas;

  92. Facilitar a reunião do núcleo de planificação estatística da US onde trabalha;

  93. Elaborar relatórios estatísticos descritivos semestralmente e anualmente para apresentaçãoa outros níveis hierárquicos.

  94. Área de Saúde Comunitária

  95. Coordenar os serviços curativos com os serviços preventivos da saúde (ao nível distrital, municipal e provincial).

  96. Coordenar os serviços de saúde com os outros serviços da sua área de jurisdição (Administração Distrital, Administração Municipal).

  97. Efectuar o reconhecimento da Área de Saúde, em coordenação com os outros Técnicos de Saude.

  98. Orientar e supervisionar o trabalho dos Agentes de Medicina Preventiva (AMP) na promoção de actividades de higiene ambiental.

  99. Orientar e supervisionar o trabalho dos Agentes de Medicina Preventiva (AMP) na emissão de Boletins de Sanidade.

  100. Em colaboração com outros membros da Equipa de Saúde, realizar as actividades de Saúde Escolar e do Trabalhador.

  101. Orientar e supervisionar o trabalho das vacinações, segundo as orientações dos Programa Alargado de Vacinações (PAV) e Nutrição.

  102. Interpretar os Boletins Epidemiológicos Semanais, Mensais e Trimestrais para a tomada de decisões de controlo e tratamento de casos de doenças.

  103. Controlo de Surtos:

  104. Planificar e gerir a resposta a surtos comunitários de doenças comuns como cólera, meningite, sarampo, diarréias/disenteria, e conjuntivite.

  105. Planificar e gerir a resposta a surtos institucionais (no hospital, nas escolas, nas cadeias, e outras instituições similares) .

  106. Estabelecer relacionamento profissional com os líderes comunitários, parteiras tradicionais, praticantes de medicina tradicional (PMTs) para motivá-los, com vista à facilitação e empenho no trabalho de mobilização das comunidades.

  107. Apresentar e interpretar dados estatísticos através de:

  108. Tabelas simples e de correlação (2X2);

  109. Gráficos: histograma de barras, circulares e lineares. (XY).

  110. Calcular, interpretar e explicar os seguintes indicadores de estado de saúde duma população:

Incidência, prevalência, taxa de ataque, taxas de mortalidade geral/ materno/ infantil.

  1. Explicar a importância de saúde pública, incluindo os conceitos de determinantes de saúde e factores de risco (usando exemplos como saneamento, higiene, etc.)

  2. Explicar a epidemiologia e os meios de controlo e prevenção ao nível comunitário e individual das seguintes endemias e epidemias do país (TB, malária, cólera, sarampo, meningite, ITS-HIV-SIDA e Doenças Negligenciadas.

  3. Área de Ensino:

O Técnico de Medicina será capaz de ministrar as disciplinas do curso e supervisionar estagiários dos cursos de Técnicos de Medicina, Agentes de Medicina e Enfermagem, do nível básico e médio. Para tanto se requer que seja capaz de :

  1. Identificar as competências a serem desenvolvidas pela disciplina em foco;

  2. Identificar e desenvolver objectivos de aprendizagem MARTE para alcançar as competências;

  3. Preparar os respectivos planos de aula;

  4. Seleccionar os conteúdos a serem leccionados aos alunos para alcance dos objectivos de aprendizagem;

  5. Organizar os conteúdos de forma que facilitem aprendizagem;

  6. Seleccionar métodos de ensino apropriados aos objectivos de aprendizagem;

  7. Identificar e utilizar métodos expositivos e participativos de ensino e aprendizagem de maneira eficaz, para cada conteúdo;

  8. Elaborar textos de apoio;

  9. Explicar acerca do funcionamento da Unidade Sanitária em que trabalha;

  10. Integrar os objectivos do estágio com a teoria estudada na sala de aula;

  11. Executar uma simulação clínica;

  12. Explicar as técnicas e o raciocínio clínico ao longo da execução das tarefas clínicas;

  13. Observar e fornecer retro-informação;

  14. Elaborar e facilitar a discussão de casos clínicos;

  15. Avaliar a aprendizagem do estudante e adaptar os planos de aulas, se necessário;

  16. Avaliar objectivamente os estagiários, usando materiais de avaliação padronizados (fichas de avaliação e guiões de aprendizagem).