Formação dinamizada pelo Centro de Formação Anglolang, entre os dias 2 e 13 de setembro de 2019 em Scarborough, no Reino Unido.
Objetivos principais do curso:
1º dia de formação - 2 de setembro de 2019
Dia de apresentações dos formandos de cinco países diferentes: Portugal, Polónia, Finlândia, Grécia e Geórgia . Após a excelente receção por parte do Diretor do Centro de Formação, os elementos de cada país deram a conhecer um pouco da sua escola e do seu sistema de educação. Destaque para as pertinentes e saudaveis atividades de quebra-gelo que foram dinamizadas pela equipa que nos recebeu, com vista a que os 12 formandos se conhecessem melhor e pudessem estar a vontade uns com os outros.
Da parte da tarde deu-se início a discussão sobre a importancia de permitir que os professores tomem conhecimento de metodos e estratégias de inclusão, para que os alunos com maiores dificuldades de aprendizagem tenham as mesmas oportunidades que os seus colegas.
2º dia de formação - 3 de setembro de 2019
Hoje discutiu-se a tipologia das Necessidades Educativas Especiais: as dificuldades cognitivas e de aprendizagem; as dificuldades de comunicação e de expressão; as SEBD (Social, Emotional and Behavior Difficulties) e os "Gifted and Talented".
3º dia de formação - 4 de setembro de 2019
Hoje o foco esteve na diferenciação pedagógica e nas diversas estratégias que podem ser desenvolvidas na sala de aula para motivar os alunos com maiores dificuldades. A este nível, a Taxonomia de Bloom reveste-se de uma importancia acrescida, na medida em que o professor pode, sobre um mesmo assunto, requerer aos alunos diferentes tipos de tarefas a realizar, tendo em conta o seu próprio contexto. Por outro lado, foram abordadas as vantagens de permitir aos alunos que escolham a tarefa a realizar, tendo em conta as suas dificuldades e o seu nível de aprendizagem. Alunos com maiores dificuldades devem ter uma atenção especial e não ser expostos em publico ou serem "etiquetados", por forma a não se sentirem estigmatizados.
A aprendizagem cooperativa, a avaliação formativa, a auto-avaliação e o feedback foram outros dos temas discutidos na sessão de hoje.
4º dia de formação - 5 de setembro de 2019
No 4° dia de formação continuámos a abordar a taxonomia de Bloom, construindo materiais pedagógicos diversos e contextualizados às necessidades de cada aluno. É que para haver inclusão tem de haver diferenciação: de recursos, de materiais e de tempos específicos... O desenho do currículo adaptado deve ser contextaulizado a cada realidade, de modo a tentar promover em cada turma uma comunidade inclusiva, favorecendo a autoestima e a sensibilidade na aula inclusiva. Cada aula deverá ser pensada e planificada de forma a permitir que os alunos reconheçam os seus próprios atributos positivos, respeitando as características individuais dos outros. Desta maneira, serão reforçadas a autoestima de cada um e a cooperação entre todos. Por outro lado, no processo de formação, que se quer cada vez mais global, devem ser estabelecidos objetivos de justiça social dentro e fora da sala de aula.
5º dia de formação - 6 de setembro de 2019
Dia dedicado à construção de muitos materiais com aplicabilidade nas aulas, de forma a que os alunos com maiores dificuldades possam desenvolver tarefas sobre o mesmo assunto que os seus colegas mas de forma contextualizada à sua realidade.
Deve-se investir num ensino mais individualizado, de forma a que a avaliação formativa seja vista como um instrumento que ajude o aluno, que o mentalize para as dificuldades e para os métodos alternativos e complementares de modo a colmatar os constrangimentos fisicos, emocionais, psicológicos ou outros que tenha. Torna-se vital uma correta recolha de dados informativos mediante procedimentos formais e/ou informais, incentivando o aluno para uma autoavaliação constante e motivadora.
6º dia de formação - 9 de setembro de 2019
Hoje tivemos a chegada de nove novos colegas italianos. Analisámos um conjunto alargado de exemplos de escolas britânicas onde foram desenvolvidos projetos por forma a motivar alunos com maiores dificuldades, desde atividades desportivas até sessões de aconselhamento, passando por projetos de motivação familiar e de envolvimento parental. Foram ainda analisados projetos de tutoria e de intervenção especifica, com o apoio de pessoal habilitado para lidar com alunos com necessidades educativas especiais.
7º dia de formação - 10 de setembro de 2019
Na sessão de hoje analisámos o caso concreto dos alunos com problemas de Síndrome do Alcoolismo Fetal (SAF), tendo-se discutido um conjunto de estratégias que devem ser desenvolvidas nas aulas, por forma a capacitar os alunos com este problema.
Um aluno com SAF tem dificuldade em manter comportamentos dirigidos para objetivos, utilizando informações armazenadas na memória de trabalho. O professor pode adotar estratégias baseadas na orientação visual externa para gerir o seu comportamento. Conhecendo-se as dificuldades e características destes alunos, importa pois definir estratégias adequadas que permitam uma intervenção pedagógica eficaz.
O primeiro aspecto a ter em linha de conta reside na intervenção precoce, pois quanto mais tarde intervirmos mais graves se poderão tornar as dificuldades do aluno. Muitos dos danos são permanentes, contudo, alguns poderão ser suavizados pela intervenção precoce.
No que diz respeito à sala de aula, o ambiente de aprendizagem deve possuir uma atmosfera calma, silenciosa e com poucas distracções. As atividades devem obedecer a uma estrutura básica, começando com exercícios sensoriais que permitam ao aluno a reacção de informação que, por si só, ele não seria capaz de procurar.
Sempre que possível, o professor deve atribuir a estes alunos mais tempo para cada tarefa, recorrendo maioritariamente a atividades específicas e funcionais, através de um processo de ensino e aprendizagem personalizado e estabelecer um ritmo adequado para o desenvolvimento do mesmo.
O profissional de educação deve ser resiliente perante a SAF, qualidade indispensável, insistindo, consoante a idade, na importância de abordar todas as áreas artísticas e expressivas, bem como promover atividades rotineiras do quotidiano.
Motivar a independência do aluno, facultando-lhe sentimentos de integridade e de autonomia, deve ser um objetivos presente no plano estratégico do Diretor de Turma deste tipo de alunos. Procurar estabelecer com a família um programa comum é essencial para o professor que trabalha com alunos com SAF.
Para fazer face ao problema de concentração o aluno deverá sentar-se continuamente nos lugares da frente da sala; relativamente a informação a registar, o ideal será facultar uma cópia em papel ao aluno para evitar que se distraia enquanto copia manualmente.
O professor deve ter em consideração o reforço positivo como estratégia para motivar estes alunos na continuidade das tarefas. Se por alguma razão o aluno não mostra qualquer resultado há que partir noutras direções e tentar algo diferente, com base no pressuposto de que o aluno aprende sempre, mesmo que em ritmos diferentes.
8º dia de formação - 11 de setembro de 2019
Na sessão de hoje analisámos a dislexia: as suas caraterísticas e as formas de atuação que devemos ter com vista a melhorar o processo de ensino-aprendizagem dos alunos disléxicos. Destaque para os documentos que se seguem...
9º dia de formação - 12 de setembro de 2019
Mais um dia onde analisámos ao pormenor um conjunto diversificado de estratégias e metodologias que podem ser implementadas para melhorar o aproveitamento dos alunos com necessidades educativas especiais. Especial atenção aos documentos que se seguem. Foi ainda abordada a Hierarquia de Maslow. A teoria humanista de Maslow permite compreender as motivações e os comportamentos das pessoas, sugerindo-se que existe uma ordem definida através da qual os indivíduos tentam satisfazer as suas necessidades no decorrer da vida (pirâmide das necessidades de Maslow). Esta pirâmide preconiza seis camadas (necessidades básicas, necessidades de segurança, necessidades sociais, necessidades de estima, necessidades autorrealização e necessidades espirituais), que nos estimulam para a ação. Para Maslow cabe à pessoa buscar aquilo por que acha que vale a pena lutar todos os dias.
O sucesso escolar não deriva apenas dos resultados académicos; está igualmente relacionado com a atitude dos alunos face à escola, com o seu grau de motivação, com o tempo despendido e os hábitos de estudo, com a sua capacidade de atenção/concentração, rapidez de processamento, resolução de problemas, memória e com a ansiedade com que cada aluno lida com as atividades escolares.
10º dia de formação - 13 de setembro de 2019
A formação sobre Educação Inclusiva chega ao fim. Foram duas semanas fantásticas, cheias de multiculturalidade, onde nos foram dadas a conhecer um conjunto de estratégias e metodologias que podem ser promovidas nas nossas aulas, com vista a melhorar o processo de ensino-aprendizagem dos alunos com necessidades educativas especiais, numa lógica de inclusão.
Com esta formação pensamos estar mais capacitados para identificar os riscos, os fatores e as barreiras que podem constituir verdadeitros obstáculos a uma plena integração e inclusão dos alunos com maiores dificuldades. Foram desenvolvidas diversas atividades com, vista a melhorar as competências de comunicação, colaboração, apresentação, resolução de problemas, negociação, crítica e pensamento criativo dos alunos com necessidades educativas especiais. Por outro lado, duas semanas a falar sempre em inglês permitiu-nos melhorar a nossa fluência em inglês.
Ao longo do ano, iremos compartilhar estas experiências de educação para as necessidades educativas especiais, a fim de ajudar cada um de nós possa ser mais eficaz no nosso trabalho com os alunos com maiores dificuldades. Foi ainda promovida uma verdadeira plataforma de colaboração online para preparação, disseminação e networking, a fim de desenvolver futuras parcerias e projetos com colegas de outros paises.