Titãs da Oratória (Notas do Livro)

Titãs da Oratória (Volume X). Tradução do Dr. Silvano de Souza. 2.ed., Rio de Janeiro: El Ateneo,

Introdução

Max Eastman, publicista e romancista contemporâneo, no artigo "Oratória, a Arte Esquecida", em Titãs da Oratória, esclarece-nos que "o verdadeiro orador não é loquaz, mas não existem grandes oradores". Diz-nos, também, que na sua melhor acepção, a oratória é uma arte dramática, em que o orador fala sobre algum assunto que preparou antes. Poderíamos melhorar essa arte se soubéssemos claramente os fatores que lhe são negativos.  

O principal inimigo do orador é o microfone. Demóstenes, renomado orador grego, disse que as três qualidades essenciais da oratória sui generis são: a ação... a ação... a ação. Quem ouve, através do microfone, perde essas três. Ninguém vai decorar um discurso para ficar parado como um poste e dizê-lo pelo microfone.  

Outro inimigo da oratória é a ideia que ele é fruto da "inspiração". O bom discurso — como diz Cícero — há de ser "cuidadosa e trabalhosamente elaborado", e, se o foi — afirma também o grande orador romano — seu estilo terá força capaz de impelir o orador, caso se ofereça oportunidade, ao improviso com a mesma eloquência — é como se fosse um barco que, em plena marcha, mantém o rumo e o movimento, mesmo quando os remadores descansam os remos.  

O terceiro inimigo da oratória é a crença errônea de que é necessário falar muito depressa se desejarmos causar impressão. Os grandes estadistas falam devagar. Vez ou outra até param para que o público possa absorver o raciocínio que estavam desenvolvendo. 

Titãs da Oratória

Platão

Apologia a Sócrates

Ignoro a impressão que vos causaram os discursos de meus acusadores, homens de Atenas; porém, eu ouvindo-os, por pouco não me esqueci de quem sou, tão convincentes foram. Claro que a verdade estava completamente ausente neles. Entre o grande número de suas mentiras surpreendeu-me, particularmente, a afirmação de que deveis ter cuidado para não deixar-vos enganar por mim, por ser eu um grande orador. Não se considera um grande orador, a menos que um grande orador seja aquele que diz a verdade. Os discursos de meus acusadores não contêm um vestígio de verdade, eu, porém, vou dizer toda a verdade...

Demóstenes

Discurso sobre a Paz

S. J. Crisóstomo

Em Defesa de Eutrópio

Santo Agostinho

Sobre o Furto

Duas palavras do Apóstolo: Para que possa exortar segundo a sã doutrina e refutar os contraditores (Tit. I9).

Em primeiro lugar, e com o auxílio de Deus, exporei o que seja refutar os contraditores. Nem todos os contraditores são de uma mesma espécie, pois raríssimos são os de palavra, enquanto abundam os que nos contradizem vivendo mal. Há cristão que se atreve a dizer-me: "É bom roubar o alheio", quando nem sequer nos permite o guardar tenazmente o próprio?...

Bossuet

Oração Fúnebre

Mirabeau

Homenagem a Franklin

Macaulay

Sobre Reformas Populares

Disraeli

Após o Congresso de Berlin (1878)

Donoso Cortês

Sobre a Bíblia

Castelar

Política do Partido Republicano

Padre Vieira

As Cinco Pedras da Funda de Davi

Rui Barbosa

No Centenário de Pombal 

Minhas Senhoras

Meus Senhores

Todas as notas da elegia das aflições humanas soluçam no quadro de suprema angústia, que, num dia inolvidável, apavorou, há cento e vinte e sete anos essa gloriosa extrema europeia dos Lusíadas, 

Onde a terra se acaba, e o mar começa. (1)

Esse largo sorriso, azul como a onda jônia, da Europa ao Oceano, deslizado em curvas graciosas à foz sussurrante do Tejo, anegra-se e contrai-se numa expressão de inenarrável desespero. Era a manhã de Todos os Santos, em 1755. Uma convulsão atroz agita a soberba cidade em violentas contorções. O solo desloca-se, gemendo, nos espasmos de um fenômeno assombroso, cujo circulo de oscilações estende-se de Dantzig a Marrocos, da Inglaterra a Madrid...

(1) Camões: Lus. III, XX.

Olavo Bilac

Don Quixote

Chamberlain

A Política Liberal

S. S. Benedito XV

No Consistório

Ch. E. Hughes

Limitação de Armantos

Roosevelt 

A Juventude e as Quatro Liberdades

Churchill 

O Resplendor da Vitória

Mada Riaga

O Desarmamento

Moshe Shertok

Direito dos Judeus sobre a Palestina

Pascal

Sobre as Paixões do Amor

Buffon

Sobre o Estilo

Renan

Oração à Acrópoles

Gorki

Ciência e Democracia

Oscar Wilde

Aos Estudantes da Arte 

No discurso que esta noite tenho a honra de pronunciar diante de vós, tratarei de não dar nenhuma definição abstrata da beleza, pois os que trabalhamos na arte não podemos aceitar nenhuma teoria em troca da beleza, e assim, longe de pretender isolá-la numa fórmula dirigida à inteligência, procuraremos, ao contrário, materializá-la numa imagem que outorgou alegria à alma, por meio dos sentidos. Nós queremos, em suma, criar a beleza e não defini-la. A definição deveria seguir, acompanhar a obra, e não a obra adaptar-se à definição.

Menendez Y Pelayo

A História como Obra de Arte

Anatole France

No Monumento a Renan

André Gide

Cultura e Sociedade

Aldous Huxley

Natureza e Limite da Influência dos Escritos

Jules Romains

No XIV Congresso Internacional dos P. E. N. Clubes (1936)

Andrés Maurois

O Matrimônio

Einstein

Sobre a Ciência 

(Pronunciado em Buenos Aires, 1931)

Magnífico Reitor, Professores e Estudantes da Universidade

Nestes dias de lutas econômicas e políticas, e de divisões nacionalistas, constitui uma grande alegria, sem dúvida, saber que alguns homens se reúnem exclusivamente para dedicar sua atenção aos altos valores que todos têm em comum apreço. É para mim motivo de contentamento poder falar, nesta terra bendita, a um pequeno número de homens interessados em assuntos científicos, nos problemas que formam o principal objetivo de minhas meditações.

Há, na ciência de todos os tempos, duas ordens de empenhos contraditórios que, complementando-se, contribuem para o progresso: o esforço em busca da expansão e enriquecimento do nosso saber individual, e o empenho em alcançar a unidade sistemática do conhecimento. Como os meus trabalhos sempre têm tido por objetivo o último desses esforços, quero expor aqui, com mais precisão, algumas considerações a esse respeito...

Ortega Y Gasset

O Homem e sua Circunstância

De que falaremos, meus amigos, nestes dias em que se comemora o aniversário de Ateneu de Gijon? Não se pode deixar de saber que hoje, pela primeira vez, e afortunadamente, a Espanha está preocupada com a política. Não se fala de outra coisa, de mar a mar, desde Maladetta até Guadix. Em alguns, essa preocupação está amadurecida de ansiedade e de esperança; em outros, está cheia de temor e de angústia. Magnífico. Quer dizer: a Espanha começa realmente a viver.

Então, que é a verdadeira vida? A verdadeira vida é, em suma, o ato de sentir ânsias, esperanças, angústias e temores...

Gabriela Mistral

O Sentido da Profissão

A nobre Universidade de Porto Rico quis ceder a palavra, neste ato de colação de grau, a um estrangeiro e, mais ainda, a uma mulher: dupla generosidade e dupla dívida minha, à que tenho de corresponder. Para esquecer a minha qualidade de estrangeira, ajuda-me a lembrança de Eugênio Maria de Hostos, um homem de Porto Rico, mas um educador no Chile. Não tenho nenhuma intenção de esquecer a de mulher, e, para onde vá um grupo de homens receber uma honra coletiva e algum encargo na vida, sempre está a mulher afirmando sua admiração que lhe é fácil sentir e exprimir, porque ela nasceu para admirar os homens. Mas, a que elogia tem o direito de dar ao seu elogio, algumas vezes, o sabor agridoce da crítica e da imposição de obrigações, porque também ela nasceu para ser guardiã da vida e como uma sócia natural de todos os negócios vitais.

José Marti

Mãe América

John Ruskin

O trabalho

Waldo Frank

Missão da América



Autores dos Discursos

Platão (428-347 a.C.). Filósofo ateniense, um dos maiores de todas as épocas, mestre de Aristóteles e discípulo de Sócrates, cujo pensamento transvaza em seus Diálogos imortais. 

Agostinho de Hipona, conhecido como Santo Agostinho (354-430). foi um dos mais importantes teólogos e filósofos dos primeiros anos do cristianismo, cujas obras foram muito influentes no desenvolvimento do cristianismo e filosofia ocidental.

Barbosa, Rui (1849-1923). Orador, político e jurisconsulto brasileiro de universal renome.

Albert Einstein (1879-1955). Ainda ecoa no ambiente — e por muitos anos continuará ecoando — o nome deste sábio que pela voz unânime, não de um país apenas, mas de toda a Humanidade, foi consagrado como "a luz de nosso século".

Gabriela Mistral (1889-1956). Nome literário da escritora chilena Lucila Godoy alcayaga. Aos 20 anos foi abalada pelo suicídio de seu noivo, mergulhando na mais profunda desolação. Dando lugar a sua dor, escreveu os Sonetos da Morte (1914) que consagraram seu nome ao país. Desde simples professora rural soube elevar-se até os píncaros da glória literária e do sacrossanto apostolado cultural. "Anjo da guarda da república do Chile" — a intitula d'Ors.

Ortega Y Gasset (1883-1955). Filósofo espanhol, catedrático de metafísica durante muitos anos na Universidade de Madri e uma das figuras mais vultuosas no campo filosófico moderno.

Wilde, Oscar [Fingal O'Flahertie Wills] (1854-1900). Foi um influente escritor, poeta e dramaturgo britânico de origem irlandesa.

Fonte de Consulta

Titãs da Oratória (Volume X). Tradução do Dr. Silvano de Souza. 2.ed., Rio de Janeiro: El Ateneo.