Biografia- Teolinda Marreiro


Nasceu em Monchique a 24 de janeiro de 1956.Despontou, ainda nos tempos de ensino primário, o interesse pela escrita e pelo desenho.Desligada da arte, por bastante tempo, recomeçou aos trinta anos.Desde 2015 publicou três livros.

Poemas

Lembranças de Há 60 anos

LEMBRANÇAS DE HÁ 60 ANOS.docx

atenção QUE O TÍTULO DO POEMA É LEMBRANÇAS DE HÁ 60 ANOS.

NA GRAVAÇÃO ESTÁ INCORRETAMENTE: AINDA ME LEMBRO

Eu sou muito terra a terra



Eu sou muito terra a terraEu, que também sei voarNo pensamento, além serraVou de lugar em lugar
Eu sou muito terra a terraGosto de a verdade usarSó para evitar a guerraPosso factos ocultar
Eu sou muito terra a terraSem vaidades a marcarNesta vontade que encerraDa singeleza mostrar
Eu sou muito terra a terraEu também sei ripostarContra injustiça que berraPara justiças calar
Eu sou muito terra a terraTalvez chegue a importunarQuando eu uso, como serraAs palavras, pra cortar
Eu sou muito terra a terraMas também sei perdoarEu não sou peça que emperraPorque eu também posso errar
Eu sou muito terra a terraSou difícil de alterarSó esse mal que me aterraMe pode vir a mudar
Eu sou muito terra a terraSou fácil de interpretarQuem me achar ingrata erraGratidão não vou negar
Eu sou muito terra a terraNuma constância vulgarQue em mim sempre se ferraNeste modo de versar
Eu sou muito terra a terraEu, que também sei sonharQuando o nevoeiro descerraEu vejo o sol a brilhar

Teolinda Marreiro

A minha serra



Esta serra de Monchique,Serra tão linda, tão bela!...Não deve haver quem não fiqueApaixonado por ela!.Só nesta tão linda Terra,Em grande tranquilidade,Eu esqueço que existe guerraNo mundo, tanta maldade!.Olho-a e, com grande enlevo…‒ Oh minha serra, meu berço!Eu nem sei como me atrevo!...Descrever-te assim, em verso..As tuas árvores frondosas(se o sol está a queimar,)Dão sombras maravilhosasA quem as possa gozar;.Nos seus ramos, a cantarVou ouvindo os passarinhos;No tempo de acasalar,Constroem nelas os ninhos;.Pelo fundo entre colinasCorrem as frescas ribeiras;Vêem-se casas branquinhasEspalhadas nas ladeiras..Oh, minha serra verdinha!Jorrando água das nascentes;Que tão boa, tão fresquinha!...Cura até, alguns doentes..Que serra maravilhosa!...Porque a acho linda e bela,Sinto-me sempre orgulhosa!‒ Ter também nascido nela..Não posso em tudo falarPois sei bem que não consigo.– Tem boa água e bom ar;‒ É só verdade o que digo!.Esta serra tem pra mim,Um valor, tão…‒ sem igual!É toda um grande jardim!...– De beleza natural.

(do livro: NASCENTE DE VERSOS)