Biografia- batista_oliveira 


Domingos Batista de Oliveira, com nome poético batista_oliveira, nasceu na freguesia de S. Tomé de Negrelos, concelho de Santo Tirso, a 05/10/1952, residindo nesta cidade desde 1975.
Frequentou o ensino primário na sua freguesia natal. Os estudos secundários foram efetuados no antigo Seminário Beneditino de Singeverga  (Santo Tirso) e no, também beneditino, Colégio de Lamego (6.º e 7.º anos, antigos), tendo depois ingressado na Faculdade de Medicina do Porto.
Médico especialista de Medicina Interna, ainda mantém a sua atividade profissional, tendo trabalhado 41 anos para hospitais do SNS, maioritariamente na área de oncologia médica. Desde jovem, na sua longa vivência quotidiana com os monges beneditinos, teve uma educação humanista e classicista, começando a escrever sonetos e outros poemas, bem como contos, que foi guardando na poeira dos tempos e no silêncio de malas e gavetas, tendo alguns sido publicados em jornais e antologias.Nos anos 70 publicou vários poemas, além de crónicas, no já extinto Jornal das Aves.Foi diretor de um jornal de curta duração, Tribuna Tirsense, onde publicou algumas crónicas e editoriais.Tem vários poemas publicados e dispersos em antologias, páginas de poesia e blogues.Apesar de muitas solicitações, nunca ousou publicar qualquer livro, pois sempre escreveu pelo simples prazer de escrever. Após tantas e persistentes solicitações de amigos e familiares, aqui deixa este singelo e intimista livro de poesia.

 

Tu razão dos meus versos


 tu  razão dos meus versos  não te esqueças

que na estrada da vida  em que deslizas

deixas o aroma e sonhos que idealizas

mas vê se  na vaidade  não tropeças.


espero que  pra mim  nunca arrefeças

o calor deste olhar que  em doces brisas

te segue na amplidão do chão que pisas

seja qual for a rua que tu desças.


em cada passo teu sinto a cadência

do meu coração ávido por ter-te

e poder mergulhar na tua essência.


espero que o meu corpo  quase inerte

possa sentir  em terna efervescência

toda a beleza que teu corpo verte .



batista_oliveira (in “trazias no teu corpo a volúpia dos sentidos”, pág. 100, da editora “Poesia Impossível” do Grupo Editorial Atlântico)


Agora sou outro


agora sou outro amor!as águas do prazer que correm do teu riovieram desaguar nos lençóis do meu ciotrazendo-me o teu calor.
agora sou outro    amor!agora    até pareço um alegre petizque brinca  com os seus brinquedos tão felize esquece o mundo    em redor.
agora sou outro amor!revivo em cada dia    a luz do teu olhare sinto que aprendi o quanto é bom amarnas ondas do teu calor.
agora sou outro amor!já não me sinto um pássaro    ao sabor do ventopois divago contigo no meu pensamentoe afastei de vez a dor.
agora sou outro amor!comecei a sentir que é tão bom ter alguémque possa partilhar connosco o aqui e o aléme à vida dê seu valor.
agora sou outro amor!sei que contigo irei despertar catedraisde tempo e devolver à vida  muito maisdo que a terra deu à flor.
batista_oliveira 
- (in “trazias no teu corpo a volúpia dos sentidos”, pág. 58,, da editora “Poesia Impossível” do Grupo Editorial Atlântico)

só fui saber se era verdade


naquela tarde    achei-te diferentetrazias    no teu corpo    outro perfumeque me entrou nas narinas    como um gumee pôs    em rebuliço    a minha mente.
trazias um vestido irreverentemais curto e decotado que o costumeque me despertou vagas de ciúmee me alterou a fácies    de repente.
não contando comigo    até corastemas    no teu invulgar modo de serdespiste o teu vestido e me beijaste.
então disseste-me: só fui saberse era verdade    quando me jurasteque eu era    ainda    um sonho de mulher.

batista_oliveira (in “trazias no teu corpo a volúpia dos sentidos”, 

pág. 33 , da editora “Poesia Impossível” do Grupo Editorial Atlântico)


SINTO QUE ESTÁS AQUI 


sinto que estás aqui.    entre os lençóis

mantém-se o doce olor que ali deixaste

e    na almofada    os traços que gravaste

com teu lindo cabelo aos caracóis.


sinto que estás aqui.    neste silêncio

ouço-te ciciar    em terna voz

poemas que falavam    só de nós

lembrando os ternos anos da inocência.


sinto que estás aqui.   ansiosamente

esperarei que estejas bem presente

na ausência que deixaste    atrás de ti.


sinto que estás aqui.    sem desespero

aguardarei por ti    pois eu só quero

saber que nunca    nunca te perdi.