Augusto Molarinho de Andrade

O beijo!


Há num beijo um eterno simbolismoQue serve para adoçar uma paixãoMas forçá-lo é correr rumo ao abismoNuma prova de machismo, sem perdão
A ternura que um beijo nos ofereceNão contempla esses actos sem sentidoEssa prova só se dá a quem mereceQuando existe um sentimento repartido
Pode qualquer dos amantes, num repenteUsar, sem punição, tal  insolênciaSe o parceiro, sem rebuço, tal consenteÉ aceite com prazer e complacência
Quem outrem beija sem a sua permissãoSó demonstra um carácter duvidosoAfirmar que foi num pico de emoçãoNão desculpa esse acto indecoroso
Entre jovens, quando uma paixão os uneÉ vulgar roubar um beijo num repenteNesses casos, fica a insolência impuneQue o amor, se amor houver, tudo consente!