Nome do projeto: Aplicativos de entrega e a transformação tecnológica do trabalho: precariedade e empreendedorismo de si no capitalismo de plataforma
Linha de pesquisa: Territorialidades, Circulações, Trabalho e Poder
Ano Início: 2020
Descrição do Projeto: A pesquisa tem como objetivo geral traçar um panorama abrangente do trabalho mediado por plataforma (ou uberizado) no caso dos entregadores que trabalham com aplicativos de delivery (iFood, Rappi, Uber Eats e Loggi), buscando compreender a formação desse mercado de trabalho, a inserção e as expectativas dos indivíduos que se engajam nessa atividade e as estratégias de gestão do trabalho e extração/produção de valor das empresas, incorporadas no desenho dos aplicativos.
Nome do projeto: Assimetrias e (In)visibilidades da vigilância: conhecimento situado, pesquisa e ação social na América Latina
Linha de pesquisa: Territorialidades, Circulações, Trabalho e Poder
Ano Início: 2019
Descrição do projeto: O projeto tem como objetivo geral a construção de abordagens, metodologias e práticas de pesquisa e ação social capazes de: i) compreender e enfrentar a reprodução de assimetrias históricas (especialmente as relacionadas à raça, gênero e classe no Brasil e na América Latina), em um contexto de militarização da gestão urbana, de autoritarismo institucional e de violência política contra ativistas e movimentos sociais. ii) investigar os modos de atuação e de apropriação de plataformas, aplicativos e redes sociais digitais no Brasil (Whatsapp, Uber, Instagram, YouTube, Google, Facebook), bem como seus processos algorítmicos e psicométricos, buscando compreender os atores, apropriações e resistências locais, bem como seus efeitos quanto à criação e/ou reprodução de assimetrias e (in)visibilidades quanto a gênero, raça, classe. iii) Desenvolver, compartilhar e testar uma agenda conceitual e metodológica para a pesquisa e a ação social voltada para as tecnologias de vigilância e controle no Brasil e na América Latina, desde uma perspectiva pós-colonial, feminista e situada no hemisfério Sul.
Cesar Gordon
Nome do projeto: Teoria Mimética na Amazônia: repensando totemismo, ritual e perspectivismo ameríndio
Linha de pesquisa: Subjetividades, pessoa, regimes de conhecimento e conflito
Ano Início: 2020
Descrição do Projeto: Descrição: Apesar de ter sido formulada em um diálogo intenso e constante com autores clássicos e centrais da antropologia, como James Frazer, Émile Durkheim, Marcel Mauss, E. Evans-Pritchard, Victor Turner, Godfrey Lienhardt, e Claude Lévi-Strauss, por exemplo, a teoria mimética ainda não foi devidamente debatida, ainda menos no Brasil, e tampouco sistematicamente confrontada com os recentes desdobramentos teóricos e etnográficos da nossa disciplina. Sugerimos que ela possa ter uma função revitalizadora na investigação de uma série de fenômenos fundamentais para a pesquisa antropológica, sobretudo no campo da etnologia indígena, e este é objeto da presente proposta de pesquisa. Uma primeira etapa da investigação passa por uma reavaliação do modelo da predação ontológica e do perspectivismo ameríndio (cf E. Viveiros de Castro 1996, 2002) à luz da teoria girardiana do mimetismo e do sacrifício. Uma segunda etapa consiste em aprofundar o trabalho, apenas iniciado por Girard, de realizar uma crítica da análise lévi-straussiana do corpus narrativo mitológico sul-americano, reintroduzindo a dimensão da violência e do desejo, expurgada pelo modelo estrutural, mas fortemente presente no modelo da predação ontológica, o que implicaria repensar os temas do totemismo e do ritual nas sociedades ameríndias. Enfim, creio que da conjugação desses dois conjuntos de temas pode resultar em contribuição interessante tanto ao campo mais específico da etnologia indígena, quanto ao domínio mais geral da teoria antropológica.
Nome do projeto: Teoria Mimética e Antropologia nas Terras Baixas Sul Americanas
Linha de pesquisa: Formas expressivas, sociabilidades e materialidades, regimes de autenticidade
Ano Início: 2012
Descrição do projeto: Apesar de ter sido formulada em um diálogo intenso e constante com autores clássicos e centrais da antropologia, como Frazer, Durkheim, Mauss, Evans-Pritchard, Victor Turner, Lienhardt, e Lévi-Strauss, por exemplo, a teoria mimética elaborada por René Girard ainda não foi devidamente debatida no Brasil, e tampouco sistematicamente confrontada com os recentes desdobramentos teóricos e etnográficos da nossa disciplina. Sugiro que a teoria mimética possa revitalizar a investigação de uma série de fenômenos fundamentais para a pesquisa antropológica contemporânea, sobretudo no campo da etnologia indígena. O objeto da presente proposta de pesquisa é fazer uma releitura dos principais modelos de descrição etnológica confrontando-os com a teoria mimética. Uma primeira etapa da investigação passa por uma reavaliação do modelo da predação ontológica e do perspectivismo ameríndio (cf E. Viveiros de Castro 2002) à luz da teoria girardiana do mimetismo e do sacrifício. Uma segunda etapa consiste em aprofundar o trabalho, apenas iniciado por Girard, de realizar uma crítica da análise lévi-straussiana do corpus narrativo mitológico sul-americano, reintroduzindo a dimensão da violência, expurgada pelo modelo estrutural, mas fortemente presente no modelo da predação ontológica, o que implicaria repensar os temas do totemismo e do ritual nas sociedades ameríndias. Enfim, creio que da conjugação desses dois conjuntos de temas pode resultar alguma contribuição interessante tanto ao campo mais específico da etnologia indígena, quanto ao domínio mais geral da teoria antropológica.
Nome do projeto: “De santo" e "de sangue": o parentesco nas religiões de matriz africanas no Brasil.
Linha de pesquisa: Subjetividades, pessoa, regimes de conhecimento e conflito
Ano Início: 2018
Descrição do Projeto: Este projeto visa explorar as conexões entre os chamados “novos estudos do parentesco” (cf. Strathern 2000) e estudos recentes sobre as religiões de matriz africana no Brasil. Pretende-se, com base nessa bibliografia contemporânea sobre parentesco, analisar a questão do “parentesco de santo”, entendido como a rede familiar que surge a partir da feitura do noviço em um terreiro de candomblé, e do “parentesco de sangue”, a família consanguínea do iniciado, questionando assim a separação entre elas. Embora autores como Vivaldo da Costa Lima (1976) tenham definido a “família-de-santo” como sendo excludente à família de sangue, recentemente alguns pesquisadores (cf. Halloy 2010, Goldman 2012), retomando as teorias de Roger Bastide e de Pierre Verger, têm avançado em direção a uma análise em que as famílias “de sangue” e “de santo” aparecem imbricadas, sem entretanto se confundir. Parte-se da hipótese de que essa imbricação é reflexo de um modo de existência múltiplo, um modelo de pessoa intrinsecamente ligado ao candomblé, o que pode indicar uma via de acesso para a compreensão de um aspecto fundamental das religiões de matriz africana no Brasil. Tomando como base os resultados de extensa pesquisa de campo feita no terreiro Ilê Iyá Omi Axé Iyamasé (mais conhecido como Gantois, em Salvador, Bahia) e nas referências bibliográficas tanto clássicas quanto contemporâneas sobre o tema, pretende-se contribuir teoricamente tanto para a antropologia das religiões de matriz africana quanto para o estudo contemporâneo das teorias do parentesco.
Nome do projeto: Os caminhos e Moradas dos Caboclos na Bahia
Linha de pesquisa: Subjetividades, pessoa, regimes de conhecimento e conflito
Ano Início: 2018
Descrição do Projeto: Intitulado “Na rota dos Caboclos”, o objetivo deste projeto é analisar a entidade “caboclo” nas manifestações de matriz africana na Bahia. Para isso, pretendemos mapear o que denominamos “a rota dos caboclos”: um percurso, abaixo especificado, onde houve registros da existência do chamado “candomblé de caboclo”. “Caboclo” é um termo com ampla variedade de significados. Inicialmente, podemos traçar a distinção mais evidente: refere-se tanto a pessoas quanto a entidades espirituais. Dentro dessa primeira variação, há outras diferenciações, referentes aos tipos de seres (tanto pessoas quanto entidades) que são denominados “caboclos”. O caboclo ao qual nos referimos aqui é a denominação utilizada para uma ampla gama de entidades sobrenaturais, cultuadas em diversas nações do candomblé da Bahia. Encontram-se, sob essa nomenclatura, tanto espíritos de índios quanto de boiadeiros, marinheiros e assim por diante. Durante muito tempo, o culto dos caboclos ocorria separadamente ao dos orixás. Com o passar do tempo, as práticas se misturaram, e hoje em dia é raro encontrar um terreiro de candomblé onde não haja espaço para os caboclos. Apesar disso, ainda são poucos os trabalhos que abordam o caboclo como tema principal de pesquisa. No nosso trabalho pretendemos tratar dessas entidades a partir de uma abordagem bem distinta daquela que tem marcado os estudos sobre o candomblé baiano. A abordagem mais comum, quando se fala de candomblé baiano, é apontar a entrada do caboclo nos cultos afro-brasileiros. Tendemos a pensar no culto dos caboclos como algo que foi incorporado pelos candomblés das diversas nações ao culto dos caboclos, segundo alguns autores, seria apenas uma variação do culto aos ancestrais, característica fundamental das religiões de matriz africana. Em 1983, Almiro Miguel Ferreira declarou, no Encontro de Nações de Candomblé, realizado em Salvador, que não havia mais candomblé de caboclo. “Em 1944 mais ou menos acabou mesmo o candomblé de caboclo na Bahia? (1984: 65). Porém, temos referência atuais de cultos dedicados exclusivamente aos caboclos, funcionando lado a lado aos terreiros de candomblé“ alguns autores que se dedicaram ao tema, assim como interlocutores, membros do candomblé, com quem tivemos a chance de conversar, defendem que a existência do “candomblé de caboclo” (entendido aqui como uma variante das religiões de matriz africana onde os caboclos são as únicas entidades a ser cultuadas) seria anterior à fundação dos primeiros terreiros de candomblé de Salvador. Entendemos que um modelo cronológico linear para esse tipo de análise não tangencia o ponto principal de nossa pesquisa. Nesse sentido, a metodologia que pretendemos seguir é a da reconstrução narrativa das trajetórias desses cultos, incluindo aí os fluxos biográficos tanto das entidades quanto de seus médiuns, que pretendemos seguir. Gostaríamos, para isso, de analisar a proposição oposta àquela que se tornou padrão em estudos desse tipo: ou seja, como o candomblé, enquanto sistema estruturado, vem sendo incorporado pelo culto dos caboclos, mais ligados às práticas rurais dos bantos? Quais transformações ocorreram devido a essa “mistura”? Quais seriam as características do candomblé de caboclo (e do caboclo enquanto entidade) para permitir uma transformação deste tipo?.
Elina Pessanha
Nome do projeto:Trabalho e Direito em tempos de pandemia: reconfigurações das práticas laborais, ações coletivas e inter-relações entre atores e instituições trabalhistas
Linha de pesquisa: Territorialidades, Circulações, Trabalho e Poder
Ano Início:2022
Descrição do Projeto: A proposta tem como tema os impactos da pandemia de Covid-19 sobre as práticas e instituições laborais, sobre os sindicatos e organizações trabalhistas e sobre as próprias mudanças normativas no campo do direito do trabalho. A pandemia evidenciou a centralidade do mundo do trabalho para se pensar as condições de reprodução da vida na contemporaneidade, assim como as políticas públicas a serem adotadas em situações emergenciais.
Nome do projeto: Cambio Sociocultural, Memoria, Patrimonio e Identidades en Contextos de Desindustrialización
Linha de pesquisa: Territorialidades, Circulações, Trabalho e Poder
Ano Início: 2016
Descrição do Projeto: El proyecto se plantea, desde una perspectiva comparada e interdisciplinar, la cuestión de cuál es la suerte que corre el patrimonio material e inmaterial ligado al trabajo industrial en contextos de desindustrialización. Para ello se dirigirán miradas desde un triple ángulo: la memoria oral, los vestigios materiales y la creación cultural y artística. Se pretende: primero, a través de los testimonios, profundizar en los relatos y las representaciones colectivas ligadas al pasado industrial; segundo, establecer un diagnóstico acerca del destino asignado a minas, fábricas, infraestructuras e instalaciones una vez que dejan de tener el uso para el que fueron originalmente concebidas y tercero, caracterizar los procesos actuales de creación en diversas vertientes del arte y la cultura que evocan el pasado industrial. Tomando Asturias como caso de referencia a estudiar de forma exhaustiva, se plantea una perspectiva comparada que atienda a procesos semejantes en España, Europa Occidental y América Latina. El enfoque general del proyecto y la diversidad de materias objeto de atención requieren tanto una perspectiva interdisciplinar en la composición de los equipos investigador y de trabajo como mantener una visión global que interrelacione las distintas especialidades. Metodológicamente se precisan herramientas propias de diversas disciplinas dentro de las Ciencias Sociales y las Humanidades: Historia, Sociología, Antropología, Arte, Filología, Geografía, Economía. El tema central pretende explorar la relación que se establece, en un presente que actúa como bisagra, entre un pasado industrial y un futuro postindustrial y en qué medida ese pasado puede constituir un activo en términos de identidades colectivas, patrimonio cultural y recursos materiales e inmateriales. De qué modo sigue presente ese legado a medida que se transforman las estructuras socioeconómicas y, con el cierre de las fábricas y las minas, se abre paso una sociedad postindustrial. De los rasgos culturales e identitarios que habían caracterizado a comunidades basadas en el trabajo industrial, cuáles perviven, son resignificados o desaparecen. En qué medida ese pasado sigue constituyendo un aspecto significativo de la realidad, ya sea a través de su preservación o de su alteración, y en qué medida su memoria puede adoptar un carácter traumático o generar lastres e inercias no deseados. Cuál es la relación a ese respecto entre pasado y presente y en qué modo el significado y las funciones otorgadas a ese pasado pueden resultar relevantes de cara a construir el futuro. Sin merma del carácter de investigación científica abordada con los métodos y el bagaje teórico adecuados, el proyecto aspira, al mismo tiempo, a intervenir sobre la realidad objeto de estudio sirviendo de revulsivo para el debate público y la reflexión colectiva y generando transferencias de conocimiento en una doble dirección: desde el tejido social hacia el equipo investigador y desde éste al entorno asociativo, cultural, académico e institucional en que se desenvuelve, a su vez coincidente con el tejido social estudiado. Tanto por la naturaleza de la investigación (centrada en procesos en curso que son abordados en directa relación con sus protagonistas individuales y colectivos, sociales e institucionales) como por la voluntad y capacidad demostrada por algunos de los integrantes del equipo, la proyección social de los resultados, ya sea en términos científicos o divulgativos, ha de constituir una prioridad.
Nome do projeto: O cinema (e outras expressões artísticas) como representação política: casos de movimentos, grupos e coletivos
Linha de pesquisa: Formas expressivas, sociabilidades e materialidades, regimes de autenticidade
Ano Início:2018
Descrição do Projeto: Com base na ideia de representação política, proposta por certa corrente multiculturalista - a compreender relações entre representantes e representados -,busca-se investigar movimentos ou coletivos artísticos e midiáticos que representam grupos (bem como minorias e/ou "subalternidades"). Para tanto, serão analisadas representações por meio de linguagens visuais, e seus discursos "ao redor", quais sejam, dos realizadores, suas trajetórias e a recepção. Pretende-se verificar em quais aspectos movimentos e coletivos representam grupos e, inversamente, como (e se) os mesmos se sentem representados.
Nome do projeto: Representações do Rio e o ocaso da capital: imaginações da Guanabara pelo campo cultural cinematográfico brasileiro
Linha de pesquisa: Formas expressivas, sociabilidades e materialidades, regimes de autenticidade
Ano Início: 2021
Descrição do Projeto: O projeto se divide em dois momentos. O primeiro trata de verificar como o Rio de Janeiro, "cidade-capital", foi imaginado pela crítica cinematográfica brasileira. Em outras palavras, busca-se compreender como a capital federal foi imaginada pelo referido campo por meio de filmes dos anos 1950. Em continuidade, verifica-se o processo de 'descapitalização', ou seja, como a crítica elabora as perdas dos status e estatutos da outrora capital. Assim, com base em documentos publicados na mídia impressa sobre filmes cariocas realizados entre os anos de 1960 e 1975 (período em que o Rio se tornou Estado da Guanabara), busca-se igualmente compreender imaginações sobre transformações culturais, políticas, sociais e econômicas sofridas pela ex “cidade-capital”. Com isso, pretende-se avaliar horizontes de expectativa conferidos pelo referido campo ao processo que viria marcar a história da cidade e do país.
Nome do projeto: Vers une analyse intersémiotique de la pensée amérindienne : ontologies relationnelles et ses esthétiques en Amazonie
Linha de pesquisa: Formas expressivas, sociabilidades e materialidades, regimes de autenticidade
Ano Início: 2021
Descrição do Projeto: L'importance d'une approche intersémiotique des systèmes de transmission des savoirs indigènes en Amazonie a été notée depuis longtemps mais reste à l'état d'ébauche (Lévi-Strauss, 1947 ; Menezes Bastos, 1990 ; Lagrou, 1991, 2007, 2011 ; Severi, 2014 ; Barcelos, 2013 ; Fausto, sous presse). Liée à cette question, l'occurrence répandue de la synesthésie a intrigué les chercheurs de l'Amazonie occidentale qui ont étudié la relation entre la visualisation mentale et le chant dans les rituels chamaniques de la région. L'usage de substances induisant la vision est très répandu dans la région et la transmutation des sons et des mots, mais aussi de l'odeur et du toucher, en visions largement rapportée (pour les Piaroa, Overing, 1979 ; les Siona, Langdon, 2013 ; les Desana, Reichel-Dolmatoff, 1972 ; les Barasana, Hugh-Jones, 1979 ; les vegetalistas péruviens, Luna, 1992 ; les Taita colombiens, Taussig, 2011, 2016). Comment les sens sont-ils liés et comment nous permettent-ils d'accéder aux connaissances, de les stocker et de les transmettre? Lorsque les relations - entre les motifs visuels, le mythe, le chant rituel et la topographie - deviendront l'objet principal de la recherche comparative, nous serons en mesure de comparer différentes configurations d'un continuum de changements et de mutations autour du thème des distances relationnelles appropriées et inappropriées à partir d?une perspective amazonienne (Lagrou, 2020). Le problème des distances relationnelles est un thème central des Mythologies de Lévi-Strauss (1964, 1966, 1968, 1971) et sera repris ici à la lumière des données de la recherche ethnologique récente. Une des idées que j'ai l'intention d'élaborer de manière comparative dans cette recherche est la façon dont l'esthétique amérindienne condense des
informations non verbales sur les ontologies relationnelles amérindiennes et les fondements socio- et cosmopolitiques qui les informent. Ces relations subissent des permutations et des intensifications lorsqu'elles migrent entre différents collectifs et langues au sein d'un même continuum. En m'appuyant sur mes recherches sur les relations entre motifs visuels, mythes, chants rituels et conceptions spatio-temporelles chez les Huni Kuin et leurs voisins (Lagrou, 2007, 2011, 2013), je propose, dans ce projet, élargir mon champ comparatif de l'Amazonie occidentale à l'Amazonie orientale, en approfondissant le dialogue entre mes analyses des graphismes amérindiens comme " chimères abstraites " (Lagrou, 2011) et " techniques spécifiques de focalisation du regard " (Lagrou, 2013) et la figuration minimaliste de la vannerie dans la région de l?Amazonie orientale. Un thème à explorer aussi est la relation transformationnelle entre les styles explicites et représentatifs et les styles minimalistes et suggestifs, et les raisons du retour de la figuration dans les arts indigènes contemporains
produites en dialogue avec les métropoles et le monde de l'art. La question de la visibilité et de l'invisibilité, et les stratégies de cacher et montrer seront également analysées dans son contexte politique actuel.
Nome do projeto: Environmental Justice, Belief Systems, and Aesthetic Experiences in Latin America and the Carribean
Linha de pesquisa: Subjetividades, pessoa, regimes de conhecimento e conflito
Ano Início: 2019
Descrição do Projeto: The Environmental Justice, Belief Systems, and Aesthetic Experiences in Latin America and the Caribbean working group studies current struggles for justice that are articulated through the expressive cultures and aesthetic experiences of local communities in Latin America and the Caribbean. The resurgence and mobilisation of what have historically been called traditional, indigenous, and Afro-descendant expressive forms -- songs, rituals, images, objects, feasts, culinary arts, and ceremonies -- has been dramatic. Since the mid-1980s, we have also seen the rise of an indigenous film movement in different countries in Latin America. Technologies such as loudspeakers, microphones, hard drives, and other media are changing public and private space. New alliances between artists, scholars, and ritual specialists like shamans or babalaos (e.g. in Colombia, Cuba and Brazil), and between sound artists and activists (e.g. in Puerto Rico and Cuba) are informing these aesthetic expressions. Our working group contends that these forms of aesthetic experience "in narrative form, through visual images, through sounds, through unexpected alliances", give shape to new ways of imagining justice and of imagining the relation between humans and non-humans, including deities and other religious entities. We contend that the study and understanding of these new belief structures could have important impact on international policy of governments and non-governmental organisations
Nome do projeto: Desigualdades sociais e dilemas da democracia no Brasil
Lonha de pesquisa: Territorialidades, Circulações, Trabalho e Poder
Ano inicial: 2022
Descrição do projeto: Este projeto tem por objetivo dar sustentação às atividades do Programa de Pós-Graduação em Sociologia do IESP-UERJ. O projeto prevê a aplicação de recursos em quatro eixos principais: (a) apoio à formação e à circulação discente e docente; (b) suporte para a editoração de publicações do programa; (c) divulgação do conhecimento produzido por discentes e docentes das quatro linhas de pesquisa do Programa; (d) intercâmbio com colegas de outras IES na forma de palestras e missões de trabalho..
Nome do projeto: Dinâmicas econômicas (pós) pandêmicas: Incertezas e produção de desigualdades
Linha de pesquisa:Territorialidades, Circulações, Trabalho e Poder
Ano inicial: 2022
Descrição do projeto: O objetivo é estudar as dinâmicas econômicas decorrentes da pandemia de Covid-19 no dia a dia de moradores de periferias urbanas e favelas brasileiras. O principal foco empírico é o conjunto de 16 comunidades do complexo de favelas da Maré, na Zona Norte do Rio de Janeiro. Ele se complementa com investigações em outras áreas das cidades de Rio de Janeiro e de São Paulo..
Nome do projeto: Mercados e circuitos comerciais em comparação
Linha de pesquisa: Territorialidades, Circulações, Trabalho e Poder
Ano Início: 2019
Descrição do Projeto: Este projeto visa mapear e analisar os circuitos de compradores de longa distância no Brasil - os chamados 'sacoleiros' - que revendem seus produtos em suas próprias cidades. A categoria sacoleiro surgiu particularmente relacionada ao intenso comércio fronteiriço em Ciudad del Este, no Paraguai, sobrepondo-se a outras categorias tradicionalmente associadas ao contrabando, tal como muambeiro. Atualmente, os circuitos dos sacoleiros transcendem essa associação, acompanhando a consolidação de distritos de produção de roupas e a multiplicação de fluxos de bens importados que se localizam não apenas em várias cidades de fronteira, mas também em São Paulo. O objetivo do presente projeto é mapear essa geografia comercial em movimento, a partir da etnografia e de um trabalho minucioso sobre meios de comunicação, redes sociais e arquivos. O mapeamento é o passo necessário para analisar determinadas hipóteses acerca da transformação das mobilidades comerciais no Brasil (de mascates, regatões, cometas e caixeiros viajantes aos sacoleiros), da consolidação dos meios que tornaram esses circuitos possíveis (rodovias e frotas rodoviárias) e da emergência de distritos de produção e de importação. Todas estas dinâmicas são fundamentais para compreender as transformações da economia brasileira quando observadas desde as práticas cotidianas.
Nome do projeto: Políticas de intervenção urbana, mercados, vida cotidiana e crise. Perspectivas etnográficas sobre transformações sociais no Rio de Janeiro
Linha de pesquisa: Territorialidades, Circulações, Trabalho e Poder
Ano Início: 2016
Descrição do Projeto: O projeto se propõe analisar etnograficamente processos sociais em curso na Região Metropolitana do Rio de Janeiro e estudar as relações complexas entre o mundo dos especialistas em políticas públicas (os experts ligados a agências de governo, ONGs e empresas privadas, entre outros, que desenham e implementam os planos de reforma em curso), e o dia a dia das pessoas “atingidas” por essas políticas.
Jean-François Véran
Nome do projeto: CONTER: Conflitos de terra em frentes de expansão (Amazônia brasileira): violência, expulsões e dominação política
Linha de pesquisa: Subjetividades, pessoa, regimes de conhecimento e conflito
Ano Início: 2022
Descrição do Projeto: O objetivo do projeto CONTER, é caracterizar conflitos sociais violentos na Amazônia, analisando os mecanismos institucionais e econômicos que são implementados. CONTER irá demonstrar como esses conflitos ajudam a reconfigurar as relações sociais dentro de um determinado espaço e transformar a paisagem, destruindo, às vezes, as bases ecológicas da existência social das populações locais. Além da dominação observada e que está ligada à estrutura da sociedade brasileira, CONTER considerará o contexto político atual, o que exacerba muito as tensões e enfraquece ainda mais a posição das populações vulneráveis. Em resumo, CONTER, numa abordagem de complementaridade entre os métodos qualitativos e quantitativos adotados, questiona a violência contra populações vulneráveis e sua dimensão potencialmente de gênero, os tipos de resistência que estão sendo colocados em prática e os mecanismos que intensificam os conflitos e aprofundam as desigualdades sócio-territoriais.
Nome do projeto: 10ème réponse Ebola en République Démocratique du Congo : Une revue éthique
Linha de pesquisa: Territorialidades, Circulações, Trabalho e Poder
Ano Início: 2021
Descrição do Projeto: A pedido das Direções Gerais dos Centros Operacionais de Paris e Bruxelas (OCP e OCB) dos Médicos Sem Fronteiras, foi realizada uma Revisão Ética entre fevereiro e maio de 2021 na região de Beni (Kivu do Norte, República Democrática do Congo, RDC) na 10ª resposta do Ébola (agosto de 2018 - junho de 2020). Um artigo no New Humanitarian foi o "denunciante" ao expor a OMS, o Ministério da Saúde da RDC e muitas organizações por graves abusos de comportamento. - A Revisão Ética foi concebida como
um exercício de reflexão interna com foco em Recursos Humanos, visando identificar possíveis vítimas entre as equipes de MSF e ajudá-las através das células de prevenção e gestão de abusos. - O objetivo também era medir o conhecimento e a eficácia dos mecanismos de denúncia de abusos. - Finalmente, foi uma questão de olhar a ética no sentido amplo, ou seja, todos os princípios morais que sustentam a condução das operações dos MSF. Neste sentido, a observação de "práticas virtuosas" ou "boas práticas" era tão importante quanto a de "abusos" e "comportamento irresponsável". Não foi um processo de investigação, mas uma contribuição para a reflexão sobre as condições éticas da ação humanitária.
Nome do projeto: Uma praia suburbana: história, sociabilidade e territorialidades na Praia de Ramos
Linha de pesquisa: Territorialidades, Circulações, Trabalho e Poder
Ano Início: 2019
Descrição do Projeto: Este projeto de pesquisa visa refletir sobre a construção de representações sobre a Praia de Ramos no decorrer do século XX. Com base em materiais da imprensa, a intenção é fazer o mapeamento do processo de progressiva associação da Praia de Ramos a um espaço periférico, poluído e majoritariamente frequentado por camadas menos favorecidas da população. A pesquisa parte de matérias publicadas na década de 1930,quando aquela praia era vinculada à ideia de tranquilidade e bucolismo, e chega até a construção do famoso Piscinão de Ramos, em 2001. Busca-se, com isso, apreender de que modo as variadas representações sobre aquela parcela da cidade acabaram por refletir e, não em menor medida, produzir territorialidades específicas ancoradas em práticas e padrões de sociabilidade classificados como suburbanos pelos principais veículos da imprensa.
Nome do projeto: Para ver a Barra de outro ângulo: um projeto de pesquisa sobre mercados imobiliários, mercados de serviços e sociabilidades urbanas na “Barra Olímpica”
Linha de pesquisa: Territorialidades, Circulações, Trabalho e Poder
Ano de indício: 2019
Descrição do projeto: Este projeto propõe analisar a forma urbana dos condomínios, com foco em uma região em franco processo de transformação material e simbólica: a assim chamada “Barra Olímpica”, situada no entroncamento dos bairros de Jacarepaguá, Camorim
e Curicica, na zona oeste do Rio de Janeiro. Por forma urbana, entendemos os modos historicamente situados de inscrição de temporalidades e projetos de futuro no espaço (Lefebvre, 2008). Conjugando uma linha de investigação sobre a produção da cidade a outra
sobre a construção de imaginários urbanos, a pesquisa pretende analisar como dinâmicas de mercado se conjugam a projetos de vida familiares de diferentes estratos sociais. Nossa proposta é focar as casas como objeto de análise privilegiado e investigar como elas são
transformadas de mercadorias do mercado imobiliário em espaços da vida cotidiana. A pesquisa será de caráter comparativo entre camadas sociais e será realizada em três condomínios localizados na Barra Olímpica, construídos nos últimos dez anos. Nesse sentido, o projeto de pesquisa pretende investigar como processos de urbanização, formas de moradia e sociabilidades urbanas se relacionam nessa frente de expansão que é a Barra Olímpica.
Nome do projeto: Desenhos etnográficos em arquivos: explorações sobre técnicas de registro e pesquisa na antropologia
Linha de pesquisa: Territorialidades, Circulações, Trabalho e Poder
Ano Início: 2017
Descrição do Projeto: Este projeto busca compreender as diferentes significações dos desenhos no empreendimento etnográfico, levando em conta seu processo de produção, reflexão e divulgação, bem como suas relações com as formas de registro e pesquisa na antropologia. Buscaremos explorar as paisagens semânticas que emergem do ato de desenhar e construir narrativas gráficas no (e sobre o) trabalho de campo. O debate teórico ocorrerá na
interface entre antropologia, história e ilustração. A abordagem metodológica será a pesquisa bibliográfica e a realização de trabalho de campo em arquivos. Entre os resultados esperados, estão a produção de diários de campo com desenhos, escrita e publicação de artigos científicos, divulgação em plataformas digitais e participação em eventos científicos.
Nome do projeto: Desenhos etnográficos: explorações sobre técnicas de registro e pesquisa na antropologia
Linha de pesquisa: Territorialidades, Circulações, Trabalho e Poder
Ano Início: 2015
Descrição do Projeto: O conceito de desenho tem sido pouco problematizado na antropologia embora, como afirmou Massironi, seja um instrumento simples capaz de abordar as mais diversas formas de complexidade. Neste projeto, buscaremos compreender as diferentes significações dos desenhos no empreendimento etnográfico, levando em conta seu processo de produção, reflexão e divulgação; e explorando suas relações com as formas de registro e
pesquisa na antropologia. Partimos de um conceito provisório de desenho que abrange registros visuais bidimensionais como ilustrações científicas, croquis, grafismos, diagramas e mapas relacionados à produção antropológica. Na análise do material produzido, buscaremos explorar as paisagens semânticas que emergem do ato de desenhar e construir narrativas gráficas no (e sobre o) trabalho de campo. O debate teórico percorrerá a literatura
da teoria antropológica, da antropologia urbana e da antropologia audiovisual, em diálogo com as áreas da arte e da história da ciência. A principal ferramenta metodológica será a pesquisa bibliográfica e a reflexão etnográfica, com realização de trabalho de campo em fontes e arquivos, além de estudos de casos por parte de pesquisadores associados. Pretende-se também aprofundar a metodologia de pesquisa antropológica com desenhos e de produção de material didático sobre o tema desenvolvidas pela autora em projetos anteriores. Entre os resultados esperados do projeto, estão a produção de diários de campo com desenhos, escrita e publicação de artigos científicos, divulgação de textos e imagens em plataformas digitais de livre acesso, produção de monografias por parte dos alunos envolvidos, participação em eventos científicos, organização de evento, oferta de disciplinas e desenvolvimento de um projeto de extensão. A realização do projeto será no Laboratório de Antropologia Urbana do IFCS/UFRJ, espaço onde se busca o intercâmbio, o aperfeiçoamento científico e a divulgação do conhecimento entre alunos, professores, pesquisadores e a sociedade.
Nome do projeto: A Síndrome Congênita do Zika Vírus como problema público: disputas,
linguagens e gramáticas morais
Linha de pesquisa: Territorialidades, Circulações, Trabalho e Poder
Ano Início: 2020
Descrição do Projeto: Em 2015, no contexto da epidemia de zika no Brasil, achados científicos inéditos estabeleceram a relação entre o vírus e diversas anomalias neurológicas de fetos e bebês de mulheres que contraíram o zika durante suas gestações, dentre as quais destacava-se a microcefalia. O conjunto dessas anomalias foi classificado, ainda durante a epidemia, como Síndrome Congênita do Zika Vírus (SCZ). Até maio de 2017 o Brasil esteve em estado de "emergência em saúde pública de importância nacional" em função da doença. A pesquisa tem como objetivo geral compreender a construção da SCZ como problema público no país, privilegiando sua dimensão político-moral. Para tanto, entende "problema público" como uma questão que se torna matéria de conflitos, controvérsias e denúncias na arena pública, constituindo-se como problema em relação a valores, crenças e interesses que se manifestam na forma de indignação moral e demandas de tratamento no nível da ação coletiva. A pesquisa volta-se empiricamente para dois âmbitos de problematização da SCZ no Brasil: primeiro, a elaboração de dispositivos legais e iniciativas oficiais em instâncias jurídicas e legislativas, onde leis, ações diretas e projetos de lei encontram-se em disputa
desde 2016; e segundo, o processo de reunião de mães de crianças atingidas pela doença em coletivos e associações que têm reivindicado reconhecimento, direitos e formas específicas de cuidado para seus filhos. Metodologicamente, trata-se de uma etnografia multissituada
que combina observação participante, realização de entrevistas e análise da produção, circulação e divulgação de documentos por parte tanto dos agentes envolvidos na elaboração de dispositivos legais e iniciativas oficiais em torno da SCZ, quanto das associações e coletivos de mães atuantes no país.
Nome do projeto: Rede de pesquisas em antropologia, políticas públicas e direitos humanos
Linha de pesquisa: Territorialidades, Circulações, Trabalho e Poder
Ano Início: 2019
Descrição do Projeto: O presente projeto propõe a articulação de seis grupos de pesquisa sediados em três instituições de ensino superior - UFF, UFRJ e UERJ -, no estado do Rio de Janeiro, liderados por pesquisadoras com menos de 10 anos de doutoramento, a fim de consolidar e fortalecer uma rede de pesquisa, formação de recursos humanos e transferência de conhecimento vinculada à relação entre antropologia, políticas públicas e direitos humanos. A integração dos grupos propostos tem como eixo a produção de conhecimento, estratégias de divulgação pública e de inovação social em torno da relação entre áreas prioritárias das políticas públicas e direitos humanos, como: violência institucional e demandas por justiça, reparação e memória; refúgio e migrações; mobilidade e habitação; educação e desigualdades urbanas; meio ambiente e povos tradicionais; burocracias e modos de governo; e desigualdades de gênero. Por sua parte, a proposta de formação da Rede se justifica a partir do histórico acadêmico e profissional das pesquisadoras da equipe nos temas mencionados, bem como da articulação e parceria entre as mesmas já estabelecidas em espaços de socialização acadêmica como encontros, seminários, congressos, bem como na atuação de algumas delas na Associação Brasileira de Antropologia - ABA.
Nome do projeto: Casa e dinheiro: uma etnografia de problemas domésticos na pandemia de Covid 19
Linha de pesquisa: Territorialidades, Circulações, Trabalho e Poder
Ano Início: 2021
Descrição do Projeto: Descrição: Este projeto de pesquisa analisa os problemas domésticos, isto é, problemas para ganhar a vida e manter a casa, de uma família trabalhadora do Rio de Janeiro, durante a pandemia de Covid 19. Seu objetivo é compreender os desdobramentos da crise sanitária nas práticas econômicas cotidianas. Quais são as formas de obtenção de dinheiro (no mercado de trabalho e via políticas sociais), infraestruturas urbanas e de saúde, formas de ajuda, cuidado, favores e trabalhos que mantêm a vida em meio a crise(s)?.
Nome do projeto: Para ver a Barra de outro ângulo: um projeto de pesquisa sobre mercados imobiliários, mercados de serviços e sociabilidades urbanas na “Barra Olímpica”
Linha de pesquisa: Territorialidades, Circulações, Trabalho e Poder
Ano Início: 2019
Descrição do Projeto: Este projeto propõe analisar a forma urbana dos condomínios, com foco em uma região em franco processo de transformação material e simbólica: a assim chamada “Barra Olímpica”, situada no entroncamento dos bairros de Jacarepaguá, Camorim e Curicica, na zona oeste do Rio de Janeiro. Por forma urbana, entendemos os modos historicamente situados de inscrição de temporalidades e projetos de futuro no espaço (Lefebvre, 2008). Conjugando uma linha de investigação sobre a produção da cidade a outra sobre a construção de imaginários urbanos, a pesquisa pretende analisar como dinâmicas de mercado se conjugam a projetos de vida familiares de diferentes estratos sociais. Nossa proposta é focar as casas como objeto de análise privilegiado e investigar como elas são transformadas de mercadorias do mercado imobiliário em espaços da vida cotidiana. A pesquisa será de caráter comparativo entre camadas sociais e será realizada em três condomínios localizados na Barra Olímpica, construídos nos últimos dez anos. Nesse sentido, o projeto de pesquisa pretende investigar como processos de urbanização, formas de moradia e sociabilidades urbanas se relacionam nessa frente de expansão que é a Barra Olímpica.
Marco Antonio Gonçalves
Nome do projeto: Makunaima: Mitos, Imagens, Personagens (Um emaranhado de Etnologia, Mitologia, Literatura e Cinema)
Linha de pesquisa: Formas expressivas, sociabilidades e materialidades, regimes de autenticidade
Ano Início: 2020
Descrição do Projeto: Este projeto tem o objetivo precípuo de apresentar, investigar e interpretar as narrações construídas histórica, etnológica, literária e imageticamente sobre o personagem Makunaima. Este personagem agenciou o encontro entre o pensamento indígena
e o pensamento social brasileiro. Makunaima é manifesto nas cosmologias Pemon/Kapon do circum-Roraima e a partir de seus trânsitos, alegorias, evoca o moderno imaginário nacional brasileiro maquinando potentes formulações sobre identidade, alteridade, transformação.
Makunaima estrutura o pensamento modernista, fundindo-se com a própria ideia do moderno no Brasil ao transliterar o pensamento indígena de um modo inteiramente novo no contexto da literatura e suas reverberações e nas formas expressivas de forma mais ampla. Este projeto
aborda Makunaima enquanto narração, personificação capaz de produzir um emaranhado de mitos, etnografia, literatura, críticas sociológicas, imagens cinematográficas. O conceito de emaranhado é, teoricamente, importante para sua apreensão, uma vez que Makunaima nos dá a ver uma “malha (meshwork), emaranhado... num sentido preciso e literal: não uma rede de conexões, mas uma malha de linhas entrelaçadas de crescimento e movimento” (Ingold,2012:27). Adentrar no emaranhado efetivado por este significante que não cessa de emitir múltiplas significações, permitirá revisitar e seguir suas linhas entrelaçadas constituídas por este polissêmico conceito-termo-palavra e suas derivaçõesevocações- ressonâncias. Seguindo os fios que se cruzam e se interpenetram e que estrutura, por assim dizer, a forma e o objeto de reflexão deste projeto de pesquisa que seguindo o complexo percurso deste personagem, suas passagens por vários códigos, visa contribuir para um adensamento de sua compreensão que parece ser central para o pensamento dos povos indígenas do circum-Roraima e para uma reflexão crítica sobre a constituição de uma ideia de identidade e do nacional no Brasil. A partir do investimento realizado até o momento vislumbramos caminhos promissores futuros capazes de iluminar importantes questões que se irradiam através de Makunaima e suas reverberações nos campos da sociologia, da literatura, da etnologia, das imagens e das artes.
Nome do projeto: O moderno primitivo: Robert Flaherty e a etnografia moderna
Linha de pesquisa: Subjetividades, pessoa, regimes de conhecimento e conflito
Ano Início: 2016
Descrição do Projeto: Robert Flaherty (Robert Joseph Flaherty - 1884-1951)[1] foi um dos maiores expoentes do documentário moderno contribuindo de forma significativa para a constituição da linguagem cinematográfica assim como para a linguagem do documentário (Grierson, 1951,1971; Rotha,1983). Deixou-nos um legado de 10 filmes que aborda os mais variados povos e culturas (polinésios, americanos, irlandeses, inuit) a partir de um método de produzir imagens que relacionava de uma só vez a antropologia e o cinema, a etnografia e a narrativa cinematográfica. Em 1922 surge seu primeiro documentário, Nanook of the North, que coincide com o aparecimento dos Argonautas do Pacífico Ocidental de Bronislaw Malinowski, ambos inaugurando uma nova linguagem para o cinema documentário e para
etnografia moderna através da reconstrução do fato social ou encenação da vida social, reconstruindo, assim, uma 'cultura' através de um dispositivo etnográfico textual ou imagético. A escolha de tomar a obra de Flaherty, particularmente seu arquivo textual, como objeto de investigação dá continuidade a meus interesses sobre as relações entre cinema e antropologia, entre etnografia imagética e cinema, como os apresentados em trabalhos anteriores sobre as obras de Jean Rouch e Eisenstein. A escolha da obra de Robert Flaherty amplia meus interesses de pesquisa sobre a constituição de uma linguagem visual etnográfica uma vez que Flaherty foi o precursor e fundador de uma linguagem documental no cinema que aliou fortemente a abordagem de pesquisa etnográfica à produção documental-cinematográfica, desenvolvendo um trabalho de pesquisa de campo de longa duração para realização de seus filmes.
Nome do projeto: Antropologia dos rituais. Rivalidade e afeição no Bumbá de Parintins e outros ensaios
Linha de pesquisa: Formas expressivas, sociabilidades e materialidades, regimes de autenticidade
Ano Início: 2021
Descrição do Projeto: Entre 1996 e a atualidade, realizei diversas pesquisas de campo relativas ao Bumbá de Parintins, Amazonas, complementadas por pesquisas minhas e orientações relevantes acerca do bumba meu boi maranhense. Essas pesquisas foram acompanhadas de intensos estudos teóricos em antropologia nas áreas pertinentes - rituais e simbolismos, teoria antropológica, antropologia urbana e das religiões, história da antropologia e estudos de folclore. Trata-se de reunir o conjunto dos ensaios e artigos dando-lhes uma dimensão maior e da redação de introdução.
Nome do projeto: Etnografia, narrativa e ficção. A antropologia em perspectiva
Linha de pesquisa: Formas expressivas, sociabilidades e materialidades, regimes de autenticidade
Ano Início: 2019
Descrição do Projeto: A pesquisa, a escrita e a leitura das conhecidas etnografias têm caracterizado a singularidade da antropologia no contexto das ciências humanas e sociais. Este projeto enfoca o potencial cognitivo da prática etnográfica operando com distintas concepções e usos da etnografia, examinando diversas vertentes teóricas e diferentes estilos autorais e distintas sensibilidades leitoras. A partir dos debates contemporâneos, de contribuições históricas e da perspectiva dita pós moderna, empreende-se o estudo da articulação entre escrita etnográfica e teoria antropológica na obra de Clifford Geertz; das diferentes formas de articulação entre folclore e etnografia na obra de Mário de Andrade; e acerca do uso da etnografia na escrita literária tendo por foco o romance Luzia Homem (1903) de Domingos Olympio.
Nome do projeto: Subjetividade, emoções e trauma no Brasil Contemporâneo
Linha de pesquisa: Subjetividades, pessoa, regimes de conhecimento e conflito
Ano Início: 2019
Descrição do Projeto: Nas últimas décadas foi se impondo nas pesquisas sobre saúde mental no Brasil uma categoria denominada Transtornos mentais comuns (TMC), que se apresentam como um sofrimento difuso, padecimentos subjetivos e/ou transtornos de ansiedade. A prevalência que atingem esses diagnósticos alcança o nível de 25 % da população brasileira. Esta pesquisa se propõe analisar, de um ponto de vista antropológico, a relação entre uma configuração subjetiva culturalmente situada no Brasil Contemporâneo e os sofrimentos
difusos ou padecimentos subjetivos. Podemos supor uma associação entre o processo social experimentado no Brasil contemporâneo e uma subjetividade culturalmente situada que favorece a manifestação do sofrimento difuso ou padecimentos subjetivos. Para descrever essa subjetividade contemporânea, nas últimas décadas foram ganhando ênfase os conceitos de emoção, sofrimento e trauma. Metodologicamente, proponho estudar etnograficamente três situações e contextos diferentes, mas que são manifestações dessa subjetividade contemporânea. As duas primeiras situações se configuram em contextos institucionais: os médicos residentes de um hospital de alta complexidade no Rio de Janeiro e os pós-graduandos de um programa de Pós-Graduação da UFRJ. Uma terceira situação a ser pesquisada pretende entender como se manifesta essa subjetividade contemporânea em sujeitos que não estão incluídos em grandes instituições de ensino.
Nome do projeto: Emoções, sofrimento e saúde mental na Rede de Atenção Primária da Saúde no Rio de Janeiro
Linha de pesquisa: Subjetividades, pessoa, regimes de conhecimento e conflito
Ano Início: 2016
Descrição do Projeto: A partir das mudanças ocorridas nas últimas décadas no Sistema Único de Saúde, com a implementação da Estratégia Saúde da Família e com a implementação da rede de saúde mental associada à rede de atenção básica, começou um processo de integração na rede de atenção primária da saúde que derivou no conceito de apoio matricial e na necessidade de uma formação integrada dos recursos humanos. Este projeto se propõe a estudar a relação entre a dimensão emocional e a saúde mental no processo de formação dos alunos de medicina que realizam o internato conjunto entre medicina de família e saúde mental da UFRJ e no atendimento matricial à população alvo da Estratégia Saúde da Família associado ao processo de formação. A metodologia proposta será um trabalho de etnográfico
de cunho qualitativo, com observação participante e com entrevistas em profundidade, com os alunos e profissionais do internato de formação conjunto entre os Departamentos de Medicina de Família e Comunidade e o Departamento de Psiquiatria da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Nome do projeto: Fluxos e narrativas de memórias sensíveis e dolorosas
Linha de pesquisa: Territorialidades, Circulações, Trabalho e Poder
Ano Início: 2021
Descrição do Projeto: Memoriais, monumentos, arquivos, autobiografias, documentários, testemunhos e outras formas de inscrição de memórias ligadas a eventos e experiências considerados sensíveis e dolorosos se proliferam cada vez mais em diferentes contextos socioculturais. Em torno deles, surgem debates, controvérsias e questionamentos sobre os limites da comunicabilidade da dor, da nomeação da violência, da identificação de vítimas e da formação de uma cultura da mercadoria. Este projeto de pesquisa visa refletir sobre os fluxos e narrativas movimentados por recentes iniciativas de registro, escuta e reconhecimento público das memórias sensíveis e dolorosas. O objetivo geral é compreender como determinados eventos e experiências percebidos como violentos têm sido traduzidos e negociados por agentes e práticas, suscitando formas inéditas de enquadramento de memórias e de gestão de conflitos, seja em busca da afirmação ou da superação de fissuras sociais. Busca-se contribuir para o debate por meio da análise de sítios de memória, autobiografias, testemunhos e filmes que mobilizem mecanismos de interpretação, produção, difusão e estabilização de narrativas de passado atreladas a sentidos de perda, dor e sofrimento. A ideia é compreender como tais produtos culturais atuam na formação de uma cultura memorial pública, ao trazerem à tona relatos sobre experiências e eventos dolorosos.
Nome do projeto: As mediações de arquitetos e urbanistas nos processos de patrimonialização da cidade do Rio de Janeiro
Linha de pesquisa: Territorialidades, Circulações, Trabalho e Poder
Ano Início: 2017
Descrição do Projeto: Desde a década de 1980, intervenções urbanísticas têm sido implementadas na cidade do Rio de Janeiro baseadas em uma retórica e prática que buscam conciliar ações de “renovação/revitalização” e processos de patrimonialização de “sítios históricos/áreas de preservação”. A proposta deste projeto é refletir sobre tais políticas de renovação-patrimonialização focalizando uma categoria de profissionais que vem desempenhando função mediadora decisiva: arquitetos e urbanistas. O objetivo é explorar descritiva e analiticamente as categorias por meio das quais esses profissionais elaboram suas participações em determinados projetos urbanísticos, investigando as redes sociais, profissionais e institucionais em que circulam, assim como as matrizes intelectuais que eles acionam para elaborar seus discursos espaciais e temporais. Estará em foco, implícita ou explicitamente, a memória coletiva desses profissionais, uma vez que as referências ao passado dessa categoria social podem desempenhar papel importante nos processos que legitimam os projetos realizados no presente. Busca-se, portanto, compreender os processos e categorias que permitem que espaços sejam patrimonializados, transformados ou destruídos no contexto do Rio de Janeiro, e as interações de ordem social, institucional e intelectual movimentadas por arquitetos e urbanistas que atuam na cidade. A hipótese a ser explorada é que os idealizadores dos projetos urbanísticos e patrimoniais não portam um saber neutro. Como habitantes da cidade, eles próprios são produtores de/e afetados por seus imaginários, operando categorias particulares de estruturação mental dos espaços através da presentificação, seleção e organização de determinados eventos e bens que entendem como “históricos, artísticos e culturais”
Nome do projeto: Espiritualidade institucionalizada: política, clínica e pesquisas médicas sobre espiritualidade
Linha de pesquisa: Subjetividades, pessoa, regimes de conhecimento e conflito
Ano Início: 2021
Descrição do Projeto: O tema fundamental deste projeto de pesquisa são as crescentes formas de legitimação da categoria espiritualidade no campo da saúde. Precisamente, trata-se de investigar o modo pelo qual essa categoria tem sido incorporada por instituições seculares e, com isso, sido rotinizada em contextos oficiais de atenção à saúde. Para tanto, nosso foco de interesse empírico estará dirigido a três dimensões que compõem o campo oficial de cuidado com a saúde: a clínica, as pesquisas médicos científicas e as políticas públicas de saúde. Na clínica, o campo de pesquisa será, fundamentalmente, o Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo, onde funciona o Ambulatório de Espiritualidade. Quanto às políticas de saúde, o foco estará nas políticas do Ministério da Saúde que, pelo menos desde 2003, têm sistematicamente feito referência e estabelecido diretrizes para cuidados com a “dimensão espiritual da saúde”. Em relação às pesquisas médicas, privilegiaremos o Núcleo de Pesquisa em Espiritualidade e Saúde, da Universidade Federal de Juiz de Fora, e o Programa de Saúde, Espiritualidade e Religiosidade, da Universidade de São Paulo. Ambos estão registrados no CNPq e integram uma ampla rede de grupos de pesquisa estabelecidos em faculdades de medicina que descrevem, entre seus objetivos principais, realizar investigações sobre o impacto da espiritualidade na saúde. Esta pesquisa, portanto, tem como principal objetivo analisar o modo pelo qual a espiritualidade tem sido estabelecida e legitimada como uma dimensão de saúde a partir do emprego dessa categoria em políticas públicas, em rotinas clínicas de atendimento e como objeto de investigação privilegiado em grupos de pesquisa médicas. A partir desse contexto empírico e do diálogo com a literatura das ciências sociais da religião, este projeto dá centralidade para o debate sobre a própria categoria espiritualidade que, embora seja recorrentemente acionada por sociólogos e antropólogos, pouco foi tematizada diretamente no Brasil.
Nome do projeto: Intelectuais e a produção em ciências sociais das religiões: analisando gerações e memórias.
Linha de pesquisa: Subjetividades, pessoa, regimes de conhecimento e conflito
Ano Início: 2020
Descrição do Projeto: O presente projeto pretende inventariar as gerações de intelectuais que contribuíram para a produção em sociologia e antropologia das religiões no Brasil, abordando os vieses teóricos e, principalmente, o contexto intelectual da época em que cada obra foi publicada. Neste sentido, buscaremos identificar o contexto histórico e intelectual em que cada autor está inserido, bem como os dilemas da produção em ciências sociais: os paradigmas vigentes, a ideia de modernidade brasileira e seus reflexos na produção intelectual, bem como as trajetórias biográficas de cada autor.
Nome do projeto: Agência e mediação e dimensões performativas em danças urbanas no Brasil
Linha de pesquisa: Formas expressivas, sociabilidades e materialidades, regimes de autenticidade
Ano Início: 2022
Descrição do Projeto: O agenciamento do sangue na Obra de Maria Evelia Marmolejo Esta pesquisa pretende explorar três performances da artista colombiana, Maria Evelia Marmolejo, realizadas na década de 1980. 11 de maio – ritual a la menstruación (1981), na qual trabalha uma “performance menstrual”, ao caminhar e imprimir sua pélvis com sangue menstrual nas paredes de uma galeria para uma audiência presente; Anonimo 1 (1981), uma homenagem aos torturados e desaparecidos durante a presidência de Turbay Ayala (1978-82), será considerada uma performance artivista e consiste em se infligir cortes em seus pés, caminhar deixando prints de sangue e cobrir os machucados com curativos, fechando o ciclo de ferimento e cura; e America (12 de outubro de 1985) performance realizada na Plaza Colón em Madri, durante as celebrações do dia do descobrimento da América, que será percebida como arte decolonial, na qual a artista, num determinado momento, quebra um espelho e entrega pedaços aos que assistem a performance. A aproximação conceitual para a análise se dará a partir do aparato teórico proposto por essas três categorias, o sangue corporal – menstrual, nos pés e nas mãos –, como tropo que une essas três obras da artista, analisado contextualmente a partir da metodologia de adentrar etnograficamente as possibilidades de agenciamento (Gell) e mediação (Hennion) das obras.
Nome do projeto: A digitalização das formas expressivas e a digitalização da cultura
Linha de pesquisa: Formas expressivas, sociabilidades e materialidades, regimes de autenticidade
Ano Início: 2013
Descrição do Projeto: O objetivo geral da pesquisa é indagar sobre as conseqüências específicas da digitalização das formas expressivas e as conseqüências amplas da digitalização da cultura a partir da construção de etnobiografias com produtores audiovisuais e da análise de seus projetos/obras. O surgimento desses produtores parece se apresentar como um processo específico de uma tendência mais ampla de digitalização da cultura.
Nome do projeto: Os registros sonoros de Théo Brandão: identificação e estudo dos itinerários de uma coleção fonográfica
Linha de pesquisa: Formas expressivas, sociabilidades e materialidades, regimes de autenticidade
Ano Início: 2022
Descrição do Projeto: Este projeto tem por objetivo analisar a produção, circulação e os itinerários dos registros sonoros que o antropólogo, etnógrafo e folclorista alagoano Théo Brandão realizou entre 1940 e 1970 e que constituem um dos mais ricos, diversificados e ainda desconhecidos acervos de música tradicional brasileira. Partindo de pesquisa etnográfica nos arquivos do Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular (CNFCP), no Rio de Janeiro e no Museu Théo Brandão de Antropologia e Folclore (MTB), em Maceió, instituições que guardam e conservam os arquivos do pesquisador, com este projeto pretende-se, por um lado, identificar e analisar as redes de interações envolvidas nos processos de pesquisa e produção etnográfica de Théo Brandão ao longo de sua trajetória e, por outro, promover um conjunto de ações de salvaguarda desses acervos a partir do tratamento técnico da coleção para fins de disponibilização, consulta pública e pesquisa. Acredita-se que a visibilidade dada a esse conjunto documental suscitará uma série de novos estudos, usos e apropriações por parte de diferentes segmentos da sociedade, pesquisadores, músicos e artistas, grupos e coletivos populares. Situada na interface entre antropologia, etnomusicologia e museologia, a presente pesquisa, em um plano mais geral e comparativo, irá contribuir para a reflexão acerca do lugar dos registros sonoros na construção do campo de estudos de folclore bem como na própria configuração da etnomusicologia, da antropologia e das ciências sociais no Brasil.
Nome do projeto: Missão que segue: folias em tempos de pandemia
Linha de pesquisa: Formas expressivas, sociabilidades e materialidades, regimes de autenticidade
Ano Início:2020
Descrição do Projeto: As folias, enquanto festividades populares de viés devocional, são ritos que acontecem tradicionalmente por meio do encontro e circulação de pessoas, coisas e santidades. A materialidade do processo ritual das folias implica a copresença desses sujeitos em determinados espaços e em uma temporalidade específica. As perguntas que animam nossas observações são: como as folias têm se reinventado e se expressado em tempos de isolamento social? Quais estratégias têm sido adotadas pelos grupos para dar visibilidade e audibilidade às folias nesse período? Como essa crise sanitária e humanitária tem sido interpretada através de sua cosmologia? Como as mídias e a interação social virtual tem sido apropriadas e vivenciadas pelos grupos e indivíduos? De que modo a preparação e realização dos giros e jornadas têm sido impactados pela pandemia? Propõe-se uma abordagem comparativa, lançando-se mão de distintas situações e festas, com foco no estado do Rio de Janeiro. Este projeto de pesquisa integra o "Observatório antropológico: grandes e pequenas festas na pandemia Covid-19", coordenado por Maria Laura Viveiros de Castro Cavalcanti e que reúne um conjunto de pesquisadores e pesquisadoras no Brasil e em Portugal interessados em acompanhar as dinâmicas das festividades populares em tempos de pandemia.
Nome do projeto: Consumo e feriados no Brasil: histórias e ritualização das compras
Linha de pesquisa: Territorialidades, Circulações, Trabalho e Poder
Ano Início: 2020
Descrição do Projeto: Este projeto tem como objetivo estudar a construção simbólica dos feriados na sociedade brasileira, com particular atenção para as celebrações religiosas ou cívicas reinterpretadas como festas de compras e trocas de presentes. O material analisado é formado por reportagens jornalísticas, anúncios publicitários e decretos oficiais. Nesse sentido, pretende-se investigar, por uma perspectiva antropológica, cinco datas comemorativas: o Dia das Mães, o Dia dos Namorados, o Dia dos Pais, o Dia das Crianças e o Natal.
Nome do projeto: Consumo e classes médias: uma perspectiva antropológica
Linha de pesquisa: Territorialidades, Circulações, Trabalho e Poder
Ano Início: 2014
Descrição do Projeto: Este projeto de pesquisa pretende analisar as articulações entre as dinâmicas do consumo e o imaginário sobre as classes médias. Para tanto, propomos examinar duas importantes experiências históricas do capitalismo: a emergência dos grandes magazines nos centros urbanos europeus entre a segunda metade do século XIX e o início do XX; o surgimento dos shopping centers nos subúrbios norte-americanos em meados do século XX. Busca-se compreende as formas pelas quais esses movimentos do consumo em expansão impulsionaram o recrutamento de grupos sociais para o mundo dos bens e, nesse processo, projetaram imagens, ideias e representações de classes médias consumidoras. Esta abordagem de antropologia histórica busca destacar que as experiências e sensibilidades ligadas à cultura, ao simbólico e ao universo do consumo podem contribuir para a compreensão dos valores, ideologias e estruturas que sustentam o capitalismo.