Historia do Porto

A cidade do Porto, cuja fundação se perde na noite dos séculos, desempenhou sempre papel relevante nos acontecimentos que têm marcado a vida nacional.


Designada Portucale desde o século V, deu o nome ao Condado Portucalense, onde teve origem Portugal. Em 1111, D. Teresa, mãe do futuro primeiro rei de Portugal, concedeu ao bispo D. Hugo o couto do Porto. Das armas da cidade faz parte a imagem de Nossa Senhora. Daí o facto de o Porto ser também conhecido por "cidade da Virgem", epítetos a que se devem juntar os de "Antiga, Mui Nobre, Sempre Leal e Invicta", que lhe foram sendo atribuídos ao longo dos séculos, na sequência de feitos valorosos dos seus habitantes, e que foram ratificados por decreto de D. Maria II.


Foi dentro dos seus muros que se efetuou o casamento do rei D. João I com a princesa inglesa D. Filipa de Lencastre. A cidade orgulha-se de ter sido o berço do infante D. Henrique e de albergar numa das suas muitas igrejas - a da Lapa - o coração de D. Pedro IV, que o ofereceu à população da cidade em homenagem ao contributo dado pelos seus habitantes à causa liberal. Aliás, o liberalismo, o amor à liberdade e o patriotismo foram sempre valores muito caros aos portuenses. O próprio epíteto de "tripeiros", de que os genuínos portuenses muito se orgulham, provém de uma dessas manifestações de amor pátrio, pois, ao ajudarem a equipar a armada que saiu da barra do Douro para a conquista de Ceuta, entregavam nos porões dos navios as carcaças completas das reses que iam abatendo, reservando somente as vísceras para consumo próprio.


A riqueza histórica da cidade é atestada pelos seus inúmeros monumentos: a Sé Catedral, o Palácio da Bolsa, a Igreja de S. Francisco, a igreja românica de Cedofeita, a Igreja dos Clérigos, as igrejas e conventos de S. João Novo, S. Bento, Carmelitas, Trindade, a já referida Igreja da Lapa, vários museus e numerosas moradias particulares, sobretudo na sua parte antiga. A riqueza monumental da chamada zona histórica da cidade é tal que a UNESCO lhe conferiu, nos finais de 1996, o estatuto de Cidade Património Mundial.


Nos vários concelhos que compõem o distrito, encontram-se muitos outros monumentos. É o caso da Igreja Matriz de Rates, românica, e da Igreja Matriz de Vila Conde, a Igreja e Convento da Serra do Pilar, em Vila Nova de Gaia, a Igreja de S. Salvador, em Paços de Ferreira, a Citânia do Mozinho, em Penafiel, a Igreja e o Convento de S. Gonçalo, em Amarante, e a Igreja e Mosteiro de S. Bento, em Santo Tirso, entre muitos outros.


A cidade do Porto foi, juntamente com Roterdão, designada Capital Europeia da Cultura para o ano de 2001.