Historia de Coimbra
Inicialmente, Coimbra era um povoado pré-histórico situado numa colina defendida pelo vale do rio Mondego. No período romano chamava-se Aeminium, tornando-se numa cidade importante no centro do território lusitano, sendo o vestígio mais notório deste período o criptopórtico que se pode ver sob o atual Museu Nacional Machado de Castro. Aos Romanos sucederam os Suevos e os Visigodos. Nos séculos V e VI, sob o domínio visigótico, a cidade designava-se por Emínio, tendo conhecido um período de prosperidade. O bispo de Conímbriga veio viver para a Emínio, passando esta a ser a sede do bispado de Conímbriga e a assumir gradualmente o nome de Colimbriae - Coimbra.
Depois dos Visigodos vieram os Mouros e a cidade continuou a crescer. Coimbra foi reconquistada aos Mouros, em 1064, por Fernando, o Magno, sendo residência frequente dos reis da primeira dinastia. Recebeu o primeiro foral de Afonso VI, rei de Leão e Castela. O conde D. Henrique, que lhe concedeu novo foral em 1111, e a rainha D. Teresa estabeleceram aí a sua residência e foi lá que nasceu o primeiro rei de Portugal - D. Afonso Henriques. Outros reis nasceram nesta cidade: D. Sancho I, D. Afonso II, D. Sancho II, D. Afonso III, D. Afonso IV, D. Pedro I e D. Fernando. Nela se realizaram algumas das mais importantes cortes medievais, entre as quais as de 1385, onde João das Regras levou ao trono D. João I, Mestre de Avis. A cidade ficou também ligada à trágica morte de Inês de Castro.
Coimbra é o mais antigo centro cultural do país, primeiro com o Mosteiro de Santa Cruz e depois com a universidade, que o rei D. Dinis para lá transferiu em 1308 e que D. João III lá instalou definitivamente em 1537, implantando-a num palácio da Rua da Sofia. A universidade, com as suas dependências, os seus museus, os seus observatórios, o jardim botânico e o hospital, transmite à cidade a grandeza e o prestígio que a caracterizam.
O valor monumental e arquitetónico de Coimbra é excecional, sendo um dos centros mais frequentados por historiadores, arqueólogos e turistas, que regularmente a visitam. Destacam-se: a Sé Velha (ano 1160), de estilo românico, embora tenha sofrido restauros e acrescentos posteriores; a Sé Nova (finais do século XVI e inícios do século XVII), de estilo barroco; o Mosteiro de Santa Clara-a-Velha, cuja fundação se deve a D. Mor Dias, em 1286, característico da primeira fase do gótico; o Mosteiro de Santa Clara-a-Nova, de arte gótica, edificado na década de 60 do século XVIII; a Igreja de Santo António dos Olivais, onde sobressai o altar-mor de talha barroca, do século XVII; o Aqueduto de S. Sebastião, construído no século XVI, sobre as ruínas do aqueduto romano; o Arco de Almedina, pertencente à antiga muralha coimbrã; o Convento de Celas, fundado em 1213, de cuja traça inicial se mantém a igreja; o Palácio de Sub-Ripas (séc. XVI), de estilo manuelino; a Torre da Universidade (1728), o emblema da instituição, valorizado pelo seu estilo barroco; a Casa da Nau, edifício medieval, assim chamado porque possui o feitio de um navio; a Torre de Anto, que pertencia à antiga muralha, com quatro pisos; o Museu de Machado de Castro; as igrejas de S. Salvador (séc. XII) e S. Tiago (1064) e o Museu de História Natural (fundado em 1772, por iniciativa do Marquês de Pombal).
Na Capela-Mor de Santa Cruz, mandada edificar por D. Afonso Henriques e reedificar por D. Miguel, encontram-se os túmulos do rei fundador e de D. Sancho I. No Mosteiro de Santa Clara está sepultada a Rainha Santa Isabel. A Biblioteca Joanina da Universidade, com mais de um milhão de volumes, alguns manuscritos de raro valor e uma Bíblia hebraica do século XIII, considerada exemplar único no Mundo, é uma das mais valiosas bibliotecas europeias.
Fora da cidade de Coimbra, já no concelho de Condeixa-a-Nova, são de grande interesse turístico as ruínas romanas de Conímbriga.