Gastronomia Ovar

Caldeirada

Tradicionalmente, a caldeirada, em Portugal e na Galiza, é um cozido, ou seja, uma preparação que não passa pelo refogado, cujos componentes básicos são diversas variedades de peixe, batata, cebola, tomate e pimentão. O tempero deste prato pode incluir apenas sal de cozinha e azeite, ou vários outros condimentos, como pimenta, salsa ou outros.

A caldeirada pode ser mais ou menos líquida: por vezes, é servida como uma sopa, noutras regiões é frequente servi-la sobre fatias de pão ou com pedacinhos de pão torrado.

Em Angola e Moçambique, é frequente fazer-se caldeirada de cabrito, em que a forma de preparar é semelhante à indicada para peixe.

No Brasil a Caldeirada é feita à base de Azeite de Dendê, Leite de Coco, Coentro, Salsinha ou Cheiro Verde, Pimenta, Tomate, Pimentão, Postas de Peixe tipo Namorado, Robalo ou Cação, e Frutos do Mar tipo: Mexilhão, Polvo, Lula acrescidos de Sal. A Caldeirada Brasileira é na verdade uma Moqueca acrescida de vários Frutos do Mar.

Escabeche

O Escabeche é um molho típico da Gastronomia do al-Andalus, preparado não só para dar mais sabor a um prato simples, como sardinhas ou carapaus fritos, mas também para conservar o alimento durante mais tempo, uma vez que o vinagre que leva serve como conservante; normalmente, um prato temperado com escabeche serve-se frio, por vezes, depois de guardado durante alguns dias na geleira, seja como prato principal ou como acepipe. Aparentemente, os romanos empregavam o vinagre para conservar carnes e peixes, segundo os escritos de Apício. Como se vê abaixo, o escabeche de carne não é muito diferente do de peixe mas, ao longo do tempo, passou a ser menos popular, pelo menos em Portugal e Espanha.

Segundo algumas fontes, o nome desta iguaria vem da palavra de origem árabe “sicbédj”, que significa literalmente “alimento com vinagre”. Também se refere que o “escabeche” pode estar na base do cebiche, uma preparação semelhante, mas com peixe ou marisco crus.

Aparentemente, os ingredientes básicos são a cebola, cortada em rodelas finas, o alho, o louro, o tomate e o azeite para cozinhar os outros ingredientes; o vinagre é adicionado no final, já com a frigideira fora do lume, para imediatamente ser deitado sobre o alimento que se pretende temperar.

Como é tradicional, os ingredientes variam com a pessoa que cozinha; numa receita típica da Estremadura (Portugal), não se usa tomate, mas usa-se um ramo de salsa para temperar o molho. Várias receitas brasileiras de escabeche de sardinha são para preparar numa panela de pressão, cozinhando durante cerca de uma hora, com tomate e, por vezes, pimentão e outros temperos.

Sobremesas

Pão de Ló de Ovar

O Pão de Ló de Ovar é um produto de pastelaria típico e tradicional da cidade de Ovar, sendo considerado o principal prato gastronómico desta localidade. Sendo amplamente reconhecido não só na Região de Aveiro, como a nível nacional e internacional, este doce garantiu a proteção internacional da sua denominação de origem, em 2016.

Designa-se por doçaria conventual os doces confeccionados nos conventos, caracterizados por serem, na sua maioria, compostos por grandes quantidades de açúcar e gemas de ovos. A origem da doçaria conventual em Portugal terá origem no século XV. Terá sido neste período que o açúcar entrou na tradição gastronómica dos conventos. O principal adoçante até esta altura era o mel, sendo o açúcar um ingrediente vulgar. Com a colonização da Ilha da Madeira, o açúcar recebe uma atenção especial, sendo cultivada a cana de açúcar.

A lista de doces conventuais é extensa e abrange todas as regiões de Portugal. Saliente-se, ainda, que a confecção de um determinado doce pode variar consoante a região, e o convento de origem. Alguns exemplos: pastel de Santa Clara, pastel de Belém, papo de anjo, leite-creme, barriga-de-freira, brisas do lis, fios de ovos, arroz-doce, toucinho do céu.