Turismo Covilhã

Covão da Ametade

O Covão da Ametade é um cenários paradisíaco carregado de sentimento bucólico e poético, um dos locais mais simbólicos e mais belos da Serra da Estrela. Está localizado no início do Vale Glaciário do Zêzere. Trata-se de uma depressão mal drenada situada num covão glaciar a jusante do covão cimeiro. Atualmente é no Covão da Ametade que o rio Zêzere toma corpo, na pequena planície com origem em sedimentos glaciários que anteriormente foi uma lagoa com a mesma origem. É uma zona bastante atrativa devido à vegetação envolvente maioritariamente composta por bétulas, planta esta que tem a particularidade de criar um ecossistema com uma grande biodiversidade. Apesar do local estar a uma quota perto dos 1500 metros de altitude, só não está acessível nos dias de inverno mais rigoroso em que as estradas não permitem passagem devido à queda de neve. Este local é procurado pelos desportistas de inverno e de montanha que optam por começar nesta zona as suas caminhadas e escaladas ao longo dos covões e formações rochosas que terminam junto ao Cântaro Magro.

O rio Zêzere começa a ganhar a sua forma no Covão d´Ametade, onde se passeia com sobeja vaidade, como que preparando-se para engrossar o caudal das suas águas cristalinas ao longo do vale Glaciar do Zêzere, para depois as depositar, com toda a sua força, no rio Tejo.


Covão dos Conchos

O Covão dos Conchos tornou-se famoso quando no início deste ano uma série de filmes gravados com um drone mostrava as águas da lagoa a precipitarem-se num gigantesco funil e a desaparecerem misteriosamente…

Ora o funil não é mais do que um túnel construído na década de ’50 e que leva as águas recolhidas da Ribeira das Naves e as encaminha para a Lagoa Comprida, bem mais abaixo.O túnel tem 48 m de coroamento e 1519 metros de comprimento.

Depois da “descoberta” do funil dos Conchos com a publicação de um vídeo apresentando imagens de grande beleza daquele buraco a sugar a água da lagoa, como se tratasse de algo novo e que não estivesse ali já há seis décadas. Como a curiosidade atrai multidões, o percurso que vai da Lagoa Comprida até à barragem é percorrido por muitas pessoas que pretendem ver de perto aquela que quase parece ser a nona maravilha do mundo.

E a verdade é que aquele local é bonito e merece bem a pena visitá-lo, mas não é o único. Toda a serra é maravilhosa e para apreciar toda a sua beleza nada como abandonar as estradas principais, deixar o conforto do automóvel e embrenhar-se serra adentro a pé pelos trilhos e caminhos existentes na serra. O acesso ao Covão dos Conchos faz-se a pé por uma estrada que parte da Lagoa Comprida e que alterna entre o razoável e o difícil, com muitas pedras soltas que atrapalham o caminhar. São cerca de 5 quilómetros, mas ar puro e motivos de interesse não faltam por ali…


Nave da Mestra

Sejam bem vindos indos à Nave da Mestra, um dos lugares mais bonitos e mágicos do planalto. Aos 1700 metros de altitude parecendo uma nave gigantesca, é daqueles lugares bem escondidos nas entranhas da Serra da Estrela,de campos verdes ladeados por blocos graníticos fraturados que, a sério, metem mesmo medo. Ao fundo, um pequeno riacho dá, contudo um ar bucólico a toda a cena.

Ao fundo vê-se bem a depressão do Vale Glaciar e sabemos que à direita, metido entre “cântaros” está o Covão da Ametade. A Nave da Mestra é também conhecida como Nave da Barca devido ao grande penedo que se por lá se pode observar e que tem a forma de um barco.

A Nave da Mestra serviu, desde idos tempos, como abrigo a pastores e seus rebanhos. Hoje, além dos pastores abriga também montanheiros que aqui se refrescam e retemperam força. Para chegar à nave, quem vem do lado de cima tem de atravessar uma fenda gigantesca que se abre de cima a baixo do penedo.

Na nave há uma construção que chama à atenção e que destoa nesta explosão de natureza. Reza a história que um Juiz, o Dr. Matos, construiu ali a sua casa de férias de Verão em 1910. A sua construção foi concretizada pela mão-de-obra vinda de Manteigas em cima de mulas por um caminho que ainda hoje existe, ajudada por macacos hidráulicos utilizados para levantar as gigantes pedras, incluindo aquela que faz de telhado à casa. A obra foi abandonada à sua sorte…

Há ainda uma curiosidade, diz-se que por estas bandas, neste lugar isolado, se reuniram muitos republicanos nas suas lutas contra o regime monárquico.