Liturgia das Horas

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OFÍCIO DIVINO

RENOVADO CONFORME O DECRETO

DO CONCÍLIO VATICANO II

E PROMULGADO PELO PAPA PAULO VI

Tradução para o BRASIL

da

segunda edição típica

LITURGIA DAS HORAS

SEGUNDO O RITO ROMANO

I

TEMPO DO ADVENTO

E

TEMPO DO NATAL

H. ÍNDICE GERAL

Decreto da Sagrada Congregação para o Culto Divino (11 de abril de 1971)

Decreto da Congregação para o Culto Divino (7 de abril de 1985)

Constituição Apostólica “Laudis canticum”

Instrução Geral sobre a Liturgia das Horas

Tabela dos Dias Litúrgicos

Tabela Temporária das Celebrações móveis

Calendário Romano Geral

Próprio do Tempo

Tempo do Advento, até 16 de dezembro

Tempo do Advento, após 16 de dezembro

Tempo do Natal, até a solenidade da Epifania

Tempo do Natal, a partir da solenidade da Epifania

Ordinário

Saltério

I Semana

II Semana

III Semana

IV Semana

Completas

Salmodia complementar

Próprio dos Santos

Novembro

Dezembro

Janeiro

Comuns

Comum da Dedicação de uma igreja

Comum de Nossa Senhora

Comum dos Apóstolos

Comum dos Mártires

Para vários mártires

Para um mártir

Comum dos Pastores

Comum dos Doutores da Igreja

Comum das Virgens

Comum dos Santos Homens

Comum das Santas Mulheres

Para Santos e Santas Religiosos

Para os Santos e as Santas que se dedicaram às obras de misericórdia

Para os Santos e Santas Educadores

Antífonas para o Benedictus e o Magnificat

Ofício dos Fiéis Defuntos

Apêndice

I. Cânticos e Evangelho para as Vigílias

Próprio do Tempo

Tempo do Advento

Tempo do Natal

Próprio dos Santos

Comuns

II. Fórmulas mais breves para as Preces nas Vésperas

III. Fórmulas facultativas introdutórias ao Pai-nosso

IV. Fórmulas de bênção para Laudes e Vésperas

V. Fórmulas do Ato penitencial nas Completas

VI. Hinos aprovados pela CNBB para a L. H.

A. Advento

B. Natal

C. Epifania

VII. Hinos em Latim

VIII. Preparação para a Missa

IX. Ação de graças depois da Missa

Índices

A. Índice alfabético das Celebrações

B. Índice dos Hinos

C. Índice dos Salmos

D. Índice dos Cânticos

E. Índice das Leituras bíblicas

I. Leituras longas

II. Leituras breves

F. Índice dos Textos da Segunda leitura

G. Índice de Siglas

I. Siglas dos Livros da Bíblia

II. Escritos dos Padres da Igreja

OFÍCIO DIVINO

RENOVADO CONFORME O DECRETO

DO CONCÍLIO VATICANO II

E PROMULGADO PELO PAPA PAULO VI

Tradução para o BRASIL

da

segunda edição típica

LITURGIA DAS HORAS

SEGUNDO O RITO ROMANO

II

TEMPO DA QUARESMA

TRÍDUO PASCAL

TEMPO DA PÁSCOA

ÍNDICE GERAL

Promulgação

Apresentação

Decreto de aprovação da tradução da Congregação do Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos (8 de julho de 1992)

Decreto da Sagrada Congregação para o Culto Divino (11 de abril de 1971)

Decreto da Congregação para o Culto Divino (7 de abril de 1985)

Tabela dos Dias Litúrgicos

Tabela Temporária das Celebrações Móveis

Calendário Romano Geral

Próprio do Tempo

Tempo da Quaresma I: Até o Sábado da 5ª Semana

Tempo da Quaresma II: Semana Santa

Tríduo Pascal da Paixão e Ressurreição do Senhor

Tempo Pascal I: Até a Ascensão do Senhor

Tempo Pascal II: Depois da Ascensão do Senhor

Ordinário

Saltério

I Semana

II Semana

III Semana

IV Semana

Completas

Salmodia complementar

Próprio dos Santos

Fevereiro

Março

Abril

Maio

Junho

Comuns

Comum da Dedicação de uma igreja

Comum de Nossa Senhora

Comum dos Apóstolos

Comum dos mártires:

Para vários mártires

Para um mártir

Comum dos Pastores

Comum dos Doutores da Igreja

Comum das Virgens

Comum dos Santos Homens

Comum das Santas Mulheres

Para Santos Religiosos e Santas Religiosas

Para os Santos e as Santas que se dedicaram às obras de caridade

Para os Santos e Santas educadores

Antífonas para o Benedictus e o Magnificat

Ofício dos Fiéis Defuntos

Apêndice

I. Cânticos e Evangelho para as Vigílias

Próprio do Tempo:

Tempo da Quaresma e Semana Santa

Tempo pascal

Próprio dos Santos

Comuns

II. Fórmulas mais breves para as preces nas Vésperas

III. Fórmulas facultativas introdutórias ao Pai-nosso

IV. Fórmulas de bênção para Laudes e Vésperas

V. Fórmulas do ato penitencial nas Completas

VI. Hinos aprovados pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil

A. Quaresma

B. Semana Santa

C. Páscoa

D. Ascensão

E. Pentecostes

VII. Hinos em latim

VIII. Preparação para a missa

IX. Ação de graças depois da missa

Índices

Índice alfabético das celebrações

Índice dos hinos

Índice dos salmos

Índice dos cânticos

Índice das leituras bíblicas

Índice dos textos da segunda leitura

Índice de siglas

Índice geral

OFÍCIO DIVINO

RENOVADO CONFORME O DECRETO

DO CONCÍLIO VATICANO II

E PROMULGADO PELO PAPA PAULO VI

Tradução para o BRASIL

da

segunda edição típica

LITURGIA DAS HORAS

SEGUNDO O RITO ROMANO

III

TEMPO COMUM

1ª – 17ª SEMANA

H. ÍNDICE GERAL

Decreto da Sagrada Congregação para o Culto Divino (11 de abril de 1971)

Decreto da Congregação para o Culto Divino (7 de abril de 1985)

Tabela dos Dias Litúrgicos

Tabela Temporária das Celebrações móveis

Calendário Romano Geral

Próprio do Tempo

Orações dominicais e cotidianas

1ª Semana do Tempo Comum

2ª Semana do Tempo Comum

3ª Semana do Tempo Comum

4ª Semana do Tempo Comum

5ª Semana do Tempo Comum

6ª Semana do Tempo Comum

7ª Semana do Tempo Comum

8ª Semana do Tempo Comum

9ª Semana do Tempo Comum

10ª Semana do Tempo Comum

11ª Semana do Tempo Comum

12ª Semana do Tempo Comum

13ª Semana do Tempo Comum

14ª Semana do Tempo Comum

15ª Semana do Tempo Comum

16ª Semana do Tempo Comum

17ª Semana do Tempo Comum

Solenidades do Senhor durante o Tempo Comum

Domingo depois de Pentecostes: Santíssima Trindade

Quinta-feira depois da Santíssima Trindade: Santíssimo Sacramento do Corpo e Sangue de Cristo

Sexta-feira após o 2º Domingo depois de Pentecostes: Sagrado Coração de Jesus

Ordinário

Saltério

I Semana

II Semana

III Semana

IV Semana

Completas

Salmodia complementar

Próprio dos Santos

Janeiro

Fevereiro

Março

Abril

Maio

Junho

Julho

Agosto

Comuns

Comum da Dedicação de uma igreja

Comum de Nossa Senhora

Comum dos Apóstolos

Comum dos Mártires

Para vários mártires

Para um(a) mártir

Comum dos Pastores

Comum dos Doutores da Igreja

Comum das Virgens

Comum dos Santos Homens

Comum das Santas Mulheres

Para Santos e Santas Religiosos

Para os Santos e as Santas que se dedicaram às obras de misericórdia

Para Santos e Santas educadores

Antífonas para o Benedictus e o Magnificat

Ofício dos Fiéis Defuntos

Apêndice

I. Cânticos e Evangelhos para as Vigílias

Próprio do Tempo

Tempo Comum

Solenidades do Senhor

Próprio dos Santos

Comuns

II. Fórmulas mais breves para as Preces nas Vésperas

III. Fórmulas facultativas introdutórias ao Pai-nosso

IV. Fórmulas de bênção para Laudes e Vésperas

V. Fórmulas do Ato penitencial nas Completas

VI. Hinos aprovados pela CNBB para a L. H.

A. Santíssima Trindade

B. Santíssimo Sacramento

C. Sagrado Coração de Jesus

D. Tempo Comum

E. Comum da dedicação de uma igreja

F. Festas de Nossa Senhora

G. Festas de São José (Operário)

H. Comum dos mártires

VII. Hinos em Latim

VIII. Preparação para a Missa

IX. Ação de graças depois da Missa

Índices

A. Índice alfabético das Celebrações

B. Índice dos Hinos

C. Índice dos Salmos

D. Índice dos Cânticos

E. Índice das Leituras bíblicas

I. Leituras longas

II. Leituras breves

F. Índice dos Textos da Segunda leitura

G. Índice de Siglas

I. Siglas dos Livros da Bíblia

II. Escritos dos Padres da Igreja

H. Índice Geral

OFÍCIO DIVINO

RENOVADO CONFORME O DECRETO

DO CONCÍLIO VATICANO II

E PROMULGADO PELO PAPA PAULO VI

Tradução para o BRASIL

da

segunda edição típica

LITURGIA DAS HORAS

SEGUNDO O RITO ROMANO

IV

TEMPO COMUM

18ª – 34ª SEMANA

H. ÍNDICE GERAL

Decreto da Sagrada Congregação para o Culto Divino (11 de abril de 1971)

Decreto da Congregação para o Culto Divino (7 de abril de 1985)

Tabela dos Dias Litúrgicos

Tabela Temporária das Celebrações móveis

Calendário Romano Geral

Próprio do Tempo

Orações dominicais e cotidianas

18ª Semana do Tempo Comum

19ª Semana do Tempo Comum

20ª Semana do Tempo Comum

21ª Semana do Tempo Comum

22ª Semana do Tempo Comum

23ª Semana do Tempo Comum

24ª Semana do Tempo Comum

25ª Semana do Tempo Comum

26ª Semana do Tempo Comum

27ª Semana do Tempo Comum

28ª Semana do Tempo Comum

29ª Semana do Tempo Comum

30ª Semana do Tempo Comum

31ª Semana do Tempo Comum

32ª Semana do Tempo Comum

33ª Semana do Tempo Comum

34ª Semana do Tempo Comum

Solenidades do Senhor durante o Tempo Comum

34º Domingo do Tempo Comum: Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo

Ordinário

Saltério

I Semana

II Semana

III Semana

IV Semana

Completas

Salmodia complementar

Próprio dos Santos

Agosto

Setembro

Outubro

Novembro

Comuns

Comum da Dedicação de uma igreja

Comum de Nossa Senhora

Comum dos Apóstolos

Comum dos Mártires

Para vários mártires

Para um(a) mártir

Comum dos Pastores

Comum dos Doutores da Igreja

Comum das Virgens

Comum dos Santos Homens

Comum das Santas Mulheres

Para Santos e Santas Religiosos

Para os Santos e as Santas que se dedicaram às obras de misericórdia

Para Santos e Santas educadores

Antífonas para o Benedictus e o Magnificat

Ofício dos Fiéis Defuntos

Apêndice

I. Cânticos e Evangelhos para as Vigílias

Próprio do Tempo

Tempo Comum

Próprio dos Santos

Comuns

II. Fórmulas mais breves para as Preces nas Vésperas

III. Fórmulas facultativas introdutórias ao Pai-nosso

IV. Fórmulas de bênção para Laudes e Vésperas

V. Fórmulas do Ato penitencial nas Completas

VI. Hinos aprovados pela CNBB para a L. H.

A. Cristo Rei

B. Finados

C. Tempo Comum

D. Comum da dedicação de uma igreja

E. Nossa Senhora da Glória

F. Nossa Senhora Aparecida

G. Imaculada Conceição

VII. Hinos em Latim

VIII. Preparação para a Missa

IX. Ação de graças depois da Missa

Índices

A. Índice alfabético das Celebrações

B. Índice dos Hinos

C. Índice dos Salmos

D. Índice dos Cânticos

E. Índice das Leituras bíblicas

I. Leituras longas

II. Leituras breves

F. Índice dos Textos da Segunda leitura

G. Índice de Siglas

I. Siglas dos Livros da Bíblia

II. Escritos dos Padres da Igreja

H. Índice Geral

APROVAÇÃO

O texto da Liturgia das Horas, apresentado por Editora Vozes, Paulinas, Paulus e Editora Ave-Maria, concorda com os originais aprovados pela Comissão Episcopal de Textos Litúrgicos (CETEL) e confirmados pela Congregação do Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos.

Rio de Janeiro, 19 de março de 1993.

Frei Alberto Beckhäuser, OFM

Coordenador de Traduções e Edições

de Textos Litúrgicos da CNBB

PROMULGAÇÃO

Na qualidade de Presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, tendo em vista a nova versão brasileira da Liturgia das Horas, aprovada pela Comissão Episcopal de Textos Litúrgicos (CETEL) e confirmada pela Congregação do Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos mediante o Protocolo nº CD 1223/92, levamos ao conhecimento de todos e promulgamos os referidos atos para que produzam todos os seus efeitos a partir do dia 16 de abril de 1995, Páscoa do Senhor.

Brasília, Páscoa do Senhor, 11 de abril de 1993.

Luciano Pedro Mendes de Almeida, SJ

Presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil

APRESENTAÇÃO

A Liturgia das Horas, fruto da reforma e da renovação litúrgica do Concílio Vaticano II, nos é apresentada em quatro volumes, segundo a sua edição típica, de modo mais perfeito e manuseável.

A riquíssima Introdução Geral, que é um verdadeiro tratado de oração, torna dispensável ressaltar o valor desta coleção de quatro volumes. É o “livro da oração pública e comum do povo de Deus”, da qual o clero tem especial responsabilidade na sua celebração.

Aqui encontrarão os salmos, os cânticos, sublinhados pelas antífonas, as leituras breves da Palavra de Deus, os responsórios e versículos. Os mais belos hinos da tradição da Igreja, mais ainda, e, sobretudo, as leituras bíblicas e patrísticas, sendo que estas são um verdadeiro tesouro de espiritualidade. Bem usada, a Liturgia das Horas dispensa livros de meditação e pode nutrir substancialmente a vida espiritual e ação apostólica de quem dela faz uso.

A presente edição da Liturgia das Horas requer uso inteligente e criativo. Para isso muito ajudará o canto, combinado com momentos de silêncio e a diversificada recitação dos salmos.

Longo foi o percurso para se chegar à tradução deste livro. Primeiro, foi aprovada em Roma a tradução dos Salmos, e só há pouco tempo, a dos textos bíblicos e patrísticos. A Assembleia dos Bispos vacilou muito tempo, entre o “tu” e o “vós”, como tratamento dado a Deus, e, posteriormente, sobre o uso da terceira pessoa. Tudo isto causou muitas delongas.

O texto latino, base para a tradução das leituras, foi, por determinação da Sé Apostólica, o da Neovulgata.

Como tudo neste mundo, a obra não é perfeita, nem poderia ser. Vão surgir críticas fundamentadas ou não. Não se desconheça o trabalho heroico e anônimo de cerca de dez colaboradores, assessores ou não da Linha 4, que passaram muitas horas a fio debruçados sobre esta tarefa, inclusive sacrificando horas de sono.

Só podemos desejar que esta Oração oficial da Igreja seja usada e valorizada pelo povo de Deus.

Páscoa de 1993.

D. Clemente José Carlos Isnard

Presidente da Comissão Episcopal de Liturgia

CONGREGAÇÃO DO CULTO DIVINO

E DISCIPLINA DOS SACRAMENTOS

Prot. n. CD 1223/92

PARA AS DIOCESES DO BRASIL

Por solicitação do Exmo. Sr. Dom Clemente José Carlos Isnard, OSB, Bispo de Nova Friburgo, Presidente da Comissão Episcopal Brasileira de Liturgia, feita em requerimento datado de 23 de junho de 1992, em virtude das faculdades concedidas a esta Congregação pelo Sumo Pontífice JOÃO PAULO II, de bom grado confirmamos a tradução portuguesa da Liturgia das Horas conforme consta em exemplar a nós enviado.

No texto a ser impresso, inclua-se integralmente este Decreto pelo qual se concede a confirmação pedida à Sé Apostólica.

Além disso, sejam enviados a esta Congregação dois exemplares do texto impresso.

Revogam-se as disposições em contrário.

Dado na Sede da Congregação do Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos, a 8 de julho de 1992.

ANTÔNIO M. Card. JAVIERRE

Prefeito

† Geraldo M. Agnelo

Arcebispo Secretário

SAGRADA CONGREGAÇÃO

PARA O CULTO DIVINO

Prot. n. 1000/71

DECRETO

A Igreja celebra a Liturgia das Horas no decorrer do dia, conforme antiga tradição. Assim, ela cumpre o mandato do Senhor de orar sem cessar e, ao mesmo tempo, canta os louvores a Deus Pai e interpela pela salvação do mundo.

Por isso, o Concílio Vaticano II valorizou o costume que a Igreja conservava. No desejo de renová-lo, ela procurou rever esta oração, a fim de que os padres e os outros membros da Igreja pudessem rezá-la melhor e mais perfeitamente, nas condições da vida de hoje (cf. Constituição sobre a Sagrada Liturgia Sacrosanctum Concilium, n. 84).

O trabalho de renovação está agora terminado e foi aprovado pelo Papa Paulo VI através da Constituição Apostólica Laudis Canticum de 1º de novembro de 1970. Esta Congregação para o Culto Divino elaborou, em latim, o livro para a celebração da Liturgia das Horas, conforme o rito romano, agora o publica e o declara edição típica.

Revogam-se as disposições em contrário.

Da sede da Sagrada Congregação para o Culto Divino, no Domingo da Páscoa da Ressurreição do Senhor, 11 de abril de 1971.

ARTURUS Card. TABERA

Prefeito

A. BUGNINI

Secretário

CONGREGAÇÃO PARA O CULTO DIVINO

Prot. n. 1814/84

DECRETO

A Liturgia das Horas, restaurada no ano de 1971 em conformidade com o decreto do Sacrossanto Concílio Vaticano II, é a oração da Igreja, pela qual são santificados, por cânticos de louvor, ações de graças e orações, tanto o curso completo das horas do dia, como a totalidade das atividades humanas (cf. Instrução geral da Liturgia das Horas, n. 2 e 11). Esta forma de oração requer que suas riquezas espirituais sejam mais profundamente penetradas por uma compreensão interior dos textos utilizados tradicionalmente na oração comunitária da Igreja de Rito Romano.

Para melhor alcançar tal finalidade, uma segunda edição da Liturgia das Horas, que sai catorze anos depois da primeira, apresenta como característica própria o texto da edição da “Nova Vulgata Bibliorum Sacrorum”, a qual, em virtude de norma prescrita pela Constituição Apostólica Scripturarum Thesaurus do Papa João Paulo II, do dia 25 de abril de 1979, substitui obrigatoriamente o texto da versão Vulgata até então utilizada.

As particularidades próprias à presente edição serão expressamente descritas a seguir:

1) A tradução da Nova Vulgata foi usada nas leituras bíblicas do Ofício das Leituras, ou seja, das Vigílias, e também nas leituras breves de Laudes, Vésperas, nas Orações das Nove, das Doze e das Quinze Horas e Completas, assim como em todos os Cânticos do Antigo e do Novo Testamento.

2) Alguns textos bíblicos existentes na primeira edição não se encontram na tradução da Nova Vulgata, ou nela se revestem de um novo significado de modo a não mais corresponderem ao fim para o qual foram outrora escolhidos. Esses textos não são mais apresentados, mas em seu lugar foram escolhidos outros mais apropriados.

3) O texto dos Salmos, mais uma vez revisto na edição da Nova Vulgata, é reproduzido na mesma forma nesta Liturgia das Horas.

4) Os Responsórios do Ofício das Leituras foram revistos tendo em conta o texto da Nova Vulgata, a não ser que por acaso razões peculiares de composição, tradição, melodia musical ou rubricas litúrgicas excluam mudanças do texto.

5) Foram reintroduzidas, nos Domingos e Solenidades, novas antífonas para o Benedictus e o Magnificat em conformidade com o texto dos Evangelhos de onde foram extraídas.

6) A redação dos hinos mereceu muito cuidado e polimento.

7) Tanto as leituras bíblicas mais longas como os Salmos e os Cânticos do Antigo e do Novo Testamento trazem, em cada versículo, a numeração bíblica comum.

8) Na presente edição, os salmos vêm designados por dois números. O primeiro é o que sempre usaram tanto a tradução grega, denominada Septuaginta, como a antiga Vulgata, e também os Santos Padres e a Liturgia. Em segundo lugar, colocado entre parênteses, vem o número próprio ao texto hebraico e que muitas vezes é usado, em nossos dias, nas edições dos textos e trabalhos bíblicos.

9) Em apêndice foram acrescentados outros textos, como sejam fórmulas de bênçãos solenes e de atos penitenciais, tirados do Missal Romano.

As notas acima indicadas e algumas pequenas mudanças que foram introduzidas tiveram ainda por finalidade favorecer àquela delicada e proveitosa compreensão das ligações existentes entre a celebração da Liturgia das Horas e a da Sagrada Eucaristia, e também entre ambas e o ano litúrgico, o qual “encerra força peculiar e eficácia sacramental. Através dele, o próprio Cristo, quer nos seus ministros quer na memória dos Santos, e principalmente nas de sua Mãe, continua a sua via de imensa misericórdia, de tal modo que os fiéis de Cristo, não só comemoram e meditam os mistérios da Redenção, mas entram mesmo em contato com eles, comungam neles e por eles vivem” (Cerimonial dos Bispos, n. 231).

O Sumo Pontífice João Paulo II aprovou com sua Autoridade Apostólica esta segunda edição da Liturgia das Horas, e a Congregação do Culto Divino agora a promulga, bem como declara ser ela a edição típica. Por conseguinte, esta mesma edição, feita em latim, entra em vigor logo ao sair. Quanto às edições em língua vernácula, feitas sobre esta segunda edição, passarão a vigorar no dia determinado pelas respectivas Conferências Episcopais.

Nada havendo em contrário.

Dado na sede da Congregação do Culto Divino, no dia 7 de abril de 1985, Domingo da Páscoa na Ressurreição do Senhor.

† Agostinho Mayer, OSB

Arcebispo titular de Satriano

pró-prefeito

† Vergílio Noè

Arcebispo titular de Voncaria

secretário

CONSTITUIÇÃO APOSTÓLICA

PELA QUAL SE PROMULGA O OFÍCIO DIVINO

RENOVADO POR MANDATO DO

CONCÍLIO ECUMÊNICO VATICANO II

PAULO, BISPO

SERVO DOS SERVOS DE DEUS

PARA PERPÉTUA MEMÓRIA

O CÂNTICO DE LOUVOR, que ressoa eternamente nas moradas celestes, e que Jesus Cristo, Sumo Sacerdote, introduziu nesta terra de exílio, foi sempre repetido pela Igreja, durante tantos séculos, constante e fielmente, na maravilhosa variedade de suas formas.

A Liturgia das Horas desenvolveu-se pouco a pouco, até se tornar oração da Igreja local, onde veio a ser, em tempos e lugares estabelecidos, sob a presidência do sacerdote, como que complemento necessário a todo o culto divino, que se encerra no Sacrifício eucarístico e que devia ter repercussão e estender-se a todas as horas da vida humana.

Tendo sido aumentado gradualmente, no correr dos tempos, o livro do Ofício divino tornou-se instrumento adequado para ação sagrada a que se destina. Todavia, nas várias épocas foram introduzidas modificações notáveis no modo de celebrar as Horas, contando-se entre essas modificações a celebração individual. Por isso, não é de admirar que o próprio livro, denominado Breviário, se tenha adaptado às várias formas, que exigiam muitas vezes composição diversa.

O Concílio de Trento, por falta de tempo, não conseguiu concluir a reforma do Breviário, e confiou este encargo à Sé Apostólica. Promulgado pelo nosso predecessor São Pio V em 1568, o Breviário Romano, segundo o ardente desejo comum, apresentou, sobretudo na Igreja latina, a uniformidade da oração canônica que naquele tempo estava em decadência.

Nos séculos posteriores, várias inovações foram feitas pelos Sumos Pontífices Sixto V, Clemente VIII, Urbano VIII, Clemente XI e outros.

Em 1911, São Pio X mandou publicar o novo Breviário preparado por sua decisão. Restabelecido o antigo uso de recitar os 150 salmos no curso de cada semana, renovou-se inteiramente a disposição do Saltério, foram canceladas todas as repetições e houve possibilidade de fazer com que o Saltério e o ciclo das leituras bíblicas concordassem com os Ofícios dos Santos. Além disso, o Oficio do domingo cresceu em importância e foi mais valorizado, para que se pudesse antepor, na maioria das vezes, às festas dos Santos.

Todo o trabalho da reforma litúrgica foi recomeçado por Pio XII, que aprovou, para recitação tanto particular como pública, o uso de uma nova versão do Saltério, preparada pelo Pontifício Instituto Bíblico. Tendo-se constituído em 1947 uma Comissão Especial, Pio XII encarregou-a de estudara questão do Breviário. Sobre o mesmo assunto, a partir de 1955, foram consultados os Bispos de todo o mundo. Começou-se a gozar dos frutos desse trabalho solícito, com o Decreto sobre a simplificação das rubricas, de 23 de março de 1955, e com as Normas sobre o Breviário, que João XXIII publicou no Código das Rubricas em 1960.

Contudo, embora tendo realizado só em parte a reforma litúrgica, o mesmo Sumo Pontífice João XXIII compreendia que os grandes princípios, apresentados como fundamento da Liturgia, precisavam de estudo mais aprofundado. E confiou esse trabalho ao Concílio Ecumênico Vaticano II, que nessa ocasião ele já havia convocado.

O Concílio tratou da Liturgia em geral e da Oração das Horas em particular, de maneira ampla e precisa, válida sobre o ponto de vista espiritual; e o fez de tal maneira que nada igual se encontra em toda a história da Igreja. Durante o mesmo Concílio Vaticano, tivemos a preocupação de pôr em prática os decretos da Constituição sobre a Sagrada Liturgia, imediatamente após a sua promulgação.

Por este motivo, no “Conselho para a Execução da Constituição sobre a Sagrada Liturgia”, por nós instituído, formou-se um grupo especial, que trabalhou durante sete anos, com grande diligência e empenho, na preparação do novo livro para a Liturgia das Horas. O Conselho serviu-se para isso da contribuição de estudiosos e peritos em matéria litúrgica, teológica, espiritual e pastoral.

Depois de consultados o Episcopado universal e numerosos pastores de almas, religiosos e leigos, o referido Concílio, como também o Sínodo dos Bispos reunido em 1967, aprovaram os princípios e a estrutura da obra toda, e de cada uma de suas partes.

Portanto, convém expor em pormenores o que se refere à nova orientação da Liturgia das Horas e suas motivações.

1. Como pediu a Constituição Sacrosanctum Concilium, foram levadas em consideração as condições em que se encontram atualmente os sacerdotes dedicados ao apostolado.

Sendo oração de todo o Povo de Deus, o Ofício foi disposto e preparado de tal maneira que nele possam tomar parte, não apenas os clérigos, mas também os religiosos e até os leigos. Introduzindo várias formas de celebração, o que se quis foi dar resposta às exigências específicas das pessoas de ordem e grau diferentes. A oração pode adaptar-se às diversas comunidades que celebram a Liturgia das Horas, segundo a sua condição e vocação.

2. A Liturgia das Horas é uma santificação do dia. Por isso, renovou-se a ordem da oração, de tal modo que as Horas canônicas possam mais facilmente adaptar-se às várias horas do dia, considerando as condições em que transcorre a vida humana em nosso tempo.

Foi por esse motivo suprimida a Hora Prima.

Deu-se maior importância às Laudes e às Vésperas, partes principais de todo o Oficio. Tais Horas apresentam-se de fato como verdadeiras orações da manhã e da tarde.

O Ofício das leituras, embora conservando sua característica de oração noturna para quem celebra as vigílias, pode adaptar-se a quem reza de dia.

Quanto às demais Horas – Oração das Nove, Oração das Doze e Oração das Quinze Horas, englobadas as três sob o título geral de Hora Média – aqueles que escolhem uma só delas possam adaptá-la ao momento do dia em que a celebram, e não deixem nenhuma parte do saltério, que é todo distribuído pelas diversas semanas.

3. Para que na celebração do Ofício a mente concorde mais facilmente com a voz, e a Liturgia das Horas “seja verdadeira fonte de piedade e alimento para a oração pessoal” [1 : Conc. Vat. II, Const. de sacra Liturgia, Sacrosanctum Concilium, n. 90: A.A.S. 56 (1964) p. 122.], no novo livro das Horas reduziu-se levemente a parte da oração estabelecida para cada dia, ao passo que aumentou consideravelmente a variedade dos textos, e vários subsídios são propostos para a meditação sobre os salmos. São títulos, antífonas, orações sálmicas, momentos de silêncio: tudo isso deve introduzir-se segundo a oportunidade.

4. De acordo com as normas dadas pelo Concílio [2 : Conc. Vat. II, Const. de sacra Liturgia, Sacrosanctum Concilium, n. 91: A.A.S. 56 (1964) p. 122-123.], uma vez abolido o ciclo semanal, o Saltério se distribui em quatro semanas, segundo a nova versão latina preparada pela Comissão para a Neovulgata da Bíblia, por Nós instituída. Nesta renovada distribuição do Saltério, poucos salmos se omitiram e alguns versículos de significado mais difícil, tendo presente dificuldades que se possam encontrar, sobretudo na celebração da língua vernácula. Para aumentar-lhe a riqueza espiritual, acrescentaram-se às Laudes outros cânticos, tirados de livros do Antigo Testamento, enquanto alguns cânticos do Novo Testamento, como pérolas preciosas, se introduziram nas Vésperas.

5. Nas novas perícopes das leituras tiradas da Sagrada Escritura, torna-se mais copioso o tesouro da palavra de Deus. Foram dispostas de tal maneira que correspondam à ordem das leituras na Missa. No seu conjunto, os textos apresentam certa unidade temática e foram escolhidos de modo a reproduzirem, no decurso do ano, os momentos culminantes da História da Salvação.

6. Disposta segundo os decretos do Concílio Ecumênico, a leitura cotidiana das obras dos Santos Padres e Escritores eclesiásticos apresenta os melhores escritos de autores cristãos, em particular dos padres da Igreja. Todavia, para oferecer em medida mais copiosa as riquezas espirituais desses escritores, outro Lecionário facultativo será preparado, para que dele se possam colher frutos mais generosos.

7. Retirou-se dos textos do livro da Liturgia das Horas tudo o que não corresponde à verdade histórica. Também as leituras, especialmente as leituras hagiográficas, foram revisadas, de maneira a exporem e colocarem na devida luz a fisionomia espiritual e o papel desempenhado pelo Santo na vida da Igreja.

8. Nas Laudes foram acrescentadas as Preces, com as quais se quer consagrar o dia, e se fazem as invocações para o início do trabalho cotidiano. Nas Vésperas se faz uma breve oração de súplica, estruturada como a oração universal.

No final dessas Preces, introduziu-se a Oração do Senhor. Assim, considerando que é recitada também na Missa, se restabelece, em nosso tempo, o uso da Igreja antiga de rezar essa oração três vezes ao dia.

Renovada, portanto, e restaurada completamente a oração da santa Igreja, conforme sua antiquíssima tradição, e considerando as necessidades do nosso tempo, é muito desejável que ela penetre profundamente a oração cristã toda, se torne expressão desta e alimente com eficácia a vida espiritual do Povo de Deus.

Por isso, muito confiamos em que se desperte a consciência dessa oração, a ser feita “sem interrupção” [3 : Cf. Lc 18,1; 21,36; 1Ts 5,17; Ef 6,18.] e por nosso Senhor Jesus Cristo, recomendada à sua Igreja. É de fato para apoiá-la continuamente e ajudá-la, que se destina o livro da Liturgia das Horas, repartido pelos devidos tempos. A celebração mesma, particularmente quando por esse motivo a comunidade se reúne, manifesta a verdadeira natureza da Igreja orante, da qual se revela como sinal maravilhoso.

Antes de tudo, a oração cristã é oração da família humana inteira, que Cristo associa a Si [4 : Cf. Conc. Vat. II, Const. de sacra Liturgia, Sacrosanctum Concilium, n. 83: A.A.S. 56 (1964) p. 121.]. Celebrando essa oração, cada um é participante, mas ela é própria do Corpo todo. Por isso, funde-se a voz da esposa dileta de Cristo com os desejos e votos de todo o povo cristão, com as súplicas e petições em prol das necessidades da toda a humanidade.

Essa oração recebe sua unidade do Coração de Cristo. O nosso Redentor quis, de fato, “que a vida iniciada no seu Corpo mortal com suas orações e seu sacrifício continuasse durante os séculos no seu Corpo Místico, que é a Igreja” [5 : Pio XII, Encíclica Mediator Dei, 20 de nov. de 1947, n. 2: A.A.S. 39 (1947) p. 522.]. Por esse motivo, a oração da Igreja é “oração que Cristo, unido ao seu Corpo, eleva ao Pai” [6 : Conc. Vat. II, Const. de sacra Liturgia, Sacrosanctum Concilium, n. 84: A.A.S. 56 (1964) p. 121.]. É necessário, pois, que, ao celebrarmos o Ofício divino, reconheçamos o eco de nossas vozes na voz de Cristo, e a sua em nós [7 : Cf. S. Agostinho, Enarrationes in ps. 85, n. 1.].

Além disso, para que brilhe mais claramente essa característica do nosso modo de rezar, é preciso que refloresça em todos “aquele suave e vivo amor à Sagrada Escritura” [8 : Conc. Vat. II, Const. de sacra Liturgia, Sacrosanctum Concilium, n. 24: A.A.S. 56 (1964) p. 106-107.], que emana da Liturgia das Horas, e assim a Sagrada Escritura se torne realmente a fonte principal de toda a oração cristã. Sobretudo a oração dos salmos, que acompanha e proclama a ação de Deus na História da Salvação, deve ser conhecida pelo Povo de Deus com renovado amor. Isso acontecerá mais facilmente, se com maior cuidado se promover junto ao clero compreensão mais profunda dos salmos, conforme o sentido expresso pela Sagrada Liturgia, e fazendo com que todos os fiéis participem dessa compreensão mediante oportuna catequese. A leitura mais ampla da Sagrada Escritura, não apenas na Missa, mas também na nova Liturgia das Horas, há de fazer com que a História da Salvação seja ininterruptamente comemorada, e sua continuação na vida dos homens seja eficazmente anunciada.

Dado que a vida de Cristo no seu Corpo Místico aperfeiçoa e eleva também a vida própria e individual de cada fiel, rejeite-se qualquer oposição entre oração da Igreja e oração individual, devendo-se mesmo reforçar e incrementar as recíprocas relações entre ambas. A oração mental encontra alimento contínuo nas leituras, salmos e outras partes da Liturgia das Horas. A recitação mesma do Ofício deve adaptar-se, quanto possível, às necessidades de uma oração viva e pessoal, pelo fato já previsto na Instrução Geral de que se devem escolher os tempos, modos e formas de celebração, que melhor correspondam às situações espirituais de quem reza. Quando a oração do Ofício se torna verdadeira oração pessoal, então se manifestam melhor os laços que unem Liturgia e vida cristã. Durante cada uma das horas do dia e da noite, a vida inteira dos fiéis constitui uma leitourgia (liturgia) mediante a qual eles se oferecem para o serviço de amor a Deus e aos homens, aderindo à ação de Cristo, que, com sua vida entre nós e a oferta de si próprio, santificou a vida de todos os seres humanos.

A Liturgia das Horas exprime com clareza e confirma com eficácia essa verdade suprema inerente à vida cristã.

Por isso, as orações das Horas são apresentadas a todos os fiéis, também aos que por lei não são obrigados a recitá-las.

Aqueles que receberam da Igreja o mandato de celebrar a Liturgia das Horas cumpram seu dever todos os dias rigorosamente, com a recitação integral, fazendo-a coincidir, na medida do possível, com o verdadeiro momento de cada uma das Horas. Além disso, deem a devida importância, acima de tudo, às Laudes e Vésperas.

Aqueles que, tendo recebido a sagrada ordenação, são destinados a ser, de modo especial, o sinal de Cristo Sacerdote, e aqueles que pelos votos da profissão religiosa se consagraram de maneira especial ao serviço de Deus e da Igreja, ao celebrarem o Ofício divino, não se sintam impelidos unicamente por uma lei a cumprir, mas antes pela reconhecida importância intrínseca da oração e pela sua utilidade pastoral e ascética. É muito desejável que a oração pública da Igreja brote de ampla renovação espiritual e da comprovada necessidade intrínseca de todo o corpo da Igreja. Esta, à semelhança do seu Chefe, só pode apresentar-se como Igreja orante.

Portanto, através do novo livro da Liturgia das Horas, que agora estabelecemos, aprovamos e promulgamos com nossa Autoridade Apostólica, ressoe ainda mais esplêndido e belo o louvor divino na Igreja do nosso tempo. Unindo-se ao que os Santos e Anjos cantam nas moradas celestes, e crescendo em perfeição no decorrer dos dias deste exílio terreno, aproxime-se cada vez mais daquele louvor pleno, eternamente tributado “Àquele que está sentado no trono e ao Cordeiro” [9 : Cf. Ap 5,13.].

Estabelecemos, portanto, que este novo livro da Liturgia das Horas possa imediatamente ser usado após a sua publicação. Será competência das Conferências Episcopais mandar que se preparem suas edições em línguas nacionais, e, após aprovação ou confirmação da Santa Sé, que se estabeleça o dia em que as versões podem ou devem entrar em uso, quer por inteiro, quer apenas em parte. A começar do dia em que deverão entrar em uso as traduções para as celebrações em língua vernácula, quem continuar usando a língua latina deverá também servir-se unicamente do texto renovado da Liturgia das Horas.

Devido à idade avançada ou por outros motivos particulares, se o uso do novo Ordo provocasse para alguém graves dificuldades, consente-se, com autorização do respectivo Ordinário e apenas na recitação individual, conservar completo ou em parte o uso do Breviário Romano precedente.

Tudo o que decretamos e prescrevemos, queremos que tenha eficácia estável, agora e no futuro, não obstante as Constituições e Determinações apostólicas promulgadas por Nossos Predecessores, se contrárias, além de outros decretos, embora dignos de particular menção.

Dado em Roma, junto de São Pedro, a primeiro de novembro, solenidade de Todos os Santos, do ano de 1970, oitavo do Nosso Pontificado.

PAPA PAULO VI

INSTRUÇÃO GERAL SOBRE A

LITURGIA DAS HORAS

CAPÍTULO I

IMPORTÂNCIA DA LITURGIA DAS HORAS OU

O OFÍCIO DIVINO NA VIDA DA IGREJA

1. A oração pública e comum do povo de Deus é considerada com razão entre as principais funções da Igreja. Nos primórdios, já os batizados “eram perseverantes em ouvir o ensinamento dos apóstolos, na comunhão fraterna, na fração do pão e nas orações” (At 2,42). Várias vezes atestam os Atos dos Apóstolos que a comunidade cristã orava em comum [1 : Cf. At 1,14; 4,24; 12,5.12; cf. Ef 5,19-21.].

Os documentos da Igreja primitiva Igreja testemunham também que os fiéis, cada um em particular, se entregavam à oração em determinadas horas. Assim, muito cedo prevaleceu, em diversas regiões, o costume de reservar para a prece comum tempos fixos, como a última hora do dia, ao anoitecer, quando se acendiam as luzes, ou a primeira, quando, saindo o sol, a noite finda.

Com o decorrer do tempo, chegaram a santificar com uma prece comum também as demais horas, que os Padres viam insinuadas nos Atos dos Apóstolos. Aí, de fato, aparecem os discípulos reunidos às nove horas [2 : Cf. At 2,1-15.]. O príncipe dos Apóstolos “subiu ao terraço para orar pelas doze horas” (10,9). “Pedro e João subiam ao templo à hora da oração, às quinze horas” (3,1). “Por volta de meia-noite, Paulo e Silas, em oração, louvavam a Deus” (16,25).

2. Essas orações, celebradas em comum, foram pouco a pouco aperfeiçoadas e organizadas como o ciclo completo das Horas. Enriquecida com leituras, essa Liturgia das Horas ou Ofício Divino, é antes de tudo oração de louvor e petição, e é oração da Igreja com Cristo e a Cristo.

I. A ORAÇÃO DE CRISTO

Cristo, orante do Pai

3. Vindo ao mundo para comunicar a vida de Deus aos seres humanos, o Verbo que procede do Pai, como esplendor de sua glória, “Sumo Sacerdote da Nova e Eterna Aliança, Cristo Jesus, ao assumir a natureza humana, trouxe para este exílio terreno aquele hino que é cantado por todo o sempre nas habitações celestes” [3 : Constituição do Vaticano II sobre a Liturgia, Sacrosanctum Concilium, n. 83.]. A partir daí, o louvor a Deus ressoa no coração de Cristo com palavras humanas de adoração, propiciação e intercessão. Tudo isso, ele dirige ao Pai, como Cabeça que é da humanidade renovada e Mediador entre Deus e os homens, em nome de todos e para o bem de todos.

4. O próprio Filho de Deus, porém, “é um com o Pai” (cf. Jo 10,30) e ao entrar no mundo disse: “Eu vim para fazer a tua vontade” (Hb 10,9; cf. Jo 6,38). Ele se dignou deixar-nos também exemplos de oração. Os evangelhos muitas vezes o apresentam orando: quando o Pai revela sua missão [4 : Lc 3,21-22.], antes de chamar os apóstolos [5 : Lc 6,12.], ao bendizer a Deus na multiplicação dos pães [6 : Mt 14,19; 15,36; Mc 6,41; 8,7; Lc 9,16; Jo 6,11.], ao se transfigurar no monte [7 : Lc 9,28-29.], quando cura o surdo-mudo [8 : Mc 7,34.] e ressuscita Lázaro [9 : Jo 11,41s.], antes de solicitar a confissão de Pedro [10 : Lc 9,18.], antes de ensinar aos discípulos como devem orar [11 : Lc 11,1.], quando os discípulos voltam da missão [12 : Mt 11,25s; Lc 10,21s.], ao abençoar as crianças [13 : Mt 19,13.], e quando roga por Pedro [14 : Lc 22,32.].

Sua atividade cotidiana está muito ligada à oração. Mais ainda, como que brotava dela, retirando-se ao deserto e ao monte para orar [15 : Mc 1,35; 6,46; Lc 5,16; cf. Mt 4,1 par.; Mt 14,23.], levantando-se muito cedo [16 : Mc 1,35.] ou permanecendo até a quarta vigília [17 : Mt 14,23.25; Mc 6,46.48.] e passando a noite em oração a Deus [18 : Lc 6,12.].

Além disso, fundadamente se supõe que ele mesmo tenha tomado parte nas preces que publicamente se faziam nas sinagogas, aonde entrou em dia de sábado, “segundo seu costume” [19 : Lc 4,16.], e nas preces do templo, que ele chamou casa de oração [20 : Mt 21,13 par.]. Não só, mas também nas preces que os israelitas piedosos costumavam fazer individualmente todos os dias. Proferiu também as tradicionais ações de graças a Deus sobre os alimentos como é referido expressamente na multiplicação dos pães [21 : Mt 14,19 par.; Mt 15,36 par.], em sua última ceia [22 : Mt 26,26 par.] e na ceia de Emaús [23 : Lc 24,30.]. Também cantou com seus discípulos o hino [24 : Mt 26,30 par.].

Até o fim da vida, já próximo da Paixão [25 : Jo 12,27s.], na última ceia [26 : Jo 17,1-26.], em sua agonia [27 : Mt 26,36-44 par.] e na cruz [28 : Lc 23,34-46; Mt 27,46; Mc 15,34.], o divino Mestre nos ensina que a oração foi sempre a alma de seu ministério messiânico e do termo pascal da sua vida. Ele de fato, “nos dias de sua vida terrestre, dirigiu preces e súplicas, com forte clamor e lágrimas, Àquele que era capaz de salvá-lo da morte. Foi atendido por causa de sua entrega a Deus” (Hb 5,7). Com sua oblação perfeita no altar da cruz, “levou à perfeição definitiva os que ele santifica” (Hb 10,14). Finalmente, ressuscitado dentre os mortos, vive e ora constantemente por nós [29 : Cf. Hb 7,25.].

II. A ORAÇÃO DA IGREJA

O preceito da oração

5. Jesus mandou que também fizéssemos o que ele mesmo fez: “Orai”, disse muitas vezes, “rogai”, “pedi” [30 : Mt 5,44; 7,7; 26,41; Mc 13,33; 14,38; Lc 6,28; 10,2; 11,9; 22,40.46.] “em meu nome” [31 : Jo 14,13s; 15,16; 16,23s.26.]. Deixou-nos também uma forma de rezar: a oração dominical [32 : Mt 6,9-13; Lc 11,2-4.]. Insistiu na necessidade da oração [33 : Lc 18,1.], que deve ser humilde [34 : Lc 18,9-14.], vigilante [35 : Lc 21,36; Mc 13,33.], perseverante e confiante na bondade do Pai [36 : Lc 11,5-13; 18,1-8; Jo 14,13; 16,23.], com intenção pura e conforme a vontade de Deus [37 : Mt 6,5-8; 23,14; Lc 20,47; Jo 4,23.].

Os Apóstolos, por sua vez, que em suas cartas nos transmitiram muitas orações, sobre tudo de louvor e ação de graças, exortam-nos a respeito da oração no Espírito Santo [38 : Rm 8,15.26; 1Cor 12,3; Gl 4,6; Jd 20.], por Cristo [39 : 2Cor 1,20; Cl 3,17.], oferecida a Deus [40 : Hb 13,15.] com insistência e assiduidade [41 : Rm 12,12; 1Cor 7,5; Ef 6,18; Cl 4,2; 1Ts 5,17; 1Tm 5,5; 1Pd 4,7.], acerca de sua eficácia santificadora [42 : 1Tm 4,5; Tg 5,15s; 1Jo 3,22; 5,14s.] bem como sobre a oração de louvor [43 : Ef 5,19s; Hb 13,15; Ap 19,5.], ação de graças [44 : Cl 3,17; Fl 4,6; 1Ts 5,17; 1Tm 2,1.], petição [45 : Rm 8,26; Fl 4,6.] e intercessão em favor de todos [46 : Rm 15,30; 1Tm 2,1s; Ef 6,18; 1Ts 5,25; Tg 5,14.16.].

A Igreja continua a oração de Cristo

6. Tudo o que o ser humano tem, deve a Deus, e por isso precisa reconhecer e confessar essa dependência diante do seu Criador. Assim homens piedosos de todos os tempos o fizeram por meio da oração.

Mas, por ser dirigida a Deus, a oração deve necessariamente ser vinculada a Cristo, Senhor de todos e único Mediador [47 : 1Tm 2,5; Hb 8,6; 9,15; 12,24.]. Unicamente por Ele temos acesso a Deus [48 : Rm 5,2; Ef 2,18; 3,12.]. De tal maneira ele incorpora a si toda a comunidade humana [49 : Cf. SC., n. 83.], que existe íntima relação entre a oração de Cristo e a oração de todo o gênero humano. Em Cristo, e só nele, é que a religião humana alcança seu valor salvífico e sua finalidade.

7. Especial e estreitíssima relação existe entre Cristo e aquelas pessoas que ele assume como membros do seu Corpo, que é a Igreja, através do sacramento da regeneração. Com efeito, da Cabeça se difundem por todo o corpo as riquezas do Filho: a comunhão no Espírito, a verdade, a vida e a participação em sua filiação divina, que se manifestava em toda a sua oração, enquanto ele vivia neste mundo.

O corpo todo da Igreja participa também do sacerdócio de Cristo, de sorte que os batizados, pela regeneração e unção do Espírito Santo, são consagrados como casa espiritual e sacerdócio santo [50 : Constituição dogmática do Vaticano II, Lumen Gentium, n. 10.], e se tornam aptos para exercer o culto da Nova Aliança, culto que não provém de nossas forças, mas dos méritos e dom de Cristo.

“Deus não podia outorgar à humanidade dom maior que o de lhe dar por cabeça o seu Verbo, pelo qual criou todas as coisas, e de a incorporar ao Verbo como membro, de modo que ele fosse ao mesmo tempo Filho de Deus e Filho do Homem, um só Deus com o Pai e um só homem com os seres humanos. Assim, quando na oração falamos a Deus, não separemos dele o Filho. Quando o Corpo do Filho está orando, não separe de si sua cabeça. O mesmo e único Salvador do seu Corpo, Nosso Senhor Jesus Cristo, o Filho de Deus, ore também por nós, ore em nós, e nós oremos a ele. Ele reza por nós como nosso sacerdote, reza em nós como nossa cabeça, e nós rezamos a ele como nosso Deus. Reconheçamos, pois, nele a nossa voz e sua voz em nós” [51 : S. Agostinho, Enarrat in psalm. 85,1: CCL 39. 1176.].

Portanto, a dignidade da oração cristã tem sua raiz na participação da mesma piedade do Unigênito para com o Pai e daquela oração que lhe dirigiu durante sua vida terrena e que agora continua, sem interrupção, em toda a Igreja e em cada um de seus membros, em nome e pela salvação de todo gênero humano.

Ação do Espírito Santo

8. O Espírito Santo, que está em Cristo [52 : Cf. Lc 10,21, quando Jesus “exultou no Espírito Santo, e exclamou: ‘Eu te dou graças, Pai!’”.], em toda a Igreja e em cada um dos batizados, é quem realiza a unidade da Igreja orante. O mesmo “Espírito vem em socorro de nossa fraqueza” e “intercede em nosso favor com gemidos inefáveis” (Rm 8,26). Com o Espírito do Filho, ele infunde em nós “o espírito de adoção filial, no qual clamamos: Abba, Pai” (cf. Rm 8,15; Gl 4,6; 1Cor 12,3; Ef 5,18; Jd 20). Por conseguinte, não pode haver oração cristã sem a ação do Espírito Santo, que unifica a Igreja inteira, levando-a pelo Filho do Pai.

Índole comunitária da oração

9. O exemplo e o preceito do Senhor e dos Apóstolos de orar sempre e com insistência não devem ser considerados como regra meramente legal, mas derivam da essência íntima da própria Igreja, que é comunidade e deve expressar seu caráter comunitário também ao orar. Por isso, nos Atos dos Apóstolos, quando pela primeira vez se fala da comunidade dos fiéis, esta aparece reunida em atitude de oração, “junto com algumas mulheres, entre as quais Maria, mãe de Jesus e com os irmãos de Jesus” (At 1,14). “A multidão dos fiéis era um só coração e uma só alma” (At 4,32). Sua unanimidade se apoiava na palavra de Deus, na comunhão fraterna, na oração e na Eucaristia [53 : Cf. At 2,42.].

Mesmo a oração no quarto, a portas fechadas [54 : Cf. Mt 6,6.], sempre necessária e recomendável [55 : Cf. SC, n. 12.], os membros da Igreja a fazem por Cristo no Espírito Santo. Mas a oração da comunidade tem dignidade especial, já que o próprio Cristo disse: “Onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, eu estou ali, no meio deles” (Mt 18,20).

III. A LITURGIA DAS HORAS

Consagração do tempo

10. Cristo estabeleceu que “é preciso orar sempre e nunca desistir” (Lc 18,1). Por isso a igreja, atendendo fielmente a essa exortação, jamais cessa de elevar suas preces, e nos exorta com estas palavras: “Por meio de Jesus, ofereçamos a Deus um perene sacrifício de louvor” (Hb 13,15). Esse preceito se cumpre, não apenas pela celebração da Eucaristia, mas também por outras formas, de modo particular a Liturgia das Horas.

Segundo antiga tradição cristã, ela tem a característica, entre as demais ações litúrgicas, de consagrar todo o curso do dia e da noite [56 : Cf. SC, n. 83-84.].

11. Como a santificação do dia e de toda a atividade humana é finalidade da Liturgia das Horas, o seu curso foi de tal modo reformado que cada Hora voltou tanto quanto possível ao seu verdadeiro momento, levando-se ao mesmo tempo em conta as condições da vida moderna [57 : Cf. SC, n. 88.].

Por isso, “tanto para realmente santificar o dia, quanto para recitar com fruto espiritual as mesmas Horas, é bom que na recitação se observe o tempo que mais se aproxime do momento verdadeiro de cada Hora canônica” [58 : SC, n. 94.].

Relação da Liturgia das Horas com a Eucaristia

12. A Liturgia das Horas [59 : Cf. o Decreto do Vaticano II sobre o ministério e a vida dos presbíteros, Presbyterorum Ordinis, n. 5.] estende pelas diversas horas do dia os louvores e ações de graças, como também a memória dos mistérios da salvação, as partições e aquele antegozo da glória celeste, contidos no mistério eucarístico, “centro e ápice de toda a vida da comunidade cristã” [60 : Cf. o Decreto do Vaticano II sobre o múnus pastoral do Bispos na Igreja, Christus Dominus, n. 30.].

A própria celebração da Eucaristia tem por sua vez, na Liturgia das Horas, a sua melhor preparação; porquanto esta desperta e alimenta da melhor maneira as disposições necessárias para celebrar com proveito a Eucaristia, quais são a fé, a esperança, a caridade, a devoção e o espírito de sacrifício.

Exercício da função sacerdotal de Cristo na Liturgia das Horas

13. Por meio de sua Igreja, Cristo exerce “a obra da redenção humana e da perfeita glorificação de Deus” [61 : SC, n. 5.] no Espírito Santo. E isto, não somente na celebração da Eucaristia e na administração dos sacramentos, mas também, e de preferência a outras formas, na celebração da Liturgia das Horas [62 : Cf. SC, n. 83 e 98.]. Nela Cristo está presente quando a assembleia está reunida, quando é proclamada a palavra de Deus e quando a Igreja ora e salmodia” [63 : SC, n. 7.].

Santificação do homem

14. Na Liturgia das Horas efetua-se [64 : Cf. SC, n. 10.] a santificação do homem e presta-se culto a Deus, de tal maneira que nela se estabelece uma espécie de intercâmbio ou diálogo entre Deus e os homens, pelo qual “Deus fala ao seu povo... e o povo responde a Deus, com cantos e orações” [65 : SC, n. 33.].

Os participantes na Liturgia das Horas dela hão de haurir, sem dúvida, copiosíssima santificação por meio da salutar palavra de Deus, que tanta importância tem nela. As leituras são tiradas da Sagrada Escritura, as palavras de Deus transmitidas nos salmos são cantadas em sua presença, e por sua inspiração e impulso elevam-se outras preces, orações e hinos [66 : Cf. SC, n. 24.].

Portanto, não somente quando se lê “tudo que outrora foi escrito para nossa instrução” (Rm 15,4), mas também quando a Igreja ora ou canta, alimenta-se a fé dos participantes, e seus pensamentos se dirigem a Deus, para lhe prestarem um culto espiritual e receberem copiosamente sua graça” [67 : Cf. SC, n. 33.].

Louvor tributado a Deus em união com a Igreja celeste

15. Na Liturgia das Horas, a Igreja, exercendo “sem cessar” [68 : 1Ts 5,17.] a função sacerdotal de sua Cabeça, oferece a Deus um sacrifício de louvor, isto é, o fruto dos lábios que glorificam o seu nome [69 : Cf. Hb 13,15.].

Esta oração é “a voz da Esposa que fala ao Esposo, e também a oração que o próprio Cristo, unido ao seu Corpo, eleva ao Pai” [70 : SC, n. 84.]. “Por conseguinte, todos os que desempenham esta função, não somente satisfazem ao ofício da Igreja, mas também participam da honra suprema da Esposa de Cristo, pois estão, em nome da Mãe Igreja, diante do trono de Deus, cantando os louvores divinos” [71 : SC, n. 85.].

16. Mediante o louvor tributado a Deus nas Horas, a Igreja se associa àquele hino de louvor que se canta por todo o sempre nas habitações celestes [72 : Cf. SC, n. 83.]. Ao mesmo tempo antegoza daquele louvor celeste descrito por João no Apocalipse e que ressoa ininterruptamente diante do trono de Deus e do Cordeiro. Nossa íntima união com a Igreja celeste realiza-se efetivamente quando, “em comum exultação, cantamos os louvores à divina majestade, e todos, redimidos no sangue de Cristo, vindo de toda tribo, língua, povo e nação (cf. Ap 5,9), congregados numa só Igreja, num só cântico de louvor, engrandecemos ao Deus Uno e Trino” [73 : LG, n. 50; cf. SC, n. 8 e 104.].

Essa Liturgia celeste foi anunciada pelos profetas como vitória do dia sem noite, da luz sem trevas: “Para ti, o sol não mais será para luzir de dia, nem a luz da lua para iluminar, mas o próprio Senhor será tua luz eterna” (Is 60,19; cf. Ap 21,23.25). “Será um só dia contínuo, só conhecido do Senhor, sem divisão de dia e noite; ao cair da tarde, haverá luz” (Zc 14,7). Contudo, “a era final do mundo já chegou até nós (cf. 1Cor 10,11) e a renovação do mundo foi irrevogavelmente decretada e, de certo modo real, já antecipada no tempo presente” [74 : LG, n. 48.]. Pela fé, somos de tal maneira instruídos sobre o sentido da nossa vida temporal, que junto com toda a criação aguardamos a revelação dos filhos de Deus [75 : Cf. Rm 8,19.]. Na Liturgia das Horas proclamamos essa fé, expressamos e alimentamos essa esperança, e, em certo sentido, já participamos daquela alegria do louvor perene e do dia que não conhece ocaso.

Súplica e intercessão

17. Na liturgia, além de louvar a Deus, a Igreja transmite a ele os sentimentos e desejos de todos os fiéis cristãos. Mais ainda: pede a Cristo, e por ele ao Pai, pela salvação do mundo inteiro [76 : Cf. SC, n. 83.]. Essa voz não é somente da Igreja, mas também do próprio Cristo, já que as petições se fazem em nome de Cristo, ou seja, “por nosso Senhor Jesus Cristo”. Assim a Igreja prolonga aquelas preces e súplicas que Cristo expressou nos dias de sua vida mortal [77 : Cf. Hb 5,7.]. Daí sua eficácia sem par. Desse modo, a comunidade eclesial exerce verdadeira maternidade para com as pessoas que deve conduzir a Cristo, não apenas pela caridade, o exemplo e as obras de penitência, mas também pela oração [78 : Cf. PO, n. 6.].

Isso aplica-se principalmente a todos aqueles a quem de modo especial se confiou a celebração da Liturgia das Horas, a saber: os bispos, presbíteros e diáconos, que por força do próprio ministério são constituídos como orantes em prol de sua grei e de todo o povo de Deus [79 : Cf. LG, n. 41.], como também os religiosos [80 : Cf. LG, n. 24.].

Ápice e fonte da vida pastoral

18. Portanto, aqueles que tomam parte na Liturgia das Horas fazem crescer o povo do Senhor, através de misteriosa fecundidade apostólica [81 : Cf. o decreto do Vaticano II sobre a atualização dos Religiosos, Perfectae Caritatis, n. 7.]. Pois, o objetivo da atividade apostólica é “que todos os que se tornaram filhos de Deus pela fé e pelo Batismo, se reúnam, louvem a Deus no meio da Igreja, participem do sacrifício e se alimentem da ceia do Senhor” [82 : SC, n. 10.].

Desse modo, os fiéis expressam pela vida e manifestam aos demais “o mistério de Cristo e a genuína natureza da verdadeira Igreja, que se caracteriza por ser... visível, mas ornada de dons invisíveis, operosa na ação e devotada à contemplação, presente no mundo e, no entanto, peregrina” [83 : SC, n. 2.].

Por sua vez, as leituras e preces da Liturgia das Horas são fonte de vida cristã. Esta se alimenta na mesa da Sagrada Escritura e com as palavras dos Santos, e se fortalece com as preces. Porque somente o Senhor, sem o qual nada podemos fazer [84 : Cf. Jo 15,5.], é quem pode, a nosso pedido, dar eficácia e incremento às nossas obras [85 : Cf. SC, n. 86.], para que nos edifiquemos cada dia como templos de Deus no Espírito [86 : Cf. Ef 2,21-22.], até alcançarmos a estatura de Cristo em sua plenitude [87 : Cf. Ef 4,13.] e ao mesmo tempo robustecermos nossas forças, a fim de anunciarmos Cristo aos que se encontram de fora [88 : Cf. SC, n. 2.].

Que a mente concorde com a voz

19. Para que essa oração seja algo próprio de cada um dos que nela participam e se torne fonte da piedade e da multiforme graça divina, e alimento da oração individual e da ação apostólica, é preciso que nela a mente concorde com a voz, celebrando-a com dignidade, atenção e devoção [89 : Cf. SC, n. 90; S. Bento, Regula Monasteriorum, c. 19.]. Todos cooperem diligentemente com a graça divina, para não a receberem em vão. Buscando a Cristo e penetrando cada vez mais intimamente em seu mistério mediante a oração [90 : Cf. PO, n. 14; Decreto sobre a formação sacerdotal, Optatam Totius, n. 8.], louvem a Deus e façam súplicas com a mesma intenção com que o divino Redentor orava.

IV. QUEM CELEBRA A LITURGIA DAS HORAS

a) Celebração em comum

20. A Liturgia das Horas, como as demais ações litúrgicas, não é ação particular, mas algo que pertence a todo o corpo da Igreja e o manifesta e atinge [91 : Cf. SC, n. 26.]. O caráter eclesial de sua celebração aparece principalmente quando é realizado pela Igreja particular, o que aliás se recomenda de modo especial. É de fato na Igreja particular, com seu bispo, rodeado por seus presbíteros e ministros [92 : Cf. SC, n. 41.], que “está verdadeiramente e opera a Una, Santa, Católica e Apostólica Igreja de Cristo” [93 : Cf. CD, n. 11.]. Embora não estando presente o bispo, o cabido de cônegos ou presbíteros outros, tal celebração deve sempre ser feita, considerando a realidade das horas e, quanto possível, com participação do povo. Isso vale também para os cabidos colegiados.

21. Celebrem as Horas principais, se possível comunitariamente na igreja, os demais grupos de fiéis. Entre eles se destacam as paróquias, por serem células da diocese, governadas localmente por um pastor que faz as vezes do bispo e que “de algum modo representam a Igreja visível estabelecida por toda a terra” [94 : SC, n. 42; cf. Decreto sobre o apostolado dos leigos, Apostolicam actuositatem, n. 10.].

22. Portanto, quando os fiéis são chamados à Liturgia das Horas, e se reúnem, unindo seus corações e vozes, manifestam a Igreja que celebra o mistério de Cristo [95 : Cf. SC, 26 e 84.].

23. É função dos que receberam a ordem sagrada ou que foram investidos de particular missão canônica [96 : Cf. Decreto do Vaticano II sobre a atividade missionária, Ad gentes, n. 17.], convocar e dirigir a oração da comunidade: “Trabalhem para que todos os que se encontram sob seus cuidados vivam unânimes na oração” [97 : CD, n. 15.]. Cuidem, pois, de convidar os fiéis e formá-los com a devida catequese para a celebração comunitária das principais partes da Liturgia das Horas [98 : Cf. SC, n. 100.], sobretudo nos domingos e festas. Ensinem-lhes a dela participarem de modo a fazerem autêntica oração [99 : Cf. PO, n. 5.]. Por isso, ajudem-nos com a devida instrução a entenderem o sentido cristão dos salmos, de sorte que, pouco a pouco, sejam levados a maior gosto e prática na oração da Igreja [100 : Cf. PO, n. 100-109.].

24. As comunidades de cônegos, monges, monjas e outros religiosos que, em virtude da Regra ou das Constituições, recitam a Liturgia das Horas na íntegra ou em parte, quer em comum quer em rito particular, representam de modo especial a Igreja orante. Com efeito, mostram mais plenamente a imagem da Igreja que, sem cessar e em uníssono, louva ao Senhor. Elas cumprem, particularmente mediante a oração, o dever de “colaborar na edificação e progresso de todo o Corpo Místico de Cristo e no bem das Igrejas particulares” [101 : CD, n. 33; cf. PC, n. 6. 7 e 15; cf. AG, n. 15.]. Isso vale sobretudo para os que se dedicam à vida contemplativa.

25. Os ministros sagrados e todos os clérigos, que não estejam obrigados por outros motivos à celebração comunitária, quando vivem em comunidade ou se reúnem, procurem celebrar em comum pelo menos alguma parte da Liturgia das Horas, sobretudo Laudes e Vésperas [102 : Cf. SC, n. 99.].

26. Aos religiosos de ambos os sexos e aos membros de qualquer Instituto de perfeição não obrigados à celebração comunitária, recomenda-se encarecidamente que se reúnam entre si ou com o povo, para celebrarem juntos essa Liturgia, ao menos em parte.

27. Os grupos de leigos, em qualquer lugar em que se encontrem reunidos, são convidados a cumprir essa função da Igreja [103 : Cf. SC, n. 100.], celebrando parte da Liturgia das Horas, seja qual for o motivo pelo qual se reuniram: oração, apostolado ou qualquer outra razão. Convém que aprendam a adorar a Deus Pai em espírito e verdade [104 : Cf. Jo 4,23.], antes de tudo na ação litúrgica, e tenham presente que, mediante o culto público e a oração, atingem toda a humanidade e podem fazer muito pela salvação de todo o mundo [105 : Cf. Declaração do Vaticano II sobre a educação cristã, Gravissimum educationis, n. 2; AA, n. 16.].

Finalmente, convém que a família, qual santuário doméstico da Igreja, não apenas reze a Deus em comum, mas celebre além disso algumas partes da Liturgia das Horas segundo pareça oportuno, inserindo-se com isso mais intimamente na Igreja [106 : Cf. AA, n. 11.].

b) Mandato de celebrar a Liturgia das Horas

28. Aos ministros sagrados se confia de maneira tão especial a Liturgia das Horas que, embora não havendo povo, deverão celebrá-la fazendo, obviamente, as necessárias adaptações. A Igreja os encarrega da Liturgia das Horas, para que esta missão da comunidade seja desempenhada, aos menos por eles de maneira certa e constante, e a oração de Cristo continue sem cessar na Igreja [107 : Cf. PO, n. 13.].

Representando a Cristo de modo eminente e visível, o bispo é o grande sacerdote de sua grei. Dele, de certo modo, deriva e depende a vida de seus fiéis em Cristo [108 : Cf. SC, n. 41; LG, n. 21.]. Por isso, entre os membros de sua Igreja, o bispo deve ser o primeiro na oração. E sua oração, ao recitar a Liturgia das Horas, se faz sempre em nome da Igreja e pela Igreja que lhe foi confiada [109 : Cf. LG, n. 26; CD, n. 15.].

Unidos ao bispo e a todo o presbitério, os presbíteros, representantes especiais, também eles, de Cristo sacerdote [110 : Cf. PO, n. 13.], participam da mesma função, rogando a Deus por todo o povo que lhes foi confiado e mesmo pelo mundo inteiro [111 : Cf. PO, n. 5.].

Todos esses desempenham o serviço do Bom Pastor, que roga pelos seus, para que tenham vida e sejam perfeitos na unidade [112 : Cf. Jo 10,11; 17,20-23.]. Na Liturgia das Horas, que a Igreja lhes oferece, não só encontrem uma fonte de piedade e alimento de sua oração pessoal [113 : Cf. SC, n. 90.], mas nutram e incentivem, através de intensa contemplação, sua atividade pastoral e missionária para proveito de toda a Igreja de Deus [114 : Cf. LG, n. 41.].

29. Portanto, os bispos, os presbíteros e os diáconos que se preparam para o presbiterato e que receberam da Igreja (cf. n. 17) o encargo de celebrar a Liturgia das Horas, cumpram cada dia integralmente o seu curso [115 : Cf. C.I.C., cân. 276 – 2, 3º e 1174 – 1.], observando a realidade das Horas, na medida do possível.

Antes de tudo, dispensem a devida importância às Horas, que são como o eixo dessa Liturgia, ou seja, Laudes e Vésperas. Tenham o cuidado de não omiti-las a não ser por razões graves.

Além disso, recitem fielmente o Ofício das Leituras, que acima de tudo é uma celebração litúrgica da palavra de Deus. Dessa forma, cumprem diariamente o ministério que lhes é próprio, pela razão peculiar de acolher a palavra de Deus, mediante a qual se tornarão mais perfeitos discípulos do Senhor e hão de saborear mais profundamente as insondáveis riquezas de Cristo [116 : Cf. Constituição dogmática do Vaticano II sobre a revelação divina, Dei verbum, n. 25; PO, n. 13.].

Para melhor santificar o dia todo, colocarão também todo o seu interesse em recitar a Hora média e as Completas. Com estas concluem a “obra de Deus” antes de se deitarem, e a Deus se confiam.

30. Os diáconos permanentes, que também receberam o mandato da Igreja, rezem todos os dias, ao menos a parte da Liturgia das Horas, que a Conferência Episcopal tiver estabelecido [117 : Cf. C.I.C., cân. 276 – 2, 3º; Paulo VI, Motu proprio, Sacrum Diaconatus Ordinem, 18.6.1967, n. 27: AAS 59 (1967), p. 703.].

31. a) Os cabidos catedrais e as colegiadas devem recitar em coro as partes da Liturgia das Horas que lhes são fixadas pelo direito comum ou particular.

Cada membro desses cabidos, além das Horas que todos os ministros sagrados devem recitar, são obrigados a rezar em particular as Horas não recitadas em cabido [118 : Cf. Instrução da S.C. dos Ritos, Inter Oecumenici, 26.9.1964, n. 78b: AAS 56 (1964), p. 895.].

b) As comunidades religiosas obrigadas à Liturgia das Horas e cada um de seus membros celebrem as Horas, segundo a norma de seu direito particular, salvo o que prescreve o n. 29 a respeito daqueles que receberam a Ordem Sagrada.

Contudo, as comunidades obrigadas ao coro celebrem diariamente o curso integral das Horas em coro [119 : Cf. SC, n. 95.]; fora do coro, porém, os membros recitem as Horas, segundo o direito particular, ressalvado sempre o prescrito no n. 29.

32. Às demais comunidades religiosas e a cada um de seus membros recomenda-se que, tanto quanto permitirem as condições em que se encontram, celebrem algumas partes da Liturgia das Horas, que é a oração da Igreja e que faz todos os que estão dispersos terem um só coração e uma só alma [120 : Cf. At 4,32.]. O mesmo se recomenda aos leigos [121 : Cf. SC, n. 100.].

c) Estrutura da celebração

33. A Liturgia das Horas rege-se por leis próprias, que organizam de modo peculiar os elementos encontrados em outras celebrações cristãs. Sua estrutura é tal que, começando com o hino, tenha sempre a salmodia, uma leitura longa ou breve das Sagradas Escrituras, e finalmente as preces.

Tanto na celebração comunitária como na recitação individual permanece a estrutura essencial dessa Liturgia: o diálogo entre Deus e o homem. No entanto, a celebração comunitária manifesta ainda mais claramente a natureza eclesial da Liturgia das Horas, favorece a participação ativa de todos, segundo a condição de cada um, por meio das aclamações, do diálogo, da salmodia alternada e de outros meios, e oferece mais ampla margem aos diversos gêneros de expressão [122 : Cf. SC, n. 26. 28-30.]. Por isso, sempre que a celebração possa ser feita comunitariamente com assistência e participação ativa dos fiéis, deve ser preferida à celebração individual ou particular [123 : Cf. SC, n. 27.]. Além disso, na celebração coral e comunitária, convém que o Ofício, se for oportuno, seja cantado, tendo em conta a natureza e importância de cada uma de suas partes.

Assim, se cumprirá a exortação do Apóstolo: “Que a palavra de Cristo, com toda a sua riqueza habite em vós. Ensinai e admoestai-vos uns aos outros com toda sabedoria. Do fundo dos vossos corações, cantai a Deus salmos, hinos e cânticos que o Espírito inspira, pois estais na graça de Deus” (Cl 3,16; cf. Ef 5,19-20).

CAPÍTULO II

A SANTIFICAÇÃO DO DIA OU

AS DIVERSAS HORAS DO OFÍCIO DIVINO

I. INTRODUÇÃO DE TODO OFÍCIO

34. O Ofício todo é introduzido normalmente pelo Invitatório, que consta do verso: “Abri os meus lábios, ó Senhor. E minha boca anunciará vosso louvor”, com o salmo 94/95. Com esse Invitatório os fiéis são convidados cada dia a cantar os louvores de Deus e a escutar sua voz, e são incentivados a desejar o repouso do Senhor [1 : Cf. Hb 3,7–4,16.].

Contudo, se parecer oportuno, o salmo 94/95 pode ser substituído pelos salmos 99/100, 66/67 ou 23/24.

Conforme se explica no devido lugar, convém que o salmo invitatório seja recitado de modo responsorial com sua antífona, que no início é proposta e repetida, sendo retomada após cada estrofe.

35. O lugar do Invitatório é no começo de todo o ciclo da oração cotidiana, ou seja, ele precede as Laudes ou o Ofício das Leituras, conforme o dia comece com a primeira ou a segunda dessas ações litúrgicas. Mas, se parecer oportuno, o salmo com sua antífona poderá ser omitido, caso preceda as Laudes.

36. Será indicado no devido lugar o modo de variar a antífona do Invitatório, de acordo com os diversos dias litúrgicos.

II. LAUDES E VÉSPERAS

37. “Segundo uma venerável tradição de toda a Igreja, as Laudes, como oração da manhã e as Vésperas, como oração da tarde, constituem como que os dois pólos do Ofício cotidiano. Sejam consideradas como as horas principais e como tais sejam celebradas” [2 : SC, n. 89a; cf. SC, n. 100.].

38. As Laudes se destinam e se ordenam à santificação do período da manhã, conforme se depreende de muitos de seus elementos. Esse caráter matutino está muito bem expresso nas palavras de São Basílio Magno: “O louvor da manhã tem por finalidade consagrar a Deus os primeiros movimentos de nossa alma e de nossa mente, e, antes de nos ocuparmos com qualquer outra coisa, deixar que nosso coração se regozije pensando em Deus, conforme está escrito: “Quando me lembro do Senhor, minha alma desfalece” (Sl 76/77,4). Pois o corpo não se deve entregar ao trabalho, sem antes termos cumprido o que disse a Escritura: “É a vós que eu dirijo a minha prece; de manhã já me escutais! Desde cedo eu me preparo para vós, e permaneço à vossa espera” (Sl 5,4-5) [3 : S. Basílio Magno, Regulae fusius tractatae, Resp. 37,3: PG 31, 1014.].

Por outro lado, essa Hora é celebrada ao despontar a luz do novo dia e evoca a ressurreição do Senhor Jesus, que é a “luz de verdade, que ilumina todo ser humano” (cf. Jo 1,9); é o “sol da justiça” (Ml 3,20) “que nasce do alto” (Lc 1,78). É neste sentido que bem se entende a admoestação de São Cipriano: “Deve-se orar logo de manhã, para celebrar na oração matinal a ressurreição do Senhor” [4 : S. Cipriano, De oratione dominica, 35: PL 4, 561.].

39. As Vésperas são celebradas à tarde, ao declinar do dia, para “agradecer o que nele temos recebido ou o bem que nele fizemos” [5 : S. Basílio M., Regulae fusius tractatae, Resp. 37,3: PG 31, 1015.]. Relembramos também nossa redenção por meio da oração, que elevamos “como incenso na presença do Senhor”, e na qual o “levantar nossas mãos” é como “sacrifício vespertino” [6 : Cf. Sl 140/141,2.]. Isso pode também “entender-se no sentido mais sagrado daquele verdadeiro sacrifício vespertino que nosso Senhor e Salvador entregou aos Apóstolos, enquanto ceavam juntos, ao instituir os sacrossantos mistérios da Igreja. Ou também daquele outro sacrifício vespertino, isto é, na plenitude dos tempos, pelo qual ele mesmo, no dia seguinte estendendo as mãos, se entregou ao Pai pela salvação do mundo inteiro” [7 : Cassiano, De institutione coenob., lib. 3. C. 3: PL 49, 124, 125.]. E para que nossa esperança se focalize afinal naquela luz que não tem ocaso, “oramos e pedimos que a luz venha de novo a nós, rogamos pela vinda gloriosa de Cristo, o qual nos trará a graça da luz eterna” [8 : S. Cipriano, De oratione dominica, 35: PL 4, 560.]. Finalmente, nesta Hora fazemos nossos os sentimentos das Igrejas orientais, invocando a “Luz radiante, da santa glória do eterno Pai celeste, Jesus Cristo. Chegados ao fim do dia, e contemplando a luz da tarde, cantamos o Pai e o Filho e o Espírito Santo de Deus...”

40. Por conseguinte, deve-se dar a maior importância às Laudes e às Vésperas, como orações da comunidade cristã. De maneira particular, entre os que levam vida comum, seja incentivada sua celebração pública ou comunitária. Recomende-se mesmo a sua recitação a todos os fiéis que não podem tomar parte na celebração comum.

41. As Laudes e às Vésperas começam com o Versículo introdutório: Vinde, ó Deus, em meu auxílio. Socorrei-me sem demora, ao qual segue Glória ao Pai... e Como era no princípio... com Aleluia (Este se omite no tempo da quaresma). Tudo isso, porém, se suprime nas Laudes, quando precedidas do Invitatório.

42. Imediatamente depois, se diz o hino correspondente, que foi disposto de maneira a dar colorido próprio a cada Hora ou a cada festa e, sobretudo na celebração com o povo, a fazer com que a oração comece com mais facilidade e encanto.

43. Depois do hino, segue-se a salmodia, tal como determinam os n. 121-125. A salmodia das Laudes consta de um salmo matutino, seguido de um cântico do Antigo Testamento, e de outro salmo de louvor, segundo a tradição da Igreja.

A salmodia das Vésperas consta de dois salmos, ou de duas partes de um salmo mais longo, adequados a esta Hora e à sua celebração com o povo, e de um cântico tirado das Cartas dos Apóstolos ou do Apocalipse.

44. Terminada a salmodia, faz-se a leitura, breve ou longa.

45. A leitura breve muda de acordo com o dia, o tempo ou a festa. Deve ser lida e ouvida como verdadeira proclamação da palavra de Deus, frisando algum pensamento bíblico. Ajudará a destacar alguns pensamentos breves que na leitura contínua da Sagrada Escritura poderiam passar despercebidos.

As leituras breves variam a cada dia, conforme a distribuição dos salmos.

46. Contudo, a critério de quem reza, especialmente na celebração com o povo, pode-se escolher uma leitura bíblica mais longa, quer a do Ofício das Leituras, quer uma das que são lidas na Missa, particularmente de textos que por alguma razão não puderam ser lidos. Além do mais, não há inconveniente algum, também se escolha, às vezes, outra leitura mais adequada, observando-se o que é dito nos n. 248, 249 e 251.

47. Na celebração com o povo, se parecer oportuno, poderá ser acrescentada breve homilia para explicar a leitura.

48. Depois da leitura ou da homilia, julgando-se conveniente, poderá também ser observado certo tempo de silêncio.

49. Como resposta à palavra de Deus, se oferece um canto responsorial ou responsório breve, que poderá ser omitido, caso se julgue oportuno.

Todavia, pode ser substituído por outros cantos da mesma função e gênero, contanto que tenham sido devidamente aprovados pela Conferência Episcopal para esse fim.

50. Em seguida, se diz solenemente, com sua antífona, o cântico evangélico, a saber: para as Laudes, o cântico de Zacarias (Benedictus); e para as Vésperas, o cântico da Virgem Maria (Magnificat). Esses cânticos, ratificados pelo costume secular e popular da Igreja Romana, expressam louvor e ação de graças pela redenção. A antífona do Benedictus e do Magnificat é indicada conforme o dia, o tempo ou a festa.

51. Nas Laudes, terminado o cântico, seguem-se preces para consagrar a Deus o dia e o trabalho. Nas Vésperas, seguem-se as interseções (cf. n. 179-193).

52. Depois das mencionadas preces ou interseções, todos dizem o Pai-nosso.

53. Recitado o Pai-nosso, reza-se imediatamente a oração conclusiva, que se encontra no Saltério para os dias de semana e no Próprio para os outros dias.

54. Por fim, o sacerdote ou diácono, caso presida, despede o povo com a saudação: O Senhor esteja convosco e com a bênção, como na Missa, seguindo-se o Ide em paz e a resposta: Graças a Deus. Noutros casos, a celebração termina com O Senhor nos abençoe...

III. OFÍCIO DAS LEITURAS

55. O Ofício das Leituras quer apresentar ao povo de Deus, mui especialmente aos que de modo peculiar estão consagrados ao Senhor, meditação mais substanciosa da Sagrada Escritura e as melhores páginas de autores espirituais. Embora atualmente se leia na Missa cotidiana uma série mais variada de textos bíblicos, será de grande proveito para a alma o tesouro da revelação e da tradição contido no Ofício das Leituras. Principalmente os sacerdotes devem buscar essas riquezas, a fim de poderem transmitir a todos a palavra de Deus, que eles mesmo receberam, e assim transformarem sua pregação em “alimento para o povo de Deus” [9 : Pontifical Romano, De ordinatione presbyterorum, n. 14.].

56. A oração deve acompanhar a leitura da Sagrada Escritura, para que se estabeleça o diálogo entre Deus e o ser humano, pois “a ele falamos quando oramos, a ele escutamos quando lemos os oráculos divinos” [10 : S. Ambrósio, De officiis ministrorum I, 20, 88: PL 16, 50; DV, n. 25.]. Por isso, o Ofício das Leituras consta também de salmos, hino, oração e outras fórmulas e apresenta caráter de verdadeira oração.

57. Segundo a Constituição Sacrosanctum Concilium, o Ofício das Leituras, “embora conserve no coro a índole de louvor noturno, receba tal adaptação que possa ser recitado em qualquer hora do dia, e conste de menos salmos e de lições mais extensas” [11 : SC, n. 89c.].

58. Por conseguinte, aqueles que devem, por direito particular ou louvavelmente querem manter o caráter de louvor noturno deste Ofício, seja que o recitem de noite ou de madrugada, antes das Laudes, ao longo do Tempo comum tomarão o hino da série destinada para este fim. Além disso, para os domingos, solenidades e certas festas, note-se o que os n. 70-73 dizem a respeito das vigílias.

59. Permanecendo firme a disposição anterior, pode-se rezar o Ofício das Leituras a qualquer hora do dia e mesmo da noite anterior, após as Vésperas.

60. Caso seja recitado antes das Laudes, o Ofício das Leituras é precedido do versículo: Abri os meus lábios, ó Senhor, e do Invitatório, como se disse nos n. 34-36. Noutros casos, começa com o versículo: Vinde, ó Deus, em meu auxílio, seguido de Glória, Como era e, fora do tempo da Quaresma, com Aleluia.

61. A seguir, recita-se o hino, que no Tempo comum é tomado, tanto da série noturna, conforme está indicado no n. 58, como da série diurna, de acordo com a realidade do tempo.

62. Vem depois a salmodia, que consta de três salmos (ou partes, caso os respectivos salmos sejam demasiadamente longos). No tríduo pascal, nos dias da oitava da Páscoa e do Natal e nas solenidades e festas, os salmos são próprios com suas respectivas antífonas.

Todavia, nos domingos e dias de semana, o salmos com suas antífonas são tirados do saltério corrente. São também do saltério corrente os salmos das memórias dos Santos, a menos que estas tenham salmos ou antífonas próprios (cf. n. 218s).

63. Entre a salmodia e as leituras diz-se o versículo que faz passar a oração da salmodia para a escuta das leituras.

64. Haverá duas leituras: a primeira é bíblica, e a segunda é tomada das obras dos Padres ou de Escritores eclesiásticos, ou ainda, hagiográfica.

65. Após cada uma das leituras diz-se um responsório (cf. n. 169-172).

66. Normalmente se tomará a leitura bíblica proposta no Próprio do Tempo, segundo as normas indicadas nos n. 140-155. Contudo, nas solenidades e festas, a leitura é tirada do Próprio ou do Comum.

67. A segunda leitura com seu responsório é tirada, seja do livro da Liturgia das Horas, seja do Lecionário facultativo, de que se fala no n. 161. Normalmente será a leitura proposta no Próprio do Tempo.

Contudo, nas solenidades e festas dos Santos, a segunda leitura é própria. Em sua falta, a segunda leitura será tomada do respectivo Comum dos Santos. Nas memórias dos Santos, cuja celebração não for impedida, será tomada a leitura hagiográfica, em lugar da segunda leitura correspondente (cf. n. 166 e 235).

68. Nos domingos fora da Quaresma, nos dias da oitava da Páscoa e do Natal, nas solenidades e festas, após a segunda leitura com seu responsório se diz o hino Te Deum, que não será recitado nas memórias e nos dias de semana. A última parte desse hino, ou seja, a partir do versículo Salvai o vosso povo até o final, pode ser omitida.

69. O Ofício das Leituras termina com a oração própria do dia e, ao menos na recitação em comum, com a aclamação: Bendigamos ao Senhor. Graças a Deus.

IV. VIGÍLIAS

70. A Vigília Pascal é celebrada em toda a Igreja, tal como vem explicada nos respectivos livros litúrgicos. Afirma Santo Agostinho: “A vigília desta noite é tão importante que reivindica para si essa denominação, comum a todas as outras” [12 : Sermo Guelferbytanus 5: PLS 2, 550.]. “Passamos em vigília aquela noite em que o Senhor ressuscitou e iniciou para nós, em sua carne, aquela vida que não conhece nem morte nem sono... Por isso, aquele, cuja ressurreição iminente cantamos em nossa vigília, nos concederá que reinemos, vivendo com ele eternamente” [13 : Sermo Guelferbytanus 5: PLS 2, 552.].

71. De modo semelhante à vigília pascal, foi costume das diversas Igrejas começar várias solenidades com uma vigília. Entre elas se destacam a vigília do Natal do Senhor e de Pentecostes. Essa prática deverá ser mantida e incentivada, segundo os costumes próprios de cada Igreja. E se por acaso em algum lugar for conveniente realçar, com uma vigília, outras solenidades ou peregrinações, observem-se as normas gerais que se dão para as celebrações da palavra de Deus.

72. Os Padres e autores espirituais muitas vezes exortam os fiéis, sobretudo os que levam vida contemplativa, à oração noturna, mediante a qual se expressa e se estimula a espera do Senhor que vai voltar: “no meio da noite ouviu-se um grito: O noivo está chegando. Ide ao seu encontro!” (Mt 25,6). “Vigiai, porque não sabeis quando o dono da casa vem; à tarde, à meia-noite, de madrugada ou ao amanhecer. Para que não suceda que, vindo de repente, ele vos encontre dormindo” (Mc 13,35-36). São, portanto, dignos de louvor aqueles que mantêm o caráter noturno do Ofício das Leituras.

73. Além disso, no Rito Romano, tendo especialmente em conta os que se dedicam ao trabalho apostólico, o Ofício das Leituras foi organizado de tal modo que seja sempre breve. E segundo a tradição, aqueles que desejarem que a celebração das vigílias do domingo, solenidades e festas sejam prolongadas, procederão da seguinte maneira.

Primeiramente, celebra-se o Ofício das Leituras, tal como se encontra no livro da Liturgia das Horas, até às leituras inclusive. Depois destas e antes do Te Deum, acrescentam-se os cânticos para isso indicados no Apêndice do referido livro. Em seguida, lê-se o Evangelho, sobre o qual, parecendo oportuno, se faz a homilia. Depois, canta-se o hino Te Deum e se diz a oração.

Nas solenidades e festas, toma-se o Evangelho do Lecionário da Missa. Nos domingos, toma-se da série do mistério pascal, de que se fala no Apêndice do livro da Liturgia das Horas.

V. ORAÇÃO DAS NOVE, DAS DOZE E DAS QUINZE HORAS: HORA MÉDIA

74. Segundo antiquíssima tradição, os cristão costumavam, por devoção pessoal, orar em diversos momentos do dia e no meio do trabalho, imitando a Igreja apostólica. No decurso dos tempos, essa tradição, de diversas maneiras, foi sendo dotada de celebrações litúrgicas.

75. O costume litúrgico, tanto no Oriente como no Ocidente, adotou a Oração das Nove (Terça), das Doze (Sexta) e das Quinze Horas (Noa), sobretudo porque essas Horas se relacionavam com alguns acontecimentos da Paixão do Senhor e da pregação inicial do Evangelho.

76. O Concílio Vaticano II estabeleceu que se conservasse a recitação em coro dessas Horas Menores, ou seja, da Oração das Nove, das Doze e das Quinze Horas [14 : Cf. SC, n. 89e.]. Seja mantido o costume litúrgico de dizer essas três Horas, salvo direito particular, para os que professam vida contemplativa. É também recomendada a todos, especialmente àqueles que fazem retiro espiritual ou participam de reuniões pastorais.

77. Todavia, fora do coro, salvo direito particular, é permitido escolher, entre as três Horas, a que mais corresponde ao tempo do dia, para que se conserve a tradição de orar durante o dia, em meio aos trabalhos.

78. O rito da celebração da Oração das Nove, das Doze e das Quinze Horas é estruturado, levando-se em conta tanto aqueles que dizem uma única Hora, a “Hora média”, como também aqueles que devem ou querem recitar as três Horas.

79. A Oração das Nove, das Doze e das Quinze Horas, ou a Hora Média, começam com o versículo introdutório: Vinde, ó Deus, em meu auxílio, com Glória, Como era e Aleluia (Este se omite no Tempo da Quaresma). Depois se diz o hino correspondente a cada hora. Em continuação, seguem-se a salmodia, a leitura breve, e depois desta, o versículo. Conclui-se a Hora com a oração e, ao menos na recitação em comum, com a aclamação: Bendigamos ao Senhor. Graças a Deus.

80. Vários hinos e orações são propostos para cada Hora: segundo a tradição, devem corresponder à realidade do tempo e servir melhor para a santificação dos momentos do dia. Portanto, quem recita apenas uma das Horas deve tomar os elementos que correspondem a essa mesma Hora.

Por outro lado, também a leitura breve e as orações variam de acordo com o dia, o tempo e a festa.

81. Propõem-se duas salmodias: uma corrente e outra complementar. Quem recita apenas uma Hora, tomará a salmodia corrente. Quem recita várias Horas, numa delas tomará a corrente e nas outras, a complementar.

82. A salmodia corrente consta de três salmos do saltério (ou três partes de salmos, caso se trate de salmos mais longos), que se tomam com suas antífonas, quando não se indica outra coisa no devido lugar.

Nas solenidades, no Tríduo pascal e nos dias da oitava da Páscoa, recitam-se as antífonas próprias com três salmos tomados da salmodia complementar, a não ser que se tenham previsto salmos especiais, ou que a celebração da solenidade caia em domingo. Neste caso, tomam-se os salmos do domingo da primeira semana.

83. A salmodia complementar consta de três salmos, escolhidos em geral dentre os denominados salmos graduais.

VI. COMPLETAS

84. As Completas são a última oração do dia, e se rezam antes do descanso noturno, mesmo passada a meia-noite, se for o caso.

85. As Completas começam, como as demais Horas, com o versículo Vinde, ó Deus, em meu auxílio, Glória, Como era e Aleluia (Este se omite no tempo da Quaresma).

86. Em seguida, é louvável a prática do exame de consciência, que na celebração comunitária se faz em silêncio ou se insere no Ato penitencial, de acordo com as fórmulas do Missal Romano.

87. A seguir se diz o hino correspondente.

88. No domingo, depois das I Vésperas, a salmodia consta dos salmos 4 e 133/134, e após as II Vésperas consta do salmo 90/91.

Para os outros dias, escolheram-se salmos que de preferência movam à confiança no Senhor. Deixa-se, contudo, a liberdade para substituí-los pelos salmos do domingo, o que traz maior comodidade, sobretudo para quem talvez queira rezar de cor as Completas.

89. Depois da salmodia, vem a leitura breve, seguindo-se o responsório Senhor, em vossas mãos. Logo após, recita-se com sua antífona o Cântico evangélico, Deixai, agora, qual ápice da Hora inteira.

90. Reza-se a oração conclusiva, como se encontra no Saltério.

91. Depois da oração se diz, mesmo em particular, a bênção: O Senhor todo-poderoso nos conceda...

92. Em seguida, reza-se uma das antífonas da Virgem Maria. No Tempo pascal, é sempre a antífona: Rainha do céu. Além das antífonas que se encontram no livro da Liturgia das Horas, as Conferências Episcopais podem aprovar outras [15 : Cf. SC, n. 38.].

VII. MODO DE UNIR, SE OPORTUNO, AS HORAS DO OFÍCIO COM A MISSA OU ENTRE SI

93. Em casos particulares, quando as circunstâncias o permitirem, pode-se fazer, na celebração pública ou comunitária, união mais estreita entre a Missa e uma Hora do Ofício, segundo as normas que seguem, devendo, porém, Missa e Hora serem ambas do mesmo Ofício. Evite-se, porém, que isso redunde em prejuízo do bem pastoral sobretudo aos domingos.

94. Quando as Laudes, celebradas em coro ou em comum, precedem imediatamente a Missa, a ação litúrgica poderá começar com o versículo introdutório e o hino das Laudes especialmente nos dias da semana, ou começar pelo canto e procissão de entrada e saudação do celebrante, sobretudo nos dias festivos, omitindo-se o rito inicial em ambos os casos.

Segue-se a salmodia das Laudes, como de costume, até a leitura breve exclusive. Após a salmodia, omite-se o ato penitencial e, se parecer oportuno, o Senhor, tende piedade. Recita-se depois o Glória, segundo as rubricas, e o celebrante diz a oração da Missa. Segue-se a Liturgia da palavra, como de costume.

A oração dos fiéis se faz no lugar e segundo a fórmula costumeira da Missa. Contudo, nos dias de semana, em lugar do formulário cotidiano da oração dos fiéis, podem-se recitar, na Missa matutina, as preces das Laudes.

Após a comunhão com seu canto próprio, canta-se o Benedictus com sua antífona das Laudes. Em seguida, se diz a Oração depois da comunhão e o restante, como de costume.

95. Segundo o exija a realidade do tempo, quando a Hora média ou seja, Oração das Nove, das Doze ou das Quinze Horas, publicamente celebrada, preceder imediatamente à celebração da Missa, a ação litúrgica poderá igualmente começar com o versículo introdutório e o hino da Hora, sobretudo nos dias de semana. Pode também começar pelo canto e procissão de entrada e saudação do celebrante, sobretudo nos dias festivos, omitindo-se, em ambos os casos, o rito inicial.

Segue-se a salmodia da Hora, como de costume, até a leitura breve exclusive. Omite-se o Ato penitencial e, se parecer oportuno, também o Senhor, tende piedade, depois se diz o Glória, segundo as rubricas, e o celebrante reza a oração da Missa.

96. Quando a Missa é precedida imediatamente das Vésperas, estas ligam-se à Missa da mesma forma que as Laudes. Contudo, as Vésperas das solenidades, domingos ou festas do Senhor, que ocorram em dia de domingo, não podem ser celebradas, senão depois da Missa do dia anterior ou do sábado.

97. Quando a Hora média, isto é, a Oração das Nove, das Doze e das Quinze Horas ou as Vésperas, vêm depois da Missa, celebra-se a Missa como de costume até a Oração depois da comunhão inclusive.

Recitada a Oração depois da comunhão, tem início imediatamente a salmodia da Hora. Na Hora média, finda a salmodia e omitida a leitura breve, rezam-se logo a oração e a fórmula de despedida, como na Missa. Para as Vésperas, concluída a salmodia e omitida a leitura breve, acrescenta-se imediatamente o cântico Magnificat com sua antífona; depois, omitidas as preces e o Pai-nosso, se diz a oração de conclusão e se dá a bênção ao povo.

98. Exceto na noite de Natal, por via de regra, exclui-se união da Missa com o Ofício das Leituras, uma vez que a própria Missa já possui uma série de leituras que deve ser distinta da série do Ofício. Contudo, se nalgum caso concreto convém fazer assim, então, imediatamente após a segunda leitura do Ofício com o seu responsório, omitido o restante, a Missa começa com o hino do Glória, se for prescrito; do contrário, inicia-se com a oração da Missa.

99. Se o Ofício das Leituras é recitado imediatamente antes de outra Hora do Ofício, então o hino correspondente a essa Hora pode ser colocado antes de iniciar o Ofício das Leituras. Em seguida, no final do Ofício das Leituras, omitem-se a oração e a conclusão, e na Hora seguinte se omitem o versículo introdutório e o Glória ao Pai.

CAPÍTULO III

OS DIVERSOS ELEMENTOS DA LITURGIA DAS HORAS

I. OS SALMOS E SUA FUNÇÃO NA ORAÇÃO CRISTÃ

100. Na Liturgia das Horas, a Igreja, para rezar, serve-se em grande parte daqueles esplêndidos poemas que os autores sagrados do Antigo Testamento compuseram sob inspiração do Espírito Santo. Em razão desta sua origem, os salmos têm a virtude de elevar até Deus a mente das pessoas, despertar nelas piedosos e santos afetos, ajudá-las maravilhosamente a agradecer na prosperidade e dar-lhes, na adversidade, consolo e fortaleza de ânimo.

101. Contudo, os salmos não encerram mais que uma sombra daquela plenitude dos tempos que se revelou em Cristo, Nosso Senhor e da qual se alimenta a oração da Igreja. Por isso, embora todos os fiéis cristãos esteja de acordo em terem elevada estima aos salmos, não é de estranhar que surja, por vezes, alguma dificuldade, quando alguém na oração procura fazer seus aqueles poemas venerandos.

102. O Espírito Santo, sob cuja inspiração os salmistas cantaram, assisti sempre com sua graça aqueles que de boa vontade, salmodiando com fé, proferem esses poemas. Mas, por outro lado, é necessário que “adquiram formação bíblica, a mais rica possível, sobretudo quanto aos salmos” [1 : SC, n. 90.], cada qual segundo suas possibilidades, e assim compreendam de que modo e com que método poderá orar corretamente quem se serve dos salmos.

103. Não são leituras nem orações compostas em prosa; os salmos são poemas de louvor. Por conseguinte, embora às vezes tenham sido proclamados em forma de leitura, contudo, atendendo ao seu gênero literário, chamam-se com razão, em hebraico, tehillim, ou seja, “cânticos de louvor”, e em grego psalmói, isto é, “cânticos para entoar ao som do saltério”. De fato, todos os salmos têm caráter musical que determina a maneira conveniente de dizê-los. Por isso, mesmo quando o salmo é recitado sem canto, ou individualmente e em silêncio, a pessoa se deixa levar por seu caráter musical. Ainda que oferecendo um texto à nossa mente, tendem mais a mover os corações de quem salmodia e escuta, e mesmo dos que os acompanham ao som do “saltério e da cítara”.

104. Portanto, quem salmodia sabiamente, irá percorrendo versículo por versículo, meditando um após outro, sempre disposto em seu coração a responder como exige o Espírito que inspirou o salmista e assistirá igualmente as pessoas devotas, dispostas a receber a sua graça. Por isso, ainda que exigindo a reverência devida à majestade de Deus, a salmodia deve desenvolver-se com júbilo espiritual e com doçura de caridade, tal como corresponde à poesia sagrada e ao canto divino, e, mais ainda, à liberdade dos filhos de Deus.

105. Com as palavras do salmo podemos muitas vezes orar com mais facilidade e fervor, seja dando graças e louvando a Deus com alegria, seja suplicando-o desde as profundezas de nossas angústias. Mas pode também, por vezes, surgir alguma dificuldade sobretudo quando o salmo não se dirige diretamente a Deus. O salmista é poeta e com frequência se dirige ao povo, relembrando a história de Israel. Às vezes, interpela outros seres, até mesmo criaturas irracionais. Faz, inclusive, o próprio Deus falar, e até os seres humanos, ou ainda, como no salmo 2, até mesmo os inimigos. Por isso, torna-se evidente que o salmo não é uma oração do mesmo estilo que as preces ou uma oração, que são compostas pela Igreja. Além disso, com sua índole poética e musical, enquadra-se no fato de que não fala necessariamente a Deus, mas canta simplesmente diante de Deus, como lembra São Bento: “Consideremos de que modo convém estar na presença de Deus e de seus anjos, e, ao salmodiarmos, que nos mantenhamos em tal atitude que nossa mente concorde com nossa voz” [2 : Regula monasteriorum, c. 19.].

106. Quem salmodia abre o coração aos sentimentos que brotam dos salmos, de acordo com o gênero literário de cada um, gênero de lamentação, confiança e ação de graças, ou gêneros outros que os exegetas com razão realçam.

107. Procurando permanecer fiel ao sentido literal, quem salmodia se fixa na importância que o texto contém para a vida humana dos que creem.

Com efeito, é sabido que cada salmo foi composto em circunstâncias determinadas, que os títulos colocados no início procuram insinuar, segundo o saltério hebraico. Todavia, qualquer que seja sua origem histórica, cada salmo tem um sentido próprio que nem mesmo em nossa época podemos negligenciar. Embora esses poemas tenham sidos compostos, há muitos séculos, por orientais, expressam muito bem as dores e esperanças, a miséria e a confiança dos seres humanos de qualquer época ou nação, sobretudo a fé em Deus, e cantam a revelação e a redenção.

108. Na Liturgia das Horas, quem salmodia não o faz tanto em seu próprio nome, como em nome de todo o Corpo de Cristo, e ainda na pessoa mesma do próprio Cristo. Aquele que tem isso bem presente, resolve as dificuldades que possam surgir, ao perceber que os sentimentos de seu coração, enquanto salmodia, discordam dos afetos que o salmo expressa. Por exemplo, estando triste e cheio de amargura, canta um salmo de júbilo, ou, estando feliz, canta um salmo de lamentação. Na oração meramente particular, isso facilmente se evita, porque nela há liberdade para escolher um salmo adequado ao próprio estado de alma. Contudo, no Ofício divino, os salmos em sua sequência oficial não se cantam em particular, mas em nome da Igreja, mesmo quando alguém recita sozinho alguma das Horas. Quem salmodia em nome da Igreja, poderá sempre encontrar motivos de alegria ou tristeza, porque também a isto se aplica a passagem do Apóstolo: “Alegrar-se com os que se alegram e chorar com os que choram” (Rm 12,15).

Assim, a fraqueza humana, ferida pelo amor de si própria, é curada na medida do amor com que a mente acompanha a voz de quem salmodia [3 : Cf. S. Bento, Regula monasteriorum, c. 19.].

109. Quem salmodia em nome da Igreja deve prestar atenção ao sentido pleno dos salmos, especialmente ao sentido messiânico, em virtude do qual a Igreja adotou o saltério. Este sentido messiânico tornou-se plenamente manifesto no Novo Testamento e foi enfatizado pelo próprio Cristo Senhor, que disse aos Apóstolos: “Era preciso que se cumprisse tudo o que está escrito sobre mim na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos” (Lc 24,44). O exemplo mais conhecido dessa interpretação messiânica é o diálogo no evangelho de São Mateus sobre o Messias, que é Filho de Davi e ao mesmo tempo Senhor de Davi [4 : Mt 22,44s.]: nesse diálogo, o salmo 109/110 se aplica ao Messias.

Seguindo esse método, os santos Padres entenderam e comentaram todo o saltério como profecia a respeito de Cristo e da Igreja. Com esse mesmo critério, escolheram-se os salmos na Sagrada Liturgia. Embora, por vezes, se tenham admitido algumas interpretações algo forçadas, tanto os Padres em geral como a Liturgia, com pleno direito, ouviram nos salmos Cristo clamando ao Pai, ou o Pai falando com o Filho, ou, inclusive, descobriram a voz da Igreja, dos Apóstolos ou dos mártires. Esse método de interpretação floresceu também durante a Idade Média: em muitos códices medievais do saltério, sugeria-se aos que salmodiavam algum sentido cristológico, por meio de um título anteposto a cada salmo. A interpretação cristológica não se limitou, de modo algum, aos salmos tidos como messiânicos, mas se estendeu a muitos outros casos em que, sem dúvida, são meras apropriações, embora aceitas pela tradição da Igreja.

Particularmente na salmodia dos dias festivos, escolheram-se os salmos por alguma razão cristológica, e para sugeri-la se antepõem geralmente antífonas tiradas dos próprios salmos.

II. ANTÍFONAS E OUTROS ELEMENTOS QUE AJUDAM A ORAÇÃO DOS SALMOS

110. Três elementos, na tradição latina, muito contribuíram para a compreensão dos salmos ou para fazer deles oração cristã: os títulos, as orações sálmicas e, principalmente, as antífonas.

111. No Saltério da Liturgia das Horas, cada salmo é precedido de um título que indica seu sentido e sua importância para a vida humana de quem crê. Esses títulos, inseridos no livro da Liturgia das Horas, são propostos unicamente para utilidade dos que salmodiam. Contudo, para fomentar a oração à luz de nova revelação, acrescenta-se uma expressão do Novo Testamento ou dos Padres, que serve como um convite à reza em sentido cristológico.

112. No suplemento do livro da Liturgia das Horas, para cada salmo se propõem orações sálmicas, a fim de ajudar quem os recita a interpretá-los sobretudo em sentido cristão. Podem ser usadas livremente, conforme antiga tradição: concluído o salmo e após certa pausa de silêncio, a oração resuma e conclua os sentimentos dos participantes.

113. Ainda quando se celebra sem canto a Liturgia das Horas, cada salmo tem sua antífona, que deve ser dita também por aqueles que rezam a sós. Com efeito, as antífonas ajudam a ilustrar o gênero literário do salmo; fazem do salmo uma oração pessoal; acentuam algum pensamento especialmente digno de atenção e que poderia passar despercebido; conferem matiz particular a determinado salmo em certas circunstâncias; e ainda são de grande ajuda para a interpretação tipológica ou festiva, contando que se excluam acomodações arbitrárias; podem tornar mais agradável e variada a recitação dos salmos.

114. No Saltério, as antífonas foram estruturadas de tal modo que possam ser traduzidas para o vernáculo, ou inclusive ser repetidas depois de cada estrofe, conforme diz o n. 125. Contudo, no ofício no Tempo comum, sem canto, em lugar dessas antífonas podem ser usadas, se oportuno, as frases que se antepõem a cada salmo (cf. n. 111).

115. Quando um salmo, por sua extensão, é dividido em várias partes dentro da mesma Hora, cada parte terá sua antífona própria, para maior variedade, sobretudo na celebração com canto, e também para serem mais apreciadas as riquezas do salmo. Todavia, pode-se rezar o salmo todo sem interrupção, apenas com a primeira antífona.

116. Para cada salmo da oração das Laudes e das Vésperas, existem antífonas próprias no Tríduo pascal, nos dias da oitava da Páscoa e do Natal, nos domingos do Tempo do Advento, do Natal, da Quaresma e da Páscoa, como também nos dias da Semana Santa, do Tempo pascal e nos dias 17 a 24 de dezembro.

117. Para o Ofício das Leituras, Laudes, Oração das Nove, das Doze e das Quinze Horas e Vésperas propõem-se as antífonas próprias nas solenidades; caso haja próprias, são tomadas do Comum. Nas festas se faz exatamente a mesma coisa no Ofício das Leituras, nas Laudes e nas Vésperas.

118. Na memória dos Santos, quando há antífonas próprias, devem ser conservadas (cf. n. 235).

119. As antífonas do Benedictus e do Magnificat, no ofício do Tempo, são tomadas do Próprio do Tempo, se as houver, ou do saltério corrente noutros casos. Nas solenidades e festas, tomam-se do Próprio, se houver; caso contrário, do Comum. Nas memórias que não possuem antífonas próprias é facultativo dizer a antífona do Comum ou do dia da semana corrente.

120. No tempo pascal acrescenta-se Aleluia a todas as antífonas, exceto quando não se enquadra com o sentido da antífona.

III. MODO DE SALMODIAR

121. São propostas várias maneiras de recitar os salmos, segundo o requeira o gênero literário ou a extensão de cada salmo, e também conforme se recite o salmo em latim ou em vernáculo, mas sobretudo se a recitação for individual ou em grupos, ou ainda com a assembleia do povo, a fim de que todos os que salmodiam percebam mais facilmente o sabor espiritual e literário dos salmos. A escolha destes não foi feita com critérios quantitativos, mas atendendo à variedade e índole própria de cada salmo.

122. Os salmos se cantam ou se recitam: a) de maneira seguida (in directum); b) alternando os versículos ou estrofes em dois coros ou partes da assembleia; c) de modo responsorial, segundo os diversos modos que a tradição ou a experiência recomendam.

123. No princípio de cada salmo, deve-se dizer sempre sua antífona, como se observa nos n. 113-120. No final do saltério inteiro, conserva-se o costume de concluir com o Glória e Como era. O Glória é uma conclusão adequada que a tradição sancionou e que confere à oração do Antigo Testamento um sentido de louvor, cristológico e trinitário. No final de cada salmo, sendo oportuno, repete-se a antífona.

124. Quando se usam os salmos mais longos, as divisões vêm assinaladas no Saltério, de tal forma que a salmodia conserve a estrutura ternária da Hora, tendo em conta, porém, o sentido objetivo do salmo em questão.

Convém observar essa divisão, sobretudo na celebração coral em latim, acrescentando o Glória no final de cada parte.

Contudo, será permitido conservar esse modo tradicional, ou fazer intervalo entre as diversas partes do mesmo salmo, ou ainda recitar o salmo inteiro com sua antífona.

125. Além disso, quando o gênero literário do salmo assim o aconselhar, serão indicadas divisões em estrofes, para que se possa intercalar a antífona depois de cada estrofe, sobretudo se os salmos são cantados em vernáculo; então será suficiente dizer o Glória no final de todo o salmo.

IV. CRITÉRIO SEGUIDO NA DISTRIBUIÇÃO DOS SALMOS NO OFÍCIO

126. Os salmos estão distribuídos por um ciclo de quatro semanas, conforme os seguintes critérios: uns poucos são omitidos, outros que a tradição assinala como insignes repetem-se com mais frequência. Para as Laudes, as Vésperas e as Completas, usam-se os salmos mais adequados [5 : Cf. SC, n. 91.].

127. Para as Laudes e as Vésperas, por serem as Horas mais frequentadas pelos fiéis, selecionaram-se salmos que se prestam melhor para a celebração com o povo.

128. Nas Completas, observou-se a norma indicada pelo n. 88.

129. No domingo, mesmo para o Ofício das Leituras e para a Hora média, escolheram-se salmos que, segundo a tradição, melhor expressam o mistério pascal. Para a sexta-feira escolheram-se alguns salmos penitenciais ou relacionados com a Paixão.

130. Foram reservados para os Tempos do Advento, Natal, Quaresma e Páscoa três salmos, a saber: 77/78, 104/105 e 105/106, que mais claramente apresentam a história da salvação no Antigo Testamento, como prelúdio da salvação plena que se realiza no Novo.

131. Omitiram-se do Saltério corrente três salmos, 57/58, 82/83 e 108/109, nos quais predomina o caráter imprecatório. Foram omitidos também alguns versículos de vários salmos, como se indica no início de cada um deles. A omissão desses textos foi motivada por certa dificuldade psicológica, embora tais salmos imprecatórios ocorram na piedade do Novo Testamento, por exemplo, em Apocalipse 6,10; eles não pretendem induzir de maneira alguma à maldição.

132. Os salmos demasiadamente longos para poderem ser contidos numa única hora do Ofício são distribuídos em vários dias na mesma hora, para que possa recitá-los integralmente, quem não costuma rezar as outras horas. Assim o salmo 118/119, segundo sua própria divisão, é distribuído em vinte e dois dias, na Hora média, por ser um salmo tradicionalmente atribuído às Horas diurnas.

133. O ciclo de quatro semanas do Saltério se coordena com o ano litúrgico da seguinte forma: No 1º Domingo do Advento, na 1ª semana do Tempo comum, no 1º Domingo da Quaresma e no 1º Domingo da Páscoa, o ciclo recomeça com a primeira semana, omitindo-se as demais, se for o caso.

Depois de Pentecostes, no Tempo comum, quando o ciclo do Saltério segue a série das semanas, o mesmo ciclo deve ser retomado na semana do Saltério indicada no início de sua respectiva semana do Tempo comum, no Próprio do Tempo.

134. No Tríduo pascal, nos dias da oitava da Páscoa e do Natal, nas solenidades e festas, são indicados salmos próprios para o Ofício das Leituras; são escolhidos entre aqueles que a tradição destaca, e cuja propriedade é geralmente realçada pela antífona. O mesmo se faz para a Hora média em certas solenidades do Senhor e na oitava da Páscoa. Nas Laudes tomam-se os salmos e o cântico do I Domingo do Saltério. Nas I Vésperas das solenidades, os salmos são série “Laudate”, segundo antigo costume. Nas II Vésperas das solenidades, e nas Vésperas das festas, os salmos e o cântico são próprios. Na Hora média das solenidades, exceto aquelas acima citadas e contanto que não ocorra em domingo, os salmos são tomados dentre os graduais. Na Hora média das festas, dizem-se os salmos do dia de semana.

135. Nos outros casos, dizem-se os salmos do Saltério corrente, exceto quando há antífonas ou salmos próprios.

V. CÂNTICOS DO ANTIGO E DO NOVO TESTAMENTO

136. Nas Laudes, entre o primeiro salmo e o último, intercala-se como de costume um cântico do Antigo Testamento. Além da série aceita na antiga tradição romana e da outra que São Pio X introduziu no Breviário, acrescentaram-se ao Saltério vários cânticos tirados de alguns livros do Antigo Testamento; assim, cada dia da semana tem seu cântico próprio nas quatro semanas. Nos domingos alternam-se as duas partes em que se divide o cântico dos três jovens.

137. Nas Vésperas, após os dois salmos, intercala-se um cântico do Novo Testamento, tirado das Cartas ou do Apocalipse. São indicados sete cânticos, um para cada dia da semana. Nos domingos da Quaresma, porém, em lugar do cântico aleluiático do Apocalipse, reza-se o cântico da Primeira Carta de Pedro. Além disso, na solenidade da Epifania e na festa da Transfiguração do Senhor, diz-se o cântico da Primeira Carta a Timóteo, como vem indicado no respectivo lugar.

138. Os cânticos evangélicos “Benedictus”, “Magnificat” e “Nunc dimittis” serão acompanhados com a mesma solenidade e dignidade com que se costuma ouvir o Evangelho.

139. Tanto a salmodia como as leituras se ordenam segundo aquela sólida tradição, em que, primeiro, vem o Antigo Testamento, em seguida, o Apóstolo, e, finalmente, o Evangelho.

VI. LEITURA DA SAGRADA ESCRITURA

a) Leitura da Sagrada Escritura em geral

140. Segundo a antiga tradição, a leitura da Sagrada Escritura na liturgia se faz publicamente, não apenas na celebração eucarística, mas também no Ofício divino. Essa leitura deve ser tida em grande estima por todos os cristãos, porque a própria Igreja a propõe, não conforme escolha ou preferências de particulares, mas em função do mistério que a Esposa de Cristo “revela no decorrer do ano, desde a Encarnação e Natal até a Ascensão, Pentecostes e a Expectação da feliz esperança e vinda do Senhor” [6 : SC, n. 102.]. Além disso, na celebração litúrgica, a oração acompanha sempre a leitura da Sagrada Escritura, para que essa leitura produza fruto mais abundante, e a oração, por sua vez, particularmente os salmos, na força da leitura, seja compreendida mais plenamente e se torne mais fervorosa.

141. Na Liturgia das Horas, propõem-se uma leitura mais longa da Sagrada Escritura ou uma leitura mais breve.

142. Mais acima, o n. 46 trata, para as Laudes e Vésperas, da leitura mais longa, que é facultativa.

b) Curso da leitura da Sagrada Escritura no Oficio das Leituras

143. Ao organizar o ciclo de leituras da Sagrada Escritura no Ofício das Leituras, levaram-se em conta, por um lado, os tempos sagrados em que, por venerável tradição, se devem ler certos livros, e, por outro lado, o ciclo de leituras na Missa. Desse modo, a Liturgia das Horas se coordena com a Missa, de sorte que a leitura da Escritura no Ofício complete a leitura que se faz na Missa, oferecendo assim um visão geral de toda a História da Salvação.

144. Com exceção prevista no n. 73, o Evangelho não é lido na Liturgia das Horas, porque todos os anos se lê integralmente na Missa.

145. Há um ciclo duplo de leituras bíblicas: o primeiro, inserido no livro da Liturgia das Horas, abrange um só ano; o outro, a ser usado facultativamente e incluído no Suplemento, é bienal como o ciclo de leituras na Missa dos dias de semana no Tempo comum.

146. O ciclo bienal de leituras é organizado de tal modo que em cada ano se leem quase todos os livros da Sagrada Escritura. São deixados para a Liturgia das Horas os textos mais longos e difíceis, que não encontrariam facilmente lugar na Missa. Enquanto o Novo Testamento é lido integralmente cada ano, parte na Missa e parte na Liturgia das Horas, do Antigo Testamento foram escolhidas as partes de maior importância, para se entender a História da Salvação e para alimentar a piedade.

Para que não se apresentem textos idênticos nos mesmos dias, nem se distribuam no mesmo tempo os mesmos livros, – com o que restariam para a Liturgia das Horas perícopes de pouca importância e se perturbaria a série de textos, – a coordenação entre as leituras da Liturgia das Horas e da Missa exige necessariamente que o mesmo livro seja utilizado um ano na Missa e outro na Liturgia das Horas, ou que seja lido com algum tempo de intervalo, se no mesmo ano é lido na Missa e na Liturgia das Horas.

147. Segundo antiga tradição, no tempo do Advento serão lidas perícopes tiradas do livro de Isaías, em leitura semicontínua, que será alternada cada dois anos. Acrescentam-se o livro de Rute e algumas profecias do livro de Miqueias. De 17 a 24 de dezembro há leituras especialmente indicadas; por isso, omitem-se as escolhidas para a terceira semana do Advento, que não tenham lugar.

148. No Ano I, de 29 de dezembro a 5 de janeiro, se lê a Carta aos Colossenses, que trata da Encarnação do Senhor, situada no âmbito de toda a História da Salvação. No Ano II, lê-se o Cântico dos Cânticos, que é figura de união entre Deus e o ser humano em Cristo: “Deus Pai celebrou o casamento do Deus Filho, quando, no seio da Virgem, uniu-o à natureza humana, quando Aquele que é Deus desde todo o sempre quis fazer-se homem no fim dos tempos” [7 : S. Gregório Magno, Homilia 38 in Evangelia: PL 76, 1283.].

149. De 7 de janeiro até sábado depois da Epifania se leem textos escatológicos tirados de Isaías 60 – 66 e de Baruc. As lições excedentes serão omitidas nesse ano.

150. Na Quaresma do Ano I, leem-se perícopes do livro do Deuteronômio e da Carta aos Hebreus. No Ano II, dá-se uma visão geral da História da Salvação, de acordo com os livros do Êxodo, Levítico e Números. A Carta aos Hebreus interpreta a aliança antiga à luz do mistério pascal de Cristo. Da mesma carta lê-se na Sexta-feira da Paixão do Senhor o trecho sobre o sacrifício de Cristo (9,11-28); e no Sábado Santo, sobre o descanso do Senhor (4,1-16). Nos outros dias da Semana Santa, no Ano I, leem-se do livro de Isaías os cantos 3º e 4º do Servo do Senhor e perícopes tomadas do livro das Lamentações; e no Ano II lê-se o profeta Jeremias, como tipo do Cristo sofredor.

151. De acordo com a tradição, no Tempo pascal, excetuando-se os domingos 1º e 2º da Páscoa e as solenidades da Ascensão e Pentecostes, no Ano I serão lidas a Primeira Carta de São Pedro, o livro do Apocalipse e as cartas de São João; e no Ano II, os Atos dos Apóstolos.

152. A série contínua de trinta e quatro semanas do Tempo comum vai desde a segunda-feira após o domingo do Batismo do Senhor até a Quaresma, e desde a segunda-feira depois de Pentecostes até o Advento.

Essa série interrompe-se a partir da Quarta-feira de Cinzas até o dia de Pentecostes. Na segunda-feira depois do domingo de Pentecostes, retoma-se a leitura do Tempo comum, interrompida na semana que segue aquela em que começou a Quaresma, omitindo-se, porém, a leitura correspondente ao domingo.

Nos anos em que há somente trinta e três semanas de Tempo comum, omite-se a semana que caberia imediatamente depois de Pentecostes, de modo que sempre se mantenham as lições das últimas semanas, que são de índole escatológica.

Os livros do Antigo Testamento são distribuídos segundo a História da Salvação: Deus se revela no decurso da vida do povo, que é gradualmente conduzido e iluminado. Por isso, os profetas são lidos intercaladamente com os livros históricos, de acordo com o tempo em que viveram e ensinaram. Assim no ano I a série de leituras do Antigo Testamento apresenta, ao mesmo tempo, os livros históricos e os oráculos dos profetas, desde o livro de Josué até a época do exílio inclusive. No Ano II, após a leitura do Gênesis, que se coloca antes da Quaresma, continua a História da Salvação depois do exílio até o tempo dos Macabeus. Inserem-se nesse mesmo ano os últimos profetas, os livros sapienciais e as narrações dos livros de Ester, Tobias e Judite.

As cartas dos Apóstolos, não lidas em tempos especiais, são distribuídas, levando em conta, por um lado, as leituras da Missa, e, por outro, a ordem cronológica em que foram escritas.

153. No entanto, tendo em vista os dois ciclos de leituras da Missa, da qual é complemento, o ciclo anual do Ofício é de tal modo abreviado, que cada ano possam ser lidas partes seletas da Sagrada Escritura.

154. As solenidades e festas em geral têm leitura própria determinada; caso contrário, toma-se do Comum dos Santos.

155. Quanto possível, cada perícope conserva certa unidade. Portanto, para não ultrapassar o tamanho adequado – aliás diferente segundo o gênero literário dos livros – às vezes, se omitem alguns versículos, o que vem sempre indicado. Mas é louvável que a perícope seja lida integralmente nalgum texto aprovado.

c) As leituras breves

156. As leituras breves ou “capítulos”, cuja importância na Liturgia das Horas é explicitada no n. 45, foram selecionadas de modo que expressem um pensamento ou admoestação de maneira breve, porém clara. Além do mais, procurou-se a variedade.

157. Desse modo, organizaram-se quatro séries semanais de leituras breves para o Tempo comum, que são inseridas no Saltério, de modo que cada dia, durante as quatro semanas, a leitura é diferente. Além disso, existem séries semanais para os tempos do Advento, Natal, Quaresma e Páscoa. Há também leituras breves próprias para as solenidades e festas, e para algumas memórias, como também a série de uma semana para as Completas.

158. Para selecionar leituras breves observaram-se os seguintes critérios:

a) segundo a tradição, excluíram-se os Evangelhos;

b) na medida do possível, também se levou em conta o caráter peculiar do domingo, da sexta-feira e das próprias Horas;

c) as leituras das Vésperas, como vêm após um cântico do Novo Testamento, foram tiradas apenas do Novo Testamento.

VII. LEITURAS DOS PADRES E DE ESCRITORES ECLESIÁSTICOS

159. Segundo a tradição da Igreja Romana, no Ofício das Leituras, após a leitura bíblica, segue uma leitura dos Padres ou de Escritores eclesiásticos, acompanhada de seu responsório, a não ser que haja uma leitura hagiográfica (cf. n. 228-239).

160. São apresentados nessa leitura textos tirados de escritos dos Santos Padres, Doutores e outros Escritores eclesiásticos, pertencentes tanto à Igreja oriental como à ocidental, dando-se, porém, preferência aos Santos Padres que gozam de autoridade especial na Igreja.

161. Além das leituras assinaladas para cada dia no livro da Liturgia das Horas, há também um “Lecionário Facultativo”, no qual se oferece maior abundância de leituras para mais amplamente abrir o tesouro da tradição eclesial aos que celebram o Ofício divino. Cada qual poderá, livremente, tomar a leitura do livro da Liturgia das Horas ou do Lecionário Facultativo.

162. Além disso, as Conferências Episcopais podem preparar outros textos adequados às tradições e à mentalidade de seu território [8 : Cf. SC, n. 38.] e acrescentá-los como suplemento ao Lecionário Facultativo. Esses textos sejam tirados de obras de escritores católicos que se distinguiram pela doutrina e santidade de costumes.

163. A função dessas leituras é principalmente ser meditação da palavra de Deus, tal como a tradição da Igreja a intende, pois a Igreja sempre julgou necessário explicar autenticamente aos fiéis o sentido da palavra de Deus, para que “o fio da interpretação dos profetas e apóstolos continue de maneira correta, segundo a norma do sentido eclesiástico e católico” [9 : S. Vicente de Lérins, Commonitorium, 2: PL 50,640.].

164. No contato assíduo com esses documentos oferecidos pela tradição da Igreja universal, os leitores são levados a uma profunda meditação da Sagrada Escritura e ao suave e vivo afeto por ela. Os escritos dos Santos Padres são testemunhos ilustres da meditação da palavra de Deus, meditação essa produzida através dos séculos, pela qual a Esposa do Verbo, a Igreja, que “tem consigo o conselho e o espírito de seu Esposo e seu Deus” [10 : S. Bernardo, Sermo 3 in vigília Nativitatis 1: PL 183 (ed. 1879), 94.], se esforça para alcançar uma compreensão cada vez mais profunda das Sagradas Escrituras.

165. A leitura dos Padres também introduz os cristãos no significado próprio dos tempos e festas litúrgicos. Além disso, lhes garante o acesso às imensas riquezas espirituais que são o grande patrimônio da Igreja, como também oferecem o fundamento da vida espiritual e um riquíssimo alimento para a piedade. Assim, os pregadores da palavra de Deus entram em contato diário com ilustres exemplos da pregação sagrada.

VIII. LEITURAS HAGIOGRÁFICAS

166. Chama-se leitura hagiográfica o texto de algum Padre ou Escritor eclesiástico, que fala diretamente a respeito do Santo celebrado ou que se aplica a ele com propriedade; é também um trecho dos escritos do próprio Santo, ou a narração de sua vida.

167. Ao se prepararem os Próprios dos Santos, devem-se levar em conta a verdade histórica [11 : Cf. SC, n. 92c.] e o proveito espiritual dos leitores e ouvintes da leitura hagiográfica, evitando-se cuidadosamente tudo o que despertaria apenas admiração. Dar-se-á relevância à peculiar índole espiritual dos Santos, adaptadas às circunstâncias atuais, à sua importância para a vida e para a espiritualidade da Igreja.

168. Antes da leitura se dá uma pequena notícia biográfica que apresenta algumas notas meramente históricas e resume brevemente a vida do Santo. É apenas um informe que não será lido na celebração.

IX. RESPONSÓRIOS

169. Após a leitura bíblica, segue-se, no Ofício das Leituras, e respectivo responsório, cujo texto foi escolhido do tesouro tradicional ou de novas criações. Dessa forma, ele pode trazer nova luz para a compreensão da leitura que se acaba de proclamar; pode situá-la na história da salvação ou conduzi-la do Antigo para o Novo Testamento; pode transformar a leitura em oração e contemplação; e, por fim, pode com sua beleza poética, oferecer agradável variedade.

170. De modo semelhante, acrescenta-se à segunda leitura um responsório adequado, que não precisa estar em relação estreita com o texto da leitura, e assim favoreça maior liberdade para a meditação.

171. Por conseguinte, os responsórios com suas repetições conservam seu valor também para a recitação individual. Contudo, a parte que se costuma repetir, no responsório, pode ser omitida na recitação sem canto, a não ser que o sentido exija que seja pronunciada.

172. De maneira semelhante, porém mais simples, o responsório breve, das Laudes, Vésperas e Completas, do qual tratam os n. 48 e 89, e o versículo para a Oração das Nove, das Doze e das Quinze Horas, respondem à leitura breve como aclamação, a fim de que a Palavra de Deus penetre mais intimamente no ânimo de quem a escuta ou lê.

X. HINOS E OUTROS CANTOS NÃO BÍBLICOS

173. Os hinos que, segundo antiquíssima tradição, fazem parte do Ofício Divino, continuarão ocupando nele seu lugar [12 : Cf. SC, n. 93.]. De fato, estão especificamente destinados ao louvor de Deus, não apenas por sua natureza lírica, mas porque constituem elemento popular que quase sempre expressa, mais claramente do que as outras partes do Ofício divino, o sentido peculiar de cada Hora ou das várias festas, e movem poderosamente os ânimos a uma celebração piedosa. Essa eficácia, muitas vezes, cresce devido à beleza literária. Por outro lado, no Ofício, os hinos são o principal elemento poético de criação eclesiástica.

174. Segundo a tradição, o hino termina com a doxologia, geralmente, dirigida à mesma Pessoa divina, a quem se dirige o hino todo.

175. No Ofício do Tempo comum, para maior variedade, previu-se dupla série de hinos para todas as Horas, que serão usados em semanas alternadas.

176. Assim também, para o Ofício das Leituras, estabeleceu-se dupla série de hinos, para serem ditos na recitação noturna ou diurna, conforme o caso.

177. Os novos hinos introduzidos podem ser acompanhados com as tradicionais melodias da mesma extensão e metro.

178. Para a celebração em vernáculo, concede-se às Conferências Episcopais a faculdade de adaptar os hinos latinos ao espírito da própria língua, como também introduzir novas criações de hinos [13 : Cf. SC, n. 38.], contanto que condigam estritamente com o sentido da hora, do tempo ou da festa. Deve-se, contudo, ter muito cuidado para evitar que se admitam canções populares carentes de valor artístico e que não estejam verdadeiramente em conformidade com a dignidade da Liturgia.

XI. PRECES, ORAÇÃO DO SENHOR E ORAÇÃO CONCLUSIVA

a) Preces ou intercessões nas Laudes e Vésperas

179. A Liturgia das Horas celebra, na verdade, o louvor divino. Mas a tradição, tanto judaica como cristã, não separa do louvor divino a oração de petição, e com frequência faz esta derivar daquele. O apóstolo Paulo exorta a fazer “preces e orações, súplicas e ações de graças, por todos os seres humanos; pelos que governam e por todos que ocupam altos cargos, a fim de que possamos levar uma vida tranquila e serena, com toda a piedade e dignidade. Isto é bom e agradável a Deus, nosso Salvador; ele quer que todos os seres humanos sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade” (1Tm 2,1-4). Essas recomendações foram frequentemente interpretadas pelos Padres no sentido de fazer intercessões pela manhã e pela tarde [14 : Assim, por ex., S. João Crisóstomo, In Epist. ad. Tim I, Homilia 6: PG 62,530.].

180. Restabelecidas na Missa de rito romano, as intercessões ocorrem também nas Vésperas, embora de maneira diferente, como adiante se explica.

181. Além disso, existe a tradição de ao amanhecer se recomendar o dia todo a Deus; assim, fazem-se invocações nas Laudes, exatamente para recomendar ou consagrar o dia ao Senhor.

182. Dá-se o nome de preces tanto às intercessões que se fazem nas Vésperas, como às invocações que, para consagrar o dia a Deus, são feitas nas Laudes.

183. Para a maior variedade, mas principalmente para melhor expressar as diversas necessidades da Igreja e dos seres humanos, segundo os diferentes estados, grupos, pessoas, condições e tempos, propõem-se fórmulas diferentes de preces para cada dia no ciclo do Saltério, e para os vários tempos sagrados do ano litúrgico, como ainda para certas celebrações festivas.

184. Além disso, as Conferências Episcopais poderão adaptar as fórmulas propostas no livro da Liturgia das Horas e também aprovar outras novas [15 : Cf. SC, n. 38.], observando as normas que se seguem.

185. Como no Pai-nosso, convém que às petições se una também o louvor a Deus, a proclamação de sua glória ou a memória da História da Salvação.

186. Nas preces das Vésperas, a última intenção será sempre pelos defuntos.

187. Sendo a Liturgia das Horas, de modo especial, a oração de toda a Igreja por toda a Igreja e ainda para a salvação do mundo inteiro [16 : Cf. SC, n. 83 e 89.], convém que, nas preces, as intenções universais ocupem absolutamente o primeiro lugar, quer se reze pela Igreja com suas diversas ordens, quer pelas autoridades civis, pelos que vivem na pobreza, pelos que padecem enfermidade ou tristeza, e pelas necessidades do mundo todo, tais como a paz e outras intenções semelhantes.

188. Todavia, tanto nas Laudes como nas Vésperas, poderão ser acrescentadas algumas intenções particulares.

189. As preces do Ofício foram estruturadas de tal maneira que possam adaptar-se, tanto para a celebração com o povo como para a celebração de uma pequena comunidade ou para a recitação individual.

190. Por isso, na recitação com o povo ou comunitária, as preces se introduzem com breve convite do sacerdote ou de outro ministro, em que se propõe um modelo de resposta, que a assembleia repetirá todas as vezes de modo invariável.

191. Além disso, as intenções são dirigidas diretamente a Deus, para que sejam convenientes tanto à celebração comunitária como à recitação individual.

192. De todas as formas de intenções constam de duas partes, podendo a segunda ser empregada como resposta variável.

193. Assim, podem usar-se diferentes modos: o sacerdote ou ministro dirá as duas partes, e a assembleia dirá a resposta invariável ou fará uma pausa de silêncio; ou então, o sacerdote ou ministro dirá só a primeira parte, e a assembleia dirá a segunda.

b) Oração do Senhor

194. Nas Laudes e nas Vésperas, por serem as Horas mais frequentadas pelo povo, após as preces em razão de sua dignidade, segue a Oração do Senhor, conforme venerável tradição.

195. Portanto, daqui por diante, a Oração do Senhor será rezada solenemente três vezes ao dia: na Missa, nas Laudes e nas Vésperas.

196. O Pai-nosso é dito por todos, precedido de breve exortação, se oportuno.

c) Oração conclusiva

197. No final de cada Hora, para terminar, se diz a oração conclusiva, que na celebração pública e com o povo compete ao sacerdote ou diácono, segundo a tradição [17 : Cf. infra, n. 256.].

198. No Ofício das Leituras, essa oração, como de costume, será a mesma da Missa. Nas Completas, será sempre a do Saltério.

199. Nas Laudes e nas Vésperas, toma-se a oração do Próprio, nos domingos, dias de semana do Tempo do Advento, Natal, Quaresma e Páscoa, bem como nas solenidades, festas e memórias. Mas, nos dias de semana do Tempo comum, diz-se a oração indicada no ciclo do Saltério, a fim de expressar o caráter próprio dessas Horas.

200. Na Oração das Nove, das Doze e das Quinze Horas, ou na Hora média, toma-se a oração do Próprio, nos domingos e nos dias de semana do Tempo do Advento, Natal, Quaresma e Páscoa bem como nas solenidades e festas. Nos demais dias, dizem-se as orações que expressam o sentido da Hora correspondente e que se encontram no Saltério.

XII. SILÊNCIO SAGRADO

201. Nas ações litúrgicas deve-se procurar, em geral, que “se guarde também, a seu tempo, um silêncio sagrado” [18 : SC, n. 30.]; por isso, haja ocasião de silêncio também na celebração da Liturgia das Horas.

202. Por conseguinte, se parecer oportuno e prudente, para facilitar a plena ressonância da voz do Espírito Santo nos corações e unir mais estreitamente a oração pessoal com a palavra de Deus e com a voz pública da Igreja, pode-se fazer uma pausa de silêncio após cada salmo, depois de repetida sua antífona, de acordo com a antiga tradição, sobretudo se depois do silêncio se acrescentar a oração sálmica (cf. n. 112); ou também após as leituras, tanto breves como longas, antes ou depois do responsório.

Contudo, evite-se introduzir um silêncio tal que deforme a estrutura do Ofício, ou que ocasione aos participantes mal-estar ou tédio.

203. Na recitação a sós, haverá maior liberdade para demorar na meditação de alguma fórmula, que incentive a elevação espiritual, sem que com isso o Ofício perca sua natureza pública.

CAPÍTULO IV

AS VÁRIAS CELEBRAÇÕES AO LONGO DO ANO LITÚRGICO

I. CELEBRAÇÃO DOS MISTÉRIOS DO SENHOR

a) Domingo

204. O Ofício do domingo começa com as I Vésperas. Nestas, diz-se tudo do Saltério, exceto as partes indicadas como próprias.

205. Quando se celebra no domingo uma festa do Senhor, as I Vésperas são próprias.

206. Mais acima, o n. 73 falou a respeito da maneira como celebrar as vigílias, quando parecerem oportunas.

207. É de suma conveniência, conforme antiquíssimo costume, celebrar ao menos as Vésperas com o povo, quando possível [1 : Cf. SC, n. 100.].

b) Tríduo pascal

208. No Tríduo pascal, celebra-se o Ofício como está indicado no Próprio do Tempo.

209. Quem participa da Missa vespertina na Ceia do Senhor ou da celebração da Paixão do Senhor na Sexta-feira Santa não recita as Vésperas dos respectivos dias.

210. Na Sexta-feira da Paixão do Senhor e no Sábado Santo, antes das Laudes, na medida do possível, faça-se uma celebração pública do Ofício das Leituras, juntamente com o povo.

211. Apenas aqueles que não participam da Vigília Pascal é que recitam as Completas do Sábado Santo.

212. A Vigília Pascal substitui o Ofício das Leituras. Portanto, quem não participa da solene Vigília Pascal, recite pelo menos quatro leituras da mesma, com seus cânticos e orações. Convém que se escolham as leituras do Êxodo, de Ezequiel, do Apóstolo e do Evangelho. Seguem-se o hino Te Deum e a oração do dia.

213. Todos dizem as Laudes do Domingo da Ressurreição. Convém que as Vésperas sejam celebradas de modo particularmente solene, para festejar a tarde deste dia tão sagrado e comemorar as aparições do Senhor a seus discípulos. Conserve-se com o maior empenho, onde estiver vigorando, a tradição de celebrar no dia da Páscoa as Vésperas batismais, em que se caminha em procissão até a fonte batismal, ao canto de salmos.

c) Tempo pascal

214. A aclamação Aleluia, com que termina a maioria das antífonas (cf. n. 120), confere caráter pascal à Liturgia das Horas. O mesmo papel desempenham os hinos, antífonas e preces especiais, como também as leituras próprias marcadas para cada hora.

d) Natal do Senhor

215. Na noite do Natal do Senhor é bom que antes da Missa se celebre uma vigília solene com o Ofício das Leituras. Quem dela participa não recita as Completas.

216. As Laudes do dia de Natal são ditas como de costume, antes da Missa da aurora.

e) Outras solenidades e festas do Senhor

217. Para organizar o Ofício nas solenidades e festas do Senhor, considere-se o que dizem, mais abaixo, os n. 225-233, com as devidas mudanças.

II. CELEBRAÇÃO DOS SANTOS

218. As celebrações dos Santos estão organizadas de modo que não se sobreponham às festas e tempos sagrados em que se comemoram os mistérios da salvação [2 : Cf. SC, n. 111.], nem alterem, com frequência excessiva, a sequência da salmodia e da leitura nem causem repetições indevidas. Ao contrário, fomente a legitima devoção de cada um. Nestes princípios se fundamentou a reforma do calendário, realizada por ordem do Concílio Vaticano II, como também a maneira de celebrar os Santos na Liturgia das Horas, conforme se indica nos números seguintes.

219. As celebrações dos Santos são solenidades, festas ou memórias.

220. As memórias, por sua vez, são obrigatórias ou, se nada for dito, facultativas. Para decidir se convém ou não celebrar uma memória facultativa na celebração do Ofício com o povo ou em comum, leve-se em conta o bem comum ou a devoção autêntica da própria assembleia, e não apenas de quem a preside.

221. Se no mesmo dia ocorrem várias memórias facultativas, pode-se celebrar apenas uma, omitindo-se as demais.

222. As solenidades, e somente elas, são transferidas na forma estabelecida pelas rubricas.

223. As normas seguintes valem tanto para os Santos inscritos no Calendário romano universal, como para os inscritos nos calendários particulares.

224. As partes próprias, que por acaso faltarem, são substituídas pelos respectivos Comuns dos Santos.

1. Como se organiza o Ofício nas solenidades

225. As solenidades têm, no dia anterior, I Vésperas.

226. Tanto nas I como nas II Vésperas são próprios: o hino, as antífonas, a leitura breve com o seu responsório e a oração conclusiva. No caso de faltarem, tomam-se do Comum.

Os dois salmos nas I Vésperas são geralmente tomados da série Laudate, ou seja, dos salmos 112/113, 116/117, 134/135, 145/146, 146/147,1-11 e 147, de acordo com antiga tradição. O cântico do Novo Testamento é indicado no devido lugar. Nas II Vésperas, os salmos e o cântico são próprios; as preces são próprias ou do Comum.

227. Nas Laudes são próprios: o hino, as antífonas, a leitura breve com seu responsório e a oração conclusiva. Em sua falta, tomam-se do Comum. Mas os salmos são tirados do I Domingo do Saltério. As preces são próprias ou do Comum.

228. No Ofício das Leituras tudo é próprio: hino, antífonas, salmos, leituras e responsórios. A primeira leitura é bíblica e a segunda, hagiográfica. Tratando-se de um Santo de culto apenas local e que não tem partes especiais nem mesmo no próprio local, tudo se toma do Comum.

No fim do Ofício das Leituras se diz o hino Te Deum e a oração própria.

229. Na Hora média ou Oração das Nove, das Doze e das Quinze Horas, salvo indicação em contrário, diz-se o hino cotidiano. Os salmos são escolhidos entre os graduais com antífona própria, mas no domingo tomam-se os salmos do I Domingo do Saltério. A leitura breve e a oração conclusiva são próprias. Contudo, para certas solenidades do Senhor se preveem salmos especiais.

230. Nas Completas, tudo é do domingo, tanto após as I como as II Vésperas.

2. Como se organiza o Ofício das Festas

231. As festas não têm I Vésperas, exceto nas festas do Senhor que caiam em domingo. No Ofício das Leituras, nas Laudes e Vésperas, tudo é feito como nas solenidades.

232. Na Hora média ou na Oração das Nove, das Doze e das Quinze Horas, diz-se o hino cotidiano. Os salmos com suas antífonas são do dia de semana, a não ser que, para a Hora média, haja razão especial ou a tradição exija que se diga a antífona própria, o que será indicado no respectivo lugar. A leitura breve e a oração conclusiva são próprias.

233. As Completas dizem-se como nos dias comuns.

3. Como se organiza o Ofício nas memórias dos Santos

234. Entre a memória obrigatória e a facultativa, se esta é realmente celebrada, não existe diferença alguma quanto à maneira de se organizar o Ofício, a não ser que se trate de memórias facultativas, que ocorram em tempos privilegiados.

a) Memórias que ocorrem em dias comuns

235. No Ofício das Leituras, nas Laudes e Vésperas:

a) os salmos com suas antífonas são tomados do dia da semana corrente, a não ser que haja antífonas próprias ou salmos próprios que são indicados em cada caso;

b) a antífona do Invitatório, o hino, a leitura breve, a antífona do Benedictus e do Magnificat e as preces, sendo próprios, se dizem do Santo; caso contrário, se dizem do Comum ou do dia da semana corrente;

c) a oração conclusiva se diz do Santo;

d) no Ofício das Leituras, a leitura bíblica com seu responsório é da Escritura corrente. A segunda leitura é hagiográfica, com o responsório próprio ou do Comum; na falta de leitura própria, lê-se a respectiva leitura patrística do dia. Não se diz o Te Deum.

236. Na Hora média ou Oração das Nove, das Doze e das Quinze Horas e nas Completas reza-se tudo do dia de semana, e nada do Santo.

b) Memórias que ocorrem nos dias privilegiados

237. Nada se faz das memórias que ocorrem nos domingos, solenidades e festas, bem como na Quarta-feira de Cinzas, Semana Santa e oitava da Páscoa.

238. Nos dias de semana de 17 a 24 de dezembro, na oitava de Natal e nos dias de semana da Quaresma, não se celebra nenhuma memória obrigatória, nem sequer nos calendários particulares. As memórias que acidentalmente ocorram no Tempo da Quaresma, nesse ano, são consideradas memórias facultativas.

239. Durante os referidos tempos, quem quer celebrar um Santo que ocorra nesse dia como memória:

a) no Ofício das Leituras, depois da leitura patrística do Próprio do Tempo com seu responsório, acrescenta a leitura hagiográfica própria, com seu responsório, e conclui com a oração do Santo;

b) além disso, nas Laudes e nas Vésperas, após a oração conclusiva, omitindo a conclusão, pode acrescentar a antífona (própria ou do Comum) e a oração do Santo.

c) Memória de Nossa Senhora no Sábado

240. Nos sábados do Tempo comum, em que se permitem memórias facultativas, pode-se celebrar com o mesmo rito a memória de Nossa Senhora, com leitura própria.

III. CALENDÁRIO QUE SE DEVE SEGUIR E POSSIBILIDADE DE ESCOLHER DETERMINADO OFÍCIO OU ALGUMA DE SUAS PARTES

a) Calendário que se deve seguir

241. O Ofício no coro ou em comum deve ser celebrado conforme o calendário próprio, isto é, da diocese, da família religiosa ou de alguma igreja [3 : Cf. Normas gerais para o ano litúrgico e o calendário, n. 52.]. Contudo, os membros de famílias religiosas se unem à comunidade da Igreja local para celebrar a dedicação da Igreja catedral e os Patronos principais do lugar e de uma região mais extensa, onde moram [4 : Cf. Normas gerais para o ano litúrgico e o calendário, n. 52c.].

242. O clérigo ou religioso obrigado por qualquer título ao Ofício divino, e que participa de Ofício rezado em comum, segundo calendário que não seja o seu, com isto satisfaz à sua obrigação referente a essa parte do Ofício.

243. Na celebração individual, pode-se observar tanto o calendário do lugar como o calendário próprio, a não ser nas solenidades e festas próprias [5 : Cf. Tabela dos dias litúrgicos, n. 4 e 8, p.].

b) Faculdade de escolher determinado Ofício

244. Nos dias de semana que permitem a celebração de memória facultativa, pode-se por justa causa celebrar com o mesmo rito (cf. n. 234-239) o Ofício de algum Santo inscrito no Martirológio Romano do dia ou em suplemento devidamente aprovado.

245. Fora das solenidades, domingos do Advento, Quaresma e Páscoa, Quarta-feira de Cinzas, Semana Santa, oitava da Páscoa e 2 de novembro, por motivo público ou por devoção, pode-se celebrar completa ou parcialmente algum Ofício votivo, por exemplo, em ocasião de uma peregrinação, de uma festa local ou da solenidade externa de um Santo.

c) Faculdade de escolher alguns formulários

246. Em casos particulares, podem-se escolher no Ofício formulários diferentes dos previstos, contanto que não se altere a estrutura geral de cada Hora e se observem as normas que seguem.

247. No Ofício dos domingos, solenidades e festas do Senhor, inscritas no calendário universal, nos dias de semana da Quaresma e Semana Santa, nos dias da oitava da Páscoa e do Natal, e ainda nos dias de semana de 17 a 24 de dezembro inclusive, não é lícito mudar os formulários próprios ou apropriados a essas celebrações, quais são as antífonas, hinos, leituras, responsórios, orações, e também, com muita frequência, os salmos.

Todavia, os salmos dominicais da semana corrente podem, se for oportuno, ser substituídos pelos salmos dominicais de outra semana, ou também, tratando-se de Ofício celebrado com o povo, por outros salmos, escolhidos de tal modo que se leve gradualmente o povo a compreendê-los melhor.

248. No Ofício das Leituras, deve-se ter na maior estima a leitura corrente da Sagrada Escritura. Também ao Ofício se aplica o desejo da Igreja: que “dentro de determinado ciclo de anos sejam lidas ao povo as partes mais importantes da Sagrada Escritura” [6 : SC, n. 51.].

Assim considerando, nos tempos do Advento, Natal, Quaresma e Páscoa, não se abandone o ciclo das leituras da Sagrada Escritura proposto para o Ofício das Leituras. E no Tempo comum, em dia ou dias seguidos, por justa causa – por exemplo, quando se fazem exercícios espirituais, em reuniões pastorais, em preces pela unidade da Igreja ou noutras ocasiões semelhantes – podem-se tomar leituras que são propostas para outros dias ou, inclusive, outras leituras bíblicas.

249. Interrompendo-se a leitura continua, por causa de solenidade, festa ou celebração especial, pode-se, na mesma semana, tendo sempre em conta o plano da semana toda, unir aos demais os textos que se omitiram, ou também decidir que textos se devem preferir a outros.

250. No próprio Ofício das Leituras, em lugar da leitura proposta para determinado dia, pode-se, por justa causa, escolher outra leitura do mesmo tempo, tirada do livro da Liturgia das Horas ou do Lecionário Facultativo (n. 161). Além disso, nos dias de semana do Tempo comum, e também, parecendo oportuno, no Tempo do Advento, Natal, Quaresma e Páscoa, pode-se fazer a leitura quase contínua da obra de algum Padre, leitura essa que esteja de acordo com a mentalidade bíblica e litúrgica.

251. As leituras breves, e também as orações, cantos e preces propostos para os dias de semana de um tempo especial, podem ser rezadas nos outros dias de semana do mesmo tempo.

252. Embora se deva ter em grande apreço a observância de todo o ciclo do Saltério distribuído em semanas [7 : Cf. acima, n. 100-109.], em lugar dos salmos correspondentes a determinado dia, podem ser recitados, por motivo espiritual ou pastoral, outros salmos propostos para a mesma hora de outro dia. Há também circunstâncias ocasionais em que se podem escolher salmos e outros elementos adequados, na forma de Ofício votivo.

CAPÍTULO V

I. EXERCÍCIO DAS DIVERSAS FUNÇÕES

253. Na celebração da Liturgia das Horas, como nas demais ações litúrgicas, “cada qual, ministro ou fiel, ao desempenhar a própria função, faça tudo e somente aquilo que lhe compete pela natureza da coisa ou pelas normas litúrgicas” [1 : SC, n. 28.].

254. Quando o bispo preside, sobretudo na igreja catedral, esteja rodeado de seu presbitério, e haja participação plena e ativa do povo. Normalmente, em todas as celebrações com o povo, um presbítero ou diácono presida e haja também outros ministros.

255. O presbítero ou diácono que preside o Ofício pode usar a estola sobre a alva ou a sobrepeliz; o presbítero pode usar também o pluvial. Aliás, nada impede que, em solenidades maiores, vários presbíteros vistam pluvial e os diáconos, a dalmática.

256. Cabe ao sacerdote ou diácono que preside dar início, de sua cadeira, ao Ofício, com o versículo introdutório, começar a Oração do Senhor, proferir a oração conclusiva, saudar o povo, abençoá-lo e despedi-lo.

257. As preces podem ser recitadas pelo sacerdote ou pelo ministro.

258. Na falta de presbítero ou diácono, quem preside o Ofício é apenas um dentre os demais; não entra no presbitério nem saúda ou abençoa o povo.

259. Quem desempenha o ofício de leitor, proclamará, em pé, no lugar apropriado, as leituras longas ou breves.

260. Cabe ao cantor ou cantores iniciar as antífonas, salmos e demais cantos. Quanto à salmodia, observe-se o que dizem, acima, os n. 121-125.

261. Durante o cântico evangélico nas Laudes e Vésperas, pode ser incensado o altar e, em seguida, também o sacerdote e o povo.

262. A obrigação coral atinge a comunidade e não o lugar da celebração, que não é necessariamente a igreja, de modo especial, em se tratando das horas celebradas sem solenidade.

263. Todos os participantes ficam de pé:

a) enquanto se dizem a introdução do Ofício e os versículos introdutórios de cada hora;

b) enquanto se diz o hino;

c) enquanto você diz o cântico evangelho;

d) enquanto se dizem as preces, o Pai-nosso e a oração conclusiva.

264. Todos escutam, sentados, as leituras, exceto o Evangelho (que se ouve de pé).

265. Enquanto se recitam os salmos e demais cânticos com suas antífonas, a assembleia permanece sentada ou de pé, segundo o costume.

266. Todos fazem o sinal-da-cruz, da fronte ao peito e do ombro esquerdo ao direito:

a) no início das Horas, quando se diz: Vinde, ó Deus, em meu auxílio;

b) no início dos cânticos evangélicos Benedictus, Magnificat e Nunc dimittis.

O sinal-da-cruz sobre os lábios se faz no princípio do Invitatório, às palavras: Abri os meus lábios, ó Senhor.

II. O CANTO NO OFÍCIO

267. Nas rubricas e normas desta Instrução, as palavras “dizer” ou “proferir” (proclamar) devem ser entendidas, seja do canto, seja da recitação, conforme os princípios que se expõem a seguir.

268. “A celebração do Ofício Divino mediante o canto, por ser mais conforme à natureza desta oração e sinal de maior solenidade e mais profunda união dos corações no louvor a Deus, é vivamente recomendada aos que o celebram em coro ou comunitariamente” [2 : SC. dos Ritos, Instrução Musicam Sacram, 5.3.1967, n. 37: AAS 59 (1967), p. 310; cf. SC., n. 99.].

269. Por isso, tudo o que foi dito pelo Concílio Vaticano II [3 : Cf. SC, n. 113.] a respeito do canto litúrgico nas ações litúrgicas em geral, vale de modo especial para a Liturgia das Horas. Ainda que todas e cada uma das partes do Ofício tenham sido reformadas de tal modo que possam com fruto ser recitadas mesmo individualmente, muitas delas pertencem ao gênero lírico e, por isso, apenas mediante o canto podem expressar plenamente seu sentido, em particular os salmos, cânticos, hinos e responsórios.

270. Assim, na celebração da Liturgia das Horas não se deve considerar o canto como adorno acrescentado extrinsecamente à oração, mas como algo que brota do mais profundo da alma em oração e louvor a Deus e manifesta plena e perfeitamente o caráter comunitário do culto cristão.

São pois dignas de louvor as comunidades cristãs quaisquer que sejam, que se esforçam por rezar dessa maneira o mais frequentemente possível. Para isso, tanto os clérigos e religiosos como os fiéis devem ser instruídos com a necessária catequese e exercícios, para que possam cantar as Horas com alegria, principalmente nos dias festivos. Contudo, não é fácil cantar integralmente o Ofício; além do mais, o louvor da Igreja, nem por sua origem nem por sua natureza, pode ser considerado como algo próprio do clero ou dos monges, mas pertence à comunidade cristã inteira; por isso, devem-se levar em conta, ao mesmo tempo, vários princípios, a fim de que a celebração cantada da Liturgia das Horas não se faça apenas de modo correto, mas se caracterize igualmente por sua autenticidade e esplendor.

271. Antes de tudo, convém que haja canto ao menos nos domingos e dias festivos, e nisto se distingam os vários graus de solenidade.

272. Além disso, nem todas as horas têm a mesma importância. Portanto, convém destacar das outras, também através do canto, as horas que na verdade são os dois pólos do Ofício, isto é, Laudes e Vésperas.

273. Por outro lado, mesmo recomendando-se a celebração inteiramente cantada, contanto que se destaque pela arte e pelo espírito, pode-se, às vezes, aplicar, com fruto, o princípio de uma solenização “progressiva”, seja por razões práticas, seja para não equiparar indiscriminadamente os diversos elementos da celebração litúrgica, fazendo com que voltem a ter seu sentido primitivo e sua verdadeira função. Desse modo, a Liturgia das Horas não se apresenta como belo monumento de tempos passados, que se deva conservar quase imutável para despertar admiração; ao contrário, pode reviver com novo sentido e progredir, tornando-se novamente a expressão autêntica de uma comunidade viva e alegre.

Este princípio da solenização “progressiva” admite vários graus intermediários, entre o Ofício integralmente cantado e a simples recitação de todas as partes. Esta solução permite uma grande e agradável variedade, cuja medida precisa ser avaliada em função do colorido do dia ou da hora que se celebra, da natureza de cada um dos elementos constitutivos do Ofício, do tamanho ou natureza da comunidade e também do número de cantores com que se pode contar em cada caso.

Através dessa flexibilidade maior, o louvor público da Igreja poderá celebrar-se com canto mais frequentemente do que até agora, e poderá ser adaptado de vários modos às diferentes circunstâncias. Desponta, com isso, fundada esperança de que se descobrirão novos caminhos e novas formas para nossa época, como sempre sucedeu na vida da Igreja.

274. Nas ações litúrgicas com canto, celebradas em latim, o canto gregoriano, por ser próprio da Liturgia Romana, tem o primeiro lugar, em igualdade de condições [4 : Cf. SC, n. 116.]. Contudo, “a Igreja não afasta das ações litúrgicas nenhum gênero de música sacra, contanto que seja de acordo com o espírito da própria ação litúrgica e com a natureza de cada uma de suas partes e não impeça a devida participação ativa do povo” [5 : SC. dos Ritos, Instrução Musicam Sacram, 5.3.1967, n. 9: AAS 59 (1967), p. 303; cf. SC, n. 166.]. No Ofício cantado, quando não existe melodia para a antífona proposta, tome-se outra antífona das que constam do repertório, contanto que seja apropriada, conforme os n. 113, 121-125.

275. Dado que a Liturgia das Horas pode ser celebrada em vernáculo, “tenha-se o cuidado de preparar melodias que se possam empregar para o canto do Ofício Divino em vernáculo” [6 : SC. dos Ritos, Instrução Musicam Sacram, 5.3.1967, n. 41, cf. n. 54-61: AAS 59 (1967), p. 312, 316-317.].

276. Na mesma celebração, não há inconveniente que umas partes sejam cantadas numa língua, e outras partes noutra [7 : SC. dos Ritos, Instrução Musicam Sacram, 5.3.1967, n. 51: AAS 59 (1967), p. 315.].

277. Quais os elementos que de preferência devem ser cantados, isso é determinado pela autêntica ordem da celebração litúrgica, que pede sejam respeitados integralmente o sentido e a natureza de cada parte e do canto, pois algumas por si mesmas pedem o canto [8 : SC. dos Ritos, Instrução Musicam Sacram, 5.3.1967, n. 6: AAS 59 (1967), p. 302.]. E são as seguintes, antes de tudo: as aclamações, as respostas às saudações do sacerdote e dos ministros, as respostas nas preces litânicas, as antífonas e salmos, os versículos intercalares ou refrãos e os hinos e cânticos [9 : SC. dos Ritos, Instrução Musicam Sacram, 5.3.1967, n. 16a, 38: AAS 59 (1967), p. 305, 311.].

278. É evidente que os salmos têm relação íntima com a música (cf. n. 103-120). Isto é comprovado pela tradição tanto judaica como cristã. Realmente, cantar é de grande ajuda para a plena compreensão de muitos salmos, ou pelo menos para considerá-los a partir do ponto de vista poético e musical. Por conseguinte, sendo possível, essa forma parece preferível, nos dias e horas principais, e de acordo com a índole própria dos salmos.

279. Os diversos modos de salmodiar foram explicados acima, nos n. 121-123. E variam, não apenas de acordo com as circunstâncias externas, mas em função também dos diferentes gêneros de salmos que ocorrem na mesma celebração. Assim, será talvez melhor escutar os salmos sapienciais ou históricos, ao passo que os hinos e ações de graças pedem o canto comum. O que sobretudo interessa é não fazer uma celebração rígida ou artificial, preocupada apenas com a execução de normas formais; ao contrário, que responda a uma autêntica realidade. Portanto, deve-se atender a isso, para despertar nas mentes o desejo da oração da Igreja e para que seja agradável celebrar o louvor de Deus (cf. Sl 146/147,1-11).

280. Também os hinos poderão ser alimento de oração para quem reza as horas, quando possuem autêntico valor doutrinal e artístico. De per si, destinam-se a ser cantados. Por isso recomenda-se que na celebração comunitária se dê preferência a esta forma de execução, na medida do possível.

281. O responsório breve que, nas Laudes e Vésperas, segue a leitura, de que trata o n. 49, por si mesmo destina-se ao canto, e concretamente ao canto do povo.

282. Também os responsórios que no Ofício das Leituras seguem cada leitura, segundo sua índole e função, pedem o canto. Contudo, foram dispostos no Ofício de tal modo que conservam seu sentido, mesmo na recitação individual e particular. Os responsórios, acompanhados de melodias simples e fáceis, poderão ser cantados com mais frequência do que os encontrados em fontes litúrgicas tradicionais.

283. As leituras, longas ou breves, não são de per si destinadas ao canto. Mas, ao serem proclamadas, procure-se com todo cuidado que sejam lidas com dignidade, clareza e distinção, e que todos possam ouvi-las e entendê-las perfeitamente. Por isso, o único tipo de música que se pode aceitar nas leituras é aquele com o qual se consegue melhor audição e compreensão das palavras.

284. Os textos lidos pelo presidente sozinho, como as orações, podem muito bem ser cantados, com arte e beleza, sobretudo em latim, todavia, isto ocorrerá mais dificilmente em certas línguas vernáculas, a não ser que pelo canto todos possam entender mais claramente as palavras do texto.

TABELA DOS DIAS LITÚRGICOS

Segundo as normas universais sobre o ano litúrgico e o calendário, n. 59-61

A precedência entre os dias litúrgicos, no que se refere à sua celebração, rege-se unicamente pela tabela seguinte:

I

1. Tríduo Pascal da Paixão e Ressurreição do Senhor.

2. Natal do Senhor, Epifania, Ascensão e Pentecostes.

Domingos do Advento, da Quaresma e da Páscoa.

Quarta-feira de Cinzas.

Dias da Semana Santa, de Segunda a Quinta-feira inclusive.

Dias dentro da oitava da Páscoa.

3. Solenidades do Senhor, da Bem-aventurada Virgem Maria e dos Santos inscritos no Calendário geral.

Comemoração de todos os fiéis defuntos.

4. Solenidades próprias, a saber:

a) Solenidade do Padroeiro principal do lugar ou da cidade.

b) Solenidade da Dedicação e do aniversário de Dedicação da igreja própria.

c) Solenidade do Titular da igreja própria.

d) Solenidade do Titular, do Fundador, ou do Padroeiro principal da Ordem ou Congregação.

II

5. Festas do Senhor inscritas no Calendário geral.

6. Domingos do Tempo do Natal e domingos do Tempo comum.

7. Festas da Bem-aventurada Virgem Maria e dos Santos do Calendário geral.

8. Festas próprias, a saber:

a) Festa do Padroeiro principal da diocese.

b) Festa do aniversário de Dedicação da igreja catedral.

c) Festa do Padroeiro principal da região ou província, da nação ou de um território mais amplo.

d) Festa do Titular, do Fundador, do Padroeiro principal da Ordem ou Congregação e da província religiosa, salvo o prescrito no n. 4.

e) Outras festas próprias de uma Igreja.

f) Outras festas inscritas no Calendário de alguma diocese ou Ordem ou Congregação.

9. Os dias de semana do Advento, de 17 a 24 de dezembro inclusive.

Dias dentro da oitava do Natal.

Dias de semana da Quaresma.

III

10. Memórias obrigatórias do calendário geral.

11. Memórias obrigatórias próprias, a saber:

a) Memórias do Padroeiro secundário do lugar, da diocese, da região ou província, da nação, de um território mais amplo, da Ordem ou Congregação e da província religiosa.

b) Outras memórias obrigatórias próprias de uma Igreja.

c) Outras memórias obrigatórias inscritas no Calendário de uma Diocese, Ordem ou Congregação.

12. Memórias facultativas, que podem contudo ser celebradas também nos dias de que fala o n. 9, segundo o modo descrito nas Instruções sobre a Missa e o Ofício. Do mesmo modo, as memórias obrigatórias, que costumam ocorrer nos dias de semana da Quaresma, poderão ser celebradas como memórias facultativas.

13. Os dias de semana do Advento até 16 de dezembro inclusive.

Os dias de semana do Tempo do Natal, de 2 de janeiro até o sábado depois da Epifania.

Os dias de semana do Tempo Pascal, de segunda-feira depois da oitava da Páscoa até o sábado antes de Pentecostes inclusive.

Os dias de semana do Tempo comum.

A OCORRÊNCIA E A CONCORRÊNCIA DAS CELEBRAÇÕES

Se várias celebrações ocorrem no mesmo dia, celebra-se aquela que ocupa lugar superior na tabela dos dias litúrgicos.

Entretanto, a solenidade impedida por um dia litúrgico que goze de precedência seja transferida para o dia livre mais próximo, fora dos dias fixados na tabela da precedência, nos n. 1-8, observado o que se prescreve no n. 5 das Normas do Ano Litúrgico. Omitem-se nesse ano as outras celebrações.

Se no mesmo dia devem celebrar-se as Vésperas do Ofício corrente e as Vésperas do dia seguinte, prevalecem as Vésperas da celebração que ocupa lugar superior na tabela dos dias litúrgicos; em caso de igualdade, porém, celebram-se as Vésperas do dia corrente.

TABELA TEMPORÁRIA DAS CELEBRAÇÕES MÓVEIS

Ano do Senhor

Letra Dominical

Ciclo Dominical

Ciclo Ferial

Quarta-feira de Cinzas

Páscoa

Ascensão * (Brasil)

Pentecostes

1994

1995

b

A

B-C

C-A

II

I

16 fev.

1 março

3 abril

16 abril

(12) 15 maio

(25) 28 maio

22 maio

4 junho

1996

1997

1998

1999

g f

e

d

c

A-B

B-C

C-A

A-B

II

I

II

I

21 fev.

12 fev.

25 fev.

17 fev.

7 abril

30 março

12 abril

4 abril

(16) 19 maio

(8) 11 maio

(21) 24 maio

(13) 16 maio

26 maio

18 maio

31 maio

23 maio

2000

2001

2002

2003

b A

g

f

e

B-C

C-A

A-B

B-C

II

I

II

I

8 março

28 fev.

13 fev.

5 março

23 abril

15 abril

31 março

20 abril

(1) 4 junho

(24) 27 maio

(9) 12 maio

(29 maio) 1 junho

11 junho

3 junho

19 maio

8 junho

2004

2005

2006

2007

d c

b

A

g

C-A

A-B

B-C

C-A

II

I

II

I

25 fev.

9 fev.

1 março

21 fev.

11 abril

27 março

16 abril

8 abril

(20) 23 maio

(5) 8 maio

(25) 28 maio

(17) 20 maio

30 maio

15 maio

4 junho

27 maio

2008

2009

2010

f e

d

c

A-B

B-C

C-A

II

I

II

6 fev.

25 fev.

17 fev.

23 março

12 abril

4 abril

(1) 4 maio

(21) 24 maio

(13) 16 maio

11 maio

31 maio

23 maio

* O dia indicado entre parênteses é o próprio da celebração segundo o Calendário Romano Geral; o outro é o dia próprio da celebração no Brasil.








Ano do Senhor

Letra Dominical

Ciclo Dominical

Ciclo Ferial

SS. Sacramento do Corpo e Sangue de Cristo

Semanas do Tempo Comum




Primeiro Domingo do Advento






Antes da Quaresma


Depois do Tempo Pascal








Até o dia

Até a semana

Do dia

Da semana


1994

1995

b

A

B-C

C-A

II

I

2 junho

15 junho

15 fev.

28 fev.

6

8

23 maio

5 junho

8

9

27 nov.

3 dez.

1996

1997

1998

1999

g f

e

d

c

A-B

B-C

C-A

A-B

II

I

II

I

6 junho

29 maio

11 junho

3 junho

20 fev.

11 fev.

24 fev.

16 fev.

7

5

7

6

27 maio

19 maio

1 junho

24 maio

8

7

9

8

1 dez.

30 nov.

29 nov.

28 nov.

2000

2001

2002

2003

b A

g

f

e

B-C

C-A

A-B

B-C

II

I

II

I

22 junho

14 junho

30 maio

19 junho

7 março

27 fev.

12 fev.

4 março

9

8

5

8

12 junho

4 junho

20 maio

9 junho

10

9

7

10

3 dez.

2 dez.

1 dez.

30 nov.

2004

2005

2006

2007

d c

b

A

g

C-A

A-B

B-C

C-A

II

I

II

I

10 junho

26 maio

15 junho

7 junho

24 fev.

8 fev.

28 fev.

20 fev.

7

5

8

7

31 maio

16 maio

5 junho

28 maio

9

7

9

8

28 nov.

27 nov.

3 dez.

2 dez.

2008

2009

2010

f e

d

c

A-B

B-C

C-A

II

I

II

22 maio

11 junho

3 junho

5 fev.

24 fev.

16 fev.

4

7

6

12 maio

1 junho

24 maio

6

9

8

30 nov.

29 nov.

28 nov.

* O dia indicado entre parênteses é o próprio da celebração segundo o Calendário Romano Geral; o outro é o dia próprio da celebração no Brasil.










LETRA DOMINICAL

Cada um dos dias do ano é precedido de uma destas letras: A, b, c, d, e, f, g, que representam os sete dias da semana (cf. Calendário Geral, nas páginas seguintes, col. I). Entre essas letras, chama-se dominical aquela que em cada ano indica o domingo.

Por exemplo, ao ano 1994 corresponde a letra dominical b (cf. Tabela Temporária, col. II); portanto, todos os dias assinalados com esta letra são domingos: 2, 9, 16, 23, 30 de janeiro etc.

No ano bissexto, porém, há duas letras dominicais: a primeira indica os domingos até 24 de fevereiro, e a segunda desde 25 de fevereiro até ao fim do ano.

Por exemplo, no ano 1994, correspondem-lhe as letras g e f. A letra g indica os domingos até 24 de fevereiro: 7, 14, 21, 28 de janeiro etc. A segunda letra dominical indica os domingos depois de 25 de fevereiro: 3, 10, 17 de março etc.

LETRA DO CICLO DOMINICAL

Na Tabela Temporária das Celebrações móveis (cf. col. III) coloca-se também a letra do Ciclo das leituras bíblicas para os domingos e festas que indicam quais as antífonas do Cântico evangélico (Benedictus, Magnificat) a serem tomadas.

A primeira letra refere-se ao ano civil, por exemplo: 1994 é ano B; a segunda letra refere-se ao ano litúrgico que começa com o 1º Domingo do Advento. Por exemplo: 27 de novembro de 1994 é Ano C.

Calendário Romano Geral – Com o próprio do Brasil

JANEIRO

A 1 Oitava do Natal

SANTA MARIA, MÃE DE DEUS Solenidade

b 2 S. Basílio Magno e S. Gregório Nazianzeno

bispos e doutores da Igreja Memória

c 3

d 4

e 5

f 6

g 7 S. Raimundo de Penyafort, presb. [*]

A 8

b 9

c 10

d 11

e 12

f 13 Sto. Hilário, bispo e doutor da Igreja

g 14

A 15

b 16

c 17 Sto. Antão, abade Memória

d 18

e 19

f 20 S. Fabiano, papa e mártir

S. Sebastião, mártir

g 21 Sta. Inês, virgem e mártir Memória

A 22 S. Vicente, diácono e mártir

b 23

c 24 S. Francisco de Sales, bispo e doutor da Igreja Memória

d 25 CONVERSÃO DE SÃO PAULO, APÓSTOLO Festa

e 26 S. Timóteo e S. Tito, bispos Memória

f 27 Sta. Ângela Meríci, virgem

g 28 Sto. Tomás de Aquino, presb. e doutor da Igreja Memória

A 29

b 30

c 31 S. João Bosco, presb. Memória

Domingo entre os dias 2 e 8 inclusive:

EPIFANIA DO SENHOR Solenidade

Domingo entre os dias 9 e 13 inclusive:

BATISMO DO SENHOR Festa

[*] Quando não se indica o grau da celebração, é Memória facultativa.

FEVEREIRO

d 1

e 2 APRESENTAÇÃO DO SENHOR Festa

f 3 S. Brás, bispo e mártir

Sto. Oscar, bispo

g 4

A 5 Sta. Águeda, virgem e mártir Memória

b 6 Stos. Paulo Miki, e companheiros, mártires Memória

c 7

d 8 S. Jerônimo Emiliani

e 9

f 10 S. Escolástica, virgem Memória

g 11 Nossa Senhora de Lourdes

A 12

b 13

c 14 S. Cirilo, monge, e S. Metódio, bispo Memória

d 15

e 16

f 17 Os Sete Santos Fundadores dos Servitas

g 18

A 19

b 20

c 21 S. Pedro Damião, bispo e doutor da Igreja

d 22 CÁTEDRA DE SÃO PEDRO, APÓSTOLO Festa

e 23 S. Policarpo, bispo e mártir Memória

f 24

g 25

A 26

b 27

c 28

MARÇO

d 1

e 2

f 3

g 4 S. Casimiro Memória

A 5

b 6

c 7 Sta. Perpétua e Sta. Felicidade, mártires Memória

d 8 S. João de Deus, religioso

e 9 Sta. Francisca Romana, religiosa

f 10

g 11

A 12

b 13

c 14

d 15

e 16

f 17 S. Patrício, bispo

g 18 S. Cirilo de Jerusalém, bispo e doutor da Igreja

A 19 S. JOSÉ, ESPOSO DE NOSSA SENHORA Solenidade

b 20

c 21

d 22

e 23 S. Turíbio de Mogrovejo, bispo

f 24

g 25 ANUNCIAÇÃO DO SENHOR Solenidade

A 26

b 27

c 28

d 29

e 30

f 31

ABRIL

g 1

A 2 S. Francisco de Paula, eremita

b 3

c 4 Sto. Isidoro, bispo e doutor da Igreja

d 5 S. Vicente Ferrer, presb.

e 6

f 7 S. João Batista de la Salle, presb. Memória

g 8

A 9

b 10

c 11 Sto. Estanislau, bispo e mártir Memória

d 12

e 13 S. Martinho I, papa e mártir

f 14

g 15

A 16

b 17

c 18

d 19

e 20

f 21 Sto. Anselmo, bispo e doutor da Igreja

g 22

A 23 S. Jorge, mártir

Sto. Adalberto, bispo e mártir

b 24 S. Fidélis de Sigmaringa, presb. e mártir

c 25 S. MARCOS, EVANGELISTA Festa

d 26

e 27

f 28 S. Pedro Chanel, presb. e mártir

S. Luís Grignion de Montfort, presb.

g 29 Sta. Catarina de Sena, virgem e doutora da Igreja Memória

A 30 S. Pio V, papa

MAIO

b 1 S. José Operário

c 2 Sto. Atanásio, bispo e doutor da Igreja Memória

d 3 S. FILIPE E S. TIAGO, APÓSTOLOS Festa

e 4

f 5

g 6

A 7

b 8

c 9

d 10

e 11

f 12 S. Nereu e Sto. Aquiles, mártires

g 13 S. Pancrácio, mártir

A 14 S. MATIAS, APÓSTOLO Festa

b 15

c 16

d 17

e 18 S. João I, papa e mártir

f 19

g 20 S. Bernardino de Sena, presb.

A 21

b 22

c 23

d 24

e 25 S. Beda, o Venerável, presb. e doutor da Igreja

S. Gregório VII, papa

Sta. Maria Madalena de Pazzi, virgem

f 26 S. Filipe Néri, presb. Memória

g 27 Sto. Agostino de Cantuária, bispo

A 28

b 29

c 30

d 31 VISITAÇÃO DE NOSSA SENHORA Festa

7º domingo pascal: ASCENSÃO DO SENHOR Solenidade

1º domingo depois de Pentecostes: SS. TRINDADE Solenidade

Quinta-feira depois do domingo da SS. Trindade:

SS. CORPO E SANGUE DE CRISTO Solenidade

JUNHO

e 1 S. Justino, mártir Memória

f 2 S. Marcelino e S. Pedro, mártires

g 3 Stos. Carlos Lwanga, e seus companheiros, mártires Memória

A 4

b 5 S. Bonifácio, bispo e mártir Memória

c 6 S. Norberto, bispo

d 7

e 8 Sto. Efrém, diác. e doutor da Igreja

f 9 Bv. José de Anchieta, presb. Memória

g 10

A 11 S. Barnabé, apóstolo Memória

b 12

c 13 Sto. Antônio de Pádua (de Lisboa) presb. e doutor da Igreja Memória

d 14

e 15

f 16

g 17

A 18

b 19 S. Romualdo, abade

c 20

d 21 S. Luís Gonzaga, religioso Memória

e 22 S. Paulino de Nola, bispo

S. João Fisher, bispo, e S. Tomás More, Mártires

f 23

g 24 NASCIMENTO DE S. JOÃO BATISTA Solenidade

A 25

b 26

c 27 S. Cirilo de Alexandria, bispo e doutor da Igreja

d 28 Sto. Irineu, bispo e mártir Memória

e 29 S. PEDRO E S. PAULO, APÓSTOLOS Solenidade

f 30 Santos Protomártires da Igreja de Roma

Sexta-feira depois do 2º domingo depois de Pentecostes:

SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS Solenidade

Sábado depois do 2º domingo depois de Pentecostes:

Imaculado Coração da Virgem Maria

JULHO

g 1

A 2

b 3 S. TOMÉ, APÓSTOLO Festa

c 4 Sta. Isabel de Portugal

d 5 Sto. Antônio Maria Zacaria, presb.

e 6 Sta. Maria Goretti, virgem e mártir

f 7

g 8

A 9

b 10

c 11 S. Bento, abade Memória

d 12

e 13 Sto. Henrique

f 14 S. Camilo de Lellis, presb.

g 15 S. Boaventura, bispo e doutor da Igreja Memória

A 16 Nossa Senhora do Carmo

b 17 Bv. Inácio de Azevedo, presb., e seus companheiros, mártires Memória

c 18

d 19

e 20

f 21 S. Lourenço de Bríndisi, presb. e doutor da Igreja

g 22 Sta. Maria Madalena Memória

A 23 Sta. Brígida, religiosa

b 24

c 25 S. TIAGO, APÓSTOLO Festa

d 26 S. Joaquim e Sant’Ana, pais de Nossa Senhora Memória

e 27

f 28

g 29 Sta. Marta Memória

A 30 S. Pedro Crisólogo, bispo e doutor da Igreja

b 31 Sto. Inácio de Loiola, presb. Memória

AGOSTO

c 1 Sto. Afonso Maria de Ligório, bispo e doutor da Igreja Memória

d 2 Sto. Eusébio de Vercelli, bispo

e 3 S. Pedro Juliano Eymard, presb.

f 4 S. João Maria Vianney, presb. Memória

g 5 Dedicação da Basílica de Santa Maria Maior

A 6 TRANSFIGURAÇÃO DO SENHOR Festa

b 7 S. Sisto II, papa, e seus companheiros, mártires

S. Caetano, presb.

c 8 S. Domingos, presb. Memória

d 9

e 10 S. LOURENÇO, DIÁCONO E MÁRTIR Festa

f 11 Sta. Clara, virgem Memória

g 12

A 13 S. Ponciano, papa, e Sto. Hipólito, presb. mártires

b 14 S. Maximiliano Maria Kolbe, presb. e mártir Memória

c 15 ASSUNÇÃO DE NOSSA SENHORA Solenidade

d 16 Sto. Estêvão da Hungria

e 17

f 18

g 19 S. João Eudes, presb.

A 20 S. Bernardo, abade e doutor da Igreja Memória

b 21 S. Pio X, papa Memória

c 22 Nossa Senhora, Rainha Memória

d 23 STA. ROSA DE LIMA, VIRGEM Festa

e 24 S. BARTOLOMEU, APÓSTOLO Festa

f 25 S. Luís de França

S. José Calasanz, presb.

g 26

A 27 Sta. Mônica Memória

b 28 Sto. Agostinho, bispo e doutor da Igreja Memória

c 29 Martírio de S. João Batista Memória

d 30

e 31

SETEMBRO

f 1

g 2

A 3 S. Gregório Magno, papa e doutor da Igreja Memória

b 4

c 5

d 6

e 7

f 8 NATIVIDADE DE NOSSA SENHORA Festa

g 9 S. Pedro Claver, presb.

A 10

b 11

c 12

d 13 São João Crisóstomo, bispo e doutor da Igreja Memória

e 14 EXALTAÇÃO DA SANTA CRUZ Festa

f 15 Nossa Senhora das Dores Memória

g 16 S. Cornélio, papa, e S. Cipriano, bispo, mártires Memória

A 17 S. Roberto Belarmino, bispo e doutor da Igreja

b 18

c 19 S. Januário, bispo e mártir

d 20 Sto. André Kim Taegón, presb., e Paulo Chóng Hasang,

e seus companheiros, mártires Memória

e 21 S. MATEUS, APÓSTOLO E EVANGELISTA Festa

f 22

g 23

A 24

b 25

c 26 S. Cosme e S. Damião, mártires

d 27 S. Vicente de Paulo, presb. Memória

e 28 S. Venceslau, mártir

S. Lourenço Ruiz e seus companheiros, mártires

f 29 S. MIGUEL, S. GABRIEL E S. RAFAEL ARCANJOS Festa

g 30 S. Jerônimo, presb. e doutor da Igreja Memória

OUTUBRO

A 1 Sta. Teresinha do Menino Jesus, virgem Memória

b 2 Stos. Anjos da Guarda Memória

c 3

d 4 S. Francisco de Assis Memória

e 5 S. Benedito, o Negro, religioso

f 6 S. Bruno, Presb.

g 7 Nossa Senhora do Rosário Memória

A 8

b 9 S. Dionísio, bispo, e seus companheiros, mártires

S. João Leonardi, presb.

c 10

d 11

e 12 N. SENHORA DA CONCEIÇÃO APARECIDA Solenidade

f 13

g 14 S. Calisto I, papa e mártir

A 15 Sta. Teresa de Jesus, virgem e doutora da Igreja Memória

b 16 Sta. Edviges, religiosa

Sta. Margarida Maria Alacoque, virgem

c 17 Sto. Inácio de Antioquia, bispo e mártir Memória

d 18 S. LUCAS, EVANGELISTA Festa

e 19 Stos. João de Brébeuf e Isaac Jogues, presbíteros,

e seus companheiros, mártires

S. Paulo da Cruz, presb.

f 20

g 21

A 22

b 23 S. João de Capistrano, presb.

c 24 Sto. Antônio Maria Claret, bispo

d 25

e 26

f 27

g 28 S. SIMÃO E S. JUDAS, APÓSTOLOS Festa

A 29

b 30

c 31

NOVEMBRO

d 1 TODOS OS SANTOS Solenidade

e 2 COMEMORAÇÃO DE TODOS OS FIÉIS DEFUNTOS

f 3 S. Martinho de Lima, religioso

g 4 S. Carlos Borromeu, bispo Memória

A 5

b 6

c 7

d 8

e 9 DEDICAÇÃO DA BASÍLICA DO LATRÃO Festa

f 10 S. Leão Magno, papa e doutor da Igreja Memória

g 11 S. Martinho, bispo Memória

A 12 S. Josafá, bispo e mártir Memória

b 13

c 14

d 15 Sto. Alberto Magno, bispo e doutor da Igreja

e 16 Sta. Margarida da Escócia

Sta. Gertrudes, virgem

f 17 Sta. Isabel da Hungria Memória

g 18 Dedicação das Basílicas de S. Pedro e S. Paulo, Apóstolos

A 19 S. Roque González, Sto. Afonso Rodríguez e

S. João Del Castillo, presb. e mártires Memória

b 20

c 21 Apresentação de Nossa Senhora Memória

d 22 Sta. Cecília, virgem e mártir Memória

e 23 S. Clemente I, papa e mártir

S. Columbano, abade

f 24 S. André Dung-Lac, presb. e seus companheiros, mártires Memória

g 25

A 26

b 27

c 28

d 29

e 30 STO. ANDRÉ, APÓSTOLO Festa

Último domingo do Tempo Comum:

NOSSO SENHO JESUS CRISTO, REI DO UNIVERSO Solenidade

DEZEMBRO

f 1

g 2

A 3 S. Francisco Xavier, presb. Memória

b 4 S. João Damasceno, presb. e doutor da Igreja

c 5

d 6 S. Nicolau, bispo

e 7 Sto. Ambrósio, bispo e doutor da Igreja Memória

f 8 IMACULADA CONCEIÇÃO DE N. SENHORA Solenidade

g 9

A 10 Sta. Joana Francisca de Chantal, rel.

b 11 S. Dâmaso I, papa

c 12 NOSSA SENHORA DE GUADALUPE Festa

d 13 Sta. Luzia, virgem e mártir Memória

e 14 S. João da Cruz, presb. e doutor da Igreja Memória

f 15

g 16

A 17

b 18

c 19

d 20

e 21 S. Pedro Canísio, presb. e doutor da Igreja

f 22

g 23 S. João Câncio, presb.

A 24

b 25 NATAL DO SENHOR Solenidade

c 26 STO. ESTÊVÃO, O PRIMEIRO MÁRTIR Festa

d 27 S. JOÃO, APÓSTOLO E EVANGELISTA Festa

e 28 STOS. INOCENTES, MÁRTIRES Festa

f 29 S. Tomás Becket, bispo e mártir

g 30

A 31 S. Silvestre I, papa

Domingo dentro da oitava do Natal, ou, na sua falta, dia 30:

SAGRADA FAMÍLIA Festa