LINHA DE PESQUISA 1 – AS INSTITUIÇÕES VOLTADAS ÀS CRIANÇAS E A MODELAÇÃO DA INFÂNCIA
LINHA DE PESQUISA 1 – AS INSTITUIÇÕES VOLTADAS ÀS CRIANÇAS E A MODELAÇÃO DA INFÂNCIA
Escola primária de Mauá: da escola ambulante à criação do primeiro Grupo Escolar (1896-1935)
Ms. Daniele Alves da Silva
Resumo
Esta pesquisa de mestrado, vinculada à linha História da Educação: sujeitos, objetos e práticas, do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de São Paulo, investiga a história das primeiras escolas primárias do atual município de Mauá - anteriormente denominado Pilar, então parte do município de São Bernardo, localizado na Região Metropolitana de São Paulo – no período de 1896 a 1935. Parte-se da criação da Escola Ambulante, passando pelas Escolas Isoladas mistas, até a inauguração do primeiro Grupo Escolar, em 1935. O objetivo é reconstituir o processo de instrução primária na cidade, abrangendo as concepções de educação da época, as estruturas físicas das escolas, o perfil dos profissionais, bem como as crianças e famílias atendidas. A metodologia inclui revisão de literatura e análise de documentos normativos e históricos, como livros de frequência, matrículas, inventários, ofícios e fotografias, sob a guarda do Arquivo Público do Estado de São Paulo, do Centro de Referência em Educação Mario Covas, do Museu Barão de Mauá, Museu de Santo André e da Hemeroteca Digital Brasileira. As categorias de análise baseiam-se na micro-história (Ginzburg, 1987), na cultura escolar (Escolano, 2017) e na história local (Sharpe, 1992). Os resultados apontam para a precariedade de recursos e para as dificuldades de manutenção das escolas em Pilar, evidenciando desafios educacionais que, embora com suas particularidades locais, ressoavam com as dificuldades mais amplas enfrentadas pela instrução primária em diversas localidades do estado de São Paulo, inclusive naquelas próximas aos grandes centros urbanos.
Palavras-chave: Mauá. Escola Ambulante. Escola Mista. História Local. História da Educação.
Disponível em: (em processo de publicação)
SILVA, Daniele Alves da. A Escola Primária de Mauá: da Escola Ambulante à Criação do Primeiro Grupo Escolar (1896-1935). 145 f. Dissertação (Mestrado) – Escola de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade Federal de São Paulo, São Paulo, 2025.
Acesso ao currículo Lattes - http://lattes.cnpq.br/6275002373292239
Link do ORCID - https://orcid.org/0009-0000-7437-5567
Das escolas de primeiras letras ao grupo escolar “Coronel Carlos Porto”: a educação no Município de Jacareí - SP, de 1816 a 1895.
Dra. Ana Luiza do Patrocínio
O presente texto é o resultado da pesquisa que visa entender como se desenvolveu a Educação na cidade de Jacareí – SP, durante o século XIX, mais precisamente entre os anos de 1816 e 1895. O balizamento cronológico justifica-se porque, em 14 de março de 1816, o rei dom João VI, por provisão régia, criou a Cadeira de Primeiras Letras em diversas vilas, sendo uma delas Jacareí. A data final refere-se à criação do Grupo Escolar “Coronel Carlos Porto”, em 01 de outubro de 1895. Nesse período cronológico, procurou-se entender como o ensino foi estruturado em Jacareí e como desenvolveu-se ao longo do século XIX até o início do período republicano, quando da implantação das reformas paulistas de 1892, cuja consequência mais visível foi a criação da escola graduada, que seria personificada na construção ou adaptação de edifícios centrais, chamados Grupos Escolares, que reuniam (ou agrupavam) as
escolas mais próximas do centro da cidade. Pretende-se igualmente identificar os professores e outros profissionais da Educação e compreender, através de seus escritos e relatórios, como era o seu cotidiano e o de seus alunos. Para consecução desses objetivos, foi utilizada como fonte principal a documentação sobre a cidade presente no Arquivo Público do Estado de São Paulo e, como fontes complementares, o acervo da Assembleia Legislativa de São Paulo, bem como periódicos no acervo digital da Hemeroteca da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, exemplares do acervo digital do jornal O Estado de São Paulo e os Relatórios Provinciais presentes no site do Center for Research Libraries. Para a análise, foram utilizadas como categorias analíticas a profissão docente, a cidade e o coronelismo. A pesquisa teve como referencial teórico a História Cultural e suas derivações e a História Local, cujo entrelaçamento com a História da Educação, auxiliou na compreensão das fontes e nas análises obtidas.
PATROCÍNIO, Ana Luiza. Das escolas de primeiras letras ao grupo escolar “Coronel Carlos Porto”: a educação no Município de Jacareí - SP, de 1816 a 1895. 2025. 235 f. Tese (Doutorado em Educação) – Programa de Pós-Graduação em Educação, Universidade Federal de São Paulo. Guarulhos, 2025
Palavras-chave: História da educação; Instrução primária; Jacareí - SP; Século XIX; Professores
Disponível em: https://repositorio.unifesp.br/server/api/core/bitstreams/984c3a1c-6c2f-4dc8-87ee-9ac7927935de/content
Acesso ao currículo Lattes - http://lattes.cnpq.br/3049951107684122
Link do ORCID - https://orcid.org/0000-0002-2587-7306
A infância paulista representada nas páginas do jornal A Província de São Paulo (1875-1889)
Dra. Márcia Aparecida Colber de Lima
Resumo
A infância paulista no último quartil do século XIX é o tema deste trabalho, que tem por objetivo investigar as representações de infância a partir das publicações do jornal A Província de São Paulo (1875-1889). Ponderando que se tratava de um dos jornais com circulação diária na capital da província de São Paulo e que era administrado por um grupo de republicanos, esse era um veículo importante por meio do qual circulavam as ideias desses atores sociais e da sociedade em geral. Tendo como pergunta norteadora da pesquisa qual(is) a(s) representação(ões) de infância presente(s) nas páginas do jornal A Província de São Paulo, no período compreendido entre 1875 e 1889, este trabalho se define como uma pesquisa no campo da História da Educação, sendo adotada a perspectiva da pesquisa documental histórica. Como procedimentos de pesquisa, foram mapeados e digitalizados os textos sobre infância que constam no jornal no período pesquisado, resultando em um conjunto de 160 edições que foram tomadas como fontes. Após o mapeamento, a análise das matérias publicadas que abordavam a temática da infância foi realizada a partir das categorias infância na perspectiva de Qvortrup (2010) e representação, com aporte teórico de Chartier (2002). Considerando ainda os achados da pesquisa no que concerne à representação de infância identificada nas publicações do jornal, a categoria civilização emergiu durante a análise das fontes, balizada pelas contribuições de Elias (1993). Ao analisar os dados coletados a partir das publicações, não se pode desconsiderar os interesses dos colaboradores do periódico e as suas relações com os intelectuais e com as ideias republicanas que circulavam na sociedade brasileira ao final do período imperial. Foi fundamental, para subsidiar o trabalho de pesquisa com jornal, considerar as contribuições de Capelato (1994) sobre a importância destes periódicos como formadores de opinião. Tais aspectos foram determinantes para a compreensão de como a infância foi representada pela sociedade do período nas páginas d’A Província de São Paulo. Como resultados observa-se que as infâncias vividas em São Paulo, a partir do levantamento feito nas publicações do jornal, são representadas por meio das crianças que precisam ser civilizadas, seja pelas instituições escolares, pelos locais de acolhimento destinados à infância desvalida ou desamparada, ou ainda pela via do trabalho. Nesse sentido o traço comum que unifica tal representação é o da necessidade de que todas as crianças, de qualquer origem social ou étnica, deveriam crescer saudáveis e educadas para que pudessem construir uma nação hígida, civilizada e forte, a partir de projetos civilizatórios específicos para cada uma dessas infâncias, a depender da origem social das crianças.
Palavras-chave: Infância Escolarizada. Infância Desamparada. Infância Desvalida. Representação de Infância. Jornal A Província de São Paulo.
Disponível em - https://repositorio.unifesp.br/items/feda823c-1a76-42fd-a5b0-0595f375a5ea
LIMA, Marcia Ap. Colber de. A infância paulista representada nas páginas do jornal A Província de São Paulo (1875-1889). Tese (Doutorado em Educação). Escola de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade Federal de São Paulo, Guarulhos, 2025, 266 p.
Acesso ao currículo Lattes - http://lattes.cnpq.br/7435761539872247
Link do ORCID - https://orcid.org/0000-0002-5638-2322
Resumo
As escolas destinadas a acolher crianças pequenas, na cidade de Santo André, foram organizadas ao longo de três décadas. Quando, por consequência da industrialização, aconteceu o desenvolvimento da cidade e a expansão da população. O objetivo desta pesquisa é reconstituir a história das primeiras escolas administradas pelo poder público municipal, até a composição da rede andreense de ensino para a infância, responsável por acolher as crianças de 4 a 6 anos, entre os anos de 1954 e 1982. A delimitação temporal justifica-se porque no dia 27/09/1954 foi publicada a lei de criação do Departamento de Educação da cidade de Santo André; e, no ano de 1982, foi realizado o primeiro concurso público para o cargo de professor, que constituiu o corpo docente para compor os Centros Educacionais Assistenciais e Recreativos, denominados CEAR. Neste contexto, a pesquisa procura responder como foi configurada a educação pública na cidade de Santo André para acolhimento das crianças, desde as primeiras escolas até a implantação do CEAR. Toma-se como fontes documentos, jornais, fotografias e entrevistas. Como procedimento de pesquisa foram utilizados a revisão da literatura, a seleção e análise de documento e a realização de onze entrevistas semiestruturadas. Neste estudo, a categoria de análise, tempo e espaço, foi utilizada sob a perspectiva de Viñao Frago e Escolano (2001), que consideram o espaço como um lugar e o tempo como um símbolo social resultante do processo de aprendizagem humana. A partir das contribuições de Certeau (2014), a categoria de análise práticas cotidianas, permitiu compreender as lógicas que movem os fazeres cotidianos, considerando o lugar de fala de cada entrevistado, o papel social e a função dentro das escolas. Enfim, este estudo conclui que as transformações pelas quais a cidade de Santo André atravessou, modificaram as características da população, das moradias, do emprego e consequentemente da educação escolar. Consequentemente, a prefeitura municipal ampliou o atendimento às crianças pequenas em escolas públicas, acompanhando as exigências legais estabelecidas pelo Governo Federal e seguindo as determinações do Governo do Estado de São Paulo.
Palavras-chave: Santo André. Educação Municipal. Centro Educacional Assistencial e Recreativo – CEAR. História da Educação.
Disponível em - https://repositorio.unifesp.br/items/26779f15-7e13-40c5-9a8d-380ed31a8b5a
CÂNDIDO, L. G. A criação da Rede Municipal de Educação de Santo André: das primeiras escolas à implantação do Centro Educacional, Assistencial e Recreativo – CEAR (1954-1982). 179 f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Escola de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade Federal de São Paulo, Guarulhos, 2022.
Acesso ao currículo Lattes- http://lattes.cnpq.br/4005495092020334
Link do ORCID- https://orcid.org/0000-0003-2498-8351
Resumo
A presente pesquisa tem como objetivo realizar um estudo acerca da História da Educação da Freguesia de São Bernardo, atual município de São Bernardo do Campo, localizado na região metropolitana do estado de São Paulo. Tomou-se por objeto de estudo as escolas de Primeiras Letras a partir da criação da primeira escola pública no ano de 1830, se estendendo até 1889, ano em que se finda o período imperial e que é proclamada a República, acenando-se para uma nova proposição educacional no cenário brasileiro. Trata-se de uma pesquisa documental, vinculada à linha “História da Educação: sujeitos, objetos e práticas”, do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de São Paulo. A pesquisa elucida como se deu o processo de criação da primeira escola pública na primeira metade do século XIX, assim como a ampliação e organização das demais instituições estabelecidas a partir da segunda metade do século, no período delimitado. Tomou-se como fontes de pesquisa documentos redigidos pela Instrução Pública são-bernardense, sendo eles relatórios, ofícios, atas e mapas de frequência de alunos, os quais encontram-se sob a guarda do Arquivo do Estado de São Paulo; documentos legais e normativos do período estudado; registros fotográficos localizados no Centro de Memória de São Bernardo do Campo. Buscou-se em Ginzburg (1990) e Levi (1998) o aporte teórico-metodológico com vistas a verificar as condições de funcionamento das escolas públicas são-bernardenses entre os anos de 1830 a 1889 e quais foram os avanços e desafios enfrentados por elas. A análise das fontes foi realizada com base na fundamentação teórica de Sharpe (2011), por meio da categoria denominada pessoas comuns, cujos resultados apontam que condicionantes socioeconômicos, assim como a falta de investimento em políticas públicas por parte da Província de São Paulo foram determinantes para que a infrequência e abandono escolar fossem pauta constante da Instrução Pública de São Bernardo no período oitocentista. Verificou-se, ainda, que a maior parte das crianças sequer chegou a frequentar as escolas de Primeiras Letras na Freguesia de São Bernardo.
Palavras-chave: Educação. História. São Bernardo. Primeiras Letras.
Disponível em - https://repositorio.unifesp.br/xmlui/bitstream/handle/11600/62984/Adriana%20Santiago%20Silva.pdf?sequence=1&isAllowed=y
SILVA, Adriana Santiago. “Imperioso é o dever de prendar a todo cidadão com a instrução primária”: as escolas de Primeiras Letras de São Bernardo (1830-1889). Orientadora: Claudia Panizzolo. 207f. Dissertação (mestrado) – Universidade Federal de São Paulo, Escola de Filosofia, Letras e Humanas, 2021.
Acesso ao currículo Lattes-http://lattes.cnpq.br/5688235059377682
Link do ORCID- https://orcid.org/ 0000-0002-4766-3288
“Com quem ficam os nossos filhos quando a gente sai pra trabalhar?” O Cuidar e o Educar na Programação e nas propostas de Atendimento das Creches da Rede Direta Paulistana (1969 a 1982).
Ms. Juliana dos Santos Camaru
Resumo
Em 1950, a Prefeitura Municipal de São Paulo firmou os primeiros convênios com entidades beneficentes, para atendimento das crianças pequenas em creches. O atendimento pelo subsistema de creches da rede direta da cidade de São Paulo passou por um amplo processo de expansão quantitativa, ao final da década de 1970. A compreensão dessas mudanças e suas implicações nas propostas e programas de atendimento às crianças na cidade é o que justifica a escolha pelo tema tratado nesta pesquisa. Tem-se, por objetivos, compreender por meio do estudo da programação de atendimento e das propostas curriculares das creches da cidade de São Paulo, no período de 1969 a 1982, a concepção de cuidar e educar adotada e como eram organizados seus currículos, os tempos e espaços, investigar a formação, os critérios para admissão e atribuições dos profissionais que atuaram nessas instituições, no período circunscrito; analisar o espaço escolar na configuração dos programas e propostas apresentados pelos diferentes órgãos vinculados às instituições de atendimento da rede paulistana. Foram utilizados, como fontes documentais os registros, atas, boletins, programas e propostas de atendimento às crianças de 0 a 6 anos e 11 meses, elaboradas pelas Secretarias do Bem-Estar Social vinculadas às instituições de atendimento à criança no período compreendido neste estudo. Como procedimentos metodológicos da pesquisa, foram feitas análises destes documentos legais e normativos do município de São Paulo referentes ao período de 1969 a 1982, disponibilizados no portal da Secretaria Municipal de Educação –Acervo da Memória Técnica Documental e no portal da Fundação Carlos Chagas – Acervo da História da Educação e da Infância. As fontes foram analisadas sob as categorias: cuidar e educar. O estudo realizado aponta que foram muitas as dificuldades para a consolidação do atendimento à criança de 0 a 6 anos pela rede de creches diretas na cidade de São Paulo, como uma política decorrente do direito da criança. A investigação demonstrou a organização, as estruturas, formas de manutenção e propostas de atendimento traçadas nas programações junto às crianças atendidas, prioritariamente de 0 a 3 anos de idade, cujas famílias apresentassem renda de até dois salários mínimos.
Palavras-chave: Creches paulistanas. Cuidar e educar. Currículo. Criança.
Disponível em - https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/59955
CAMARU, Juliana dos Santos. “Com quem ficam os nossos filhos quando a gente sai pra trabalhar?” O Cuidar e o Educar na Programação e nas propostas de Atendimento das Creches da Rede Direta Paulistana (1969 a 1982). Orientadora: Claudia Panizzolo. 261 f. Dissertação (mestrado) – Universidade Federal de São Paulo, Escola de Filosofia, Letras e Humanas, 2019.
Acesso ao currículo Lattes- http://lattes.cnpq.br/1295907940819736
Link do ORCID- https://orcid.org/0000-0002-0174-6731
Paulistinha, a Creche Universitária da UNIFESP: a construção Identitária de uma história multifacetada (1971 a 1996).
Ms. Rosana Carla de Oliveira
Resumo
Esta pesquisa tem como objetivo apresentar uma história da Creche Universitária Paulistinha, da Universidade Federal de São Paulo - UNIFESP, instituição criada na década de 1970 para atender aos filhos das funcionárias da Escola Paulista de Enfermagem - EPE, vinculada à Escola Paulista de Medicina - EPM. Motivadas pelas leis trabalhistas, duas funcionárias reivindicaram à diretoria da EPE o direito de levar os filhos ao local de trabalho, pois não tinham com quem deixá-los. Após muitas discussões e conflitos, a solicitação foi atendida e deu origem à Comunidade Infantil. Mais tarde passou a se chamar Paulistinha. O período investigado é de 1971, ano em que foi criada, até 1996, ano em que a creche passou a atender ao Ensino Fundamental e adquiriu nova configuração estrutural. Como metodologia de pesquisa foram utilizados os seguintes procedimentos: revisão da literatura, seleção e análise de documentos, levantamento, coleta e seleção das fontes e ainda entrevistas semiestruturadas. Foram utilizados como fontes: documentos da Creche e da Escola Paulista de Enfermagem - manuais, pareceres, editais e documentos pessoais dos entrevistados, como registros, fotografias e entrevistas. Foram realizadas entrevistas com fundadores da escola, funcionários e ex-funcionários, pais e ex-alunos, com o intuito de obter informações que reconstruíssem a história da instituição. Foram utilizadas três categorias para análise das fontes: a primeira foi a categoria de Instituição Educativa. De acordo com Magalhães (1998, 2004, 2011), a história das instituições escolares e das práticas educativas revela importante linha de ação e de construção social e cultural, como parte de relação complexa que se integram dialeticamente, passando pela materialidade, apropriação e representação na produção de uma sociedade. Como segunda categoria foi utilizada a Representação de Lugar. Certeau (1976, 2014) apresenta as práticas cotidianas, saberes e lugares de fala, como indissociáveis de uma instituição. Os relatos transformam os lugares em espaços de movimento, considerando o jogo de relações associado a uma história. Como terceira categoria foi utilizada a Memória sob as perspectivas de Halbwachs (2006) e Bosi (1994), que as apresentam como construções a partir de um contexto vivido e que expressam questões identitárias, contraditórias e morais a partir de quadros sociais revelados nas narrativas. Como resultados são mostradas apropriações e transformações ocorridas nos tempos referentes às relações familiares e relações de amizade, concepções pedagógicas com a Escolarização da creche e trabalho com datas comemorativas e festividades.
Palavras-chave: Instituição Escolar. Creche Universitária. Comunidade Infantil. Paulistinha. Memória.
Disponível em- http://www.ppg.educacao.sites.unifesp.br/images/dissertacoes/2019/08.-Rosana-Carla-de-Oliveira.pdf
OLIVEIRA, Rosana Carla. Paulistinha, a Creche Universitária da UNIFESP: a construção Identitária de uma história multifacetada (1971 a 1996). Orientadora: Claudia Panizzolo. 231 f. Dissertação de Mestrado (Pós-Graduação em Educação) –Universidade Federal de São Paulo, Escola de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Guarulhos, 2019.
Acesso ao currículo Lattes- http://lattes.cnpq.br/1295907940819736
Link do ORCID- https://orcid.org/0000-0003-1658-8729
A formação continuada de gestores da educação infantil: possibilidades e limites do programa de formação A Rede em rede – a formação continuada na educação infantil.
Ms. Marcia Aparecida Colber Lima
Resumo
A formação continuada oferecida aos gestores das redes públicas e a coerência entre os conteúdos tratados nessa formação e suas práticas gestoras é o foco de investigação desta pesquisa. O objetivo foi analisar as ações formativas do programa denominado A Rede em rede – a formação continuada na Educação Infantil e investigar as apropriações dos gestores sobre os conceitos de gestão pedagógica e compartilhada nos Centros de Educação Infantil e nas Escolas Municipais de Educação Infantil na cidade de São Paulo. A questão que norteou a pesquisa foi investigar quais contribuições, limites e possibilidades a formação continuada do programa trouxe para a construção dos saberes dos diretores e coordenadores pedagógicos na perspectiva do exercício de uma gestão pedagógica e compartilhada. De abordagem qualitativa, a investigação foi realizada com base nas seguintes fontes: revisão do ordenamento legal e dos documentos normativos sobre educação infantil, tendo como ponto de partida a publicação da Constituição de 1988; pesquisa documental no arquivo da Memória Técnica Documental da Secretaria Municipal de Educação de São Paulo, ambos com a finalidade de contextualizar os processos de formação continuada na rede municipal paulistana; documentos produzidos no âmbito do programa investigado, buscando compreender os princípios que nortearam as ações de formação dos gestores escolares e; entrevistas semiestruturadas, envolvendo gestores em exercício na rede municipal paulistana, em escolas de educação infantil, na perspectiva de analisar as apropriações dos gestores quanto aos conteúdos tratados no programa de formação. As análises que respondem à questão foram apoiadas em Nóvoa (1992; 1999; 2008; 2010; 2011), Imbernón (2009; 2010), Schön (1992), Tardif (2012), Moss (2005; 2009) e Cury (1998; 2010). Os resultados mostraram que algumas condições devem ser consideradas na proposição de programas de formação continuada, como a continuidade, o acompanhamento e a articulação das ações de formação, envolvendo os diferentes segmentos profissionais que atuam nas unidades educacionais. Esses resultados apontam que o presente estudo pode contribuir para o adensamento da reflexão acerca da proposição de programas de formação continuada em redes públicas de educação infantil, com vistas à consolidação de práticas de gestão numa perspectiva pedagógica e compartilhada para essa modalidade de educação.
Palavras-chave: Formação de diretores e coordenadores pedagógicos. Políticas públicas de formação. Qualidade na educação infantil. Programa de formação continuada “A Rede em rede”. Rede municipal de São Paulo.
Disponível em - http://www.ppg.educacao.sites.unifesp.br/images/dissertacoes/marcia-aparecida-colber-de-lima.pdf
LIMA, Marcia Aparecida Colber. A formação continuada de gestores da educação infantil: possibilidades e limites do programa de formação A Rede em rede – a formação continuada na educação infantil. Orientadora: Claudia Panizzolo. 229 f. Dissertação de Mestrado – Universidade Federal de São Paulo, Escola de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Educação, 2016.
Acesso ao currículo Lattes- http://lattes.cnpq.br/7435761539872247
Link do ORCID- https://orcid.org/0000-0002-5638-2322
LINHA DE PESQUISA 2 - A ARTE DE CIVILIZAR AS CRIANÇAS - O ESTUDO DE IMPRESSOS PARA A LEITURA NA/SOBRE A ESCOLA DA INFÂNCIA
A creche paulistana nas páginas do jornal Folha de S. Paulo (1979-1985)
Ms. Tatiane Damaceno Barreto
Resumo
Buscando ampliar a história das creches paulistanas, este estudo teve como objetivo investigar as vozes que permitiram ser lidas ao discutir as temáticas ligadas às creches da cidade de São Paulo. Elegi a Folha como fonte para averiguar a presença, ou não, dessas vozes nas páginas do jornal. Os jornais impressos, antes pouco explorados pelos historiadores, passaram a ser reconhecidos como importantes fontes de pesquisa histórica, sobretudo porque a fonte, associada aos contextos políticos e sociais das publicações, reconta a História por meio da imprensa, em vestígios na materialidade e hierarquização da notícia. O jornal Folha de S.Paulo passou a ser o jornal de venda avulsa de maior circulação do país em 1964, e por esse motivo é fonte primária do estudo. O recorte temporal da pesquisa se inicia em 1979, com a participação do Movimento de Luta por Creches, no I Congresso da Mulher Paulista em São Paulo, e termina em 1985, período de redemocratização política do país. E atingiu o movimento legislativo da Câmara Municipal de São Paulo, resultando na publicação do relatório final da Comissão Especial de Inquérito sobre as Creches Municipais. Foram utilizados os referenciais teóricos da História Cultural e História Social. Tomei de empréstimo os estudos de Mota e Capelato (1981), e Silva (2005), quando objetivei problematizar historicamente o jornal. Para os procedimentos metodológicos no capítulo I utilizei Panizzolo (2001) e Luca (2005). As análises da pesquisa, na totalidade, procederam-se sob três categorias: a primeira a ser considerada foi a materialidade, Luca (2005); a segunda categoria sob o conceito de representação, por Chartier (1990), que ao mirar as representações inculcadas nas páginas do jornal, indicou a terceira categoria discurso, fazendo uso de Certeau (2011). Nas considerações finais, por meio das análises das fontes, foi possível identificar as vozes e os debates sobre as políticas públicas para expansão da rede de creches da cidade de São Paulo, e que a temática creche esteve presente no jornal de maior circulação do período.
Palavras-chave: jornal Folha de S. Paulo; creche paulistana; políticas públicas; movimentos populares.
Disponível em: https://repositorio.unifesp.br/xmlui/bitstream/handle/11600/63677/DISSERTACAO%20VERSAO%20DEPOSITO%20FINAL.pdf?sequence=1&isAllowed=y
DAMACENO, Tatiane. A creche paulistana nas páginas do jornal Folha de S. Paulo (1979-1985). Orientadora: Claudia Panizzolo. 257f. Dissertação (Mestrado em Educação.) Universidade Federal de São Paulo. Escola de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, 2021. Universidade Federal de São Paulo, Escola de Filosofia, Letras e Ciências Humanas. Guarulhos, 2021.
Acesso ao currículo Lattes- http://lattes.cnpq.br/4327557170863840
Resumo
Nesta pesquisa, abordou-se a região de São Paulo, no início do século XX, a qual passou por grandes transformações no âmbito social, econômico, político e cultural, caracterizando a educação como a principal ferramenta para sustentação dessas novas modificações e com a função de definir concepções sobre o papel do cidadão republicano, especificamente sobre as crianças. Para isso, novas instituições educativas foram implementadas e uma emergência em publicações de obras didáticas com intencionalidade de educar e moldar o novo cidadão republicano. Pretendeu-se, portanto, neste estudo analisar a representação da infância nas obras do autor de livros didáticos Francisco Furtado Mendes Vianna entre o período de vida do autor e de publicação de suas obras, ou seja, entre 1876 e 1935, tomando como fonte de pesquisa as obras que compõem a série Leituras Infantis (Leitura preparatória; 1º, 2º, 3º “Livro de leituras infantis” (1908); Cartilha: Leituras Infantis (1911?); Primeiros passos na leitura (1915)). Para subsidiar a análise, foram utilizados jornais e periódicos educacionais do período e outras publicações do autor, dentre elas conferências realizadas pelo mesmo, presentes na obra Modernas directrizes no enzino primario: escola activa do trabalho ou nova (1930). Considerando os aportes da História Cultural, esta pesquisa utilizou-se do conceito de “infância” apresentado por Faria Filho e Fernandes (2007); Kuhlmann e Fernandes (2004); Panizzolo e Belo (2016) e Gouvêa (2004, 2007) e a categoria analítica “representação” proposta por Chartier (1990; 1996; 1999; 2000) em diálogo com a História da Educação, História da Infância e da Literatura Infantil Escolar no Brasil. Almejou-se, assim, a investigação dos modos de representar a infância através das obras selecionadas, considerando a relação existente entre o processo de escolarização e a produção da concepção de infância nas sociedades modernas. De acordo com resultados encontrados, constatou-se uma relação entre a filosofia comteana com o percurso profissional e pessoal do autor, refletindo discursivamente em suas obras. Vianna utilizou tramas que partem de assuntos mais simples, como o uso de poucos personagens e ambientes com a mesma característica imagética para uma complexificação das relações sociais envolvendo: o trabalho, a escola e a família; tramas de maior dificuldade de resolução; tramas com temas de caráter científico; acompanhando, dessa forma, todo o processo de crescimento da criança e a sua relação com o mundo e perpassando por temáticas comuns ao conceito de civilização na ótica comteana, sendo elas: a indústria, as ciências e as belas artes.
Palavras-chave: História da Infância. Série de leituras. Francisco Furtado Mendes Vianna. Representação de infância. Criança.
Disponível em: http://www.ppg.educacao.sites.unifesp.br/images/dissertacoes/2019/03.-Alessandra-Secundo-Paulino.pdf
PAULINO, Alessandra Secundo. “Um mundo de pura manifestação dos sentimentos”: a trajetória de Francisco Vianna e a representação de infância em suas obras (1876- 1935) Orientadora: Claudia Panizzolo. 226 f. Dissertação (Mestrado em Educação). Universidade Federal de São Paulo, Escola de Filosofia, Letras e Ciências Humanas. Guarulhos, 2019.
Acesso ao currículo Lattes- http://lattes.cnpq.br/5686033174468917
Link do ORCID- https://orcid.org/0000-0003-1399-9389
Pro Brasilia fiant eximia: nacionalismo e paulistanidade em livros aprovados no Estado de São Paulo (1911-1937)
Ms. Valter Andre Jonathan Osvaldo Abbeg
Resumo
Esta pesquisa se insere no conjunto de estudos sobre a história do livro didático. Tem por objetivo identificar e analisar marcas nacionais e da paulistanidade impressas em séries graduadas, conjunto de livros didáticos, aprovados pelo Estado de São Paulo para uso nas escolas públicas de 1911 a 1937. Conta com aportes teóricos da história cultural articulando concepções de nação (Hobsbawm), imaginário social (Veyne e Castoriadis) e imagem (Aumont e Joly). Utilizou-se três movimentos para exemplificar as diferentes características da paulistanidade: o separatismo, o federalismo e o nacionalismo; todos constituídos em discursos públicos veiculados em jornais e revistas paulistas. A compreensão da paulistanidade perpassa os discursos políticos do Partido Republicano Paulista e de outras instituições e movimentos que agregaram intelectuais e profissionais, seja o Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, o Movimento Modernista (que teve um de seus ápices a Semana de Arte Moderna), ou mesmo a Liga Nacionalista de São Paulo. Os procedimentos de pesquisa utilizados foram: o levantamento dos títulos aprovados pelo governo de São Paulo; busca dos livros em acervos gerais e específicos; seleção dos livros que pertenciam a séries graduadas; classificação dos elementos textuais e gráficos que representassem o imaginário paulista; leitura e identificação das marcas nacionais e paulistas a partir da repetição de termos, expressões e frases, tornando possível a identificação de padrões e singularidades. Na organização das fontes foram selecionados 40 livros pertencentes a 20 séries graduadas. Foram encontradas marcas nacionais em 37 títulos e marcas paulistas em 27 livros didáticos. As marcas nacionais demarcam-se na relação entre o país e seu contorno geográfico (mapa), bandeiras, referências à proclamação da República, a capital da nação, a recorrência na caracterização e personificação do brasileiro. Estas marcas permitem afirmar o predomínio do nacionalismo nos livros didáticos do ensino primário paulista no período estudado. Enquanto as marcas paulistas encontradas fazem referência direta ao Estado de São Paulo, ao café, a ferrovia, ao bandeirante, aos hinos entre outros símbolos. Este simbolismo paulista, apresentados nos livros retratam o Estado, suas características, personagens, constituem a formação de um dado imaginário composto por uma definição de sociedade associada à exigência de vanguarda, crescimento econômico, político e cultural.
Palavras-chave: Livro Didático. Paulistanidade. Nacionalismo. Imaginário. São Paulo.
Disponível em: http://www.ppg.educacao.sites.unifesp.br/images/dissertacoes/valter-andre-jonathan-osvaldo-abbeg.pdf
ABBEG, Valter Andre Jonathan Osvaldo. Pro Brasília Fiant Eximia: nacionalismo e paulistanidade em livros didáticos aprovados no Estado de São Paulo (1911-1937). Guarulhos "Cidade". Orientadora: Claudia Panizzolo. 208 f. Dissertação de Mestrado em Educação, Universidade Federal de São Paulo, Escola de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, 2018.
Acesso ao currículo Lattes- http://lattes.cnpq.br/6479769625130179
Link do ORCID- https://orcid.org/0000-0002-7658-5872
Representação de infância em Zalina Rolim: Entre a arte poética e a educação.
Ms. Fernanda Nunes Santos
Resumo
A presente pesquisa é um estudo sobre o Livro das Crianças e sobre a obra de Zalina Rolim presente na Revista do Jardim da Infância, materiais destinados à educação das crianças paulistas. O Livro das crianças foi adotado nas escolas públicas de São Paulo, e a Revista tinha como destinatárias as jardineiras do Jardim da Infância. O estudo da obra de Zalina Rolim concentra-se na compreensão de como a infância foi representada em dois artefatos específicos para o uso escolar. Para análise da representação de infância nas obras, considerou-se o contexto histórico de São Paulo no século XIX, uma vez que o livro e a revista foras produzidos nos anos finais desse século. A investigação a respeito da trajetória pessoal, bem como a análise da produção de Zalina, destinada à escola corrobora para a compreensão de uma representação de infância veiculada na literatura infantil dos anos finais do século XIX. No Livro das Crianças o estudo concentrou-se no modelo que a escola imprimia na época, o de civilizar e educar. Nos textos pedagógicos, os estudos se deram a partir da importância dada por Zalina durante a narração nas aulas de linguagem, assim como dos brinquedos e jogos, atividades realizadas por meio dos versos ritmados e musicalizados. O contexto em que as obras estavam inseridas remete a uma política nacional que se empenhou na educação da criança, o intuito consistia em retirar o cidadão da ignorância em que esteve durante décadas. Dessa forma, ao cotejar tal produção, buscou-se uma compreensão da representação de infância no contexto escolar e social, sendo essa criança um ser cultural, passível de mudanças que ocorrem no decorrer da história. A partir dos estudos e das análises dos textos compreende-se que a estrutura pedagógica das obras de Zalina remete ao desenvolvimento pleno da criança que, se bem-educada, se tornará o homem ideal da nação. O livro faz parte de uma literatura que tinha como função civilizar e educar as crianças para bem exercerem o papel de cidadão brasileiro, e a Revista fez parte de um contexto que insere a criança pequena na escola para cuidar do seu desenvolvimento.
Palavras-chave: História da Educação. Zalina Rolim. Representação de infância. Literatura Infantil. Jardim da Infância.
Disponível em: http://www.ppg.educacao.sites.unifesp.br/images/dissertacoes/fernanda-nunes-dos-santos.pdf
SANTOS, Fernanda Nunes. Representação de infância em Zalina Rolim: entre a arte poética e a educação. Orientadora: Claudia Panizzolo. 152 f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade Federal de São Paulo, Escola de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, 2017.
Acesso ao currículo Lattes- http://lattes.cnpq.br/2891945082834748
Link do ORCID- https://orcid.org/0000-0003-4658-7188
Ms. Maria Silvana Benevides Regina
Resumo
O foco de investigação desta pesquisa é a infância concebida, produzida e impressa nos livros didáticos de Arnaldo Barreto, que no final do século XIX e início do XX, ocupou cargos de destaque e exerceu papel relevante na instrução e educação de crianças. O objetivo desta pesquisa é conhecer e apresentar as características das crianças idealizadas pelo autor e o que era oferecido às mesmas, no ensino primário público paulistano. A investigação foi realizada com base nas seguintes fontes: livros de leitura e cartilhas produzidos por Arnaldo Barreto, revistas periódicas, jornais, decretos e leis e documentos oficiais. Subsidiada pela história cultural, a pesquisa ancorou-se no conceito de representação, segundo Roger Chartier (1990, 1998, 2001), analisando dados contidos nos livros, como: instruções dadas aos professores, aforismos, conteúdos, ilustrações e outros. Interpretou-se e analisou-se as fontes, buscando cotejar as ideias de Arnaldo Barreto com o que acontecia nesse período, visto que as ideias desse autor estavam inseridas no contexto político e social de sua época. Outros conceitos utilizados foram: intelectual, infância e criança, apoiados em: Sirinelli (1996, 1998, 2002), Kramer (2007, 2010) e Gouvêa (2004). Os resultados mostraram que era um dever ir à escola, pois nesta instituição ensinava-se a boa doutrina, que esclarecia a alma, tornando a criança educada, onde o ensino, por meio dos livros, deveria despertar o interesse e atenção das crianças através de narrativas em que o assunto fosse leve, alegre, com imprevistos e moralidade, para que a escola cumprisse o seu papel de instruir e educar, com a finalidade de formar uma criança virtuosa: obediente, cortês, dócil, paciente, generosa, modesta, econômica, perseverante e trabalhadora, características essenciais para a construção de uma sociedade moderna e civilizada. Averiguou-se, nas obras de Arnaldo Barreto, um propósito e direcionamento na criança, como um projeto de futuro, relacionado sempre com a 'moldagem' a que foi submetida na infância. Constatou-se, também, que havia castigos às crianças que cometiam faltas ou comportamentos inadequados no ambiente familiar ou no espaço escolar, apontando a necessidade de corrigir os defeitos impostos pelos adultos, conforme seus valores e os valores da sociedade.
Palavras-chave: Livros de Leitura, Representação de Infância, Arnaldo Barreto, Escola
Primária, São Paulo.
Disponível em: http://www.ppg.educacao.sites.unifesp.br/images/dissertacoes/maria-silvana-benevides-regina.pdf
Regina, Maria Silvana Benevides. A representação de Infância nas obras de Arnaldo Barreto: educar, civilizar e modernizar o cidadão republicano. Orientadora: Claudia Panizzolo. 168 f. Dissertação de Mestrado – Universidade Federal de São Paulo, Escola de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Educação, 2017.
Acesso ao currículo Lattes- http://lattes.cnpq.br/7678410210788294
Link do ORCID- XXXX
Amigos do coração: representações de criança, infância e educação na obra de Edmondo De Amicis.
Ms. Milena Domingos Belo
Resumo
Este trabalho é fruto da realização de um estudo sobre o Cuore – livro do autor italiano, Edmondo De Amicis – que teve grande circulação internacional e significativa acolhida no Brasil, onde inspirou inclusive a elaboração de obras nacionais, além de adaptações e traduções. O Cuore foi empregado para a instrução da infância no Brasil como Livro de Leitura, tipo específico de literatura escolar muito utilizado entre o final do século XIX e meados do XX nas escolas primárias paulistas e que, para além do ensino da leitura corrente, tinha a missão de educar e civilizar os alunos, nomeadamente, as crianças. Ao cotejar o estudo do contexto de produção da obra e seu discurso literário, tendo em vista a sua destinação às crianças na escola, estabeleceu-se, como objetivo, a compreensão da representação de infância, criança e educação presente no Cuore. Considerando os aportes da História Cultural, esta pesquisa tomou como procedimento metodológico a análise dos aspectos da materialidade do livro conforme proposto por Chartier (1990; 1994; 2001), através da análise do processo de produção deste artefato cultural atrelado aos seus conteúdos e imagens, associados às concepções de infância, criança e educação.
Palavras-chave: Cuore. Edmondo De Amicis. Representação de Infância.
Disponível em : http://www.ppg.educacao.sites.unifesp.br/images/dissertacoes/milena-domingos-belo.pdf
DOMINGOS Belo, Milena. Amigos do coração: Representação de criança, infância e educação na obra de Edmondo De Amicis. Orientadora: Claudia Panizzolo. 132 f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade Federal de São Paulo, Escola de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, 2017.
Acesso ao currículo Lattes- http://lattes.cnpq.br/0787836729768288
Link do ORCID- https://orcid.org/0000-0003-0139-0920
Resumo
O impresso é foco de investigação desta pesquisa, tomando-o como fonte e objeto de investigação. O objetivo foi analisar, de forma minudenciada, o Álbum das Meninas: revista educativa e literária dedicada às jovens brasileiras (1898-1901) e então apreender as representações que o compõem. A questão que norteou a pesquisa foi quais temáticas e conjunto de textos compõem o Álbum das Meninas. A importância em estudar esse impresso justifica-se por ser uma revista feminina com intencionalidade e projeto editorial bem definidos, também por ser um espaço próprio de expressão das ideias e projetos da proprietária, escritora e professora Anália Emília Franco (1853-1919). A pesquisa exploratória, de cunho qualitativo, tem por aporte teórico-metodológico a História Cultural para compreensão da cultura como expressão sintética das práticas, buscando identificar o papel educativo e literário do periódico no que diz respeito ao público leitor e às interações que o ligavam às formas de instrução e educação da mulher. Nesse sentido, a análise das fontes jogando luz aos aspectos da imprensa do período - a forma, circulação, o público-leitor, os conteúdos, as razões de sua criação, os temas abordados, a erudição que orienta as matérias propostas e a inserção da revista no contexto político, revelou que o Álbum das Meninas procurou instruir e moralizar especialmente o público feminino, incentivando a reivindicação quanto ao acesso à educação e a profissionalização, bem como em participar coletivamente da regeneração da sociedade por meio da educação dos filhos. Contudo, o estudo ressaltou a importância de pensar e examinar a revista em questão, não só em termos de parte da imprensa feminina, mas também como um elemento rico em profusão de sentidos que nos permite refletir sobre as representações da mulher e do homem e de suas posições e funções na sociedade à época.
Palavras-chave: Revista Álbum das Meninas. Anália Franco. Imprensa Feminina. Mulher.
Disponível em: http://www.ppg.educacao.sites.unifesp.br/images/dissertacoes/floriza-garcia-chagas.pdf
CHAGAS, Floriza Garcia. Álbum das Meninas, revista literária e educativa dedicada às jovens brasileiras: estudo de um impresso de Anália Franco (1898-1901). Orientadora: Claudia Panizzolo. 187 f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade Federal de São Paulo, Escola de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, 2016.
Acesso ao currículo Lattes- http://lattes.cnpq.br/7359976980980682
Link do ORCID- https://orcid.org/0000-0002-2400-4060
LINHA DE PESQUISA 3 - AS ESCOLAS ÉTNICAS EM SÃO PAULO E A ESCOLARIZAÇÃO DA INFÂNCIA
Escolas públicas e particulares nas páginas do jornal O Sertanejo, de Barretos/SP: história da educação pela imprensa local (1900-1912)
Dr. José Ildon Gonçalves da Cruz
Resumo
Este trabalho investiga a educação e a escolarização públicas e particulares em Barretos/SP, noticiadas, anunciadas e veiculadas nas páginas da imprensa local, O Sertanejo (1900-1912), jornal fundado pelos irmãos italianos, Luigi Enrico e Carlo Filippi. Trata-se de uma pesquisa em História da Educação, com o objetivo de analisar este impresso nas suas informações, anúncios, entretenimentos e instruções referentes à educação. O corpus documental é composto pelO Sertanejo como fonte central e objeto de estudo e as demais fontes impressas e manuscritas como complementares. Os procedimentos de pesquisa ocorreram em leituras e releituras na íntegra da fonte central e os dados analisados sob o conceito de ciclo de vida, destinado a informar sobre o conteúdo do impresso, registrando a sua existência, classificando-o e organizando as publicações sobre educação. Na ausência do poder público, as iniciativas particulares foram pioneiras na escolarização das crianças barretenses, em meados do século XIX, seguidas de maçons e o seu ideário de uma educação liberal e laica, até a criação das escolas públicas e posterior instalação do 1º grupo escolar. Quem sabia ler e escrever era procurado para ensinar, independente de suas condições físicas ou psicológicas. Os professores tinham níveis de formação diferentes, desde normalistas a professores com problemas sérios de conhecimentos escolares. As condições de trabalho docente e a falta de pagamento aos professores públicos e particulares eram precárias e impactaram o trabalho docente. A tese analisa as tipologias escolares e as múltiplas e diferentes iniciativas de pensar a escola e a escolarização veiculadas nO Sertanejo: a escola de primeiras letras, a escola maternal (Anália Franco), a escola anarquista, a escola italiana, os colégios (internatos, externatos e mistos), os ateneus, as escolas municipais, as escolas provisórias, preliminares, intermédias, isoladas, ambulantes, complementares, reunidas, normais, modelos, graduadas (grupos escolares), com destaque para o aproveitamento escolar do sexo feminino em relação ao sexo masculino revelado nos exames. A igreja católica ou a protestante não ofereceu educação escolar à população neste período. Ao retardar a escolarização em Barretos, a política educacional do Estado de São Paulo da Primeira República contribuiu para manter o analfabetismo no município, que necessitava de política educacional para atender a infância em idade escolar e os interesses da indústria pastoril e do comércio. Apenas o discurso das escolas luminosas, dos templos do saber, da educação pelo voto e pela escola, não foi suficiente para atender a demanda por escolas para as crianças e por aulas noturnas para os adultos. Há um discurso político e educacional paulista de progresso regenerador, moral, material e sanitário para atingir pela educação todo o sistema de trabalho. O Sertanejo denuncia o descompasso de entendimento das escolas como elemento central para a manutenção da República e de progresso que demora a chegar ao município de Barretos e evidencia o descaso do poder público com a escola e a escolarização. Há um entendimento de que a educação parte dos grandes centros urbanos em relação ao interior, como a capital paulista, que não chega aos municípios com a mesma velocidade. A imprensa local foi uma força política, instrutiva e significou o início da organização e de sistematização historiográfica da educação e da escolarização de Barretos/SP.
Palavras-chave: Barretos. O Sertanejo. Imprensa local. Escolas particulares. Escolas públicas. Escolarização.
Disponível em: https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/68419
CRUZ, José Ildon Gonçalves da. Escolas públicas e particulares nas páginas do jornal O Sertanejo, de Barretos/SP: história da educação pela imprensa local (1900-1912). 465f. Tese (doutorado em Educação) – Universidade Federal de São Paulo, Escola de Filosofia, Letras e Humanas, Guarulhos, 2023.
Acesso ao currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/9128866214299351
Link do ORCID: https://orcid.org/0000-0002-6796-6323
Crianças bolivianas nas escolas da rede pública de São Paulo: desafios, interações e a mediação docente nas práticas pedagógicas
Relatório de Iniciação Científica: Laura Alcântara Galvão
GALVÃO, Laura Alcântara. Crianças bolivianas nas escolas da rede pública de São Paulo: desafios, interações e a mediação docente nas práticas pedagógicas. 2020. Iniciação Científica. (Graduando em Pedagogia) - Universidade Federal de São Paulo, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. Orientador: Claudia Panizzolo.
LINHA DE PESQUISA 4 - AS MÚLTIPLAS LINGUAGENS DAS CRIANÇAS E A ESCOLA DA INFÂNCIA: O ESTUDO DOS CURRÍCULOS, PROPOSTAS E PRÁTICAS PEDAGÓGICAS
Crianças, brincadeiras, brinquedos e brinquedoteca: possibilidades de (trans?)formação com estudantes de pedagogia
Ms. Tatiani Rabelo Lapa Santos
Resumo
A presente pesquisa de Doutoramento em Educação intitulada Crianças, brincadeiras, brinquedos e brinquedoteca: possibilidades de (trans?)formação com estudantes de Pedagogia objetivou discutir como pode se dar uma formação para estudantes de Pedagogia que seja voltada para compreensão, valorização e atuação com as crianças na educação infantil e nos anos iniciais do ensino fundamental. A partir desse objetivo geral, expusemos neste relatório a importância de legitimar a criança, as infâncias, as brincadeiras e os brinquedos como temáticas centrais no currículo do Curso de Pedagogia; utilizamos como metodologia a pesquisa bibliográfica e princípios da pesquisa-ação. Destacamos que a metodologia foi desenvolvida e pautada em uma abordagem qualitativa, tendo em vista o caráter subjetivo do estudo proposto. Adotamos as seguintes técnicas e registros: observação participante, produção de notas de campo, fotografias e filmagens das atividades realizadas na brinquedoteca e nos encontros online com as estudantes. Também, valemo-nos do referencial histórico-cultural, a partir das contribuições de Vigotski (1987, 2007, 2008 2010, 2018) e dos estudos socioculturais (Benjamin, 2002; Manson, 2002; Bròugere, 1995, 1997, 2004 e Cohn, 2005). Mediante nossas escolhas metodológicas, desenvolvemos a presente pesquisa, em dois momentos, quais sejam: no período de julho de 2019 a março de 2020 com a organização do Laboratório Infâncias e Brincadeiras (LabInB) da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Uberlândia-MG; o segundo momento da pesquisa foi efetivado de março de 2021 até novembro do mesmo ano, por meio da participação nas aulas online realizadas semanalmente com as estudantes do curso de Pedagogia matriculadas na disciplina optativa Expressão Lúdica, durante o ensino remoto, desenvolvido no período de suspensão das aulas presenciais motivado pela pandemia do Covid-19. Com o desenvolvimento dessa investigação, pudemos contribuir na formação inicial de estudantes do Curso de Pedagogia com os referenciais teóricos estudados e com ações práticas promovidas junto aos participantes, além de apoiá-los na construção de uma prática educativa centrada na compreensão do potencial das brincadeiras, dos brinquedos e das brinquedotecas.
Palavras-chave: Crianças. Infâncias. Brincar. Brinquedos. Brinquedotecas
Disponível em: https://repositorio.ufu.br/handle/123456789/35013
SANTOS, Tatiani Rabelo Lapa Santos. Crianças, brincadeiras, brinquedos e brinquedoteca: possibilidades de (trans?)formação com estudantes de pedagogia . 2022. 254 f. Tese (Doutorado em Educação) - Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2022.
Acesso ao currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/0571959457590806
Link do ORCID: http://orcid.org/0000-0003-0936-1016