Em comunhão com a Ordem dos Frades Menores Capuchinhos, um dos ramos da grande família franciscana, a Arquidiocese de Aracaju deu um passo para elevar à honra dos altares o frei Miguelângelo de Cíngole. O processo de beatificação do religioso, reconhecido como “apóstolo de Aracaju”, foi aberto oficialmente pelo arcebispo metropolitano, Dom João José Costa, na quinta-feira, 1, dia de Todos os Santos, em solene celebração eucarística, na paróquia São Judas Tadeu (bairro América), onde, por várias décadas, frei Miguel exerceu o seu ministério sacerdotal-apostólico. A cerimônia foi concelebrada pelo arcebispo emérito, Dom José Palmeira Lessa, e por vários sacerdotes e diáconos. 

O Vice-Postulador da Causa, frei Gleizer Campinho, OFMCap, informa que o processo que se iniciara no dia 26 de novembro de 2024 corresponde à fase arquidiocesana, quando o Arcebispo de Aracaju institui o Tribunal de Investigação que ouvirá o depoimento de pessoas a respeito das virtudes evangélicas de frei Miguel. Foi também criada uma Comissão Histórica que trabalhará paralelamente ao referido Tribunal, fazendo levantamento de todos os documentos que digam respeito aos traços biográficos e históricos relacionados a frei Miguel. 

“Narrar a vida de um homem como Frei Michelangelo de Cingoli (frei Miguel) que viveu plenamente o Evangelho, a ponto de ser aclamado santo pela voz do povo de Aracaju, é contemplar o lento processo de transformação da semente em fruto, o dinamismo que através das vicissitudes da existência e do fermento interior da alma leva uma vida da reflexão estéril à doação fecunda”. 

Frei Egídio esteve no Santuário São Judas Tadeu, fazendo pesquisa; e verificou vários testemunhos escritos sobre “graças” alcançadas por intercessão de frei Miguel. No livro acham-se registradas dezoito. Aqui, mais adiante, apresentamos duas.

"Miguel Ângelo, o anjo de Aracaju", obra literária da lavra da Profa. Dra. Verônica Mariano, franciscana, membro da OFS pela Fraternidade Monte Alverne de Aracaju. A autora é especializada em Alfabetização. A obra é endereçada especialmente ao que ela chama de "os pequenos": as crianças. Logo de início ela diz:

"Existem vários tipos de anjos. Alguns têm asas, vestem roupas brancas e brilhantes como os lírios de São José e as estrelas cadentes... Também há outros que são pessoas de carne e osso, como eu e você. 

O livro foi publicado em 26 de março de 2025 na Biblioteca Epifhânio Dórea, Aracaju-SE; e recebeu uma surpreendente grande cobertura da mídia televisiva, por conta da reverência ao nome de frei Miguel.

Um ano depois voltou a apresentar problema na mesma coxa. Ficou acamada, sofrendo dores e com muita pouca mobilidade no leito. Voltou a ser internada. Recebeu alta sem melhora e achando-se até pior. Depois de dias nesse sofrimento foi montada uma junta médica para resolver seu problema. Diz que foi aí que se pegou com frei Miguel, pedindo a intercessão dele. Pois quando vivo ele a teria visitado duas vezes, levado por Raimunda, que costumava levá-lo para fazer visita aos doentes. Soube por Raimunda que em uma dessas visitas ele comentou: “Essa senhora sofre muitas dores”. 

A figura de frei Miguel,“o santo apóstolo de Aracaju”, é lembrada do modo como a arte ao lado representa: a partir da Colina do São Judas Tadeu, aonde um dia ele chegou com a missão de dar testemunho do Evangelho, comprometido com a forma de vida São Francisco de Assis. Enquanto pastor foi atento a todos os sofrimentos. E teve como uma de suas marcas evangélicas um "sorriso de tom espiritual". Todos que a ele acorriam sempre achavam um homem de Deus sorridente. Muita era a confiança na pessoa consagrada que ele testemunhava a sustentar a Igreja de Cristo. Por isso muitos o procuravam para experimentar por meio dele a misericórdia do Papai do Céu, como ele dizia.