GRADUAÇÃO

ETNOMATEMÁTICAS DOS AGRICULTORES DA COMUNIDADE BONITO (AMARANTE-PI) NO CÁLCULO DE ÁREAS NA PRODUÇÃO DE ARROZ

Luciano de Santana Rodrigues

lucianoluciano.santana1998@gmail.com

Resumo

A matemática muitas vezes é vista como uma disciplina complexa e desconexa da realidade. Essa pesquisa surge no sentido de contextualizar o ensino de matemática, trazendo a Etnomatemática como uma fonte de pesquisa e ensino, considerando uma nova abordagem para a região do Médio Parnaíba Piauiense, tendo em vista a seguinte questão: Como os agricultores da comunidade Bonito, em Amarante (PI), constroem e aplicam conhecimentos etnomatemáticos no cultivo de arroz, baseando-se no cálculo de áreas? A escolha do tema se deu por nossa familiaridade com a Etnomatemática, proximidade com a vivência no campo e a necessidade de valorização do conhecimento matemático implícito nas práticas e saberes dos agricultores familiares. Delimitamos assim o tema: Etnomatemáticas dos agricultores familiares da comunidade Bonito em Amarante (PI) aplicada ao cálculo de área na produção de arroz. O objetivo geral é compreender o processo de construção do conhecimento etnomatemático dos agricultores familiares da comunidade Bonito em Amarante (PI) aplicados ao cálculo de áreas e estimativas para produção de arroz. O estudo se fundamentou na história das unidades de medida de comprimento e área e sua pertinência aos livros didáticos, Etnomatemática e ciclo do conhecimento, etnomodelagem e etnomodelos. A metodologia de abordagem qualitativa contemplou uma pesquisa bibliográfica de caráter exploratório, entrevista semiestruturada e observação participante natural, que levou à identificação dos artefatos, mentefatos e sociofatos presentes na agricultura familiar, além de revelar como eles operam com os etnomodelos êmicos na produção de arroz.

Disponível para download gratuito em: ETNOMATEMÁTICAS DOS AGRICULTORES DA COMUNIDADE BONITO (AMARANTE-PI) NO CÁLCULO DE ÁREAS NA PRODUÇÃO DE ARROZ 

ETNOMATEMÁTICA NA ESCOLA: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA DE PRODUÇÕES ACADÊMICAS NO PERÍODO DE 1989 A 2018

Kátia Cilene Moura Santana

kcilenemoura@gmail.com

Resumo

O presente trabalho teve como objetivo analisar possibilidades pedagógicas da etnomatemática no contexto escolar. Para tanto, utilizou-se da metodologia de revisão bibliográfica sistemática em teses e dissertações disponibilizadas no Catálogo de Teses da CAPES, no período de 1989 a 2018. Selecionou-se como descritores os termos “etnomatemática” e “escola”. Os procedimentos metodológicos para busca, seleção e análise das pesquisas encontradas tiveram como suporte os estudos de Levy e Ellis (2006), Lima e Mioto (2007), Sampaio e Mancini (2007), Botelho, Cunha e Macedo (2014) e Zogaib (2021), seguindo uma abordagem quali-quantitativa de pesquisa e sistematização de estudos. A princípio, as teses e dissertações encontradas relacionavam-se às pesquisas com grupos culturais distintos que foram categorizados em: indígenas, estudantes, comunidade rural, artesãos, quilombolas, pescadores e trabalhadores da construção civil. A partir da caracterização geral desses sete grupos, houve a seleção das sete produções acadêmicas (4 dissertações e 3 teses) voltadas para ações pedagógicas que envolviam a etnomatemática em escolas de ensino regular com estudantes dos anos iniciais e finais do Ensino Fundamental. Os principais achados desta pesquisa indicam possibilidades de se trabalhar com agrupamentos de quantidades, grandezas e medidas, geometrias, proporcionalidade, relacionando a matemática escolar e as matemáticas de grupos culturais distintos, o que é próprio ao trabalho com etnomatemática. Também foi possível discutir conceitos e ideias que permeiam as sete produções, promovendo um diálogo entre as concepções que estão presentes nas dissertações e teses de diferentes pesquisadores. Conclui-se que o ensino de matemática pode ser potencializado por meio de ações pedagógicas que envolvam a etnomatemática em práticas executadas na sala de aula, o que pressupõe a escuta do professor, a melhoria do diálogo entre professor/aluno e aluno/aluno. Ademais, os resultados mostraram-se positivos em relação à constituição do estudante enquanto ser, ao contribuir para a autonomia, interação, participação e motivação para aprender matemática de maneiras diferentes do habitual. Quanto à aprendizagem, os estudos apontaram dificuldades dos estudantes com a matemática escolar, como também os avanços em termos de aprendizagem quando há relação entre seus grupos culturais e a matemática trabalhada na escola.

Disponível para download gratuito em: Etnomatemática na escola: uma revisão sistemática de produções acadêmicas no período de 1989 a 2018