Andrea F. Gambini
(UNC)
Andrea F. Gambini
(UNC)
Mariana Larrieu
(UNC / UNRC)
Simposio Temático 3
Intervenções didáticas na sala de aula de português: desafios em andamento
Coordinación:
Andrea Fabiana GAMBINI (Universidad Nacional de Córdoba- UNC),
Mariana LARRIEU (Universidad Nacional de Córdoba - UNC / Universidad Nacional de Río Cuarto - UNRC).
Eje temático: Material didáctico en la enseñanza de Portugués Lengua de Integración Regional.
Subeje temático: Material didático, sequências didáticas e recursos didáticos aplicados ao ensino do português no nível superior
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INTERVENÇÕES DIDÁTICAS NA SALA DE AULA DE PORTUGUÊS: DESAFIOS EM ANDAMENTO
Eixo temático: Material didáctico en la enseñanza de Portugués Lengua de Integración Regional.
Sub Eixo: Material didático, sequências didáticas e recursos didáticos aplicados ao ensino do português no nível superior
Coordenação
Andrea Fabiana Gambini (UNC)
andrea.gambini@unc.edu.ar
Mariana Larrieu (UNC / UNRC)
mlarrieu@unc.edu.ar
Não existe simplesmente “aprender uma língua”, porque aprender uma língua é uma ideia muito vaga, principalmente quando nos situamos no nível superior. A ação didática é a maneira de tomar posições perante um contexto determinado, ou seja, é o recorte sobre o quê, como e para quê aprender. Essa ação se descreve nos programas, entretanto ela se consolida na aula através dos materiais didáticos, um gesto glotopolítico. Vincular língua e disciplina, focar na ampliação do repertório linguístico, buscar a compreensão entre diferentes maneiras de agir no mundo, determinar habilidades parciais, utilizar a Inteligência Artificial e tudo o que a tecnologia permite e condiciona são algumas de tantas escolhas. Porém, o que não podemos questionar é o papel do português como um veículo para a integração e desenvolvimento regional conforme destaca Arnoux (2012) ao afirmar que a linguagem é fundamental para a integração. O estatuto do português como língua de integração no Cone Sul é cada vez mais imprescindível (Bima e Gambini, 2015). A integração já não pode ser pensada somente desde uma perspectiva comercial, mas sim como um fenómeno de construção de pertença regional. Nesse sentido, a aprendizagem das línguas colabora como formadora de identidade. Reconhecer o outro impacta no próprio reconhecimento e na construção de uma cidadania latino-americana. Afirmamos que a aprendizagem se realiza na interação com o outro, em contextos históricos, sociais e culturais específicos. Por isso, as práticas linguageiras voltadas para a integração devem estar presentes nos materiais didáticos. Mendes (2012) defende a importância de trabalhar com a língua em uso e o desenvolvimento de experiências situadas, nas quais as ações realizadas na e com a língua são essenciais para o desenvolvimento da competência linguístico-comunicativa do aprendiz. No caso do nível superior, o compromisso com a formação acadêmica e profissional obriga a selecionar meticulosamente conteúdos que enriqueçam e conscientizem sobre assuntos importantes e únicos da região, com foco na interculturalidade e multiculturalidade de cada um dos países envolvidos. É essencial posicionar os estudantes como atores sociais, preparando-os para enfrentar os desafios que as sociedades do século XXI exigem. Um estudante capaz de resolver situações significativas para a região e colaborar na construção de conhecimentos e práticas será um cidadão engajado com ela. Por isso, também é fundamental que, ao criarmos peças didáticas, o nosso compromisso como formadores é nos comprometer com o ensino de línguas já que, segundo Fanon (2020), falar uma língua é assumir o mundo e suportar o peso de uma civilização. Corrigir uma língua não significa apenas corrigir uma pronúncia ou estrutura, mas também corrigir o mundo que está sendo significado por essa língua. O portugués língua de integração, então, se torna a desculpa para entender mundos, principalmente, os que nos constituem. Este simpósio visa abrir um espaço para compartilhar experiências didáticas concretizadas em atividades, sequências, materiais e livros realizados em qualquer suporte. Reconhecemos que a elaboração de peças didáticas que incorporem a concepção do português como língua de integração neste momento histórico é um desafio significativo, porque é muito provável que tenhamos que ir mais além do simplesmente “ensinar uma língua”, reproduzindo receitas ou aplicando correntes. Intercambiando ideias neste espaço é que poderemos avançar na criação de peças didáticas que reflitam e valorizem as línguas e culturas da região para um real desenvolvimento humano destes lados do mundo.