O Que Digo do Recife
Sou interiorana do Agreste da Jetirana
Não queira mudar o meu sendeiro
Abram a avenida para a nova literata
Deixem meu verso ecoar
Recife é a Veneza brasileira
Eu gosto das suas pontes
O encontro do rio com o mar
O Recife é um berço cultural
Dizem que o Recife é poético na sua inconformidade
No frevo de Capiba – Madeira de Lei que Cupim Não Rói
Da Lama aos Caos na música de Chico Science
O Recife do conto: O Ciclo do Caranguejo – de Josué de Castro
Conheci o Recife: sua metade lama, que com lama podre se edifica nos versos de João Cabral de Melo Neto
Nos versos de Carlos Pena Filho a cidade do Recife é ingrata para os da terra
Não conheci o Recife da infância de Manuel Bandeira
Conheço o Recife do Mangue e dos Mocambos
Rua do Bom Jesus é a mais bonita do Recife Antigo
Antônio Maria lhe espera no circuito da poesia do Recife
Na Rua dos Judeus como é conhecida
Perguntou lá na Rua do Bom Jesus se vendo sorriso
Se a expressão do meu sorriso toca o coração
É um motivo interno – de poder falar do meu trabalho com entoação
E externo – de poder olhar a luz que erradia no final de tarde naquela rua com emoção
No Recife Antigo o mensageiro falou, “Sua alma manifesta cultura”,
A alegria é a manifestação dos traços e valores do meu povo
Aqueles que nunca tiveram voz
A experiência transforma o homem
Fui ao Recife Antigo
Falar desse acontecimento.
Escrito em 17 e 18 de maio de 2022.