EPISÓDIO JÁ DISPONÍVEL!
― ― Me sigam.
Virou-se Benimaru, para ambos os homens encapuzados.
― ― E retirem essas coisas do rosto, aqui na minha vila, a gente não se esconde de ninguém.
Meio aflitos, os homens acenam e retiram as bandanas e capuz, revelando seus rostos. Rostos esses tão comuns que podem ser esquecidos em um piscar de olhos.
Seguindo os passos de Benimaru, foram levados até a cabana do mesmo. No percurso, a vila estava estranhamente quieta, o que deixou Benimaru ainda mais apreensivo. Mas, não era hora de pensar nisso.
Ao chegar na cabana, Benimaru se sentou em frente a ela, quieto. Passou alguns segundos até os homens entenderem o recado, se sentando em frente a ele.
― ― E seus nomes?
Olharam um para o outro, esperando a iniciativa de um dos. Benimaru acaba ficando impaciente com o silêncio deles, batendo o pé no chão, chamando atenção.
― ― A-Abel, senhor.
― ― “Senhor” morreu de velhice. É Benimaru. E você aí quietão? O gato comeu sua língua?
― ― Ah.. Caim.
― ― Entendi. - Benimaru se espreguiçou, se aconchegando com um dos braços apoiados para trás, olhando os dois.
Alguns bons segundos constrangedores se passam, até, finalmente, Benimaru quebrar o clima.
― ― Mas e aí? Qual é a da vila de vocês? É hora de vender a história de cês.
Um dos homens - especificamente o que se apresentou como Caim - respirou fundo, começando em seguida a contar sua história, com o outro complementando-o.
― ― Bom… Há um minotauro cercando os arredores da vila… Ele parece não ter inteligência mas, é bem agressivo.
― ― Tá impedindo a gente de caçar e fazer qualquer coisa, pois ele tá cercando a vila.
Coçando o ouvido, Benimaru respondeu. ― ― E comé que cês tão aqui se ele fica cercando vocês?
― ― Bom… Há uma passagem subterrânea para esse tipo de emergência. A gente usou ela.
― ― Sim. A gente precisa de você pra isso.
― ― E como vocês sabem de minha existência, hein? - Questionou Benimaru.
O silêncio durou três ou quatro segundos, até Caim responder rapidamente. Caim já tinha entendido o modo de Benimaru agir, então, era só responder rapidamente e ele não iria sair do sério.
― ― Ah, mas o senh- Benimaru é bem famoso nos arredores. Há até algumas mulheres de nossa vila que são bem fãs do seu trabalho.
Imediatamente, Benimaru sorri como se estivesse se gabando, como se seu corpo falasse “vamos, diga o quão eu sou incrível”. Em contraste, os homens se olham.
― ― Por isso mesmo, precisamos de você.
― ― Queremos que o mais forte nos proteja.
― ―… Tá. Mas, o que eu ganho com isso?
― ― Salvar vidas não é bom o bastante já? - Disse Caim.
― ― Mas, se quiser, temos bastante ouro e mantimentos na nossa vila, pode pegar para ajudar a sua, se quiser. - Complementou Abel.
― ― É… Melhor que nada. - Resmungou Benimaru, se levantando.
― ― Então vamos nessa. Se eu ver que tão tramando pra mim, eu mato cês. Eu aceito ajudar, só tenho que fazer duas coisas antes.
Os homens acenaram positivamente com a cabeça, dando um leve riso, talvez de satisfação em ter Benimaru como aliado. Naquele instante, Benimaru aceitou um caminho sem volta.