EPISÓDIO JÁ DISPONÍVEL!
Antes mesmo que pudesse reclamar de ser empurrado de surpresa por Benimaru, o próprio menino Iley se deu conta da situação: Benimaru tinha salvado-o.
Acima do garoto, apenas uma lâmina similar ao formato da Lua Crescente era vista sendo segurada na ponta dos dedos de Benimaru.
― ― Não é tão comum usar foices por aqui. Cês são daqui mesmo? Nunca vi o rosto de nenhum dos dois.
Benimaru poderia ser meio desleixado, mas certamente lembraria do rosto de seu povo - ainda mais alguém que sai lutando por aí sem mais, nem menos.
Questionados, os dois jovens de cabelos arrepiados e bandanas em seus rostos deram um passo para trás, encarando Benimaru. Um deles tentou puxar sua foice junto mas, ela não se moveu um centímetro sequer já que Benimaru estava a segurando.
Sem resposta dos ladrões, ou sejam lá o que eram, Benimaru apenas decidiu adotar sua estratégia principal: bater, depois questionar. Ele repentinamente puxou a lâmina da foice com força, fazendo o homem que a usava ser puxado junto contra Benimaru.
No impulso, Benimaru deu uma joelhada no queixo do homem que usava a lâmina, pretendendo avançar no que sobrou, um pouco longe. Antes que pudesse avançar, se viu em uma situação complexa.
― ― Nem mais um passo ou eu mato ela!
Disse o ladrão restante, fazendo uma mulher de certa idade de refém, com uma lâmina na direção do pescoço dela. Iley vendo aquilo, engoliu em seco, afinal… era sua mãe.
Benimaru desistiu de seu ataque, mas pisou na cabeça do ladrão caído com força, apenas para prevenir mais surpresas.
― ― E o quê que vocês tanto querem, hein? - Questionou Benimaru.
― ― Você é bem conhecido como o mais forte. Queremos ajuda na nossa aldeia, há monstros atacando ela.
Bufando de raiva, Benimaru responde ele. ― ― Se querem ajuda, pra quê todo esse teatrinho atacando minha vila?
― ― Sabemos que se a gente chegasse do nada e pedisse a você, você recusaria.
― ― É, tem um bom ponto.
Iley, que estava logo atrás de Benimaru, sussurrou ao maior: ― ― Faz alguma coisa, Beni. Não quero ver minha mãe assim.
Era mais que nítido o desconforto e preocupação de Iley. Afinal, era só uma criança, estava prestes a chorar, sendo impedido apenas pelo medo que sentia em perder sua mãe, o que paralisou ele naquele momento.
Benimaru apenas sorriu para o garoto, parando de pisar na cabeça do homem caído. ― ― Tá. Solta ela e a gente conversa. Prometo não bater em vocês nos próximos cinco minutos.
Olhando um para o outro, os homens encapuzados acenaram silenciosamente com a cabeça, aceitando o acordo de Benimaru.
Após a mulher ser solta, Iley imediatamente corre e abraça-a. Em conjunto, Benimaru se aproxima.
― ― A senhora tá bem?
― ― Sim, sim. Estou sim. Foi só um susto, haha.
― ― Mais um dia normal aqui. O estranho é que hoje não foi aqueles pivetes brincando de lutinha no meio da rua. E é estranho esses caras entrarem e terem passado por nossas defesas no limite da vila. Vou olhar isso depois.
― ― Sim, sim. É bom conferir sim. Mas acho que está tudo bem, meu marido é muito bom no que faz.
Antes que fosse questionar o retorno já atrasado do marido dela, Benimaru se conteve. Afinal, se alguém de fora entrasse aqui, teria que ser acompanhado de um dos homens nos extremos da vila.
Certamente, algo aconteceu. Esse dia “comum” parecia não ser tão “comum” assim. Benimaru estava com um mal pressentimento.