Podemos caracterizar a educação perinatal como um conjunto de ações destinadas às mulheres durante os períodos gestacional e puerperal, ações que contribuem na identificação de fatores que podem colaborar no bom desenvolvimento da gestação e, consequentemente, reduzir as taxas de morbimortalidade materna e fetal, bem como melhorar o processo da gestação, trabalho de parto, parto e pós parto.
Toda pessoa gestante tem direito ao atendimento no período gestacional, no parto e após o parto e as instituições atendem a essa necessidade através de diversas ações no ambiente da saúde, legislações, educação e outros espaços de atenção.
O Ministério da Saúde, em conjunto com as Secretarias de Saúde Estaduais, Municipais e do Distrito Federal, elaborou esta Caderneta da Gestante como é uma dessas importantes ações que fortalecem o atendimento as pessoas gestante
Veja aqui dicas para se manter saudável durante a gravidez e o parto Durante a gravidez, procure ter uma alimentação saudável e diversificada, predominantemente de origem vegetal, rica em alimentos naturais e com o menor processamento industrial possível. Isso é importante para sua saúde e bem-estar e para a formação e o crescimento adequado do bebê. Estes são os dez passos para uma alimentação adequada e saudável:
1. Faça de alimentos in natura ou minimamente processados a base da alimentação. Procure consumir uma grande variedade de alimentos in natura e minimamente processados, além de ingerir água, para suprir a necessidade de nutrientes fundamentais nesse evento da vida. Faça uso de alimentos obtidos diretamente de plantas ou animais, como feijões, cereais, legumes, verduras, frutas, castanhas, leite, carnes e ovos, para tornar sua alimentação mais saudável e saborosa. O consumo, ao longo do dia, de pequenos lanches baseados em alimentos in natura e minimamente processados pode evitar fraquezas e desmaios comuns nessa fase.
2. Utilize óleos, gorduras, sal e açúcar em pequenas quantidades ao temperar e cozinhar alimentos e criar preparações culinárias. O consumo excessivo de açúcar aumenta o risco de doenças do coração, diabetes, obesidade e outras doenças crônicas, enquanto o sal e as gorduras em excesso contribuem para o desenvolvimento de pressão alta e obesidade, respectivamente.
3. Limite o consumo de alimentos processados, que são aqueles que recebem sal, açúcar ou óleo para durar mais tempo, como conservas de legumes, compota de frutas, carne seca e toucinho, sardinha e atum enlatados, queijos e pães feitos de farinha de trigo refinada (branca).
4. Evite o consumo de alimentos ultraprocessados. São reconhecidos pela lista de ingredientes. Se nesta lista existirem substâncias que não são usadas em casa, provavelmente é um alimento ultraprocessado. Esses alimentos têm pequenas quantidades de “comida de verdade”. Eles contêm, entre seus ingredientes, aditivos químicos (gordura vegetal hidrogenada, xaropes, emulsificantes, espessantes, aromatizantes, corantes), que são nutricionalmente desbalanceados e aumentam o risco de obesidade, doenças do coração, diabetes e câncer. São eles: biscoitos, sorvetes, balas e guloseimas em geral, cereais açucarados, bolos e misturas para bolo, barras de cereal, sopas, macarrão e temperos instantâneos, molhos, salgadinhos “de pacote”, refrigerantes (inclusive os chamados diet ou light), sucos industrializados ou néctares, iogurtes e bebidas lácteas adoçados e aromatizados, produtos congelados e prontos para aquecimento, nuggets, salsichas e outros embutidos e pães que contêm gordura vegetal hidrogenada, açúcar, amido, soro de leite e aditivos.
5. Coma com regularidade e atenção, em ambientes apropriados e, sempre que possível, com companhia. Entre as refeições principais (café da manhã, almoço e jantar), faça pequenos lanches, evitando “beliscar” nos intervalos. Coma devagar, desfrutando da sua refeição. Compartilhe esse momento prazeroso com familiares e/ou amigos.
6. Faça compras em locais que ofertem variedades de alimentos in natura ou minimamente processados. Procure fazer compras de alimentos em mercados, feiras livres e feiras de produtores e outros locais que comercializam variedades de alimentos in natura ou minimamente processados. Prefira legumes, verduras e frutas da estação e cultivados localmente. Sempre que possível, adquira alimentos orgânicos e de base agroecológica, de preferência diretamente dos produtores.
7. Desenvolva, exercite e partilhe suas habilidades culinárias. Converse com pessoas que tenham o hábito de cozinhar, troque receitas, leia livros e consulte a internet para aprender coisas novas.
8. Planeje o uso do tempo para dar à alimentação o espaço que ela merece. Procure planejar suas compras de acordo com o que pretende cozinhar durante a semana e divida com os membros de sua família a responsabilidade por todas as atividades domésticas relacionadas ao preparo de refeições.
9. Dê preferência, quando fora de casa, a locais que servem refeições feitas na hora, como restaurantes de comida a quilo, cozinhas comunitárias e restaurantes populares. Você gasta menos e pode comer uma maior variedade de alimentos. Evite redes de fast-food.
10. Seja crítica quanto a informações, orientações e mensagens sobre alimentação veiculadas em propagandas comerciais. Avalie bem o que você lê, vê e ouve e estimule outras pessoas a fazerem o mesmo.
Além desses cuidados, é importante o uso de ácido fólico e sulfato ferroso. O ácido fólico deve ser usado diariamente pelo menos 30 dias antes da data que se planeja engravidar até a 12a semana de gestação. Já o sulfato ferroso deve ser usado diariamente até o terceiro mês pós-parto. Ambos são distribuídos gratuitamente nas Unidades Básicas de Saúde.
Saiba mais em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/caderno_programas_nacionais_ suplementacao_micronutrientes.pdf
Você sabia que mais da metade das mulheres do Brasil têm sobrepeso ou obesidade? Você sabia que mais da metade das mulheres do Brasil têm sobrepeso ou obesidade? Converse com os profissionais de saúde sobre o ganho de peso adequado para você durante a gravidez. O ganho de peso excessivo também aumenta o risco de parto prematuro e de outras complicações na gravidez
Para saber mais, acesse o Guia Alimentar para a população brasileira https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_alimentar_populacao_brasileira_2ed.pdf
DICAS IMPORTANTES:
É recomendável tomar 20 minutos de sol, no início da manhã ou no final da tarde. Lembre-se de usar boné ou chapéu e protetor solar no rosto, para evitar manchas e câncer de pele. Evite descolorantes, tinturas de cabelo, alisantes e onduladores que contêm amônia, formol ou outros componentes tóxicos. Você deve sair de ambientes onde haja fumantes, em qualquer fase da gravidez. Respirar a fumaça com frequência pode afetar sua saúde e a do bebê.
Exercícios
Caminhadas ajudam a melhorar a circulação do sangue, controlar melhor o ganho de peso, aumentar a disposição e a sensação de bemestar. Se não houver contraindicação, devem ser mantidas do início ao fim da gravidez. Procure fazer atividades físicas leves e prazerosas. Exercite a respiração: respire lenta e profundamente, várias vezes ao dia. Isso pode ajudar em momentos de desconforto e inquietude
SONO
Procure dormir cerca de 8 horas por noite. Repouse alguns minutos durante o dia. Eleve as pernas quando estiver sentada ou deitada. Caso tenha muito sono, procure repousar mais. Deite-se preferencialmente do lado esquerdo, com um travesseiro entre as pernas. Essa posição facilita a passagem de oxigênio para o bebê.
Sangramento da gengiva – pode ocorrer mais facilmente durante a gestação. Por isso, adote um hábito diário de cuidados com sua saúde bucal. Utilize fio dental diariamente e uma escova de dente macia com creme dental.
Enjoos e vômitos – são comuns nos primeiros meses de gravidez. Evite ficar muito tempo sem se alimentar e escolha alimentos mais secos (bolachas de água e sal, pão, arroz) ou frutas de acordo com seu desejo. Caso vomite, faça bochecho com água e aguarde meia hora para escovar os dentes. Se não melhorar, procure a UBS.
Azia e queimação – coma mais vezes e em menor quantidade; mastigue mais vezes e mais lentamente; evite beber líquidos durante as refeições; e evite se deitar logo após as principais refeições.
Cãibras e formigamentos nas pernas – podem acontecer na gestação. Modere a atividade física, faça exercícios de alongamento e tome muita água. Você pode também aquecer e massagear as pernas, principalmente antes de dormir.
As varizes nas pernas – aparecem por problemas de circulação e dilatação das veias das pernas, causadas pelo crescimento do útero. Não fique muito tempo em pé ou sentada. A cada duas horas, procure levantar as pernas em uma cadeira. Você pode também usar meias elásticas e preferir calçados e roupas confortáveis.
Intestino preso – é comum na gravidez. É recomendável comer alimentos integrais ricos em fibras (pão e arroz integrais, granola, linhaça), folhas verdes – alface, couve, taioba, bertalha, ora-pro-nóbis, mostarda, serralha, beldroega – e frutas, como mamão, laranja com o bagaço, ameixa preta, tamarindo. Você deve também beber muita água e fazer atividade física regularmente. Dica importante: quando sentir vontade de ir ao banheiro, não espere.
Dor na coluna e dor na barriga – pode aparecer, principalmente no final da gravidez. Evite carregar peso e diminua o serviço doméstico, como lavar roupa, limpar o chão e outras atividades que possam gerar esforço na coluna. Você pode também fazer exercícios de alongamento.
Se tiver hemorroidas (varizes na região anal, que podem sangrar), faça banhos de assento com água morna. Evite usar papel higiênico. Dê preferência à água com sabão e enxugue com uma toalha macia. Fale sobre isso na consulta de pré-natal.
É comum sentir mais vontade de urinar no início e no final da gestação. Se você sentir dor no local da uretra (local por onde a urina sai) ou sensação de queimação na hora de fazer xixi, procure a Unidade Básica de Saúde. É importante saber que sentir desconforto na região baixa da barriga é comum e não deve ser sempre confundido com sinais de infecção urinária.
O aumento da secreção vaginal (corrimento) é comum na gestação. Se houver outras características, como coceira, ardor e cheiro forte, procure a Unidade Básica de Saúde para uma avaliação.
Algumas das infecções sexualmente transmissíveis (IST) podem ser passadas da mãe para o bebê durante a gestação, o parto ou a amamentação e também podem causar parto prematuro, doenças ou morte do recém-nascido. É importante saber que algumas dessas infecções podem não apresentar sinais e sintomas. O uso da camisinha em todas as relações sexuais é necessário para diminuir as chances de doenças, inclusive HIV/aids e hepatites virais B e C. Você e seu(sua) parceiro(a) devem fazer os exames do pré-natal, que ajudam a diagnosticar as IST, reduzindo e até evitando a transmissão da mãe para a criança.
É muito importante se proteger do mosquito que transmite a dengue, a chikungunya e o vírus zika, principalmente quando você está gestante. Utilize repelente todos os dias e elimine criadouros no ambiente (não deixe acumular água em latas, tampinhas de refrigerantes, pneus velhos, vasos de plantas, jarros de flores, garrafas, caixas d´água, cisternas, sacos plásticos e lixeiras, entre outros recipientes). Você também pode colocar telas nas portas e janelas.
Nas regiões endêmicas de malária, esta doença também deve ser investigada na presença de sintomas sugestivos.
Doenças infectocontagiosas podem ser transmitidas pelo ar (tuberculose, rubéola, gripe, covid-19 e outras). Evite locais fechados e com alta concentração de pessoas.
Desejo e disposição sexual podem mudar na gravidez. Há mulheres que têm menos vontade e outras que têm mais vontade do que antes. Isso pode acontecer para o(a) companheiro(a) também. Ter relações sexuais, até o final da gravidez, não machuca o bebê. Durante o orgasmo, é comum a barriga ficar dura, porém não há motivo para preocupação. Evite posições que causem desconforto e lembre-se de que o que realmente importa é que seja respeitada a sua vontade de ter ou não relação.
Converse com seu(sua) companheiro(a) sobre isso!
ATENÇÃO: Recomenda-se que, também durante o pré-natal, mulheres e parcerias utilizem camisinha (masculina ou feminina) nas relações sexuais, inclusive durante o período de amamentação, prevenindo as IST e possibilitando o crescimento saudável do bebê.
Se notar presença de sangramento ou saída de líquido diferente, suspenda atividade sexual e procure a Unidade Básica de Saúde
Nem toda pessoa que tem capacidade para engravidar quer passar por uma gestação, assim como nem toda pessoa que produz espermatozoides quer ser assumir o cuidado de outro ser humano0
Então pe muito importantes falarmos também sobre os métodos contraceptivos existentes e discutir como lidar com a educação sexual e a contracepção na atualizadade
A contracepção é a prevenção da fecundação de um óvulo pelo espermatozoide (concepção) ou da aderência do ovo ao revestimento interno do útero (implantação).
A contracepção (controle da natalidade) é usada para evitar a gravidez. Os métodos contraceptivos podem ser temporários (por exemplo, pílulas anticoncepcionais ou um dispositivo intrauterino) ou permanentes (destinados a evitar a gravidez permanentemente, por exemplo, a vasectomia ou a laqueadura). O aborto é um procedimento que interrompe a gravidez. Ele pode ser utilizado para pôr fim a uma gravidez não planejada quando o método contraceptivo tiver falhado ou não tiver sido utilizado.
Existem muitos métodos contraceptivos. Nenhum é completamente eficaz, mas alguns são muito mais confiáveis que outros. A eficácia em geral depende de qual método é usado e de quão diligentemente a pessoa segue as instruções. Assim, a eficácia de um método contraceptivo pode ser descrita de duas maneiras:
Sua eficácia na prevenção da gravidez quando usada pela maioria das pessoas (uso típico)
Sua eficácia na prevenção da gravidez quando as instruções de uso são seguidas à risca (uso perfeito)
Por exemplo, contraceptivos orais (pílulas anticoncepcionais) são muito eficazes se a mulher tomá-las todos os dias (uso perfeito). No entanto, esquecer-se de tomar algumas pílulas (uso típico) diminui a eficácia. Por outro lado, os dispositivos intrauterinos, uma vez inseridos, não precisam de nada mais até precisarem ser substituídos. Assim, o uso típico é geralmente o mesmo que o uso perfeito. As pessoas tendem a seguir as instruções mais fielmente conforme se acostumam com um método. Assim, a diferença de eficácia com o uso perfeito e o uso típico costuma diminuir com o passar do tempo.
Quão eficaz é a contracepção?
Além do grau de eficácia, cada método contraceptivo tem outras vantagens e desvantagens. A escolha do método depende das preferências, do grau de confiabilidade necessário e de considerações médicas.
Se o método contraceptivo falhar, contracepção de emergência talvez ajude a prevenir uma gravidez não planejada. A contracepção de emergência não deve ser usada como método de contracepção regular.
Comparação de métodos contraceptivos