Partindo da perspectiva da pluriversalidade, proposta por Mogobe Ramose, pretende-se neste artigo abordar o conceito Ubuntu, apoiando-se também das filosofias ameríndias, como modo de vida que atravessa as experiências das populações africanas e afrodescendentes da diáspora e que, entende-se aqui, como elemento fundante do que se denomina por Ética Do Amor, segundo o pensamento da escritora afro americana bell hooks, o qual se apresenta como princípio e núcleo de toda interação humana e condutor de movimentos de libertação coletiva dos sistemas de dominação que oprimem historicamente povos, sistemas de pensamento, línguas, subjetividades e ontologias.

Através de eventos experienciados pelas populações negras, tem-se a intenção de propor caminhos para a Educação como via de cura sobre os processos de desumanização, dessubjetivação, auto-ódio e alienação decorrentes de adoecimentos da alma a que tais grupos experienciam pelo que se pode definir por colonialidades do ser, do saber e do poder, instituídas histórica e culturalmente nas relações com a vida. Pretende-se também refletir a experiência do amor como o que a professora drª Aza Njeri define por Ato Político-Poético, fazendo conexões com as cosmologias bantu e yorubá, a fim de se pensar as concepções de mundo e realidade à partir de olhares e cosmossentidos que compõem os modos de existir, as alteridades e peculiaridades do ser, em contrapartida ao pensamento hegemônico da universalidade racional, regido pelo sistema de pensamento do Ocidente Moderno.