Depois desta análise conclui-se que o valor económico total (VET) dos bosques em Portugal ascende a 7,301€/ha. Por isso e, tendo em conta as queimou em Alto Minho se pode transferir as perdas económicas que ascendem a 83,312,559€.
Os resultados obtidos depois da estimativa dos modelos de MCO e EA apresentam-se na tabela ao lado. Em general ambos resultados proporcionam resultados similares e se obtém um bom ajuste, assim o R2 é aproximadamente de 61%, isto é, este modelo estaria a explicar o 61% da variável dependente, neste caso, o valor económico por hectare e ano (€ 2017). Quanto às características do lugar a valorizar destaca como os boques não tropicais têm associado um coeficiente positivo e estatisticamente significativo com respeito às variáveis ignoradas (bosques tropicais ou vários tipos de bosque). Isto pode ser como grande parte das observações deste banco de dados estão referidas à valoração deste tipo de bosques. Por outro lado, também se observa que, a maior tamanho do bosque a valorizar menor valor, isto é o esperado, como se mostra a utilidade marginal decreciente com respeito ao tamanho do bosque. Neste sentido, o % de rendas florestais sobre o PIB também apresenta um efeito negativo.
Quanto à valoração dos serviços dos ecossistemas, observa-se que os três tipos de serviços incluídos na regreção estão associados a coeficientes positivos e estatisticamente significativos com respeito à variável ignorada, serviços de regulação e manutenção. Por tanto, valorizam-se mais os serviços de provisão, culturais, ou quando se valorizam vários serviços agregados em frente aos serviços de regulação e manutenção.
Cabe destacar que as únicas diferenças obtidas depois da estimativa de ambos modelos se referem a variáveis relacionadas com as características do estudo. Em concreto, com o modelo de MCO os resultados mostram que o tamanho muestral é importante e, em concreto, que a maior tamanho muestral o valor obtido é menor. Pelo contrário, esta variável não é estatisticamente significativa no modelo de EA mas se o é a variável referente aos métodos de valoração. Em concreto, obtém-se que o método de preferências reveladas (PR) proporciona estimativas menores que o método ignorado, preferências declaradas.
Finalmente, procede-se a realizar a transferência de benefícios. Neste caso, o objectivo relevante é estimar o valor médio que obtemos dos serviços dos ecossistemas dos bosques e, em concreto, centrar no caso de Alto Minho. Com meta-a-regreção realizada anteriormente podemos predizer os benefícios baixo valores concretos dos regresores usando o método de transferência de benefícios. Em concreto, neste caso, centramos-nos nos valores dos serviços dos ecossistemas para todo o banco de dados e posteriormente tendo em conta as características de Alto Minho. Para isso se emprega uma função de transferência dos coeficientes estimados com o modelo de EA, introduzindo os valores médios das variáveis explicativas e especificando um valor de 1 ao serviço ecossistêmico a valorizar, 0 ao resto de serviços ecossistêmicos. A seguinte mostra as predições médias obtidas com seus respeitos intervalos de confiança.
Em concreto, neste estudo é de interesse centrar-se em valoração dos serviços individuais, isto é, os serviços de provisão, os serviços culturais e os serviços de regulação e manutenção. No caso dos serviços agregados, dado que contêm o valor económico total ou a valoração de vários serviços reportam-nos um valor de menor interesse por não ser capazes de identificar um valor individual.
Tendo em conta a tabela acima e centrando no caso de Alto Minho, os serviços culturais son os mais valorizados com um total de 4042€/ha, seguido do serviço de provisão com um valor de 3114€/ha. Os serviços de regulação e manutenção seriam os menos valorizados, ascendendo sua valoração a 144€/ha.
Se comparam-se os resultados obtidos depois da predição ajustada às características de Alto Minho observa-se como a valoração é muito maior que no caso das predições obtidas para o total da mostra. Este dado põe de manifesto a importância destes bens e serviços para este país e, com isso, a grande perda que derivar-se-ia dos incêndios florestais no caso de se produzir. É por tanto importante, destacar estes dados à hora de realizar valorações económicas das perdas económicas ocasionadas pelos incêndios florestais.
Depois desta análise conclui-se que o valor económico total (VET) dos bosques em Portugal ascende a 7,301€/ha. Por isso e, tendo em conta as queimou em Alto Minho se pode transferir as perdas económicas que ascendem a 83,312,559€.