RESIDENT EVIL 4 E THE LAST OF US PART 1: O FENÔMENO DOS REMAKES

A indústria dos games desistiu de fazer novos títulos ou é a exigência dos jogadores?

Red Fox - 15/06/2022

Essa semana tivemos diversos anúncios de jogos novos, tendo um trailer de gameplay do aguardado remake de Resident Evil 4, e o anúncio de The Last of Us Part 1, remake do icônico jogo de PS3. E dentre muitos gráficos bonitos e mecânicas atualizadas, fica somente uma pergunta: até quando terão mais remakes de jogos antigos?

Nestes últimos anos vimos grandes título serem lançados, mas também diversos remakes e remasters de jogos antigos, só que agora portados para os moldes atuais. A exemplo disso temos vários títulos como Shadow of the Colossus, Demon's Souls, Prince of Persia, Halo: The Master Chief Collection, e muitos outros. Mas por que será que estão saindo tantos remakes?

Caso você não saiba a diferença entre remake, remaster e reboot, nós temos um vídeo explicando exatamente essa dúvida! Também temos explicações mais completas no nosso Diciogamer, o dicionário dos termos gamers!

Talvez a resposta do porque estar saindo tantos remakes é que a indústria dos games viu uma possibilidade de lucro e venda com tais títulos "velhos". Criar e produzir novos jogos é uma tarefa difícil, levando anos para serem feitos do zero. Nesse conceito se encaixam os remasters, onde os jogos somente ganham porte para novas plataformas e novas resoluções ou texturizações de maior qualidade.

Já introduzir novos jogos ou franquias para um mundo já saturado de grandes jogos é algo extremamente difícil, como as séries de jogos que nasceram e morreram na oitava geração de consoles. Somente alguns sobreviventes se tornaram grandes franquias, como Horizon Zero Dawn e State of Decay.

A indústria de games viu que pode ainda lucrar (e muito!) com seus jogos antigos, refazendo eles em moldes mais novos e gráficos melhorados. Talvez esse seja o futuro do mundo dos jogos, onde teremos cada vez mais relançamento de títulos antigos, agora atualizados

Mas chegará em um ponto que somente evoluções gráficas ficarão banais ou sem sentido, uma vez que seus jogos originais já possuíam bons gráficos. Resident Evil 2 e 3 tinham gráficos maravilhosos para a época me que foram lançados, mas os remakes deram uma nova vida para eles, não somente em termos gráficos, mas alteraram muito do gameplay clássico e acabaram melhorando tais jogos. Já RE4 original já seguia os moldes de gameplay atual e ficando somente com as evoluções gráficas mais significativas, mas ainda sendo muito bem vindas.

E no caso de The Last of Us? O primeiro título não é tão velho quanto os outros remakes. Foi lançado em 2013 como exclusivo de PS3 e trazia gráficos excelentes para a época. No PS4 recebeu um remaster trazendo melhor definição e resoluções maiores. Agora seu remake vai conseguir trazer o que mais de grande vantagem para atrair o público?

Novos gráficos, velhos gameplays. Fonte: G1

Talvez o fato destes remakes e remasters estarem na moda nas produções de games seja pelo fato do próprio público que consome games. Na atualidade somos bombardeados de muitos bons títulos gratuitos, MMOs e PvPs online que nos divertem por anos sem precisar de grandes títulos com grandes histórias e grandes investimentos. E nestes casos, o público atual prefere a continuação de franquias já estabelecidas, como God of War e Forza Horizon sendo sucessos absolutos, mesmo não sendo seus conceitos ou histórias novos.

Os gamers atuais são muito apegados a franquias de jogos populares e antigos, não se arriscando em novos títulos que saem todo ano, os quais são esquecidos e caem no limbo da Steam. E caso um novo jogo surja para competir, muitas vezes explode de vendas e jogadores para no final acabar sem quase nada de jogadores contínuos e acabar caindo junto dos outros jogos esquecidos pelo tempo.

O futuro do mundo dos jogos é meio incerto, com remakes e remasters sendo cada vez mais comuns. Seja como for, The Last of Us Part 1 chega ainda esse ano, em 2 de setembro, enquanto Resident Evil 4 chega só em 24 de março de 2023.