O reconhecimento do papel da pesquisa científica para o desenvolvimento nacional pode ser observado no disposto na Constituição Federal, artigo 218, parágrafo 1°.
Art. 218. O Estado promoverá e incentivará o desenvolvimento científico, a pesquisa, a capacitação científica e tecnológica e a inovação.
§ 1º A pesquisa científica básica e tecnológica receberá tratamento prioritário do Estado, tendo em vista o bem público e o progresso da ciência, tecnologia e inovação. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 85, de 2015).
É notório que as pesquisas científicas geram impactos na e para a sociedade, os quais são mediados por processos políticos, culturais e sociais mais amplos e influenciados por diversos agentes.
Por conseguinte, a inserção social da pós-graduação, a qual inclui aspectos da produção do conhecimento e da formação de recursos humanos, pode contribuir, por meio de suas pesquisas e produtos educacionais, por exemplo, para uma melhoria dos diversos níveis de ensino, para inovar a educação, bem como para o desenvolvimento econômico, cultural e social.
Assim, torna-se cada vez mais relevante e necessário avaliar em que medida a ciência, a tecnologia e a inovação respondem às demandas sociais e o seu real impacto, dada sua importância como agentes de transformações sociais e considerando se tratar da apropriação social do conhecimento científico.
Portanto, a avaliação de impacto das pesquisas constitui uma prática reflexiva que busca indícios e/ou evidências para identificar se os projetos desenvolvidos têm alcançado as transformações estabelecidas como objetivos da pesquisa e do programa de pós-graduação.
Ademais, realizar o acompanhamento de egressos possibilita entender a contribuição dos programas de pós-graduação para o desenvolvimento profissional e acadêmico dos discentes, bem como, numa perspectiva mais ampla, subsidiar políticas de pós-graduação no país.
Por fim, cabe destacar que a prática de avaliação de impacto pode ser considerada uma ferramenta estratégica valiosa, pois fornece aos gestores indicadores que permitem refletir sobre as ações do programa e o alcance de seus propósitos, bem como oferecem suporte para o processo de tomada de decisões em complementação às informações e dados obtidos por meio da autoavaliação, contribuindo para melhorias no planejamento estratégico do programa e na avaliação externa realizada pela CAPES periodicamente.
Diante deste contexto, a CAPES vem buscando continuamente aprimorar os processos e instrumentos relacionados à avaliação dos programas, apresentando novas fichas de avaliação que trazem maior evidência a fatores como: impacto e inovação da produção intelectual, acompanhamento de egressos, planejamento estratégico e autoavaliação.
Isto posto, apresentamos nas seções seguintes procedimentos, instrumentos, indicadores e estratégias na pretensão de auxiliar o processo de avaliação da inserção e impacto social da pós-graduação, suas pesquisas e produtos educacionais.