PROTEÇÃO TERRITORIAL EXIGE PRESENÇA DO ESTADO E RESPEITO AO CONHECIMENTO TRADICIONAL

Manter uma barreira contra o desmatamento exige esforços e investimentos para desenvolver estratégias robustas de fiscalização e proteção territorial e para garantir aos povos a circulação livre e segura em seus territórios, o pleno acesso a seus bens naturais e o exercício das atividades conectadas aos seus modos de vida. No Brasil, o avanço da fronteira agropecuária e de mineração gera uma pressão cada vez mais intensa sobre os territórios coletivos. A conexão entre crimes ambientais e o crime organizado, especialmente na Amazônia, acirra os conflitos e amplia a vulnerabilidade das comunidades, demandando novas estratégias de proteção. O quadro se agrava devido à dificuldade de atuação robusta e permanente do Estado, que se expressa na falta de um planejamento de médio e longo prazo e na carência de recursos e estrutura para a fiscalização regular e contínua. A experiência das comunidades ensina que a inteligência territorial, que combina o conhecimento tradicional com tecnologias de monitoramento remoto e colaborativo, permite o desenho de estratégias de proteção mais eficazes. E que o envolvimento do Estado, da sociedade civil e das comunidades é crucial para fortalecer processos de planejamento territorial integrado.

Proteção Territorial na Terra Indígena Yanomami - Sistema de Alerta Yanomami

O Sistema de Alertas Yanomami é uma ferramenta de vigilância indígena que monitora eventos que oferecem riscos para as comunidades e pessoas na Terra Indígena Yanomami (territoriais, sanitários e ambientais/climáticos), com objetivo de gerar respostas mais eficientes e orientar ações do poder público no território, além de auxiliar as organizações locais nos processos de tomada de decisão.