Foto: MARÍLIA GARCIA SENLLE/ISA
O SISTEMA AGRÍCOLA TRADICIONAL QUILOMBOLA DAS COMUNIDADES DO VALE DO RIBEIRA, NO ESTADO DE SÃO PAULO, PROMOVEM A BIODIVERSIDADE
Foto: JEAN YOSHI/TUCUM BRASIL
CERÂMICAS BANIWA (ESQ), PIMENTA BANIWA E CERÂMICAS TUKANO (DIR) SÃO EXEMPLOS DE RESISTÊNCIA E TRABALHO DAS ECONOMIAS DA SOCIOBIODIVERSIDADE
As Economias da Sociobiodiversidade são praticadas há séculos ou milênios por povos indígenas, quilombolas e de comunidades tradicionais. Pautadas no uso e gestão coletiva e sustentável dos territórios e seus bens naturais, elas promovem a inclusão social, transformam floresta em floresta, conservam a biodiversidade, aumentam a disponibilidade hídrica e contribuem à regulação climática. Diferentemente da Bioeconomia, nas Economias da Sociobiodiversidade os sistemas de produção são constituídos por subsistemas diversos conectados entre si e manejados a partir de saberes e práticas ancestrais, o que permite equilibrar os resultados monetários e não monetários necessários à reprodução cultural, social e econômica nos territórios. Essas economias ainda enfrentam desafios de escalabilidade e são menos competitivas frente às economias degenerativas, como o agronegócio. Este último recebe incentivos públicos robustos, apesar de ser o maior emissor de gases de efeito estufa no Brasil e de gerar impactos socioambientais significativos.
Para equilibrar a concorrência e valorizar o papel estratégico das Economias da Sociobiodiversidade na proteção do clima e da biodiversidade, é preciso ampliar e qualificar as políticas públicas e instrumentos que valorizem e incentivem a continuidade das práticas tradicionais de manejo promotoras de conservação e bem-viver nos territórios.
Exemplos de sucesso no Brasil são as políticas de fomento a Sistemas Alimentares Saudáveis, Justos e Sustentáveis e de promoção da segurança alimentar e nutricional, como o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA). Estas fortalecem os Sistemas Agrícolas Tradicionais (SATs) e devem ser consideradas políticas climáticas.
O pagamento pelos serviços ambientais (PSA) é outro instrumento relevante, cuja efetividade depende do reconhecimento e valorização destes serviços como elementos interconectados que configuram os modos de vida nos territórios e comunidades tradicionais, a exemplo dos saberes e práticas de governança territorial e de manejo dos Sistemas Agrícolas Tradicionais.
Fortalecer as Economias da Sociobiodiversidade é uma estratégia importante para a transição justa, pois além de promover a conservação ambiental e a regulação climática, gera prosperidade, protege as pessoas e as comunidades contra atividades ilícitas e promove soberania e segurança alimentar e nutricional dentro e fora dos territórios.
Vídeo animação - O que é a economia da sociobiodiversidade?
Pandemia, emergência climática. Escassez de água, desmatamento, queimadas e rios de lama. Esse rastro de destruição é o resultado de um modelo econômico que atropela os modos de vida de indígenas, ribeirinhos, quilombolas e coloca em risco a vida em todo o planeta. Mas há outro caminho. Uma economia que cuida do presente. Uma economia da sociobiodiversidade, que mostra que o futuro pode ser outro!
Português, subtítulo en español
Publicação - Xingu: histórias dos produtos da floresta
Compartilha experiências e iniciativas inovadoras de povos indígenas, comunidades beiradeiras e extrativistas desenvolvidas na Terra Indígena do Xingu, a atuação da Rede de Sementes do Xingu, e as iniciativas implementadas pelas famílias beiradeiras da Terra do Meio. Trata de diferentes produtos florestais e do desafio da inserção no mercado. https://acervo.socioambiental.org/acervo/publicacoes-isa/xingu-historias-dos-produtos-da-floresta
Sistema Agrícola Tradicional
Publicação - Celebração da Diversidade: Sistemas Agrícolas Tradicionais (SATs) (2025)
Publicação do ISA em parceria com o Observatório das Economias da Sociobiodiversidade (ÓSocioBio) sobre os Sistemas Agrícolas Tradicionais e as Economias da Biodiversidade, e as diretrizes e políticas para seu fortalecimento.
Vídeo – Sistema Agrícola Tradicional do Rio Negro (2010)
O Sistema Agrícola Tradicional do Rio Negro é entendido como um conjunto estruturado, formado por elementos interdependentes: as plantas cultivadas, os espaços, as redes sociais, a cultura material, os sistemas alimentares, os saberes, as normas e os direitos. Sua inscrição no Livro de Registro dos Saberes foi realizada em 2010. As especificidades do sistema são as riquezas dos saberes, a diversidade das plantas, as redes de circulação, a autonomia das famílias, a sustentabilidade do modo de produzir que garante a conservação da floresta.
Vídeo – Sistema Agrícola Tradicional Quilombola do Vale do Ribeira (2016)
Descreve o Sistema Agrícola Quilombola do Vale do Ribeira a partir do diálogo entre os olhares de quilombolas e de pesquisadores acadêmicos, em diferentes perspectivas: a produção de alimentos dentro do ciclo anual da roça, a sustentabilidade do sistema em meio à Mata Atlântica, o conjunto de saberes, celebrações, expressões e práticas culturais relacionados ao modo tradicional de fazer roça, e a contribuição dos quilombolas do Vale do Ribeira para o fortalecimento da agrobiodiversidade regional e do patrimônio genético da humanidade.
Pagamento por Serviços e Contribuições Socioambientais
Publicação - Contribuições e Serviços Socioambientais: premissas e diretrizes de atuação do ISA (2022)
Apresenta as premissas e diretrizes que orientem a visão do ISA sobre as Contribuições e Serviços Socioambientais
Português - https://acervo.socioambiental.org/sites/default/files/publications/l9l00028.pdf
Vídeo – Pagamentos por Serviços Ambientais: trabalho que gera fartura e semeia vida! (2024)