Poemas
POEMAS
Cada poema revela a percepção da alma humana diante do viver diário, do agir e do sentir de cada um, e expressa isso por palavras que se harmonizam.
A poesia está presente ao nosso redor. Nasce na contemplação das obras criadas pelo Deus único e verdadeiro – eterno e insondável – que a tudo fez para o louvor da sua glória.
Céu, mar, terra, montanhas, florestas e o que neles existe desperta a inspiração do fiel observador.
"Gerações vêm e gerações vão, mas a terra permanece para sempre.
O sol se levanta e o sol se põe, e depressa volta ao lugar de onde se levanta.
O vento sopra para o sul e vira para o norte; dá voltas e mais voltas, seguindo sempre o seu curso.
Todos os rios vão para o mar, contudo o mar nunca se enche; ainda que sempre corram para lá, para lá voltam a correr." (Eclesiastes 1.4-7 NVI)
PESCADOR DE ALMAS
Acerte o leme
Arrume o barco
Procure a proa.
Navegue em rios
Nas correntezas
Ou águas calmas
Cristo abençoa.
Lance nos mares
Nos oceanos
As suas redes de esperança.
E virão peixes adormecidos
Buscando a luz da nova aliança.
Luz que clareia
Além dos montes
Que vem dos céus
Do infinito.
E enche os homens
Transborda as almas
Renova o mundo
Desiludido.
"Andando à beira do mar da Galileia, Jesus viu dois irmãos: Simão, chamado Pedro, e seu irmão André. Eles estavam lançando redes ao mar, pois eram pescadores. E disse Jesus: 'Sigam-me, e eu os farei pescadores de homens'. No mesmo instante eles deixaram as suas redes e o seguiram" . (Mateus 4.18-20 NVI).
SEMPRE HAVERÁ CÉU
Que bom que existe céu
E podemos encontrá-lo
Cada dia, todo o dia
Haja chuva ou haja sol.
Mesmo com nuvens pesadas
Trovoadas
Ainda teremos céu.
Encoberto
Mas bem perto.
"Os céus declaram a glória de Deus; o firmamento proclama a obra das suas mãos." (Salmos 19.1 NVI)
SERES À MARGEM
Com olhar distante, sem brilho, sem vida,
Insistem, perseguem, imploram guarida.
A lua os banha, na noite, ao relento,
E a mercê da chuva ou de forte vento
Aos bichos se juntam — seus fiéis amigos.
Nas vestes, só trapo; a rua é o abrigo.
No dia enfrentam problemas tamanhos.
São restos de vidas, são cacos de sonhos.
Sem privacidade dispensam vergonha,
Fingindo-se cegos, sem ter cerimônia.
Por um só bocado seguem peregrinos;
Às vezes adultos, se fazem meninos.
Sem controlar tempo nem contar idade,
À margem se sentem; sem maturidade.
Sem computador, celular, tevê;
Sem casa, sem rumo, sem poder comer;
Famintos, se esbarram nos quase-irmãos
Que seguem, desviam, lhes negam um pão.
A mente atrofia; a voz pouco escapa.
Na vida vazia, sem rotas, sem mapa,
Com passos incertos e mãos espalmadas,
Apelam, feridos, repetem chamadas.
São partes do todo e serão herdeiros
Se glorificarem o Deus verdadeiro.
"Se somos filhos, então somos herdeiros; herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo, se de fato participamos dos seus sofrimentos, para que também participemos da sua glória." (Romanos 8.17 NVI).
SONETO DA SAUDADE
Sei que algum dia, talvez não sereno,
Sentirás na fosca imagem refletida
Que já falta passo e te sobra vida
E mesmo gigante, ora és tão pequeno.
Olhas na moldura, tua mocidade.
Insistes debalde em busca de alento
No canto que ouve ao soprar do vento,
Recusando as marcas da realidade.
Mas ecoa um toque, grito de partida
Que anuncia o dia, sem prever a hora.
Logo o véu se rompe, despindo a noite,
E aquele brilho que te fez outrora
Ser a primavera quase de açoite
Cede ao lamento de uma despedida.
"Ensina-nos a contar os nossos dias para que o nosso coração alcance sabedoria. " Salmos 90.12 NVI).
AMOR FRATERNO
Eu olho sua face,
0 amor resplandece.
Esboça sorrisos, encobre a dor.
Sinto-me pequena,
Um grão de mostarda.
Ao Cristo recorro,
Peço em seu favor.
Quisera que hoje,
Tal qual houve outrora,
Milagres e bênçãos
Caíssem do céu.
E, do leito frio
Onde agora pena,
Surgisse saudável.
Oh, irmã fiel!
Creia que ao seu lado
Estou sempre presente.
E rogo, ansiosa,
Em minha oração,
Ao Senhor que chama,
Que cura, que salva:
— Afague esta serva,
Segure-lhe a mão...
Quisera, ao menos,
Na voz do poeta,
Dizer frase certa,
Mostrar meu sofrer.
Falar-lhe das flores,
Da vida lá fora,
Da fé que renova,
De nós, de você.
"Dediquem-se uns aos outros com amor fraternal. Prefiram dar honra aos outros mais do que a vocês." (Romanos 12.10 NVI).
AH, COMO SINTO SAUDADE!
De um belo rio corrente
De sua água transparente
Dos riachos, das marés.
Dos pomares tão floridos
Dos meninos mal vestidos
Da esperança, da fé.
Das abelhas revoando
Das aves cantarolando
Das lindas gotas do orvalho.
Do suave alvorecer
Do luar, do entardecer
Do frio, do amor, do agasalho.
"Ouvi isto, vós, anciãos, e escutai, todos os moradores da terra: Aconteceu isto em vossos dias? Ou também nos dias de vossos pais? A vide se secou, a figueira se murchou; a romeira também, e a palmeira, e a macieira; todas as árvores do campo se secaram, e a alegria se secou entre os filhos dos homens." (Joel 1.2, 12 ARC)
GOTA QUE TRANSBORDA
A vida que escorre
Entre breves lances de uma vã presença
Não nega sorrisos,
Mas deixa escapar a real essência.
Os rios que brotavam
E desciam lentos de suas nascentes,
Jogavam nas margens toda impureza.
Formavam correntes.
Hoje, curvas brandas
Desenham as linhas com borda encrostada.
A suavidade desfez-se no tempo,
Sem hora marcada.
Sobrou desalento.
E de olhos secos, mirando o vazio,
Cai, em desespero,
Uma gota d’água que transborda o rio.
"Irmãos, no que se refere aos tempos e às épocas, não há necessidade de que eu lhes escreva. Porque vocês sabem perfeitamente que o Dia do Senhor vem como ladrão à noite. Quando andarem dizendo: 'Paz e segurança', eis que lhes sobrevirá repentina destruição, como vêm as dores de parto à mulher que está para dar à luz; e de modo nenhum escaparão." ( 1 Tessalonicenses 5.1-3 NAA)
HOJE É NATAL
Sim, hoje é Natal
E em campos perdidos
Adultos, crianças, se expõem ao perigo:
Em lixos, destroços.
Na busca incessante que gera remorso.
Sim, hoje é Natal
Sem terra, sem rumo,
Vagueia o sem-teto, sem paz, sem consumo.
Sem brilho, sem nome,
Pedinte andarilho tem sede, tem fome.
É noite, é Natal
Presépios. História.
Canção milenar se refaz na memória.
Com pompa, grandeza,
Se mostra o cenário. Reflete riqueza.
É ceia, é Natal
E ante a fartura,
Das sombras, espreitam estranhas figuras.
À margem, assistem
Ao filme da vida. Real, porém, triste.
Mas hoje é Natal
O mundo se encanta.
Para pobres ou ricos, Jesus sempre encontra
A forma, o jeito
De tocar a alma do mau ou direito.
Pois hoje é Natal
Acolha o irmão.
Divida com ele seu riso, seu pão.
E dia após dia
Renove este gesto, lhe poupe agonia.
Um Feliz Natal
Para os pequeninos.
Quem sonha, quem sofre; se velho ou menino.
Quem chora, quem canta,
Quem na vida passa e nem se dá conta.
" [...] — Não tenham medo! Estou aqui para lhes trazer boa-nova de grande alegria, que será para todo o povo: é que hoje, na cidade de Davi, lhes nasceu o Salvador, que é Cristo, o Senhor. E isto servirá a vocês de sinal: vocês encontrarão uma criança envolta em faixas e deitada em manjedoura.
E, de repente, apareceu com o anjo uma multidão do exército celestial, louvando a Deus e dizendo:
'Glória a Deus nas maiores alturas, e paz na terra entre os homens, a quem ele quer bem.' " (Lucas 2.10-14 NAA)
SEMPRE JESUS
Ainda existe Belém
De Judá, da estrela-guia,
Do carpinteiro José,
Da abençoada Maria,
Do berço do Salvador
nos fundos da hospedaria.
E se surgir novo Herodes
A espalhar aflição,
Um Judas pra nos trair,
Pilatos na acusação...
Não temeremos a cruz,
por termos sempre a Jesus
"Não foi para condenar o mundo que Deus lhe enviou o seu Filho, mas sim para que o mundo fosse salvo por ele." (João 3 .17 BPT)